Visualizações

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Confraternização de 2013

Ninguem saberá o futuro ou o dia de amanhã, mas aqui fica a nossa posição.
Aceitamos passar a "pasta da organização" das confraternizações futuras, para o efeito daremos as bases de dados que temos na nossa posse.

"Já não estamos a pensar, está decidido.
A confraternização anual do BCAC2877 vai passar a ser da seguinte forma: arranja-se local onde se possa comer "À Lista" e onde estarão reservados uns tantos lugares para aqueles que normalmente vão aos almoços. Quem quzer aparece, quem não quizer, paciência!!!
Basta de procurar locais e preços, conferir e rectificar endereços e codigos postais e enviar circulares.
Ainda acreditamos que a maioria dos nossos ex-camaradas sabem que não estamos a meter ao bolso, um cêntimo que seja.
Assim, só vamos ter o trabalho de escolher o restaurante e mandar as cartas, nada mais."


                                                        Foi o que publicamos no Facebook

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cartas devolvidas

Será que alguém nos pode dizer por andam estes ex-camaradas?

  • José Mendes - Cadima
  • Eduardo Barbosa Dionísio - Odivelas
  • José Evangelista Fernandes - Tavira
  • José Carlos Silva morgado - Secarias - Arganil
  • Casimiro Jesus Gonçalves - Oleiros
  • Alexandre Rodrigues Gomes - S João da madeira
  • Jerónimo Armando Dias - Vila Moinhos - Sobral MRT
  • José Martins Fernandes - Lageosa do Dão
  • Manuel Direito - Gouveia
  • Manuel Jesus Taipina - Cantanhede
  • José Carlos Gomes Sousa - Barreiro
  • Martinho Gonçalves - Moreira - Oli Azeméis
  • António Marcelino - Lisboa
  • Gualdino Simões Almeida - Oliveira de Azeméis
  • António Marques Oliveira - Sobreira - Ronfe - Guimarães
  • Agnelo Gomes Melancia - Anadia
  • Hermenezildo Dias Pedrosa - Azere - Tábua
  • Nelson Augusto Pereira - Nogueira - Bragança

sábado, 25 de agosto de 2012

Generais e Almirantes

Que respostas quando há hoje mais oficiais generais que quando da
Guerra de África, mais generais no Exército que Regimentos, mais
Almirantes que vasos de guerra e mais Generais aviadores que aviões de
combate.

"Correio da Manhã - O Governo aprovou o corte de 11 oficiais--generais
no quadro de efectivos das Forças Armadas. A que se deve esta redução?

Loureiro dos Santos - O Governo português, tal como os governos
europeus e até o dos Estados Unidos, estão a tentar tornar mais
rentáveis as Forças Armadas. E isso passa, particularmente, pela
racionalização dos comandos, das direcções e dos estados-maiores das
forças. Neste momento, julgo que é isso que se está a passar, e que se
fizeram estudos nesse sentido por orientação do ministro da Defesa,
sem diminuir o produto operacional. É assim que o interpreto. Porque
nem sequer o número é significativo.

-Portanto, era inevitável.

- Eu não digo que seja uma inevitabilidade. Mas, como disse, perante a
situação generalizada no Ocidente, tem havido essa preocupação. Foi
onde os chefes militares, se calhar, concluíram que era possível
manter o nível de eficiência das estruturas.

- A Inspecção-Geral das Finanças concluiu que havia excesso de generais em 2011.

- A meu ver, não tem competências para fazer essa avaliação. Essa
avaliação foi feita no âmbito do Ministério da Defesa e teve, com
certeza, a participação dos vários ramos."

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Forças Armadas - só agora começa a limpesa?

Todos os que passaram pela Guerra de África sabem que em Angola não
havia 11 Oficiais Generais em tempo de guerra. Como podem haver
tantos generais e almirantes nos dias de hoje nas forças armadas.
Isto é uma afronta a todos os que ficaram sem subsidios de férias e de
Natal. Só vão sair 11 generais do Exército? E dos outros ramos das
Forças Armadas?

Há mais oficiais generais na Força Aerea e na Marinha que aviões e
navios operacionais?

Uma vergonha

"O diploma aprovado revoga o decreto-lei de 2009, que fixava em 18 538
os efectivos das Forças Armadas a partir de Janeiro de 2013, e estende
o prazo até ao final desse ano, mas apontando para um quadro de 18 308
militares nos três ramos (Exército, Marinha e Força Aérea).

O posto de oficial-general é o que sofre o maior corte, de cerca de 14
por cento, passando de 78 generais nos três ramos para 67.

São eliminados ainda 83 lugares nos postos de oficiais superiores e
sub-alternos, que de 5146 passam a 5063, e também 118 lugares no posto
de sargento, que de 9296 passam a 9178.

Na Marinha são cortados 94 efectivos, de 8114 para 8020, e o número de
generais baixa de 23 para 20.

Já os 1423 oficiais superiores e sub-alternos passam a 1387, os 2650
sargentos diminuem para 2613 e os 4018 praças passam a 4000.

Na Força Aérea desaparecem 71 lugares no total, de 4024 para 3953
efetivos, e também são eliminados três lugares no posto de general (de
22 para 19), para além dos 1369 oficiais que passam a 1346 e dos
sargentos, que descem de 2633 para 2588.

