Visualizações

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

De S Salvador ao Lufico



Para a historia da guerra aqui fica o testemunho dos muitos que por lá andaram, na zona onde nós estivemos.



Estes, antes de nós



De S. Salvador a Lufico




Fonseca aproximou-se da sentinela com a mesma facilidade com que um felino fila a presa que pretende caçar. Oprimiu a respiração, estava a dois passos do sacana. Num salto certeiro, a arma agarrada com as duas mãos, deu com o topo da coronha na nuca do bandido, que caiu como um tordo! Com o punhal, deu o golpe final àquele desgraçado. Os homens da secção seguiram atentamente os seus últimos gestos e avançaram no envolvimento das duas palhotas da entrada do acampamento inimigo. A surpresa foi fatal para os restantes quatro bandidos que tentaram fugir em tronco nu. Não deram sinal de rendição e os homens das secções posicionadas no enfiamento do trilho de acesso, dispararam as balas mortíferas que varreram tudo, com a rapidez de um relâmpago, perfuraram os corpos que foram caindo junto às palhotas.


A densa vegetação que ladeia as palhotas prejudicava a vigilância, e os bandidos das palhotas do fundo fugiram para a mata. A experiência de outras situações semelhantes não aconselhava a perseguição no "escuro". E os pára-quedistas tomaram precauções... mas o capitão ordenou à secção do sargento Assis:

- Manda três homens vigiar a mata por detrás das palhotas, que nós vamos dar duas rajadas de aviso aos que fugiram, só para saberem que contamos com eles para a festa da noite...

À ordem do comandante, as rajadas cortaram as folhas e assustaram os homens do pelotão do alferes Oliveira que estavam nas palhotas do fundo. O capitão conferenciou com os outros oficiais e comentou:

- Os que fugiram não nos devem inquietar mais; mas vamos andar com redobrada atenção.
Era admirável a paciência daquele pessoal. Setenta homens de mochila às costas, com a fome a roer o estômago, e ninguém aproveitou para tirar uma ração e comer!
Esta é uma guerra donde até os animais fogem... só ficaram as hienas e alguns mabecos para limparem o terreno de carne podre!

Nos locais de perigo eminente, as probabilidades de ataques não deixam espaço para distracções e ninguém adormece; mesmo quando comem as suas rações, continuam vigilantes.

- Os presos só dão chatices. – diz o Serôdio, enquanto abria a lata de atum.
Ainda não esqueceu o dia em que teve à sua guarda um prisioneiro que tentou fugir e o fez andar ligeiro da perna... dando-lhe com o capacete nos olhos para o acalmar!
Se não era o sol escaldante a tolher a vida à malta do capim, eram as trovoadas com chuva de afogar os animais de perna curta. Mesmo assim, a fila de pirilau avançava no lamaçal e as botas afundavam-se nos sulcos escondidos na água lodosa que as enxurradas descarregavam para a picada. E quando os raios de sol começavam a secar os camuflados, saíam névoas de fumaça como se os corpos fossem tochas sem chama. Dois sons estridentes de um apito, saídos do meio da mata, puseram todo pessoal em sobressalto! Logo tomaram posições defensivas e vigiaram as árvores e os pontos mais sensíveis às emboscadas. Os minutos alongaram-se sem que se vislumbrasse qualquer movimento. Esta nova forma de comandar... espantou os homens do capim; perceberam que os bandidos andariam à ordem do apito do chefe, uma novidade. Mas o som infiltrado na mata não abrandou a continuação da missão bem no meio da guerra, nem esmoreceu a vontade de vencer os obstáculos até ao regresso a Luanda.

O grupo rompeu mata dentro, atravessando as linhas de água, simples ribeiras ou riachos. Umas a vau, deixando as botas a espichar, outras por cima dos troncos de árvores arrastados e atravessados nos riachos. Depressa apareceu o capim a ladear a vegetação rasteira e, algumas vezes, com clareiras alongadas. Foi curto o tempo para apreciar essas clareiras... as balas pareciam saraiva a bater nas árvores marginais à picada. Não fora a rapidez com que os homens da frente se abrigaram e o desastre seria bem maior do que na picada de Quicabo para as sete curvas.

De repente, um gemido... e o Carmo contorcia-se com dores – fora atingido por duas balas. Duas secções fizeram o envolvimento pelo flanco mais arborizado, para recuperarem a acção de fogo da malta que ficou à mercê das balas inimigas. Os homens da secção do Abrantes rastejaram até à posição frontal para bater os terroristas. Mas o Vilela ficou ferido com uma bala no braço esquerdo, arrastou-se para um sulco do terreno e continuou a fazer fogo. O Carmo, com as calças ensopadas em sangue, virou-se de costas, ficando mais protegido, e o enfermeiro atendeu aos gemidos. Coisa grave, uma bala arrombou o escroto e os tomates ficaram desfeitos! Já em fase de acalmia, o capitão aproximou-se e, desagradado pelo poder de fogo do inimigo, murmurou:

- Há nove ou dez meses atrás, estes sacanas atiravam-se contra as balas e morriam às centenas; não encontrámos nem uma automática nos despojos dos mortos! Nos ataques que fizeram, durante dias a fio, contra a Damba, Quitexe, 31 de de Janeiro, Bungo e outras povoações, foram recebidos a fogo duro e morreram aos magotes. Agora é isto... estão bem abastecidos! Virou os olhos para o tenente Aleixo, que entendeu a mensagem.

- Vamos acabar com eles... e é para já. – exclamou o tenente, de semblante tenso.

Fez um sinal bem pronunciado ao sargento Ferraz para mandar contornar a pequena elevação de terreno e tentar apanhar os terroristas por trás... Enquanto a secção do Saldanha tomava uma boa posição de fogo e corria com os bandidos que restavam; e os gajos perderam a força e a graça das novas armas, dando uns tiros espaçados e à distância.

Mais de sessenta homens habituados a bater trilhos e picadas no meio das densas matas dos Dembos, Sacandica, Quimbele, serra de Mucaba e Inga, ficaram admirados com as novidades que os terroristas da UPA apresentaram. Ao contrário do que pretendem insinuar os chefes dos gabinetes do ar condicionado, que vão perdendo o aprumo, a guerra existia e com melhores meios para o inimigo! Sinal de que estava para durar...

O pelotão do tenente Aleixo ficou a proteger o pessoal na prestação de socorros aos feridos. O caso mais complicado era o do Carmo; mas o enfermeiro conseguiu estancar a hemorragia, injectando coagulantes. Foi bem atado com ligaduras a contornar a gaita... que ficou com um volume descomunal! O facto serviu para alguns comentários irónicos, uns mais pessimistas e outros menos. A malta sempre foi propensa a levar as coisas pela positiva, onde se destacavam os reguilas das bandas do Tejo a analisar a situação.

- Eh pá, como é que o Carmo se vai safar com a gaja que deixou lá na terra? – indagou o Cacela, com toda a seriedade.

