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quinta-feira, 17 de abril de 2008

25 de Abril










Revolução dos Cravos


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



O levantamento militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo, que cederam perante o movimento popular que rapidamente apoiou os militares. Este levantamento é conhecido por 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução devolveu a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).
Precedentes


A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução



Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi implementado em Portugal um regime autoritário de inspiração fascista. Em 1933 o regime é remodelado, auto-denominado-se Estado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.
Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusaram o governo de fraude eleitoral e de desrepeito pelo dever de imparcialidade.
O Estado Novo possuía uma polícia política, a
PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança) e, no início, PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que perseguia os opositores do regime. De acordo com a visão da história dos ideólogos do regime, o país manteve uma política baseada na manutenção das colónias do "Ultramar", ao contrário da maior parte dos países europeus que então desfaziam os seus impérios coloniais. Apesar da contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve uma política de força, tendo sido obrigado, a partir do início dos anos 60, a defender militarmente as colónias contra os grupos independentistas em Angola, Guiné e Moçambique.
Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que resultava no monopólio do mercado português por parte de alguns grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, o que estimulou a emigração. Nota-se, contudo, um certo desenvolvimento económico a partir desta década.

Preparação


Monumento em Grândola
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em
Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.
Ver também:
Oposição à ditadura portuguesa: ditadura militar (1926-1933) e Estado Novo (1933-1974)
Movimentações militares durante a Revolução
Ver cronologia completa de eventos em
Cronologia da Revolução dos Cravos.
No dia
24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção ”
E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que espoletava a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção ”
Grândola Vila Morena“, de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel
Carlos Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. E forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de
Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução, apesar de ser frequentemente qualificada como "pacífica", resultou, contudo, na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.



Cravo
O
cravo tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; Com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, apoiando os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos pelos soldados que depressa os colocaram nos canos das espingardas.




Consequências


Mural na Chamusca, com uma dedicatória ao 25 de Abril
No dia seguinte, forma-se a
Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da
Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como
PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta entre a esquerda e a direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o
PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.
O 25 de Abril visto 30 anos depois
O 25 de Abril de 1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, embora as divisões estejam limitadas aos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, às facções políticas dos extremos do espectro político e às pessoas politicamente mais empenhadas.

A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.

Em geral, os jovens não se dividem sobre o 25 de Abril.
Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril.
Quase todos, com muito poucas excepções, consideram que o 25 de Abril valeu a pena. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu.

O PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo.

As pessoas mais à direita lamentam a forma como a descolonização foi feita e lamentam as nacionalizações.

JOSÉ NIZA - Zau Evua - Angola - Bcac 2877


Estamos a preparar uns "escritos" dado que José Niza vai publicar um livro de poemas sobre a guerra.
O Dr. José Niza, atraves do Adelino Martins, convidou a "rapaziada" do BCAC2877 para estar presente, segunda-feira, 21/04/2008, pelas 18h30m em Santarem no Largo do Seminário (se não chover), se chover, nos Paços do Concelho, para a apresentação do seu livro.
Repassamos o convite.
O Carnaval em Zau Évua
.
Aqui o Carnaval é todo o ano
Desde o içar da bandeira
Ao cair do pano
Trezentos soldados
Mascarados
Suam bem suados
bagas de suor de um confetti
amarelo verde e encarnado
que não é daqui
um clarim toca várias vezes ao dia
(o Pavlov descobriu
que os reflexos condicionados
também serviam para os soldados)
eu vou estando
e não esqueço
adeus até ao meu regresso
.
Poema de Jose Niza
Passamos para a 1ª página o comentário do nosso companheiro Silva, visitante diário e apaixonado do nosso Blog, para além de nos remeter bastantes fotos, Aqui fica o seu "escrito", fruto da sua explêndida memória e da sua sempre pronta colaboração
QUERO AQUI LEMBRAR A ALGUNS EX.CAMARADAS DE ARMAS, A PROPÓSITO DO SR. DOUTOR JOSÉ NIZA,UMA PEÇA DE TEATRO DA QUAL EU FIZ PARTE IMITANDO O SARGENTO MARTINS.
LEMBRO-ME VAGAMENTE DA CANÇÃO, DE AUTORIA DO SR.DOUTOR E DO ALFERES VINAGRE.
DEIXO SÓ UM BOCADINHO .
NÃO ME LEMBRO DELA TODA.
"GOSTO DA BORGA DE NÃO FAZER NADA
NA FORMATURA ARMAR BARRACADA
MAS IR PARA O MATO É QUE NÃO
E MUITO MENOS COMER A RAÇÃOOOO!
AO DOMINGO PARA O MATO VAMOS PASSEAR,
E NO CAPIM COM A G3 GOSTAMOS POUCO DE DANÇAAAAR"
UM ABRAÇO DO JSILVA PARA TODOS.

Domingo à tarde

O QUE É QUE SE PODIA FAZER NO DOMINGO À TARDE?