Ao Exército cabe um corte de 65 efectivos (de 6400 para a 6335),
dividido entre cinco generais, de 33 para 28, 24 oficiais, de 2354
passam a 2330, e de 36 sargentos, que passam de 4013 para 3977.

" (CM)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Confraternização de 2012 - 15 de Setembro- local



Noticias de última hora

Pedimos sugestões e indicação de contacto para um local e um restaurante entre Caldas da Rainha e Coimbra

Os preços são elevados e procuramos melhores preços até ao máximo de 25 €

Dentro das hipóteses de local para a nossa confraternização deste ano, recebemos boas referencias deste local.
Boas referências em relação ao preço, as comodidades e ao serviço prestado.
Assim deixamos à vossa consideração e na esperança de recebermos as vossa opiniões sobre este local que podem, entre outros sítios, consultar aqui - Pateira de Fermentelos.
Aguardamos os vossos contactos com opiniões, criticas e sugestões.
A  data do convívio será a 15 de Setembro, mês habitual em todos os anos.
Está nos nossos projectos, o aluguer de um autocarro que sairia de Lisboa até ao local e volta, claro. Tudo irá depender do numero de interessados, primeiro para se saber da lotação do mesmo.
Estamos a trabalhar no tema.
A vossa ajuda e opinião será bem vinda.

Um abraço a todos

domingo, 22 de julho de 2012

Porto Brandão- quartel já não existe

Procuramos fazer uma visita ao Porto Brandão, pois desde há muitos anos que por lá não passávamos. Porto Brandão, é um beco sem saída, que vai de autocarro ou em viatura própria, tem que voltar para trás.
Quem vai de barco, pode voltar pelo caminho de retorno,  através da Transtejo Lda, que é o Rio Tejo até Belém, ali mesmo junto ao Museu da Electricidade, ou então tomar autocarro até Cacilhas e regressar a Lisboa igualmente de cacilheiro.
Chegamos ao Porto Brandão e quando nos dirigíamos para o local onde se encontrava o antigo quartel de artilharia anti-aérea, deparamos com um enorme portão de aço a travar a passagem.
Em conversa com uns pescadores que ali  procuravam passar um pouco do seu tempo, ficámos a saber que do quartel pouco o nada deveria existir.  Foram construidos uns tanques de combustível para abastecimento de navios, razão porque o aceso está interdito.
Através do Google já tínhamos a ideia de que tudo estava diferente de quando por lá se aquartelou parte do BCAC2877. O quartel já não aparecia no fotografia aérea.
Por aqui ficou a nossa intenção.
Com algum desgosto.

sábado, 21 de julho de 2012

História da Unidade - chegada a Luanda

Uma outra curiosidade: a Historia da Unidade do BCAC2877 não faz qualquer menção à nossa chegada a Luanda.  Tambem nada reporta sobre a viajem no Vera Cruz.
Reporta toda a legislação abrigo da qual nós fomos convocados para a prática da guerra em África, no seu inicio, mas sobre os nossos primeiros momentos em Luanda nada refere.
Na verdade, a história do BCAC2877 começou a fazer quando da nossa mobilização e essa está transcrita.
Após o interregno entre o embarque em Lisboa, no cais de Alcantara, recomeça em Zau Évua com os primeiros contactos com as saídas para o mato.




21 Julho de 1969


LUANDA
Baia de Luanda em Agosto de 1971
Todos os que por aqui passarem, neste ou em outro dia, vão recordar ou ficar a saber que um barco, com lotação no limite, chegou a Luanda a 21 de Julho de 1969. Tinha a particularidade de transportar como "carga", jovens na sua maioria. Jovens obrigados a ir para uma guerra que pouco ou mesmo nada lhe diziam.  Guerra que passados poucos anos se ficou então a saber que foi uma guerra inútil. Do local para onde iam, também a sua grande maioria, pouco ou nada sabiam. Da guerra sabiam apenas uma parte  do que o então governo queria que se soubesse e nada mais.  De Angola, para alem do que se sabia por familiares ou amigos e do que nas escolas se estudava, ficava-se com uma ideia muito superficial e pouco claro de que terra era aquela que tinha uma área 14 vezes maior de Portugal e que há uns anos atrás, mercê dum "lunático" esclarecido quase que chegou a ser a capital do império colonial português.  Já naquela altura, não era mais duma enorme extensão de terras onde duma maneira geral, brancos e negros não se davam mal.  Mas, os ventos da história não tinham ainda chegado a Lisboa e o velho "botas" pouco conhecedor da evolução que já tinha começado há muitos anos em África e que tinha dado a indepêndencia às colónias em mão das potências europeias.  Nem Marcelo conseguiu aliviar a pressão internacional que nos fóruns internacionais sofria Portugal e que obrigava a comprar muito do material de guerra como se fosse para ser utilizado em outras actividades.
A guerra foi inútil para Portugal e para todos os que por lá combaterem, para os que lá morreram ou regressaram desfigurados, incapazes ou transtornados.

Em comboio de mercadorias foi feito o nosso transporte
Entrada do Campo

A vista de Luanda ao alvor deste longínquo dia de Julho, passados uns tantos dias de viagem, sempre em mente com a incerteza do lugar para onde seriamos encaminhados.