- Lá terá de se mandar fora, ou arrisca-se ao tormento da cornadura sem conta e medida. – sentenciou o Baleia.

O Sousa não gostou do que acabava de ouvir, recordando as palavras do enfermeiro Pena, que enrolou as ligaduras à volta dos tomates do rapaz, deu o seu palpite:

- Se o Pena deixou a pichota do Carmo fora das ligaduras é porque a coisa ainda funciona; o que é bom para a saúde mental do moço. A malta deve animá-lo; se é grande a dor do ferimento, quanto mais não será o desgosto de saber que lhe romperam o saco dos colhões – um autêntico desastre!

O pelotão do alferes Oliveira contornou o morro, à procura de indícios dos terroristas. A mais de duzentos metros da encosta, descobriram um esconderijo com água e alimentos guardados. Fizeram de conta... seguindo morro acima, até à segunda surpresa do dia: uma gruta com pouco mais de um metro de altura na entrada... donde saiam sons sibilantes de palavras. O sargento Pereira fez sinal de silêncio e recuou. Dispôs o pessoal de um só lado da gruta, prontos a disparar contra qualquer bandido. Os homens das outras secções afastaram-se do campo de tiro e tomaram a posição deitados. O alferes puxou a cavilha à granada que atirou para dentro da gruta... seguiu-se uma explosão abafada e uma nuvem de fumo espalhou-se morro acima. Poucos minutos após, cinco negros vestidos de caqui saíram disparados como um vendaval. As balas de raiva soltaram-se das armas e dizimaram os bandidos que tombaram morro abaixo. Com os olhos vidrados, a lacrimejar, ali ficaram estendidos à mercê das hienas...



As tentativas para entrar na gruta saíram frustradas, porque o fumo não permitia ver os contornos do esconderijo. Antes de ser armadilhada a entrada da gruta, o sargento Ferraz atirou mais uma granada bem para o fundo, na tentativa de destruir quaisquer armas que os bandidos tivessem deixado!

As tentativas para entrar na gruta saíram frustradas, porque o fumo não permitia ver os contornos do esconderijo. Antes de ser armadilhada a entrada da gruta, o sargento Ferraz atirou mais uma granada bem para o fundo, na tentativa de destruir quaisquer armas que os bandidos tivessem deixado

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pelas terras por onde andámos . . .

Pelas terras por onde nós andámos . . ., nos dias de hoje, tudo está como se relata, nesta viagem destes dois motociclistas sul-africanos

We're back on the beach! We crossed into Angola at sunset, so we decided to spend the night at the tiny border town of Noqui, and camped on a sandy beach on the banks of the Congo River. Apart from the fact that the local kids clearly use the one rocky end as a toilet (and they have left every stone unturned…), it was an idyllic spot, with lights of the town twinkling and music from a local bar reaching us across the bay.

Some of us bravely took a dip and a wash in the river in the morning, then did our laundry alongside the locals doing theirs. (Bio-degradable soap is a must.) Day 50 had us heading for Nzeto, along a narrow track with thick vegetation on either side – this northern part of Angola is surprisingly green. Sometimes the forested canopy of trees closes overhead and there are plenty of baobabs. The road was red dirt, but it was good – until we reached Tomboco. Once, a very long time ago, this section was tarred. Now it's a nightmare of monster potholes linked by skinny ridges of tar.

We're also seeing plenty of evidence of the war here – rusted, mangled military vehicles on the roadside, blown-up bridges and a couple of de-mining camps, with cleared areas marked by red and white wooden stakes – but you never can be too sure. We're taking care to stay on the road, even for toilet stops; definitely no wandering off into the bush. We had another great beach camp at Nzeto – fairly dilapidated and shot up, but we arrived in the dark again. Our maximum speed for the day was just 58km/h, with an average of 28km/h.