Foi uma belíssima ideia aquela de pôr à disposição dos visitantes do 'blog' a possibilidade de ouvir música do 'nosso' tempo, ou seja, 'daquele' tempo durante o qual cumprimos o serviço militar obrigatório em condições tão especiais. As memórias que cada um de nós guarda daqueles tempos serão, obviamente, diversas de pessoa para pessoa, mas muitos dos estímulos que as avivam são partilhados pela maioria. E a música que se ouvia naquele tempo é um desses potentes estímulos na medida em que foi a grande e quase sempre disponível companhia para a amenizar a solidão e aquecer as saudades.
O que é que você vai fazer domingo à tarde? Que pergunta mais dura de se ouvir para quem estava confinado às condições da vida militar em cenário de guerra de contra guerrilha, longe do seu mais próximo ambiente socio-familiar? Mas, ao mesmo tempo, essa duríssima pergunta projectava-nos para aquele dia futuro em que nos reuniríamos, de novo, aos nossos longínquos familiares e amigos para retomar uma vida de normalidade.
Os mais de 24 meses da comissão de serviço cumprida em 'território' Zau Évuano foram muito duros particularmente para os que não puderam gozar os mesmo dias de descanso de que outros, mais afortunados, dispuseram. Mas a dor, o sacrifício, não se medem com fita métrica nem com balança. Cada sente as coisas à sua maneira.
E o que é que se podia fazer no domingo à tarde lá no Lufico? Há que referir que o quartel ali estava isolado de qualquer núcleo populacional onde se pudesse, pelo menos, ver outras caras que não fossem apenas as nossas. Os nossos companheiros que viveram em quartéis integrados em ambiente social, ainda que de estrutura, composição e cultura muito diversa daquela a que se estavam habituados, poderão imaginar como era apreciada a nossa possibilidade de, a cada quinze dias, irmos fazer a escolta do MVL, o que nos levava até Tomboco, a cerca de 80 quilómetros. De notar que essa deslocação representava a mais alta probabilidade de um encontro bélico, de resto confirmada pelo registo histórico de ocorrências naquele percurso, o que havia determinado a presença de apoio aéreo para aquele tipo de operação. Mas todo esse risco era esquecido ante a possibilidade de, ainda que fosse por pouquíssimo tempo, 'socializar' em termos mais parecidos com a normalidade.
No quartel, outras caras que não as nossas só podiam ser a do nosso capelão, as dos oficiais superiores que nos visitavam e as dos pilotos dos taxis aéreos que nos levavam os víveres frescos. A permanência do capelão constituía uma novidade muito valiosa, pelo menos para os que aproveitavam para recuperar a sua vivência religiosa. A maneira de ser e de actuar do padre jesuíta que nos tocou como capelão era apreciada por todos e, por certo, deixou boas recordações. Das visitas dos oficiais superiores nem vale a pena falar dado o seu carácter muito 'oficial', coisa que não permitia um convívio generalizado. Os pilotos demoravam-se pouco, é certo, mas eram muito admirados, provavelmente porque traziam uma 'mercadoria' muito cara: o correio. E sobre esta 'mercadoria' já tudo foi dito. Uns outros pilotos, no entanto, mereceram um especial acolhimento. Refiro-me aos representates da Cuca e da Nocal...
O tempo que mediava entre as operações militares e ou serviço ao quartel era passado na gestão de assuntos pessoais, como era o caso da lavagem de roupa, redacção de cartas, etc. e o tempo livre permitia a prática do desporto (futebol, como não?) e a audição de música. Também havia o artista informal que, tocando e ou cantando, algumas vezes nos fazia esquecer o lento correr do tempo. Por sorte, a experiência do comandante da companhia de anteriores comissões, permitiu que se abrandasse o rigor da disciplina e do aprumo própria de uma unidade militar, sem nunca atingir níveis perigosos. Recordo a respeito da “informalidade” do uniforme, (bastante reduzido) que, quando se ouvia o ruído do motor do avião com o correio e víveres frescos, o pessoal se recolhia às casernas, não fosse dar-se o caso de uma visita indesejada de algum oficial superior, o que obrigaria ao traje militar do regulamento. Imagino que lá junto do comando do batalhão não era possível esta versão “light” de vida de quartel. Porém, no caso do Lufico, foi o que permitiu chegar ao fim da comissão sem grandes casos de “cachimbismo” agudo.
Também foi possível instalar um “café” onde, além de se tomar a bica e jogar às cartas, se ouvia e se cantava música, sobretudo as canções que tinham ficado para trás na metrópole. No campo musical a nossa 'prata da casa' não atingia o nível de um Niza... mas lá nos divertíamos na mesma.
Enfim, tudo formas de sobreviver nas condições menos desejadas que alguma vez havíamos sonhado viver. Debaixo delas fizemos amizades e tivemos vivências que ainda povoam, felizmente, a nossa memória. E ao autor deste 'blog' devemos estar gratos por nos manter aberto todos os canais das nossas recordações.
Bem hajas

João Rego (Lufico)

terça-feira, 15 de abril de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971


O nosso companheiro Silva, sempre nos vai remetendo, de vez em quando, umas fotos que consegue encontrar lá por casa.
Desta vez, quando foi apanhado pela objectiva na limpeza do seu "hotel".
Uma recordação, entre muitas que sempre vão aparecendo.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Encontros