O percurso feito nos primeiros momentos em Angola,  para um enorme campo de "concentração"  de tropas a que chamavam Grafanil, deixava antever a grandiosidade da cidade de Luanda.

Pela sua dimensão o Grafanil podia saber-se
do numero de militares que ali
estacionavam e passavam

A partir do Grafanil, com os preparativos para a ida para o mato, começou a  deixar o rasto das dificuldades, do medo e das angústias que todos iríamos sentir nos próximos dois anos.
   

Debaixo de um destes embondeiros
 foram-nos dadas as vacinas
Por fim, recordar o primeiro homem que pos o pé na Lua, quando nós colocávamos o nosso em ANGOLA

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Viagem Lisboa-Luanda

Vamos fazer aqui uma sumula da viagem

Historia da Unidade- (1) - Mobilização e deslocação para Angola

Esta é a capa da História da Unidade

(Toda esta documentação foi executada à mão ou dactilografada em stencil.  Para quem nunca trabalhou ou tem conhecimento do que seja, informamos que eram umas folhas compostas por uma camada de cera especial que ao ser dactilografada ou escrita com um estilete próprio, ficava perfurada e quando colocada num tambor rotativo impreganado com uma tinta especial deixava passar os elementos escritos à mão, desenhados ou dactilografados para as folhas de papel)

A sua antiguidade deixa ficar algumas marcas amareladas e em muitos locais, onde a tinta não teve quantidade suficente, a sua leitura torna-se dificil


Ampliando a imagem consegue-se ler grande parte do texto

A maioria dos camaradas não esteve presente na cerimónia de entrega do guião do Batalhão, como podem verificar pela parte final do texto

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vera Cruz - viagem de ida



Foi neste "paquete" comercial que  fizemos a viagem para Angola.

Recordo apenas por curiosidade o seguinte:
O paquete "Príncipe Perfeito" era um navio gémeo do Vera Cruz, com uma particularidade que os diferenciava.  O Vera Cruz tinha quatro janelas grandes por debaixo do castelo da proa, enquanto o Príncipe Perfeito apenas tinha três.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Retalhos

Ainda em tempos do IAO nas matas do Pinhal do Rei, Fonte da Telha, recordar mais uma pequena situação que ocorreu.
Nada de especial mas tem a ver com as vacinas que todos nós éramos obrigar a carregar dentro no nosso "esqueleto" antes de tomar a passagem no meio de transporte que nos iria levar às portas da guerra - o Campo Militar do Grafanil em Luanda.
E assim foi, num corropio todos fomos injectados com as ditas, ali mesmo naquela varanda sobranceira das arribas da Fonte da Telha, com uma linda vista para as praias que desde a Cova do Vapor pinta de areia branca a orla marítima até ao Cabo Espichel, passando pela abertura ao Atlântico da Lagoa de Albufeira.
Aí foi, no Posto de Vigia da antiga Guarda Fiscal, que ainda hoje lá existe, que nos furaram a pela e a carne introduzindo no organismo algo que nos poderia proteger de algumas doenças que pelas paragens de Angola nos podiam atacar como se nossos inimigos fossem.
Da mesma forma, a belíssima e saborosa alimentação era fornecida por uma empresa de "catering" pertença do Ministério do Exército que assentou arraiais num "palacete", também ele sobre as arribas e com uma natural vista para o Atlântico, onde estava instalada uma bateria de Artilharia de Costa.
Era assim que nos preparavam para aquela que seria uma viagem de "férias" de dois anos, com certeza de ida e na incerteza do regresso

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Fonte da Telha - IAO -Retalhos

Passada  a noite de S João a caminho da mata dos Medos  que fica sobranceira e  sobre as arribas da Praia da Fonte da Telha, local que me era familiar, pois em tempos de menino e moço, por várias vezes por ali passava a caminho da Lagoa de Albufeira, então propriedade privada.
As idas para aquela zona davam-se igualmente,  no tempo da caça fazendo companhia a meu pai, na caça às galinholas, ave de arribação, hoje quase desaparecida.
Para a Fonte da Telha, acompanhei muitas vezes o Luis Laraia, peixeiro de burro e canastros, naquele tempo.
Ia comprar o peixe directamente aos pescadores quando regressavam da faina por volta da meia noite, uma, duas da manhã. Carapau, sardinha, massacote, cavala e  cação.
O regresso, como a ida era feito a pé, pois o burro, estava carregado e  o regresso era longo. Não me recordo do nome do burrico, mas este  sabia bem o caminho de casa, quando a venda do peixe acabava e o Luis Laraia ficava nesta ou naquela tasca a apanhar a sua valente bebedeira.  Soltava-se da arreata e lá ia sozinho para casa à espera de algo para lhe alimentar o corpo.
Aquela mata dos Medos, era minha conhecida, desde há muito, pois foram inúmeras vezes que a caminho da Lagoa de Albufeira, por lá passei, tendo como transporte uma camioneta de carga, adaptada a transporte colectivo de passageiros com uns bancos de madeira. Fazia parte da logística do camião, umas enormes varas de eucalipto que se colocavam debaixo das rodas traseiras, quando esta se atascava no imenso areal que era a "picada" que servia de caminho.  Naquela tempo, por ali apenas passavam os camiões que traziam feixes de lenha de pinheiro que era vendida para os fornos a lenha de cozer o pão. Assim era.
Isto serviu apenas para comentar uma recordação que hoje avivou a minha memória, quando numa peixaria me lembrei de comprar uns carapaus pequenos, brancos, frescos e acabados de pescar naquela noite. Vinham ainda acompanhados de algas e de pilado.  Teriam sido pescados aqui bem perto da capital, talvez até na Fonte da Telha, pois por lá, ainda hoje se pesca.
Pois esses carapaus, vieram trazer a recordação de uma das noites quentes  que passamos no IAO, descendo as arribas, fomos, meia dúzia,  à Fonte da Telha à procura de algo para comer e beber.
Numa das tascas de então, com um pequeno fogareiro, fomos comendo uns carapaus assados no momento, regados com vinho ou cerveja.
Foi essa recordação que também avivou a memória desse momento. Os carapaus, grelhados, foram comidos ao jantar.
Da Fonte da Telha e daquela noite, fica a recordação do regresso ao acampamento, pela borda de água em amena cavaqueira e boa disposição.
Naquela noite o fantasma da ida para a Guerra teria ficado esquecido.