De Luanda ao Congo

As terras por onde andámos, estão como aqui se relata, no ano de 2008

Par quem conheceu o Ambrizete, Tomboco e Lufico e Luanda

Apr. 04, 2008. We left Luanda early in the morning, yet again after a huge downpour during the night. It took us almost two (2) hours to get out of the city, passing through some very bad and poor areas of town. The roads were total mud with waterholes the size of the motorcycle. Tin shacks cover the area on each side of the road. Living conditions are very sad. Each gas station we pass was either out of gasoline or there was a two (2) hour line up of vehicles. Approx. 30km outside of Caxito, we finally find a gasoline station that is only a 10 minute wait. We had heard that there was no gasoline available from Caxito to Matadi, 478km. In addition to our four (4) litre canister we filled (4) 1.5 litre water bottles with gasoline and strapped them to the motorcycles. Here we also met a truck of Brits and Norwegians on there way to Ambriz. They confirmed the gasoline shortage and road conditions. It started to rain heavy before Caxito and the road turned to slippery mud. At least we were moving ahead, through only at 20km/hr. It took us all day to N'zeto, approx. 300km. After the Ambriz turn-off there was a gated check-stop to confirm that we had a Democratic Republic of Congo Visa, otherwise we would not have been able to proceed. We also took the opportunity to purchase another eight (8) litres of gasoline from the black market at 100KZ/litre ($1.30CDN/litre), normally 40KZ/litre ($0.53CDN/litre). The town of N'zeto is a ghost town. Dilapidated Portuguese buildings line the main road. One can tell that it used to be a pretty town on the coast at one time. We actually find an English speaking person who tells us to set up camp at the police station, which we did. No toilets or running water. We make ourselves some supper and get some rest.
Apr. 05, 2008. The 80km to Tomboco only took us 2 1/2 hours, at this rate we should make it to the border by the end of the day. We stopped at the local "market" in Tomboco and I picked up some cookies, banana's and bread. Just outside of Tomboco the road splits and that is were the fun started. We spend seven (7) hours to cover 60km. The road turned into a mere trail leading through thick jungle with the occasional settlement of a few mud/brick houses. Besides muddy roads, every couple of hundred meters was a huge water hole. Each ascent and descent had massive washed out ruts. The battery on Mike's motorcycle was giving us trouble and we had to boost it every time it stalled. Then one waterhole was actually deeper than the air intake on the motorcycle and we sucked in water. At 99.9% humidity and 30+Deg Celsius in the blazing sun we took out the spark plugs and air filter to dry out. It took an hour to get the motorcycle going again. At this point we had stripped down to only riding pants, boots, helmets and gloves. We walked every water crossing to ensure the motorcycles would make it. In addition we did not shut off Mike's motorcycle in case it would not start again. At 5pm it started to rain heavy, we decided to continue riding but it was impossible. Instead we pitched the tent in a small settlement in the rain. Everything was soaked, but we required rest.
Apr. 06, 2008. The road did not improve, we passed through Lufico. Mike's motorcycle gave us trouble again and we boosted it. The previous day we had met a total of three (3) vehicles on this road. Luckily we had booster cables on us. Stopping yet again at a muddy waterhole the motorcycle stalls and will not start again, even with the booster cables. We switch batteries to ensure that it is a battery problem and not something else. It confirms that the battery is done. From the GPS location we are approx. 20km from Lufico and 28km form Mpala. As we had past through Lufico, we knew that there were no services that could assist us. Our only hope was Mpala. Mike takes my motorcycle to see if he can find another settlement close by, while I stay with the motorcycle in the jungle. The bush and trees were so thick on the side of the road that though I heard voices I could not see anyone. We did not want to leave the motorcycle behind without anyone watching it as we had seen what happened to other abandoned vehicles on the side of the road. Within a few hours there is only a frame left and everything else has been salvaged. Mike returns after an hour and tells me that there is a small settlement only 2km away, the road is bad and he had gotten stuck twice. We decided to ride one motorcycle with gear to the settlement, remove the battery, walk back the 2km and then ride the other motorcycle. At least we were with some type of civilization. While Mike walks back with my battery to his motorcycle I hang out with the local women. Sitting among them, I helped remove peanuts from their shells. It was very interesting, as they treated me as one of them. They started looking for lice and ticks in each others hair. I remember getting itchy watching them. Then they used an empty beer bottle and ground the Peanuts into Peanut butter. A few Peanuts were roasted for me and Mike. There was no power or other services available at this settlement. We were able to communicate our problem and someone led us to a generator. Mike negotiated to pay $20.00US to charge the battery for a couple of hours via the generator. The cost of gasoline on the black market this remote is 1500KZ/litre ($20.00CDN/litre). After a couple of hours they noticed that the charger on the generator was not working. But there is another guy with a smaller generator who also wants $20.00US. Another two (2) hours pass. We realize that we will have to spend the night and pitch our tent in the mud. The settlement is called Bemfica, of course not on any map. The battery was not holding the charge, our worst nightmare had came true. We had covered 23km, to add to our worries we were using a lot more gasoline then anticipated. Riding all day in first gear increased the fuel consumption. Our water supply was down to 1 1/2 litre. The water from the rivers was a murky brown color and we really did not want to start drinking that. There were no toilets or showers. A local woman took me into the bush to show me were everyone went to the bathroom. I was mainly concerned about the landmines and kept to the well cleared foot path. Three (3) full days had past since we left Luanda. We both were exhausted and tired, realizing that it was a dangerous situation to be in. We only had met one other vehicle all day going the other way.
Apr. 07, 2008. We decided to ride two up on my motorcycle to Mpala 26km from Bemfica to arrange for a truck. It took us over two (2) hours to reach the settlement. Every couple of hundred meters I would jump off the motorcycle, walk through the water crossing or check-out the best route to go through washed out road sections. From the distance we could see the settlement of Mpala and we both became worried that there were again no services. Mpala is made up of no more then 20 houses with no power. But we were in luck, two (2) large construction trucks were parked at the entrance to the settlement beside the police check point. Prior to leaving in the morning we had sketched up on a notepad what we required. A broken down motorcycle, a truck, the towns name where the motorcycle was and where we needed transportation to. We stop at the check-point and are instantly surrounded by people. We show them our sketch and it works. To our amazement the mechanic of the construction trucks speaks English. He had studied English at University in Luanda. We both thought "And what are you doing in this place?". It all made sense later. I negotiated with the boss of the construction outfit $500.00US to pick up the motorcycle in Bemfica (26km) and take it to Nogui (85km) at the Angolan/DRC border, as there was no other settlement large enough to have any type of services (ie. Battery). At first the boss said he was busy, but after talking money it was arranged. The construction company is actually from Luanda and hired on by the Government to build a school and other various buildings in Mpala. As there is no water close by, they truck it in and the truck which was supposed to move the bike was loaded with large water containers. It took another couple of hours to unload the truck and then six (6) guys jumped on the back, equipped with shovels in case we would get stuck. It took us 1 1/2 hours to drive the 26km to Bemfica. Arriving in the settlement we were happy to see everything in one piece. We took the tent down and loaded the motorcycle. The straps I had been carrying since Germany, finally came in handy, but it still took six (6) guys to hold it upright on the way back to Mpala. We had decided to load both motorcycles on a bigger truck for the road from Mpala to Noqui. It was late afternoon as we made it back to Mpala and there was no point to continue until the next day. Instead we set up camp in the police check point yard. The construction company provided us with fresh oven baked bread and juice. Day 4 had passed and we were starting to run out of water and we had not had a real meal since Day 1. All we could think about was to get the hell out of here. The original plan to load the motorcycles on the bigger truck was scratched as the only way to get them into the truck was via a crane (not available). Instead it was decided to use the smaller truck.


sábado, 9 de agosto de 2008

BCAC2877 – Visitas ao blog - Estatistica

Por curiosidade, apresentamos hoje a estatistica das visitas ao Blog do BCAC2877 no último ano.

Média diária de visitas – 14

Média diária de páginas visitadas – 31

Nº de visitas – 5.262

Nº de páginas visitadas – 11. 468

Com excepçõao do mes de Junho, a tendencia do numero de visitas e páginas visitadas tem aumentado mensalmente.

Países origem das visitas – Portugal sempre em primeiro lugar, Brasil, Angola, estados Unidos e vários paises da Europa

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

06 de Agosto

Sabem, hoje é dia 06 de Agosto de 2008.
(No final do escrito fica uma nota do que aconteceu de importante neste dia, por aqui e por outros anos e por outras paragens)
Nada seria importante neste dia a não ser que nos lembremos que daqui a exactamente 30 dias, melhor 1 mês, teremos o nosso almoço de confraternização.
Já estávamos a fechar a "loja" do Blog, quando nos lembrámos, durante mais uns minutos, voltar a falar no almoço. Sabemos que a "última hora" é sempre apanágio de muitos portugueses. Quem esteve na guerra tambem não foge a esse virus.
Assim, como que a lembrar para um tratamento, aqui vái um comprimido para avivar a memória daqueles que deixam tudo para a "ultima hora".
Não devemos esquecer que existem compromissos com o restaurante e que com antecedência devemos indicar o numero de presenças.
Eventos históricos a 06 de Agosto
1661 - Assinatura da Paz de Haia entre Portugal e a República Holandesa.
1823 - Fundação do município paulista de Pirassununga
1825 - Independência da Bolívia
1890 - William Kemmler é executado por eletrocussão numa cadeira elétrica, na primeira utilização histórica deste método de execução.
1945 - Segunda Guerra Mundial: Lançada a pequena bomba atómica "Little Boy" sobre Hiroshima, a partir do B-29 "Enola Gay".
1962 - Independência da Jamaica
1966 - Inauguração da Ponte Salazar, hoje Ponte 25 de Abril.
1990 - Benazir Bhutto é destituída do cargo de primeira-ministra do Paquistão em seu primeiro mandato, sob acusação de abuso de poder, nepotismo e corrupção. Foi a primeira mulher a ocupar este cargo em um estado muçumano moderno.
1996 - Ultimo show dos Ramones
2003 - Inauguração do novo Estádio Alvalade XXI pertencente ao Sporting Clube de Portugal
2008 - Primeiro dia de competições dos Jogos Olímpicos de Verão de 2008 (ver artigo principal)