Domingo visitei, por casualidade, o nosso antigo companheiro Fernando Madruga - furriel mecanico de armamento.
Uma passagem próximo da Benedita, onde vive, aproveitando um intervalo do que me levou para aquelas bandas, "desenfiei-me" e bati-lhe à porta.
A alegria do nosso encontro, demonstra bem os laços de grande amizade e companheirismo que foram sedimentados durante todos estes anos que tiveram o seu inicio com a guerra de Africa.
Aqui fica este pequeno apontamento, como prova de quanto é bom e salutar o nosso encontro com quem partilhou uma pequena, mas penosa parte da nossa vida.
Outra razão não houvesse, esta seria uma para que se realize o nosso momento de confraternização anual.

terça-feira, 8 de abril de 2008

DO - Acidentado




















Depois de uma missão de Revis ( Reconhecimento aéreo), este foi estado em que ficou uma avioneta Do (27) após ter-se despenhado nas imediações do aquartelamento de Zau Évua.


O piloto faleceu e dois outros militares sobreviventes ficaram muito mal tratados, tendo sido evacuados para Luanda por meios aéreos.





Motor:Lycoming GO-480-B1A6 de 270 hp
Dimensões:Envergadura.................. 12,00 m

Comprimento................. 9,54 m

Altura............................ 3,28 m

Area alar....................... 19,40 m2
Pesos:Peso vazio..................... 983 Kg

Peso equipado................ 1570 Kg
Performances:Velocidade máxima......... 250 km/h

Raio de acção................. 870 km

Tecto de serviço.............. 5500 m

Razão de Subida.............. 198 m/min
Resumo histórico
Os aviões Do 27, de que a Força Aérea teve 133 exemplares nas versões A3 e A4, começaram a ser recebidos em 1961. Estes aviões foram adquiridos para operação no Ultramar, em missões de transporte ligeiro, evacuação sanitária e reconhecimento armado - para o que era equipado com lança foguetes - e operaram, praticamente, de todas as unidades do Ultramar.

No fim das hostilidades alguns aviões foram cedidos aos novos países independentes e os restantes voltaram para a Metrópole

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Benfiquista de gema - conhecem-no ?







Aqui fica mais uma foto onde se reconhecem perfeitamente alguns antigos companheiros.
A curiosidade da publicação da foto, não está na própria foto, mas no facto de um destes dias, quando da inauguração da Casa do Benfica em, não foi em Alverca, mas por aí próximo, lá ter aparecido em plano bem visível o nosso antigo ajudante do capelão.
Reconhecem-no aqui nesta foto ?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Poemas da Guerra - Angola 1969 a 1971 - BAC2877








Aqui fica uma referência ao Dr José Niza, médico do BCAC2877.
Para além de médico, tocador de viola poeta e conversador nato, era também, não fosse ele ribatejano de gema, caçador.
(documento recolhido, por casualidade, em Vila Franca de Xira)

O MIRANTE
oferece livro com Poemas de José Niza no 25 de Abril
“Um soldado perdeu uma bala /e que nem um tiro/o cabo disparou/a levar a notícia ao furriel”.
Estes são os versos que abrem o poema “Uma bala perdida”, um dos muitos incluídos no livro “Poemas de Guerra” de José Niza, que será distribuído com a edição de O MIRANTE que sai na semana em que se comemora mais um aniversário do 25 de Abril.
Trata-se de uma colectânea de poemas escritos pelo conhecido músico, médico, poeta e político escalabitano, em Angola, na altura em que ali cumpriu o serviço militar, entre 1969 e 1971. O lançamento do livro está previsto para a véspera do 25 de Abril.
A sessão será integrada na homenagem ao autor, que a câmara de Santarém está a preparar.
O livro Poemas de Guerra está polvilhado de um humor amargo que espelha o ambiente que se vivia entre a juventude portuguesa obrigada a lutar numa guerra sem sentido, como são todas as guerras.

terça-feira, 25 de março de 2008

Zau Evua - Angola - Bcac 2877 - O mato




Uma imagem recebida do nosso antigo companheiro Silva.
Com muito gosto, vamos sempre que tal nos é possível, mantendo um contacto via Net .
Aqui fica o seu contributo, com uma bela foto, demonstrativa do esforço que a NT desenvolviam nas acções apeadas nos densos terrenos repletos de altíssimo capim ou dentro das proprias matas
"O último sou eu JSilva.Andem lá companheiros façam um comentário, não custa nada Vejo blogues doutros batalhões toda gente participa, aqui está tudo esquecido um abraço para todos. "

quinta-feira, 20 de março de 2008

Os professores

Aqui fica a opinião de Joao Rego
Meu caro amigo,

Ainda que com algum atraso, gostaria de te mandar esta reacção ao artigo de um companheiro que se dedicou a desancar nos professores e recordou as Escola Regimental.