domingo, 24 de junho de 2012

A Guerra tambem era assim

 

Este, ficou logo à saída do Porto Brandão assim que começou a marcha a caminho da Fonte da Telha para os celebres dias de IAO


O Diogo foi quem nos contou a historia

Retalhos

Não foram muitas, mas já temos algumas reacções à nossa ideia de publicar a historia do BCAC2877.
Pelo meio, certamente que iremos receber alguns comentários, sendo também nossa intenção fazer a sua publicação.
Já o fizemos por diversas vezes, o pedido de nos remeterem os escritos com algumas recordações da nossa passagem por Angola.  Voltamos a fazer agora o mesmo pedido - mandem-nos o que quiserem, estaremos aqui para as publicar.

sábado, 23 de junho de 2012

S. João - retalhos

Era véspera de S. João.
Então, ainda mandava a tradição que se juntassem os mais jovens pelas aldeias e lugares deste país e se juntasse lenha para queimar nessa noite. Magotes de raparigas e rapazes juntavam-se para convencionarem com papel colorido, cola e cordel, os enfeites para adornar os locais onde se comemoravam os Santos Populares.  As fogueiras nas ruas eram então obrigatórias e a tradição de saltar sobre as enormes chamas para, bem na tradição pagã de afastar os maus espíritos, não faltavam.
Era véspera de S. João. No Porto Brandão e em Setúbal, a tropa ali aquartelada, já com o destino marcado com a sua viagem de ida marcada para a Região Militar de Angola, preparava-se para o seu primeiro contacto com a “mata”, desta vez, por enquanto, ainda na Metrópole.
Ao começo da noite, tropa em marcha. Em passo cadenciado, como convém, o Comando do Batalhão, a CCS e as Companhias CCAC2541 e CCAC 2543 iniciaram o seu caminho para “guerra”.
 Esta guerra desenrola-se no Pinhal do Medos, no Pinhal do Rei, ali por cima da então e actual Praia da Fonte da Telha.  Foi dada a esta preparação para a guerra o pomposo nome de “Instrução de Adaptação Operacional”, um pomposo nome que se ficava, na sua simplicidade pela sigla - IAO. A
partir de então iriamos verificar que a tropa gostava de simplificar muitos nomes e conceitos, transformando-os em siglas.
Para véspera de S. João e naquele tempo a tradição mantinha-se e pelos diversos lugares por onde fomos passando as fogueiras estavam acesas e a tradição cumpria-se com música e o arraial.
O percurso entre o Porto Brandão e a Mata do Pinhal do Rei ainda é longo e o pessoal sentiu o peso da farda e do equipamento, sentiu ainda mais o enorme peso da agonia, do medo, da incerteza no futuro, da falta de conhecimento da “guerra” e das suas consequências. Esses sabores amargos passaram todos e por todos os que fizerem essa primeira caminhada ao encontro da guerra.  Esta porém, ainda era a brincar.
Com a CCAC2542 que se encontrava em Setúbal terá acontecido o mesmo.
Já era dia de S. João quando chegámos pela primeira vez e á primeira guerra.
Estávamos em 1969.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Historia da Unidade - I