[editar] Nascimentos
1180 - Imperador Go-Toba, 82º imperador do Japão.
1775 - Daniel O'Connell, líder político.
1776 - William Hyde Wollaston, químico britânico (m. 1828).
1809 - Alfred Tennyson, poeta britânico (m. 1892).
1869 - David McKee Wright, poeta e jornalista.
1881 - Alexander Fleming, cientista médico bacteriologista britânico, descobridor da penicilina (m. 1955).
1911 - Lucille Ball, atriz cinematográfica e comediante de televisão estadunidense (m. 1989).
1912 - Adoniran Barbosa, músico, cantor, compositor, humorista e ator brasileiro (m. 1982).
1917 - Robert Mitchum, ator cinematográfico estado-unidense (m. 1997).
1921 - Buddy (William) Collette, músico.
1928
Andy Warhol, artista desenhista, pintor, publicitário e escultor da "pop-art" (a sociedade de consumo) (m. 1987).
Jan Kucera, escritor.
1930 - Albano Dias Martins, poeta português.
1934 - Gianfrancesco Guarnieri, ator cinematográfico e de telenovelas italiano radicado no Brasil (m. 2006).
1935 - Mário Coluna, futebolista moçambicano-português.
1937 - Baden Powell de Aquino, músico (violonista) e compositor brasileiro (m. 2000).
1938 - Paul Bartel, escritor, diretor e ator.
1942 - George Jung, traficante de drogas estadunidense.
1944 - Irene Ravache, atriz brasileira.
1947 - Dennis Alcapone, músico jamaicano.
1951 - Milton Neves, jornalista e apresentador de televisão brasileiro.
1965 - Otávio Muller, ator brasileiro.
1970 - M. Night Shyamalan, diretor e ator cinematográfico.
1972 - Geri Halliwell, cantora britânica.
1973 - Vanessa Gerbelli, atriz brasileira.
1983 - Robin van Persie, futebolista holandês.
1987 - Francine Guilen, a Srta. Ni.

[editar] Falecimentos
523 - Papa Hormisdas
1221 - Domingos de Gusmão
1458 - Papa Calixto III, (n. 1378)
1552 - Matteo da Bascio, fundador da Ordem dos Capuchinhos (n. cerca de 1495)
1700 - Johann Beer, poeta.
1978 - Papa Paulo VI, 263º papa. (n. 1897)
1998 - André Weil, matemático francês (n. 1906)
2001 - Jorge Amado, escritor brasileiro (n, 1912)
2003 - Roberto Marinho, jornalista brasileiro (n. 1904)]
2005 - Ibrahim Ferrer, cantor cubano (n. 1927)
2006
Moacir Santos, arranjador e instrumentista brasileiro (n. 1925).
Dudu, ex-jogador de volei do Sport Lisboa e Benfica.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

BCAC2877 – Confraternização de 2008 – 06 de Setembro


Com muita pena nossa, este não é ainda o local da recepcção para o almoço de confraternização. Talvez um dia . . .



Continuamos a receber algumas marcações.

Algumas cartas estão devolvidas.



Solicitamos que o pagamento seja efectuado conforme pedimos na nossa carta - atraves de transferência bancária.

Dia 06 de Setembro de 2008

Não estamos a ver que haja incompatibilidade com o nosso encontro anual

Dia do Sexo - 06 de Setembro
Tem dia para tudo no nosso calendário, mas uma das coisas mais importantes era quase que ignorada: O SEXO
Sabemos que se deve ao puritanismo, preconceitos, tabus e outras coisas, não quero me deter ai, mas a sociedade "evoluiu", ou não?
Calma, a proposta não é nenhum tipo de festa, ou suruba propriamente dita, com ingresso pago, comes e bebes e ala vip, é apenas "um dia para a sociedade brasileira discutir abertamente o assunto, mostrar o seu lado positivo, quebrar tabus, acabar com preconceitos e, é claro, fazer sexo."
Numa campanha pra lá de inteligente a marca de preservativos Olla acaba de lançar a data: 06 de setembro. Além de ser véspera de feriado ( no Brasil) é uma data muita sugestiva: 6/9!
Grandes empresas como MTV e Vírgula.com apoiam a iniciativa,
faça o mesmo, na pior das hipóteses lembre-se da data, servirá como mais uma cantada barata
Cientistas aprovam, dizem que mantem a pressão vascular estável, previne queda de cabelo, melhora o humor, evita o stress, faz bem para a pele...
Ainda precisa de uma justificativa melhor?
"Sexo é hereditário. Se seus pais nunca fizeram, você não fará!"
David Drew Zing

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Antigos combatentes - pensões

Aqui está de novo o problema.
Esperemos para ver o que isto dá.
Ex-combatentes:
Secretário de Estado acusa Paulo Portas em lutas político-partidárias
Governo reage
O Governo não perdeu tempo e já reagiu às críticas de Paulo Portas sobre a proposta de lei de complemento de pensão para os ex-combatentes.
Ontem, o secretário de Estado da Defesa, João Mira Gomes, assegurou que o objectivo do Executivo é alargar o número de beneficiários. Mais, não entra em "lutas político-partidárias".
O governante realçou que o documento prevê um alargamento do complemento de pensão a ex-combatentes emigrantes e a profissionais liberais. Ou seja, o Governo estima 450 mil possíveis beneficiários do complemento face aos actuais cerca de 300 mil.
'Trata-se de alargar o universo de beneficiários, introduzir critérios de justiça relativa e criar condições de sustentabilidade financeira para estes benefícios, declarou Mira Gomes, num contraponto com as palavras do líder do CDS, proferidas na madrugada de domingo, em Faro. Portas classificou a proposta como um possível 'retrocesso'.
Segundo apurou o CM, a proposta do Governo vai fazer com que 298 mil ex-combatentes (um terço do total) percam em média 45 a 50 euros na pensão e apenas trinta mil tenham um aumento.

PORMENORES

PROCESSAMENTO
O objectivo do Governo é "criar condições de sustentabilidade financeira".
Os pagamentos passam a ser processados pelo Orçamento do Estado e não pela tutela.

NOVO CÁLCULO
Os benefícios concedidos passam a variar em função do tempo de duração das missões e do seu grau de perigosidade.

domingo, 3 de agosto de 2008

Ambrizete - Notícias

Ambrizete - Notícias

Publicamos a troca de Emails que temos feito com alguem que por tanto gostar de Ambrizete, aproveita todos os meios para dar a conhecer ao Mundo a sua terra.

Nós recordamos, que da nossa parte, Ambrizete, apenas foi ponto de passagem quando da ida para Zau Évua e no regresso, quando por lá ficámos cerca de 3 semanas. Antes do regresso ao Puto.

Quem esteve sediado em Tomboco, que foi parte da CCS do BCAC2877, durante cerca de 6 meses, ainda terá feito algumas visitas a Ambrizete, não necessáriamente muitas e nem todos lá terão ido.