Abriu a "Caça aos Professores" e com isso muita gente saíu a terreiro para criticar e condenar a maioria dos professores e as suas actuações. Lidos alguns textos e ouvidos alguns comentários chego à conclusão que quem agora usa o direito/dever de intervenção social o faz com acentuada falta de informação, visto que algumas das grandes condenações e críticas se baseiam em factos e situações que já não ocorrem. Destes factos o mais confusamente apontado é a avaliação dos professores. Intencionalmente ou não, acabou por se passar para a opinião pública que os professores não querem ser avaliados. A verdade, porém, é que os professores tem sido sempre avaliados e muito estranho é que poucas pessoas se tenham importado, durante anos, com o sistema de avaliação que ainda vigora e que é, presentemente, objecto de tentativa de alteração por parte da tutela governamental. É por isso que falo em "caça". Bastou que alguém desse início aos "ataques". Muito curioso é que o sistema de avaliação ainda em vigor (ou em fase de alteração) foi utilizado para se criar uma categoria de professores que terão a seu cargo a avaliação da outra categoria de professores.
É uma pena que durante estes muitos anos não tenha havido uma crítica mais constante à organização do sistema educativo e à actuação dos seus agentes. É por isso que, por exemplo, poucos ou nenhuns professores foram alvo de inquérito, de processo, de castigo, pelo facto de terem sobre-avaliado os alunos? Muito poucos foram os que obtiveram uma avaliação não satisfatória pelo simples facto de que muito poucas foram as denúncias. É que somos muito dados a esperar que alguém, acima de nós, tome a atitude "desconfortável" de denunciar. Sempre houve um serviço de inspecção... que só actuou em função de denúncias/queixas.
Qualquer dia abrirá outra "caça" e lá vamos nós dedicar-nos ao exercício da criticar fora de tempo, enquanto grandes questões da nossa vida vão ser deixadas sem nenhuma crítica ligeira ou profunda que tanta falta faria.
E quanto às aulas regimentais... que bom seria que nas escolas de hoje se pudesse instalar um clima de disciplina que só uma organização militar necessariamente tem que manter.



João Rego (Lufico)

sexta-feira, 14 de março de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Maria Turra

MARIA TURRA

Uma referência neste blog que recortámos.

http://www.ccdr.pt/content/view/165/68/

“Como ex-combatente que sou, fiz parte da guarnição das melhores armas de combate, levadas para Angola pelo nosso batalhão BLV 1927. Os famosos e lendários carros de combate de lagartas que andaram na guerra do Hitler, e depois vindos da sucata. Estes, restaurados e reprovados pela minha companhia. Estas foram as primeiras armas deste tipo e as únicas a entrarem nos campos de batalha nas terras de África.Quando pela primeira vez entramos nas picadas a caminho de Numbuangongo, Maria Turra, locutora duma rádio ligada ao inimigo, baptizou estes carros de elefantes dum dum. “
?


?
Hoje como não irei ter tempo para muito mais, aqui fica a interrogação.
Adivinhem porquê ?
Afinal, sempre rebusquei algo sobre a guerra de África.

terça-feira, 11 de março de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971


Esta foto com a viola, é mesmo só para brincar,.
Vou explica, porquê.
A viola é verdadeira, tinha cordas e estava afinada por um lamiré, que ainda hoje existe.
Estava afinada, porque a acompanhar a viola, o "tocador" usava um livro de ensinança do dito instrumento.
Bem a viola ainda hoje faz parte dum espólio que vou guardando religiosamente.
O problema é que o tocador, nunca teve nem tem nenhum jeito para a musica.
Tocar, tocar, só nas campainhas das portas . . .
Aqui fica esta pequena recordação

domingo, 9 de março de 2008

sábado, 8 de março de 2008

Confraternização de 2008 - Maio ( ? )

(Confraternização de 2007)


Aceitamos sugestões para o dia do almoço de confraternização de 2008.


Local: Periferia de Lisboa


Mês: Maio


Sábado: Dia ? - próximo do fim do mês ?