                                                  INTRODUÇÂO

Para além do gozo do entretenimento que dá a feitura do blog, temos no fundo dos nossos pensamentos a transmissão de valores e sentimentos que nos ficaram como recordação da Guerra de África.    Ainda era mos muito jovens quando da invasão do Estado da Índia pelas tropas da União Indiana e a entrega daqueles territórios aquele país, sem condições.
     A humilhação que os militares portugueses sofreram fruto da política colonial Portuguesa de então e que se manteve ate ao 25 de Abril de 1974.
    Não faltou muito tempo para que os acontecimentos ocorridos em Luanda, nos viessem a chamar a atenção para o que o futuro poderia reservar a Portugal face à sua política ultramarina preconizada e mantida em África ao contrário do que já vinha acontecendo com todas as outras potências europeias colonizadoras.
    As mentes duras deste país não quiseram acreditar que os ventos da história estavam a mudar e que, como sempre acontece aos "impérios", este tem sempre o seu fim.
    Passava um Carnaval no lugar onde nasci, quando uma patrulha da GNR veio "arregimentar" um amigo meu, bem mais velho, que embora estando a cumprir serviço militar, estava de licença. Não teve mais tempo que voltar a casa e pegar nos seus pertences militares e rumar a um aeroporto que desconheço qual e embarcar para Angola. Foi um dos primeiros amigos que passaram pela Guerra de África. Regressou, felizmente, são e salvo e sem mazelas físicas passados tempos.
    Aí, embora ainda não pensando o que me poderia acontecer, ficou gravado no meu intimo, o que algum tempo mais tarde me poderia acontecer.
    Pela minha família, entretanto já tinha passado a hipótese de um irmão mais velho, oito anos, ter rumado à Índia.
    Tal não aconteceu, mas por pouco.
    O local onde vivia era propício a manifestações operárias e políticas. Na própria escola que frequentava, já se indiciavam movimentos estudantis contra o Ministério da Educação. A politização dos alunos, era apesar de tudo muito pouca. Notava-se apenas que a grande maioria era contra, acima de tudo contra a MP, a Mocidade Portuguesa, a "bufaria" como então lhe chamávamos.
    Na verdade, a Guerra de África, lá continuou e no pensamento de quem tinha ainda alguns anos para ser incorporado nas forças armadas, sedimentava-se a hipótese de fugir à Guerra.
    Uns emigravam. Por essa altura o fluxo das idas para França e Alemanha era enorme – era o "bidonville" em França. Muitos o fizeram, mas a grande maioria por cá ficou e a ida para África foi o seu destino na flor da vida, o "futuro".
    Nós já tínhamos o conhecimento do que se tinha passado no Congo Belga e o regresso de alguns amigos da nossa família que para lá tinham emigrado, ainda nos despertaram mais a atenção dos perigos que em todos os territórios de África estava a acontecer, em especial a luta que os africanos estavam a travar com os europeus.
    Outros ficavam na esperança de ficarem livres, inventando todas as possíveis artimanhas e cunhas para se safarem.
    Na maioria dos casos, após a inspecção militar que se dava aos 20 anos, trazia-se na papeleta a indicação – aprovado para todo o serviço militar. A sorte estava lançada.
    O futuro era na grande maioria dos casos, o alistamento no Exército.
    

Historia da Unidade

Vamos tentar compilar os elementos que temos disponíveis para dar  " à estampa" a história do BCAC2877 desde a sua formação até à sua chegada a Lisboa.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Festas da Senhora da Hora - Fontes das Sete Bicas


Deixamos aqui ficar uma breve resenha das Festas em complemento da nossa anterior mensagem, pois quando a escrevemos ficamos com a dúvida sobre a data habitual da sua realização. Ficou agora esclarecida a data, pois sempre tivemos a certeza de que não seroa tão próxima dos santos populares - nessa data já tinhamos "ancorado" no Porto Brandão.
Recordamos uma cantiga muito antiga que diz algo parecido com isto:

"Se queres casar
Anda meu amor
à fonte comigo...


 Aqui se menciona a tradição dos milagres da Fonte das Sete Bicas
"A Festa da Senhora da Hora celebra a Ascensão de Nossa Senhora numa 5ª feira, quarenta dias após a Páscoa. No domingo anterior há a Comunhão Solene e, no seguinte, uma procissão de velas. Na 5ª feira, dia maior, há missas na Igreja Nova e na Capela da Senhora da Hora, autêntica relíquia patrimonial sediada no simbólico Parque das Sete Bicas e palco das cerimónias de maior solenidade e fé. Diante da imagem da Santa milhares de pessoas assistem fervorosamente à missa e pagam as suas promessas. Contudo, a festa prossegue. Entre barracas de louça e de farturas, carrosséis e pistas de automóveis, exposições, ranchos folclóricos e tunas vive-se a alegria da festa. Mas, ninguém resiste à tentação de formular um desejo e beber água da Fonte das Sete Bicas."

