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Baia de Luanda em Agosto de 1971 |
Todos os que por aqui passarem, neste ou em outro dia, vão recordar ou ficar a saber que um barco, com lotação no limite, chegou a Luanda a 21 de Julho de 1969. Tinha a particularidade de transportar como "carga", jovens na sua maioria. Jovens obrigados a ir para uma guerra que pouco ou mesmo nada lhe diziam. Guerra que passados poucos anos se ficou então a saber que foi uma guerra inútil. Do local para onde iam, também a sua grande maioria, pouco ou nada sabiam. Da guerra sabiam apenas uma parte do que o então governo queria que se soubesse e nada mais. De Angola, para alem do que se sabia por familiares ou amigos e do que nas escolas se estudava, ficava-se com uma ideia muito superficial e pouco claro de que terra era aquela que tinha uma área 14 vezes maior de Portugal e que há uns anos atrás, mercê dum "lunático" esclarecido quase que chegou a ser a capital do império colonial português. Já naquela altura, não era mais duma enorme extensão de terras onde duma maneira geral, brancos e negros não se davam mal. Mas, os ventos da história não tinham ainda chegado a Lisboa e o velho "botas" pouco conhecedor da evolução que já tinha começado há muitos anos em África e que tinha dado a indepêndencia às colónias em mão das potências europeias. Nem Marcelo conseguiu aliviar a pressão internacional que nos fóruns internacionais sofria Portugal e que obrigava a comprar muito do material de guerra como se fosse para ser utilizado em outras actividades.
A guerra foi inútil para Portugal e para todos os que por lá combaterem, para os que lá morreram ou regressaram desfigurados, incapazes ou transtornados.
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Em comboio de mercadorias foi feito o nosso transporte |
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Entrada do Campo |
A vista de Luanda ao alvor deste longínquo dia de Julho, passados uns tantos dias de viagem, sempre em mente com a incerteza do lugar para onde seriamos encaminhados.
O percurso feito nos primeiros momentos em Angola, para um enorme campo de "concentração" de tropas a que chamavam Grafanil, deixava antever a grandiosidade da cidade de Luanda.
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Pela sua dimensão o Grafanil podia saber-se
do numero de militares que ali
estacionavam e passavam
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A partir do Grafanil, com os preparativos para a ida para o mato, começou a deixar o rasto das dificuldades, do medo e das angústias que todos iríamos sentir nos próximos dois anos.
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Debaixo de um destes embondeiros
foram-nos dadas as vacinas |
Por fim, recordar o primeiro homem que pos o pé na Lua, quando nós colocávamos o nosso em ANGOLA
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