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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Guerra Colonial - Angola


"MARCAS PARA TODA A VIDA"

 NOME: Mário Brito Lopes IDADE: 54 anos 
COMBATE: Bembe, Totó e Caixto, no norte de Angola; 
Membro da Companhia 2693 
"Todas as guerras deixam fortes marcas para o resto da vida e, sem querermos, esses resquícios reflectem-se no nosso dia-a-dia. De 1970 a 1972 permaneci no norte de Angola, 27 meses em zona de mato, integrado na Companhia 2693 que foi alvo de várias emboscadas. Só por mera sorte elas não tiveram consequências mais graves. Porque a guerra colonial, tal como todas as outras guerras, são feitas para matar. Nunca mais esquecerei uma das emboscadas, em que tivemos de saltar do veículo em que seguíamos. Ainda me escondi por detrás de uma das rodas da viatura, e um dos disparos só não me atingiu por menos de um palmo. Nós respondíamos com fogo para dentro do mato, onde estariam os nossos inimigos, e é natural que alguns fossem abatidos. Depois de regressar da guerra de Angola, e durante longos anos, continuei a vivê-la de outra forma. Por exemplo, quando me encontrava a dormir e alguém me acordava, saltava precipitadamente da cama, como se fosse alertado para qualquer acto de combate. Mais: sempre que ouvia um estampido ou um tiro, mesmo de caçador, atirava-me logo ao chão naquele habitual instinto de defesa."

Ler mais em: https://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/memorias-do-inferno

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