Senhora da Hora

Em baixo, foto da porta de armas do antigo Regimento de Infantaria 6 - no Porto na Estrada da Circunvalação, próximo da Senhora da Hora, hoje Regimento de Transmissões.
Está a fazer anos que recebi a habitual guia de marcha para a entrega na CP para o bilhete de comboio que me haveria de trazer até ao Porto Brandão.
Sobre a nossa passagem no Porto Brandão, vou ter oportunidade de voltar a falar oportunamente.
Agora quero apenas lembrar o que se passava mais ou menos por esta data dos Santos Populares por aquelas bandas da Senhora da Hora.
Por lá haveria e talvez continue a haver umas festas anuais, muito populares e que levavam aquelas paragens muita gente.  Muito militares, não só do RI 6 mas de outras unidades militares do Porto.
Por aqueles tempos terá havido algum receio de haver confusão e balbúrdia onde os militares pudessem dar a sua contribuição.
Assim, o RI6 mandava para a festa uma patrulha de polícia com um Cabo Miliciano e 2 praças para em caso de necessidade, manter a ordem público dos militares.
E assim era.
Todos os dias durante as festas, a seguir a um lauto jantar, lá iam os 3 militares, feitos polícias para a festa.
Apresentavam-se ao Oficial de Dia e recebiam as instruções da praxe.
Recordo que por uma ou duas vezes me calhou em rifa fazer tal serviço.
Antes da ida ao Oficial de Dia, recebiam-se as instruções do Cabo Miliciano que por tinha andado antes de nós e assim se procedia.
Lá saiam os três militares pela porta da traseira do quartel que ficava relativamente perto do local onde  o arraial estava montado Era por essa mesma porta que se voltava a entrar quando acabava a ronda, por volta da meia noite ou uma da madrugada.
o Oficial de Dia que me calhou foi bem explicito - confusões nenhumas, calma e descontracção.
Outra coisa ou pouco se podia fazer, pois todos levávamos apenas pistola e sem munições. Apenas servia de ornamento e não se justificava que assim não fosse
E assim fiz.
Com as instruções dos anteriores camaradas, fiquei a saber onde se encontrava a barraca de feira que servia a preço especial umas  boas iguarias, regadas com cerveja ou vinho verde tinto que eu ainda hoje aprecio.
Uma volta pela feira para ver o ambiente e apreciar as garotas e lá apancávamos os três "polícias militares" na barraca de comes e bebes e por aí ficávamos até à hora do regresso ao quartel.  As instruções eram de que se nada houvesse a registar, não acordarmos o Oficial de Dia.  Assim sempre se procedeu.  Não me recordo de alguma vez ter havido qualquer problema com os militares.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Na Guerra tambem há disto

As histórias passadas na Guerra, são sempre muitas.  Umas de rir, outras de chorar.
A sorte acompanhou o BCAC2877 durante o tempo que por lá andou a pisar as picadas e a desbravar aquele imenso mar de capim que nascia a olhos vistos.
Esta que agora vou tentar passar a escrito tem a ver com praticamente a data da nossa chegada a esse imenso deserto de humanidade a    que se chamou Zau Évua e que penso que só foi criado para colocar num "Tarrafal Angolano" todos os que lá foram parar.
Não tinham passado muitos dias da nossa chegada à capital do BCAC2877 quando eis que, isto era no princio da noite, ainda aquele lusco fusco não deixava que o breu das noites africanas ocultassem a claridade e a imensa estepe que circundava o aquartelamento se transformasse numa imensa escuridão. se ouvem umas rajadas de G3.
Gerou-se o alvoroço natural de quem chega à "guerra" e se depara com um presumível ataque dos "turras". Reboliço, movimento de pessoal dentro do arame farpado e de vez em quando lá se ouvia mais uns tiros.
A minha primeira preocupação foi procurar o meu "chefe" que era na altura o Ten Cor Matias, talvez ainda Major na altura.
Eis que o encontro na messe de oficiais, com a sua habitual calma, a que eu próprio me fui habituando, jogando sozinho um qualquer jogo de cartas.  Fez-me sinal, para esperar, para ter calma.  Assim fiz.
O tiroteio passou, tudo voltou à normalidade, segui-se o jantar e a vida continuou.
Os comentários surgiram sobre o que teria acontecido - nada mais nada menos que umas pacaças ou burros do matos que foram pastar para a pista de aterragem e terão sido os reflexos dos seus olhos que chamaram a atenção do sentinela que estava de vigia na torre da porta de armas, brilhando ao longe.
Tudo teria acabado senão tivesse acontecido um daqueles episódios caricatos, próprios destas ocasiões.
Então o que foi?
O Silva, furriel Cripto, pegou na espingarda, nas cartucheiras e capacete ( o nosso conhecido penico) e lá  foi à procura de que precisasse de ajuda para a defesa do quartel.
Até aí tudo bem.
Só que se esqueceu de calçar a botas e lá continuou de sandálias de enfiar no dedo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Regimento de Infantaria 6 - Porto

Para alem de outras lembranças trazidas à memória pelo dia de Santo António que hoje se comemora, recordamos aqui a nossa passagem pelo RI 6 - Porto.
O exercito sempre teve a faculdade de nos começar a mentalizar para a ida à guerra, mesmo muito antes do nosso ingresso nos serviço militar.  Depois da inspecção, sempre se ficava uns tempos à espera da incorporação. Depois finalmente tal acontecia.
Para que vivia na periferia de Lisboa, foi normal ter sido colocado em Tavira a  trezentos e tantos quilómetros de casa. Por seis meses, pois foi a recruta e a especialidade.
Nada melhor que continuar nas Caldas da Rainha, mais cento e tantos quilómetros de distância.
Como se isso não bastasse, em Março de 1969 passamos a fazer parte da equipa do RI 6 que preparava mais uma fornada de militares para a Guerra de África, por aí ficamos até ao inicio de Junho, onde finalmente chegamos ao Porto Brandão, ali na margem sul do Tejo, num antigo quartel que serviu de poiso a uma bateria de artilharia anti-aérea que servia de protecção a Lisboa.
Voltando ao RI 6, que tem como base esta nossa mensagem, pois foi aí que tivemos contacto com muitos dos companheiros   com quem fizemos a viagem para África.
No RI 6 era dada a instrução aos soldados, muitos deles que chegaram a pertencer ao PELREC, alguns cabos milicianos que seguiram connosco no BCAC2877 e até um aspirante miliciano sapador que desertou antes do embarque.
Foi um companheiro que perdemos a partir dai o seu rasto.
Numa noitada pelas ruas do Porto em que ele nos acompanhou, todos bebidos de alguma forma, algures num jardim do Porto, a caminho do quartel e em horas tardias, sacou dum pedaço de papel que tinha sido uma das toalhas que cobriram uma das mesas duma tasca por onde passámos, e sentado sobre o encosto dum banco de jardim recitou um enorme e bem urdido poema.
Foi o último contacto com aquele camarada.
Foi chamado para Lamego, como era hábito na altura, para uma especialização em minas e armadilhas e de lá não voltou mais à tropa. Desertou