Claro que me recordo e tenho uma foto ou duas quando da ida para Zauévua. Dessa primeira passagem, já ficou na memória o Brinca na Areia, um restaurante no meio da praia e das imperiais ou cervejas que por lá se bebiam com umas gambas a acompanhar.

No regresso, em Julho de 1971, embora a estadia tenha sido um pouco mais prolongada, ficou acima de tudo a recordação mais pormenorizada da área urbana de toda a povoação, da praia, com aquela baia imensa, da foz do Rio M'Bridge, do jogo de poker de dados que se fazia para comer ou beber algo, etc.

Hoje, haverá alguma razão para que Ambrizete esteja assim tão abandonada. Desconheço as razões. Álias, quando se fala de um "voltar" a Angola, será esta a povoação para mim, que mais me motivaria.

Aqui fica esta primeira troca de Emails para conhecimento de todos os que se interessam, acima de tudo, pelas terras de África.

Alo Sr Bras Goncalves

Boa tarde ou boa noite

Primeiro estou feliz,por receber resposta.Estou comunicando a partir de Londres onde me encontro apenas por 3 meses,volto para Angola a 30/9/2008 e logo a 4/10/2008 partirei para o N'zeto (ex-Ambrizete) (as viagens sao diarias)onde ali ainda se encontram os meus pais,tios,sobrinhos,irmas,e primos.Quero tambem comunicar-lhe que os antigos quarteis militares ja nao existem,apenas o do Farol esta em ruinas e o da missao que foi transformado em escola.Acima de tudo o Ambrizete esta num lugar pouco famoso no contexto nacional.

Agora e uma terra que tenta renascer,mais precisa de um catalizador nas pessoas,nos homens,nas mulheres,nas criancas,na gente,Todos nos podemos ajudar directa ou indirectamente dando o seu contributo nos jornais nas revistas,etc,

LEMBRE-SE nos pertencemos a provincia do Zaire ,somos a ultima letra do alfabeto.Nao ha net no Ambrizete.Nao hesitem de fornecerem dados respeitantes ao Ambrizete.

Kiambote

Grato

Miguel Domingos

EM UK o phone number 020 8231 8076 (apenas ate 30 de Set)


From: BGoncalves BCAC2877 [mailto:zauevua@hotmail.com]
Sent: vendredi 1 août 2008 14:54
To: domingos, miguel
Subject: RE: Recolhas

Boa tarde

Vou apenas dizer-lhe por agora que recebi a sua mensagem e que a vou publicar no blog do BCAC2877, que esteve em Angola - Zau Evua, de 1969 a 1971.
Pode verificar no Blog, imensas fotos de Ambrizete. Va dizendo algo. Logo lhe darei elementos de quenm esteve mais tempo no Ambrizete.

Uma abraço

Bras Gonçalves

Subject: Recolhas
Date: Thu, 31 Jul 2008 08:47:21 +0100
From: miguel.domingos@cggveritas.com
To: zauevua@hotmail.com


Felizmente encontrei este endereco na net.
Sou natural do N'zeto,meu pai e o senhor Pireza(vivo) o antigo sapateiro
que trabalhou na sapataria junto a casa do ferreiro e sucateiro
Ribeiro,exactamente na rua que da acesso ao antigo quartel PAD em direccao a comfabril e residencia do pescador Batalha.

Eu nasci no kibonga na rua direita de Luanda.
Interessam-me recolhas de dados reais do territorio de N'zeto(Ambrizete),nomeadamente a fuga dos autoctenes de
kikando,kivungo,kihita,kilombe,kinsukulo ate Mussera,(sul de Ambrizete) e logo a seguir a norte e weste do outro lado do rio mbridge e antiga casa de telha(kinganda nguba).Se tem informacoes da nao feitura da ponte cais do N'zeto,porque as datas do dique para as salinas do kibonga e nsumi junto antigo quartel da BTR relata-se ser a mesma
****Ajudem a renascer o nosso Ambrizete,divulguem as potencialidades do nosso Ambrizete

Grato

comunicar-me
mavimpi meno,lutomakalanga
Mdomingos"

ZAU-Évua - terra de ninguem sítio de vivências



Hoje porque é Domingo.


Zau Évua terra de nimguem sítio de vivencias

(livro do nosso antigo companheiro que tambem passou por Zau Évua)

O calendário em 2008 é na mesma forma forma repetitivo como o era então em 1969 em Zau Évua.


Hoje é um Domingo diferente.


À distância de todos estes anos, as recordações começam a ficar distantes, neblosas.

Falar de Zau Évua e de Domingo, será para todos os que por lá estiveram, recordar as passagem do MVL – Movimento de Viaturas Logisticas.


Recordar a sensação do aparecimento e do contacto com muita gente que nada tinha a ver com o nosso dia a dia no quartel.


Era uma maneira de espairecer a vista e o coração. De receber notícias, de ficar na expectativa de alguma encomenda ou correspondência.


O contacto com algum civil que passava, com os camionistas, esses que faziam a sua profissão, com os seus camiões carregados de mercadorias para civis e militares por entre os perigos das emboscadas e das minas.


Hoje é Domingo, que continuemos a passar muitos como este, se vier à recordação, alguns dos daquela Guerra, paciência.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Tavira - as Salinas





Quem cumpriu parte do serviço militar em Tavira, sabe bem o que são as salinas.

Ao tempo nada tinham a ver com a linda foto que hoje apresentamos no nosso Blog.

Eram as salinas um dos meios que a "tropa" dispunha para "treinar" e "mentalizar" todos o que se preparavam para cumprir o serviço militar, na sua grande maioria a caminho da guerra de África.

A aplicação militar, em cuja parte do treino cabiam como obrigatórios, em todos os quartéis, exercicios que pela sua envergadura, estilo e dificuldade, serviam para moldar o corpo, mas acima de tudo o espírito ás grandes dificuldades que se iam deparar ao militares quando no terreno do próprio confronto na guerra.

As "salinas" de então, na sua grande maioria abandonadas, cheias de restos do esgoto da cidade, inundas de toda a casta de porcarias, estavam aí mesmo a jeito para a aplicação militar - flecções, cambalhotas em frente e à rectaguarda, luta corpo a corpo, etc. Em cada semana, pelo menos durante uma manhã, as salinas, com o seu cheiro nauseabundo e a sua lama preta que só com a pressão de uma agulheta poderia ser lavada dos nossos corpos, aí estavam à nossa espera. O corpo e a farda, para a higiene, esperariam ainda à chegada ao quartel do CISMI bastante tempo até que houvesse água suficiente para a sua limpesa e higiene. Por este tempo em 1968, agua em Tavira era como que encontrar agulha em palheiro. Quando de fim de semana, porque estas "visitas" às salinas, normalmente funcionavam ao sábado pela manhã, traziamos para casa aquele cheiro pérfido entranhado por todo o corpo.

Quando não era nas salinas, a aplicação militar fazia-se no campo da Atalaia, ali, paredes meias com o Quartel.