terça-feira, 4 de março de 2008

As aulas regimentais

A grande maioria dos senhores professores que agora passam a vida em manifestações, apenas na defesa dos seus interesses mais imediaotos - manutenção da situação, tal como está, para tudo continuar mais na mesma e tudo continuar assim.
Não se ouve falar nem na escola, nem nos alunos.
Só falam, nas avaliações e no modelo de gestão das escolas.
Claro, seria optimo que tudo ficasse como está.
Assim mesmo, férias pelo Natal, carnaval, Páscoa, bem como todos os feriados nacionais e municipais como todos os vulgares cidaddãos deste país, não é ?
A partir de meados de Junho até meados de Setembro, dificilmente se pode passar perto de uma qualquer escola, pois o odor a suor, sente-se a uma distãncia razoável, mesmo contra o vento. Resultao do diverso trabalho que por lá se vai fazendo.
Seria optimo que tudo ficasse como está, isto é, a gestão da escola estar entregue a uma qualquer comissão, composta por vários professores, que para não fazerem muito. nada fazem e pouco ou nada decidem. Tudo na mesma, será muito melhor.
Avaliar a sua actividade e conhecimentos pedagógicos, etc. Para quê ? Tudo na mesma está bem. Sempre a subir e quanto mais velhos forem nas carreiras, menos aulas semanais tem para dar. A grande maioria dos portugueses desconhece que os hórários semanais vão encurtando com a progressão na carreira e com a antiguidade na função.
E aqueles milhares de "professores", digo, "sindicalistas", que com os seus vencimentos pagos pelo Zé Povinho, nada mais faziam que exercer a suas funções sindicais ? Foram milhares, durante anos. Agora, crei que são centenas.
Nas entrevistas que tem aparecido, por aí ao magotes, quais são os senhores professores que estão preocupados com os alunos ou com as escolas.
Contam-se pelos dedos.
A profissão de professor a seguir ao 25 de Abril e até há bem pouco tempo, era definida assim - tirava-se uma licenciatura qualquer, que podia para não se ter qualquer profissão, mas tinha que dar para professor.
Ainda se lembram da bagunça anual das colocações ? E as maningâncias que os senhores professores faziam, para mudarem de escola ? Todos os anos, até que agora acabou. Vai haver mudanças, mas já não são de ano para ano.
Todos os professores afinal sempre vão dizendo que, estão de cordo, mas..., não podem fazer as mudanças assim, tem que ser de maneira diferente, mais dispersas pelo tempo, mais isto, amis aquilo. Isto é, as alterações podem ser feitas desde que não colidam com os interesses individuais de cada um. Será isto mentira ?
Recordo aqui dois casos passados com professores.
Um antigo, dos meus tempos de estudante, em que um professor de Matemática Pratica, lhe foi posta a alcunha de Shanandoa ( um herói dos anos 60 na TV, que tinha perdido a memória, sofria de amnésia)- esse professor tinha-se esquecido de aprender matemática. Numa frequência com 4 problemas para resolver em 50 minutos, ele levava no minimo 3 aulas para os resolver.
Este outro caso passado na semana passada, com um neto meu. Os alunos do 8 ano disseram à professora que estava a ensinar mal um problema. Não queria acreditar que estava errada. Chamou uma colega para derimir a "contenda" e, passou pela vergonha de dar o braço a torcer.
Destas situações há infelizmente muitas por todas as escolas do país.
Que conclusão tirar ?

Com o devido respeito, por alguns que ainda serão serios e honestos nas sus relações com as escolas e com os alunos, que me perdoem, mas a maioria, se tivesse dado umas aulas regimentais pelos quarteis de África, no tempo da guerra, talvez hoje, fossem um pouco mais conscientes e não olhassem apenas para o seu próprio umbigo.
(É a primeira vez que tomo a liberdade de escrever um tema deste cariz. Que me perdoem os antigos compnheiros, mas, ao lembrar-me dos professores,lembrei-me das aulas regimentais e, a partis daí . . ., foi toda este arrazoado, que não tendo muito a ver com o BCAC2877, tem a ver com alguns dos nossos filhos e netos)

sábado, 1 de março de 2008

Em Angola tambem havia calendários

Para quem está longe dos seus, da sua terra, dos seus usos e costumes, para quem é um "emigrante" forçado, de camuflado e de G3 em punho, a passagem de mais uma folha do calendário, é sempre um bom motivo para sentir alegria e começar a pensar na emoção a sentir quando do regresso.
As folhas viradas dos calendários, assinaladas com uns rabiscos em forma de cruz ou de bola, apareciam em todos os medidores do tempo,colados ou pregados em local bem visivel, para não furtar ao esquecimento que mais um dia, uma semana ou um mês, já tinham entrado na contabilidade da nossa passagem por Angola.
Recordo este tema, pel razão simples de que hoje se iniciou mais um mês.
Recordo que, nos meus tempos de miúdo, porque os meus pais eram agricultores, dizerem que o mês de Março era o mês dos Burros.
Nunca percebi porquê, mas na verdade, mesmo no momento actual, porque o tempo não pára, a passagem de cada dia, vai-nos levando cada vez mais à nossa velhice. Que fazer? Nada. Apenas desejar e contribuir para que estes ultimos tempos da nossa exist~encia terrena seja o mais feliz, descontraída e passada com saúde e alegria de continuar a viver.
Até apetece dizer...té sempre ... pessoal.
Bem, para muitos de nós, até ao próximo almoço de confraternização.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Aos criticos

Esta mensagem não deveria ter título nem conteúdo.
Seria assim como um muro branco, dos das histórias dos malucos. Então cada um através no seu imaginário, seri tentado a descobrir o que poderia encontrar por detrás da sua parede branca.
Não sei se vái ser assim, nõ será certamente, pois até ao fim deste lapso de tempo que por aqui, aproveitando as teclas do computador e a energia fisica que faço transportar às pontas dos dedos, em acomulação com o consumo que causo na massa cinzenta que se encontra bem resguardado na minha caixa craneana, algo há-de surgir.As recordações e as cerejas , são assim como as conversas. Ou será o contrário ? Por agora, pouco importa.
Importa sim aquilo que no dia a dia vou fazendo com o Blog do BCAC 2877 e que é tão simplesmente o seguinte: optar por uma visita, verificar se há comentários e, sempre que possível, arranjar tempo, dedicação e motivo para escrever uma linhas.
Linhas assim, escritas todas de seguida, ao bom estilo do português Nobel Saramago, com a devida vênia, pela grotesca comparação e com as desculpas que naturalmente se aplicam ao caso.
As contas bem feitas, este fraseado todo, não serve, nem para mais, nem para menos de que para dizer, que continuamos por aqui, sempre atentos e "criticos" aos criticos que nos vão visitando mas que pouco ou nada contribuem para manter esta pequenina chama acesa.
Não fico magoado com tal situação.
Seria melhor que fossemos preenchendo o blog com alguns relatos, muitos deles, certamente interesantes, que muito de nós, mas especialmente de vós, nos podessem fazer chegar.