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Passos Coelho esqueceu-se dos antigos combatentes

Os combatentes, enquanto tal, vivos ou mortos, tem que merecer o respeito e a consideração do Estado ou da Nação que honraram  com o seu labor, com as cores do seu uniforme e com a força da sua arma.  Vencidos ou derrotados, merecem o mesmo respeito. Aliados ou inimigos igualmente tem que merecer o respeito de cada uma das partes que se defrontaram.  Mesmo no terreno do inimigo e passados tantos anos depois da guerra ter acabado, uns e outros merecem igual consideração. Não se percebe o esquecimento de Passos Coelho e de Paulo Portas que  sendo muito mais "nacionalista" que o Primeiro Ministro, nem sequer se manifestou em actos e muito menos em palavras.  https://www.facebook.com/zauevua.angola

Passos Coelho em Moçambique

Esqueceu-se dos combatentes  portugueses que morreram e estão sepultados em Moçambique
Email recebido e que a ser verdade, este menino não mereceu outra coisa que ser denunciado pela actitude.
"
Passos Coelho em Moçambique
UMA VERGONHA…
Vejam a carta (e-mail) de Luís Bento, ex-combatente, depois da foto.
Uma vergonha o que estes fulanos do Governo fizeram e fazem...
Mais uma vez os nossos ex-combatentes foram humilhados e IGNORADOS !!!
Recado para o Sr. Coelho de Massamá e restante séquito governamental.
Fui um dos Portugueses que votou em si para Primeiro-Ministro de Portugal.
Estou desiludido com V.Exa.
Não se pense porque me tirou na reforma ou porque está dificultando brutalmente a vida dos Portugueses.
Nada disso!
Isso são "situações" que terá de resolver, para tanto candidatou-se, voluntariamente, a essa tarefa.
Sabia para o que ia!
Cumpra!
Acabo de ler algures que V.Exa. depositou, em Maputo, um ramo (coroa) de flores em homenagem aos guerrilheiros da independência de Moçambique, especialmente a Josina Machel.
É verdade?
Muito bem!!
Como sabe em Maputo há dois cemitérios com militares Portugueses mortos em combate, que dignificaram as suas vidas morrendo em defesa da Pátria Portuguesa.
Pensou, durante um brevíssimo segundo, neles?
Referiu essa efeméride?
Esqueceu-se?
Ou teve respeitos humanos?
Colocou uma simbólica rosa em memória desses seus compatriotas?
Preocupou-se em saber a indignidade que revelam as suas campas? (CEMITÉRIO COMPLETAMENTE ABANDONADO)
Claro, que não!
Estou envergonhado perante a memória desses meus ex-camaradas militares, com a sua atitude (ou falta dela), Senhor Primeiro-Ministro!
Estou certo que Portugal lamenta !
Não esqueceremos V.Exa(?) na hora da próxima votação.
Luís Bento
ESTES MENINOS QUE NEM À TROPA FORAM NÃO SABEM O QUE SIGNIFICA A PALAVRA PATRIOTISMO."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Natal e Páscoa na Guerra

Para quem não tinha fonte de inspiração filosófica uma qualquer religião, mesmo longe dos seus entes mais queridos e  da sua santa terrinha como se costuma dizer, a passagem pela guerra e por África, nada acrescentou ou diminuiu aos seus sentimentos.
Nos últimos dias tenho voltado a ler algumas passagens do livro "Zau Évua terra de ninguém sitio de vivências" escrito pelo nosso antigo companheiro da CCAC105  que esteve em Zau Évua um ano depois da nossa saída onde relata a passagem destas datas, adornadas com os conhecimentos da matéria e muito bem bem explicadas
Aí em diversas passagens daquele livro faz referências às datas festivas - Natal e Páscoa.
Recordo que por essas festas, quando o capelão se encontrava em Zau Évua certamente que os ofícios religiosos que a cada uma daquelas datas correspondia, eram oficiados.
Lembro bem as ceias de Natal onde se juntava toda a tropa e o manjar era o nosso conhecido  bacalhau cozido, que vinha da Metrópole em embalagens de zinco envolvidas em caixotes de madeira, condimentado com cal para não se estragar.
Pela Páscoa, não tenho memória, talvez porque já passaram tantos anos e a memória já começa a esgotar-se, que tenha havido alguma comemoração especial, para além da missa.
Talvez um rancho um pouco melhorado no Domingo, com carne de burro do mato ou pacaça.  Mas, nada disso era novidade, porque essa ementa à base da carne de caça era afinal a do nosso dia a dia.
A Guerra também embrutece a alma e o alimento do espírito, nessas datas e nesse tempo, ficaram muito para trás.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