Vista do Quartel

Atalaia era o campo onde era feita a feira semanal. Pode adivinhar-se, pois na altura ainda havia feiras com gado, a porcaria que ficava espalhada por todo aquele terreiro de pó e de escrementos de animais.

Porta de Armas

Era assim que se treinavam os militares em Tavira.

Este que vos escreve, passou ao lado de Tavira. Por mais de 20 anos. Sem lá por os pés ou parar, pois foram tantas as saudades que aqueles meses que por lá passei me deixaram.

Posterior companheiro de trabalho e grande amigo meu, falecido e a cujo funeral não fui por coincidir com a nossa confraternização na Póvoa do Varzim, cumpriu a promessa que então quando por lá passou jurou: só ia a Tavira quando no campo da Atalaia houvesse flores. Nunca lá voltou.

Tavira, sempre foi uma bonita cidade. Uma cidade, segundo diziam na altura, seria a que no nosso país teria mais igrejas e capelas. Tem um rio com três nomes, tem as Quatro Águas, onde tambem muitas vezes, no lodo do rio faziamos a mesma aplicação militar, e tem uma ilha, hoje maravilhosa ao que sei.

Naquele tempo, para a grande maioria dos militares que por lá estiveram, apenas a queriam ver pelas costas.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Confraternização - Correio devolvido




Correspondência devolvida continua regressar ao ponto de partida.
Não tem sido em vão os esforços de actualização dos endereços dos nossos companheiros, mas na verdade muitas cartas tem retornado à base.
Já temos contactos para o encontro


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Angola - Trabalho de Ganganeli





Aqui fica um trabalho do nosso antigo companheiro Ganganeli

FORMAÇÃO DE ANGOLA
Área: 1 246 700 km2

1 - EXPANSÃO TERRITORIAL, MISSIONAÇÃO E ACULTURAÇÃO
Na sequência das viagens de Nuno Tristão e Gil Eanes, o navegador Diogo Cão, na sua 2ª viagem de 1485-86 tornou a reconhecer o rio Zaire e explorou a costa angolana até a actual Luanda e colocou os padrões como testemunho da descoberta portuguesa naquelas terras e em 1490 D. João II, satisfazendo o pedido do rei do Congo, mandou para lá uma missão com sacerdotes franciscanos, artífices e ferramentas, dando início a missionação cristã e conversão ao cristianismo do respectivo rei e sua elite, política que D. Manuel I continua com o envio de mais padres, mercadores e conselheiros, e um grupo de jovens congoleses são enviados a Lisboa para formação cultural, em que se destacou o jovem Henrique, sendo ordenado sacerdote e consagrado bispo e vigário-apostólico do Congo, e mais tarde em 1662 é criada em Luanda a Junta de Missões com missionários capuzinhos, italianos. Estas acções formaram a base de cristianização até a actualidade das terras angolanas.
A partir de 1559 Paulo Dias Novais começou a ocupação das terras a sul de Luanda e fundou a povoação de Luanda, com a construção de fortaleza, igreja e castelo e concedeu terras para agricultura a cem famílias metropolitanas. Esta política é continuada pelo capitão Luís Serrão e em 1617 é fundada a povoação de Benguela, com fortaleza, igreja e castelos, e com as respectivas guarnições militares, mas em 1641 Luanda é conquistada pelos holandeses, obrigando aos seus habitantes a refugiarem-se para o interior, os quais ao fim de 7 anos, em 1648, com o reforço vindo do Brasil sob comando de Salvador Correia, reconquistaram Luanda e são construídos importantes edifícios e um activo porto marítimo.
Soldados, marinheiros, mercadores e ciganos metropolitanos, enquanto se dedicavam a sua actividade, produzem também a miscigenação populacional.
Para consumo deste grupo populacional e dos reinos indígenas a metrópole enviou têxteis, facas, loiça, sal, aguardente e tabaco, em troca de escravos e marfim, e com base neste desenvolvimento costeiro deu-se a expansão para o interior através das campanhas militares com jovens metropolitanos, açorianos, madeirenses e locais, acções em que se destacaram as guerras contra as tribos Mutambas e Hungus no século XVIII.
Estas campanhas partindo do lado angolano ocidental, bem como do lado moçambicano oriental, tinham o objectivo para ocupação das terras centrais, situadas entre ambos os lados, hoje designadas de Zâmbia, Malawi, Rodésia e Congo, destacando-se nessas viagens em 1790 os mercadores mulatos, Pombeiros, com a primeira ligação terrestre entre Angola e Moçambique.
Com o liberalismo e a independência do Brasil, Portugal em meados do séc. XIX virou-se com força à África para aí formar o 3º império e intensificaram as expedições geográficas e económicas para o interior, destacando-se nela o explorador Silva Porto, que se fixou no centro de Angola e que mais tarde suicidou-se por desgosto com a revolta das tribos locais nos Dembos no norte de Angola 1871-72 contra Portugal e a Sociedade de Geografia de Lisboa, criada em 1875, fomentou outras expedições, nas quais se destacou a expedição dos oficiais de marinha, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens em 1877 com a viagem, “De Angola à contra costa”, entre as outras viagens dos mesmos, bem como as expedições de Serpa Pinto, Henrique de Carvalho e outras de oficiais de exército, marinha, cientistas e comerciantes, contribuindo para o conhecimento geográfico, cartográfico e etnográfico.

Com base nessas expedições, na Conferência de Berlim, 1884-1885, Portugal reivindicou como seu território, desde a costa de Angola, de Foz do Zaire até à Foz do Cunene, até à costa moçambicana, apresentado no Mapa Cor-de-Rosa, mas foi decidido que a reivindicação territorial só se podia basear-se na ocupação efectiva do território, e a Inglaterra em Janeiro de 1890 apresentou o Ultimato ao governo português e Portugal foi obrigado a renunciar a maior parte daquele território, seja actual Zâmbia e a Rodésia, através do Tratado Luso-britânico de 1891.
Com este Tratado e entendimento entre todos os concorrentes e apesar da crise económica e financeira de 1890-93 iniciaram as campanhas de pacificação e ocupação efectiva, destacando-se a campanha militar de Alves Roçadas.
Mas apesar do entendimento, os ingleses e os alemães cobiçaram Angola, Moçambique e Timor, como compensação do empréstimo português feito nas instâncias internacionais e em 1904 a Alemanha quis a totalidade das colónias portuguesas, o que foi contrariado com o Tratado secreto de Windsor de 1899 entre Portugal e Inglaterra.
Em todo o caso, o entendimento serviu para delimitar as fronteiras dos territórios ultramarinos, em que se destacou, complementando com levantamentos geográfico e cartográfico, o almirante aviador, geógrafo e historiador Carlos Viegas Gago Coutinho, sobretudo em Timor em 1898 e depois em Niassa, Congo, Zambézia e São Tomé e Príncipe.