(Hoje não rectifico nada do que escrevi, para que me façam criticas)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Um dia . . .

Um dia...

Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.


Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.


Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
'Quem são aquelas pessoas?'

Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
-'Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!'

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!'


Fernando Pessoa

domingo, 24 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Domingo à tarde

Os cantores, as cantigas românticas acabaram.
Melhor pensando, algumas cantigas estão a voltar com temas que reflectem algum romantismo.
Isto porque, sei que alguns jovens de 13, 14 e 15 anos, já põem nos seus MP3 músicas e canções românticas.
Hoje, domingo à tarde.
Pensei em colocar no Blog do BCAÇ2877, uma cantiga que muitos dos da nossa idade ouviram vezes sem conto.
Acontece, que procurando o CD, um dos mais de seis centenas que tenho vindo a coleccionar com músicas e cantigas “antigas”, não o consegui localizar.
Pouco importa.
Um deste dias, em que o refluxo dos meus sentimentos regurgite a nostalgia das musicas românticas dos anos em que ficámos por essas matas de Angola e que os relatos do futebol de então sempre aos domingos à tarde e a “Maria Turra”, eram ouvidas pelo som que ia saindo dos altifalantes dos “cantantes” de então, lembrar-me-ei e com os pedaços de tempo que disponibilizarei, colocarei através do Blog, no éter do nosso contentamento de antanho a cantiga - Domingo à tarde – cantada por Nelson Ned.
Vamos lá.
Digam que isto não é memória.
Voltarei a este tema, um deste dias.
Muitas cantigas. Muitas mais.
Não quero falar das que o estado novo de então proibido, falarei das que, então, se podiam ouvir.
Hoje, porque é Domingo à tarde, aqui fica uma abraço de recordação para os que, com a solenidade, a expectativa de novidades ou notícias, a ideia ou o pressentimento que algo de novo, para alem dos bens de suprimento para as cantinas e bares, esperavam pelo MVL

sábado, 23 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Colaboração do João Rego - Lufico

TRÊS FURRIÉIS, UM ALFERES E UM CAPITÃO

Os três furriéis eram conhecidos por Pinto, Agripino e Malaquias e comandavam as três secções do pelotão a cargo do alferes Rego. No topo desta hierarquia militar estava o capitão Vaz, homem já com três comissões de serviço naquela guerra colonial, como havia de ficar conhecida.
No Lufico a tropa vivia sem contacto com qualquer população civil, pelo que a deslocação quinzenal a Tomboco para escoltar o MVL representava a única possibilidade de ver outros seres vestidos à civil. O isolamento, todavia, não produziu efeitos muito nefastos no pessoal, à parte uma certa e individualmente variável dose do que se chamava “cacimbo”, provocada sobretudo quando não se recebia aquela carta da família. Para o estado “normal” do moral da tropa muito contribuíu a postura do capitão cuja experiência lhe terá ditado que havia que ser um pouco menos rigoroso do que os cânones militares indicavam. Dentro do mal que era estar em comissão de serviço não voluntária, não se vivia mal, salvo algum drama pessoal que foi sendo habilidosamente contido dentro dos limites do conveniente. Uma que outra situação terá sido vivida com algum mal-estar bem disfarçado, como a que veio a ser conhecida já nos últimos dias da comissão em terras do Lufico.
Nas relações de cadeia de comando, o alferes Rego sempre contactou o pelotão a seu cargo através do furriel Agripino, sem que alguma vez se tivesse verificado o mínimo desentendimento, como, de resto, seria de esperar. Assim, foi com enorme e desagradável surpresa que o alferes foi interpelado pelo furriel Pinto que lhe transmitíu, de modo contundente, porém, respeitoso e manifestamente triste, o seu desagrado pelo facto de nunca ter sido reconhecido como o furriel mais antigo do pelotão e, consequentemente, aquele que devia ter sido sempre o seu elo de ligação.
O alferes, não conseguindo sair da sua estupefacção, nada adiantou e procurava encontrar uma razão pela qual pudesse explicar a sua ignorância sobre o estatuto de antiguidade do seu interlocutor, tendo-se gerado um silêncio desconfortável para os dois. Deu-se a circunstância, providencial para o alferes, que a conversa estava sendo ouvida pelo capitão que se encontrava no seu gabinete a poucos passos do local onde furiel e alferes se encontravam. Saíu prontamente em defesa do alferes confessando que também estava convencido que o sargento mais antigo do pelotão era o Agripino e não o Pinto.
A comissão de serviço chegou ao seu termo e o furriel ofendido terá ficado convencido da não intencionalidade do alferes ao desconsiderá-lo na sua antiguidade durante vinte e cinco meses de convivência militar. Mas não deixa de ser espantoso que uma pessoa, em circunstâncias já de si adversas, tenha conseguido suportar uma situação que lhe causava mágoa e desconforto entre os seus pares.
Tudo isto se passou há mais de trinta e cinco anos e os implicados na situação descrita não terão voltado a estar em condições análogas. Que fique para meditação dos que presentemente ainda mantém relações hierárquicas na sua vida social: a cada posto corresponde uma responsabilidade, em todos os sentidos: para cima e para baixo, e para os lados também.