segunda-feira, 28 de maio de 2012

RETALHOS da nossa vida em Zau Évua

Com as novas tecnologias que introduziram na maquinaria um sem número de novas funções, quase que hoje não se é obrigado a carregar no botão para colocar um engenho doméstico em funcionamento.
Isto a propósito das máquinas de lavar roupa - cada vez mais modernas e sofisticadas.
Mas que tem a ver esta conversa com Zau Évua ou com o Bcac2877?
Tem a ver e muito.
Então passemos a contar o que se passava com a lavagem da minha roupa durante os dois anos de campanha.
Fui sempre eu que tratei da minha roupa meu companheiro de quarto, o Adelino,  rádio montador de profissão na Guerra, arranjámos uma máquina de lavar que  era composta pelos seguintes elementos: uma celha de madeira, feita dum antigo barril de vinho cortado a mais ou menos 3/4, um sistema de colocação de detergente manual ( colocava-se o detergente à mão dentro da celha e mexia-se durante algum tempo para dissolver o detergente),  a roupa metida de seguida na celha e mexia-se bem com um centrifugador composto pelas nossas mãos e deixa-se em repouso  até ao dia seguinte, normalmente pela hora do almoço.
Nessa altura, colocava-se a celha no centrifugador,  debaixo do chuveiro, passava-se a roupa por água limpa  e punha-se a secar, junto ao arame farpado.
Havia dias em que o calor era tanto que ao fim da segunda ou terceira ida ao arame farpado, já trazíamos a primeira peça de roupa por se encontrar seca.
E assim era  a nossa máquina de lavar roupa no Zau Évua

terça-feira, 22 de maio de 2012

Caixa de música

Naquele tempo já havia a loja do chinês em Luanda e era aí que se
compravam algumas "prendas" quando do regresso ao "puto". Aqui lhes
deixamos foto de um exemplar de "caixa de música" que se usava na
altura para a guarda de jóis e outros pequenos utensílios

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Hospital Militar

Acabaram os diversos Hospitais Militares, pois já não era sem tempo.
Os milhões de Euros que se foram por ali gastando em tempos de paz.

para quem passou pela Guerra de África, como ex-combatente e com maselas fisicas ou psicológicas será que a partir de agora pode ser consultado num dos 2 hospitais?
Leia mais aqui

Ilha do Mussulo - Artesanato

Peça de artesanato adquirida em Julho de 1971 na Ilha do Mussulo - Angola

domingo, 20 de maio de 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pensamentos e realidades

Por vezes e são muitas as vezes, muitos dias,que não colocamos, fotos ou escrevemos uma pequena mensagem que seja, aqui neste meio de comunicação global e universal.
Por estranho que pareça, e isto aconteça connosco, em cada momento que abrimos a porta do blog, para colocar uma foto ou escrever meia dúzia de palavras, como agora estamos a fazer, sempre nos assalta o pensamento umas tantas recordações de algo que tem a ver com Angola ou com a Guerra.
Não conseguimos  por enquanto, recolher informação da razão de tais acontecimentos.
Não existe sensação de tristeza, de alegria  ou de ressentimento pelos anos que por lá andamos.
Que os pensamentos se cruzam, isso sim, os de lá, com os de cá, sem razão aparente.
Vamos continuar a busca da razão de tais acontecimentos.  Esperemos que não haja nunca razão sobeja para procurar acompanhamento médico para tal situação, se ela se agravar.
Apesar de tudo, deixamos aqui ficar esta nossa experiência, que não sendo diária, persiste em nos acompanhar em muitos momentos do dia a dia.

Tomboco - artesanato


Peça de artesanato dos anos 69 a 1971 adquirido no Tomboco, quando da nossa estadia no Norte de Angola

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Jose Niza

Última carta a José Niza

Meu Caro Zé:

Sei que a minha carta anterior ainda chegou a tempo mas que já não houve tempo para mais nada. Partiste hoje, em paz com mundo que amaste, com os poetas que viveste, com os músicos que tocaste, com os teus poemas e músicas, connosco, afinal, no coração. Hoje, agora, Depois do teu Adeus, deixo-te outra vez um abraço, pois sei que a Morte não existe. Um abraço de lágrimas, é certo, que é com mágoa profunda que sei da tua partida, quando tanta falta fazias a este país e a Santarém. A tua partida é o mais rude golpe que a crise provocou na cidade do teu coração.E sei que conforme sabe da trágica notícia, a tua cidade chora por ti. Mas alegra-te, homem, que é um choro de aplauso, de gratidão, de reconhecimento, de admiração, de afecto por um dos seus melhores filhos. E não te perturbem estas palavras molhadas com que te digo Adeus até Depois do Adeus. São escritas por lágrimas ditadas pela coração. Adeus, meu querido amigo. Até depois Adeus.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Luanda

                                                                                               Recordar . . .