De novo, em 1913, a cobiça dos territórios, criou um plano secreto entre Inglaterra e Alemanha dividindo entre eles os territórios portugueses ultramarinos, mas a 1ª Guerra Mundial, 1914-1918, desviou a atenção dos interessados e Portugal foi forçado entrar na guerra para defender os territórios ultramarinos e para se encontrar entre os países importantes e nos ataque alemães a Angola e a Moçambique morreram, cerca de 5 000 militares das forças portuguesas, europeus e africanos.
A vitória dos aliados confirmou os direitos de Portugal a aqueles territórios.

Na década de 1930, mais uma vez, surgem planos para partilha dos territórios ultramarinos para a sua divisão há Mussolini entre Alemanha e Itália e também surgem notícias de entendimento germano-britânico, entre eles, para partilha de Angola e Moçambique.
É contra estas pretensões territoriais que Salazar criou o Acto Colonial de 1930 para uma melhor administração e controlo daqueles territórios, realçando que nenhum território ultramarino é alienável, e mais tarde em 1951, com a revisão constitucional, o conceito colonial deu lugar aos conceitos de “ultramar” e “províncias ultramarinas” e em 1972 a Lei Orgânica do Ultramar e os Estatutos Territoriais conferiram aos territórios ultramarinos o título de “Estados Ultramarinos”.

Os principais povos angolanos são os umbundos em Benguela e anbundos no norte de Benguela; congoleses ou quicongos no Congo e no sul e no oriente, os lundo-quioca, ganguelles, hereros, masuca-usubus, anebos e xindongos.

2 – DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO
Pombal face a expansão e desenvolvimento daquelas terras decretou a liberdade do comércio estimulando povoamento, comércio, agricultura e indústria e surgiram a fundição de ferro, industria de couro, celeiros públicos, alfândega e hospital em Luanda e diversas aldeias e povoações no interior e entre litoral e espaços interiores cruzaram-se as caravanas dos mercadores africanos que traziam para a costa cera, marfim e outros produtos e os escravos que eram comprados nas feiras e nas fortalezas portuguesas disseminadas pelo interior.
Em meados do século XIX, com a política de Sá de Bandeira, e com a supressão da escravatura, deu-se o combate a escravidão e introduziram-se carregadores e carros de bois para transporte de mercadorias e em 1854 criou-se a instituição tutelar dos libertos e o conceito da cidadania metropolitana foi igualado para todos os povos sob a bandeira portuguesa, independentemente do seu nível civilizacional, e o governo empenhou-se no ensino, fomento agrícola e fundou a imprensa oficial em Angola.

Para legalizar o comércio e obter receitas introduziram direitos alfandegários sobre exportações e os portos de Luanda e Benguela abriram-se a navegação estrangeira. Os agentes do desenvolvimento eram os burgueses com origem no Brasil e Metrópole e famílias crioulas com ligação também com ambos os territórios, e voluntários vindos do Brasil e da Madeira fixaram-se em Moçamedes, e o Estado vendeu terras a particulares para plantação de café, cana-de-açúcar, algodão e fundou-se o Banco Nacional Ultramarino em Luanda em 1864 para concessão de empréstimos aos plantadores e com o capital estrangeiro, sobretudo inglês, fomentou-se a navegação e criou-se a Companhia de Navegação de Cuanza, construíram o caminho-de-ferro, ligando Luanda, Ambaca, Macala, Malange, Lobito, Benguela e Moçamedes exploração e exportação das minas de cobre, portos, estradas, para exploração e exportação das minas de cobre, instalaram-se telégrafos e fizeram-se estudos hidrológicos, apesar da a crise económica e financeira de 1890-93.

Estas infra-estruturas básicas eram fundamentais para exploração e escoamento dos recursos minerais, sobretudo diamantes, e dos produtos agrícolas, borracha, açúcar, café, chá, oleaginosas, sisal, cacau, cera e para a sua comercialização e exportação surgem as respectivas companhias coloniais portuguesas e serviam também para lá escoar os produtos industriais metropolitanos excedentários, tecidos de algodão, vinhos, conservas de carne, azeite, massas alimentícias, calçado, tintas, etc., como prolongamento do mercado interno e do ultramar a metrópole recebia aqueles produtos para consumo e exportação via Lisboa.


No ano de 1930 foi aberto o primeiro “ Liceu Salvador Correia”, donde saíram na década de 1930 os primeiros ideólogos angolanos, Américo Machado, Viriato Cruz e António Agostinho Neto

Estas melhorias aumentaram a população metropolitana em Angola para 58 000, mas ao mesmo tempo criaram o deficit orçamental, produzindo a inflação e desvalorização monetária e paralisando a economia entre 1925-26 e, por falta de investimentos, os seus produtos não evoluíram em qualidade e preço, em relação aos produtos de outras proveniência, causando a queda de exportação, situação agravada, ainda mais, com as pretensões expansionistas da África do Sul para aqueles territórios e, bem como, com a crítica das condições do trabalho indígena e da missão civilizadora portuguesa feita pela Sociedade das Nações Unidas.

É neste contexto que Salazar elaborou o Acto Colonial de 1930, em que afirmou que o Estado Português não aliena nenhuma parcela do território colonial e aplicou restrições a concessões aos estrangeiros e aos particulares, relativamente as funções de soberania, de modo a reforçar a ideia de continuidade e complementaridade territorial do espaço metropolitano e ultramarino, como “uma comunidade de solidariedade natural”.

Com base neste projecto determinou o fim da autonomia financeira do ultramar e, consequentemente, o orçamento de cada território ultramarino ficou subordinado à aprovação do Ministro das Colónias ou do Governo de Lisboa, de modo a prevalecer o equilíbrio e bom aproveitamento das contas públicas.

E os territórios ultramarinos tornam-se parte do mercado interno e a grande indústria burguesa metropolitana passou a explorar e comercializar os produtos agrícolas, pecuária e matérias-primas, sobretudo minérios, daqueles territórios, política que permitiu equilibrar as contas externas do Estado Novo.

O Acto Colonial permitiu realizar mudança política, ideológica, institucional e administrativa, permitindo desenvolver os mercados metropolitanos e ultramarinos quantitativa e qualitativamente durante a guerra e na pós-guerra.

Na sequência do projecto da unidade territorial, baseando-se num Portugal pluricontinental e pluriracial, na década de 1950 introduziu-se o conceito de EEP, espaço económico português, em complemento de abertura a Europa e criaram-se condições para uma economia forte, em concorrência com o mercado metropolitano, investindo elevados montantes e dando início a instalação da 1ª industria têxtil e ao fomento agrícola, florestal e pecuário, desenvolvimento do caminhos-de-ferro, portos e transportes marítimos e fluviais, estradas, pontes e aeroportos, obras de urbanização e saneamento básico, instalação da energia eléctrica e fomento mineiro, obras que continuaram a grande ritmo até a Revolução de 25 de Abril de 1974.

Para a realização destes investimentos foi utilizada também a ajuda Marshall, no período de 1949-1951, sobretudo na indústria de carnes, prospecção de minérios, indústria de cimentos, em que se destacou o grupo Champalimau, e com o 1º Plano de Fomento Nacional incrementou-se a construção de barragens e centrais hidroeléctrica, e fez-se a modernização e aumento dos transportes marítimos.