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Aos criticos

Hoje pela manhã falei com o Ganganeli.
Era o Furriel Enfermeiro da CCS. Quem pintou o quadro de Zau Évua.
De vez em quando falamos pelo telefone. Não pode ser de outra forma, pois ele mora em Vila Nova de Gaia e eu, aqui próximo de Lisboa. Acontece que nestes últimos tempos, não tenho parado no Porto, embora acontecendo que não parando, algumas vezes por lá vou passando.
Toda esta lenga lenga vem a propósito do facto do Ganganeli em tempo ter criticado o nosso Blog por apresentarmos muitas fotos dos almoços de confraternização.
Dizia-me ele, por essa altura que não devíamos alimentar tanto os temas que tem a ver com o corpo e dar mais alguma enfase a temas relacionados com o espírito, ou seja, algo que de tema menos material.
Concordei com a ideia, lançei o repto ao critico, no sentido de ele próprio, nos mandar uns escritos ou até, fazer uns comentários às mensagens que entretanto sempre vamos colocando no Blog.
Pois então, até agora, nada . . . a preguiça do corpo, não deu ainda para arranjar um pouco de tempo para passar à figura de texto, algo que o espírito em dia de reflexão mais profunda, tivesse arrebatado das profundezas das memórias e elevasse ao come da sua montanha espiritual.
Hoje no meio da nossa conversa, avivei-lhe a memória sobre este tema. Vou continuar, esperando. Críticas e mensagem com algo para publicar.
Tal vái acontecendo de vez em quando. Alguns nossos antigos companheiros são leitores, visitantes assiduos do Blog.
Não será só para esses que vamos mantendo esta pequena chama acesa, o Blog é para todos. Mas, se houver mais colaboração, muito melhor.

Amanhjã é Domingo.
Uma vezes havia missa
Havia sempre o MVL

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Quiende - Angola


Aqui fica mais uma pequena recordação, em imagem, dedicada em especial a todos os companheiros que passaram pelo Quiende.
Dizia-se então que era o local onde era mais frequente o paludismo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971

Ao correr da pena . . .

Não porque não tenha nada para escrever. Mas apetecia-me deixar ficar esta mensagem em branco.
Seria assim como um protesto pela falta de participação de alguns dos nossos visitantes. Nem um comentário, nem uma linha escrevem a dizer algo sobre este tema. Em contrapartida, alguns sempre nos vão remetendo, repassando muitos emails, sem qualquer "interesse", isto, no nosso ponto de vista.
para quem nada queria escrever, não está nada mal.
A propósito de escrever, de relembrar os tempos que por lá passámos, quero aqui e agora mesmo, fazer uma pequena confissão. Digo confissão como poderia ter dito ou dizer algo diferente, face à minha religiosidade.
Afinal, aqui sentado no meu pequeno escritório, que tem uma vista, apenas por uma nesga, para o Rio Tejo, ao fim do dia, sempre um tempo de alguma nostalgia, face ao tempo escuro e nublado, recordo os fins do dia em Zau Évua. Aqueles dias escuros, onde as nuvens escuras, não raras vezes eram prenúncio duma forte chuvada e dum violento temporal que se aproximava.
Admito que passe ainda hoje pelas zonas menos populosas de Portugal, ao fim do dia ou de noite, onde não se vislumbre no horizonte uma qualquer luz, se recorde da estadia nas matas de África. Aí, nas noites chuvosas e de céu encoberto, era o conhecimento do terreno, essencialmente pelas "picadas" que se encontrava o caminho, a volta para o quartel.
Hoje é um dia escuro, melhor, um fim de tarde bucólico, sempre vem ao pensamento, não direi com nostalgia ou saudade, m as recordações desses dias, mas, no conforto da não existência da guerra e dos seus perigos, sabe bem pensar que ao fim de tantos anos, esses momentos, ficaram como reserva nos nossos pensamentos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

JOSÉ NIZA - Zau Evua - Angola - Bcac 2877




"Caro amigo Brás.
E porque o Dr José Niza tambem fazia uns "giros" á ccaç 2530 no Quiende,(Maio/69 e Julho/70)e de guitarra em punho, tambem ali ia trauteando poemas de Gedeão "muitos poemas deste poeta foram musicados em Zau-Evua" e para que conste , aí vai uma foto da época.
Um abraço

Fernando Silva "
Digam lá, como se uma nota de música fosse, que não é uma pequena maravilha, receber uma mensagem destas ?