Este desenvolvimento permitiu a emigração metropolitana para Angola e criaram-se colonatos de Cela no centro de Angola e de Matala no sul de Angola.

Por outro lado aplicaram novas regras no regime de trabalho indígena, sobretudo para acabar com o recrutamento compulsivo e, concomitantemente, procurou-se alargar a cidadania aos naturais, à mediada que as populações indígenas e tribais, se adquirissem hábitos e regras sociais civilizacionais, através da frequência das escolas e aprendizagem da língua portuguesa.

Em 1960 criaram-se colonatos de povoamento local e são criadas Juntas Provinciais de Povoamento rural e surgiram os projectos de colonatos de soldados e dos cabo-verdianos, e quanto a população metropolitana, esta preferiu ficar nas cidades.

Para o alargamento da cidadania aos naturais e para pôr cobro aos abusos individuais e mesmo institucionais, muito contribuiu a reforma de 1961 de Adriano Moreira, Ministro do Ultramar, mas como sempre a sua aplicação foi muito subjectiva e contrariada por preconceitos e interesses materiais.

Esta modelo governativo gerou crescimento do PIB, aumentou a produção industrial, sobretudo a indústria transformadora e extractiva, como, sisal, açúcar, café, diamantes, petróleo e minas de ferro, bem como a indústria de calçado e do vestuário, e, nos anos 1970, surgiram novas urbanizações e expansão das cidades, e aumentou a população, e tudo isto aliado aos movimentos dos contingentes militares, dinamizou o comércio e a partir da década de 1960 falou-se do “milagre económico” com o crescimento de 7% entre 1963 e 1973 contra 4% em media dos anos anteriores, e todo este quadro industrial e comercial encontrava-se estruturado nas principais Companhias a seguir indicadas:
- Companhia Angola de Agricultura, SARL (CADA);
- Sociedade Agrícola de Cassequel;
- Companhia de Diamantes de Angola;
- Companhia Mineira de Lobito;
- Cabinda Gulf Oil Company;
- Petrangol;
- Secil cimento;
- Secil marítima, SARL;
- Fabrica de Bicicletas e Motorizadas, Lda (FABIMAR);
- Tintas Dyrup de Angola, Lda;
- Angolan African Oxygen (eléctrodos para soldadura a gás);
- Indústria Electrónica de Ultramar (ANGOTRONICA);
- Sociedade Angolana de Acumuladores Tudor (SADAT);
- Sterling Farmacêutica Portuguesa;
- Companhia União de Cervejas,(CUCA);
- Companhia de Congo Agrícola (QUINTAS E IRMÃOS)
Com o 3º Plano de Fomento Nacional, surge o projecto Sines em 1972 com base no petróleo angolano, o qual com a revolução de 25 de Abril de 1974 e posterior alteração do modelo político ficou impraticável e portanto sem aplicação à nível do país todo.

3 – GUERRILHA E INDEPENDÊNCIA
Em 1954 Holden Roberto fundou em Leopoldville a UPA, União dos Povos Angolanos, que depois se transformou em FNLA, Frente Nacional de Libertação de Angola, com apoio norte-americano; em 1955 é criado o Partido Comunista de Angola, por iniciativa do Partido Comunista Português, no meio dos metropolitanos residentes nas cidades de Angola, e que em 1956 se transformou em MPLA, Movimento Popular de Libertação de Angola; no mesmo ano surgiram os tumultos dos trabalhadores contratados no norte de Angola, causando as primeiras ofensivas policiais contra independentistas; em 1960 foram presos Agostinho Neto, líder do MPLA, e o padre Joaquim Pinto de Andrade, e a 4 de Fevereiro de 1960 deu-se o ataque frustrado às cadeias para libertar os presos políticos e no funeral das vítimas policiais surgiram violentas perseguições e matanças nos muceques de Luanda e dia 15 de Março a UPA lançou os mortíferos ataques no norte de Angola e em Janeiro de 1961 os trabalhadores das plantações algodoeiras de Baixa de Cassenje, no norte de Angola, revoltaram-se e entraram em greve, sendo a rebelião esmagada com centenas de mortos entre os revoltosos, por intervenção militar.
A guerrilha, durante 13 anos de luta, até à democratização do Estado Português, com a revolução de 25 de Abril de 1974, apenas conseguiu destruir a economia tradicional e rural, com perdas de colheitas, envenenamento dos solos, e com as deslocações forçadas das populações.
Em 1975 o MFA, Movimentos das Forças Armadas Portuguesas, encetou conversações em Alvor, para transferir o poder aos movimentos de libertação, então, transformados em partidos políticos, formando um governo provisório, o qual entrou em conflito e em 11 de Novembro de 1975 em Luanda o MPLA proclamou unilateralmente a República Popular de Angola e em Ambriz, no mesmo dia, a FNLA e a UNITA proclamram outro Estado independente.
O Governo Português e maioria dos países internacionais reconheceram o MPLA como governo legítimo.
Estes acontecimentos deram origem a guerra civil, abrangendo todo o território angolano durante mais de 25 anos, assim a guerrilha rural anterior ao 25 de Abril de 1974 transformou-se em guerra armada urbana e que durou o dobro do tempo da guerrilha independentista e só nos primeiros três meses provocou só em Angola mais mortos e feridos do que durante os 3 anos de guerrilha em todo o território ultramarino africano e nesta guerra o MPLA foi apoiado militarmente pela União Soviética e pela Cuba.
A FNLA e a UNITA tiveram apoio dos EUA, China, Coreia do Norte, Zaire e África do Sul.
Principal bibliografia consultada: História de Portugal; José Mattoso
História de Portugal; José Hermano Saraiva

sábado, 26 de julho de 2008

Convivio de 06 de Setembro - BCAC2877




Já foram remetidas todas as cartas, conforme lista de moradas na nossa posse e actualizadas à data da remessa dos convites.
Uma ou duas já vierem devolvidas.
Não tantas quantas no passado ano e em especial no ano de 2006 em que muitas tiveram retorno, especialmente porque os endereços estavam incompletos.
A partir deste momento, fica no espirito de cada um dos que receberam a nossa carta, a motivação e o empenho de estarem presentes.
Quem organiza estas confraternizações, apenas o faz com o sentido de tornar possível o nosso reencontro.
Queremos que fique bem claro que não existe "qualquer espirito comercial ou outro de qualquer natureza" a orientar ou motivar o imenso trabalho que dá o por em marcha, organizar e acompanhar até ao final o convívio, com o espirito de que tudo decorra da melhor forma, em todos os aspectos.
A nossa esperanmça e vontade, está sempre confinada à ideia de que momentos destes, vividos em companhia de quem foi nosso companheiro nos bons e maus momentos passados na Guerra de África, serem acima de tudo para descontrair e recordar.
O convite aí está.
A confraternização já está em marcha e só vai parar no final do almoço do dia 06 de Setembro