Zau Evua - Angola - Bcac 2877

Construção de parte do aquartelamento

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Testemunhos

Aqui fica uma mensagem remetida por um antigo companheiro de armas que esteve em Bessa Monteiro, e que por acaso, atraves da Internet nos encontrou
"Caro ex-Combatente,
Desde ja o meu muito obrigado pelos e-mail que me enviou.
Confesso que foi com muita alegria e ao mesmo tempo com alguma emoção quando vi as fotografias de Ambrizete e de Bessa Monteiro. Se bem que nem tudo foi facil durante esses 25 meses nessas lindas terras de Angola, mesmo assim, sinto nostalgia. Basta recordar a idade desses tempos...O e-mail alusivo às festas de Fim D'ano bem como este ultimo enviado pelo amigo Bengalense e depois reenviado aos amigos, são lindissimos e neste ultimo relata bem a Beleza de Angola.
Confesso que de imediato mostrei as belas imagens: à minha mulher, filhos, netos e também a muitos amigos.
Ah, parabéns pelo lindo envelope e a beleza dos sêlos daquele época!...
Por hoje não lhe faço perder mais tempo, desjo-lhe muita saude para si e toda familia.Um abraço do ex-Combatente,José Figueira"

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Fotos

Mata em Zau Évua



Vamos deixar passar mais uns dias para que todos os que nos visitam, tenham a oportunidade de apreciar, assim que abrem o Blog, as lindíssimas fotos que colocamos em slides.

Voltamos a deixar o repto a todos os que nos vão visitando, no sentido de nos darem as suas criticas e sugestões.

Que nos manem fotos e algumas linhas escritas.

Serão publicadas, umas e outras.

Vamos ver o que se vai passar.

Entretanto, criámos um outro Blog pararelo, http://bcac2877-fotos.blogspot.com, onde iremos fazer o arquivo de todas as fotos publicadas e a publicar.

Tudo isto irá demorar algum tempo, mas com mais uns dias, ou umas semanas, estamos crentes que o vamos conseguir.
,

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

domingo, 20 de janeiro de 2008

Zau Evua - Angola - Bcac 2877

ZAU EVUA
CAÇ105 em 1973
Brasão do RI 20/CAC105

Zau Evua em 1973




" Aqui vão mais umas quantas para v/enriquecimento.

Trata-se da C.Caç 105/73 Angolana, que esteve em Zau-Evua, depois para Benza c/destacamento em Quinzau, também fizemos o MVL durante trinta dias.

Saudades e muitas, mais que tristezas....

João Lima"

Fotos cedidas pelo nosso companheiro João Lima que pertenceu à CAÇ105/RI20 e que esteve em Zau Évua em 1973.


Quiende - Angola


"Caro amigo Brás Gonçalves

Conforme em tempos prometi,e a partir deste momento vou começar a enviar algumas fotos do Quiende.

Como já sabe, fui o furr. mil. enfermeiro,e o "reinado" da m/ companhia " 2530 " no Quiende, durou desde Maio de 1969 a Julho de 1970,e foi-nos render a ccaç 2543 do Bcaç 2877 sediado em Zau-Evua. ali seguimos para a Canga, a 70 km de S.Salvador,para os lados doM'poso, onde infelizmente tivemos um furr. morto, por picada multipla de insectos.
( Foto parcial do Quiende: Ao fundo lado esq. aquartelamento,lado direito, posto do administrador.)
Sem mais um abraço Fernando Silva ( Águeda )"
Aqui fica uma foto mais do Quiende, graças a amabilidade deste nosso antigo companheiro, querendo agradece-lhe e com muita mágua, recordar o seguinte:
" Vim ao Puto de férias, por duas vezes. Uma delas, encontrei por casualidade em Portimão, no momento em que vinha de regresso a Lisboa, para embarcar nesse ou no outro dia para Luanda, este nosso antigo companheiro que faleceu com as picadas das abelhas. Tive essa notícia passado pouco tempo, quando cheguei a Zau Évua.
Um abraço ao Fernando Silva

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

BCAC 2877 - Confraternização de 2008





Talvez seja já uma boa altura para se começar a pensar no almoço de confraternização de 2008.

A data é sempre alvo de bastantes conversas. É claro que nunca se poderá escolher uma data que seja a contento de todos. Pensamos que um pouco mais para o meio do ano, talvez seja uma melhor opção, pois os dias nessa altura terão mais horas de Sol e assim será possível "aumentar" o tempo "util" do nosso encontro.

Sobre a localização, tambem ficou definido que ano sim, ano não, seria um pouco mais a Sul, para dar hipótese a todos os que vivem mais para aquelas bandas terem mais hipoteses de se juntarem aos mais habituais nestas coisas.

Aguardamos criticas e sugestões

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Angola - BCAC2877

Continuamos na expectativa de alguma colaboração. Escrita ou em forma de fotografia.
Com um novo ano, já por aí a dar os primeiros passos, seria boa altura para recebermos mais notícias, para além das que afortunadamente de vez em quando recebemos. Sinal que somos lidos por esse mundo fora, por antigos companheiros que na boa tradição de português, emigraram.
Uma foto mais, que fomos buscar ao nosso bau das recordações, para relembrar a mata.
Aqui fica.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Angola BCAC 2877 - Zau Évua ao longe

Ao longe estava Zau Évua.
Foto tirada próxima do "aterro sanitário", lixeira.
Recordam-se que foi montada uma armadilha, um buraco para nela cairem os javalis.
Um dia tambem lá caiu uma hiena, feia e mal cheirosa como são todas a hienas.