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segunda-feira, 21 de abril de 2014
25 de Abril dos ex-combatentes
Gostaríamos de deixar aqui uma mensagem de lembrança, de recordação afinal, não para nós que andamos pelas terras de África, como combatentes numa guerra, que como todas, mais destruiu que construiu, mas
para aqueles que voltaram de África. A nossa passagem pelas forças armadas foi acima de tudo, um atrazo nas nossas vidas. Para o justificar, nem serão precisas muitas frases, nem tampouco muitas palavras. A experiência de cada um fala por sí.
Muitos, doentes ou evacuados das zonas de combate com mazelas fisicas que os atrofiaram para o resto das suas vidas, obtiveram como medalha esses maltratos fisiscos e psicológicos
Para os que por lá ficaram, MORTOS EM COMBATE OU EM DESASTRE, a vida acabou, sem honra nem glória. O esforço de todos nós, sem excepção gorou-se, porque como era mais que sabido, e a História, deveria ter ensinado os governantes de então, guerras daquelas nunca se ganham. A guerrilha pode não matar logo, mas vai moendo as forças e as mentes dos seus inimigos. Esse seria o inevitável fim daquelas guerras, como aliás o foram em outras partes do mundo em situações semelhantes. Inteligentes foram aqueles estados que sabendo que os ventos da História os iria levar à derrota, acabaram por negociar o fim das guerras antes de as perderem ou até de as terem começado.
Não fora por outraS razões, serviu o 25 de Abril para acabar com o envio de mais umas dezenas de militares para África, ao sabor dum destino que não seria bom e cujo fim não era mais que uma incerteza em cada minuto de vida por lá passado.
Lamentamos todos, certamente que o seu fim não deveria ter sido assim. Mas, como numa qualquer doença, quando o seu tratamento, por ineficaz ou tardio gera o perigo de vida, aconteceu que foram amputados alguns orgãos para que a restante parte do corpo pudesse sobreviver.
Acabou a Guerra – bem hajam os que promoveram o seu fim definitivo
quarta-feira, 2 de abril de 2014
terça-feira, 1 de abril de 2014
Zau Évua - terra de ninguem...
Meus amigos, distintos camaradas de armas, companheiros de aventura, o tempo passa e nós nem damos por isso! Tenho andado atarefado a arrumar papéis (centenas e centenas de folhas de papel vão parar ao «Papelão», para reciclar...) e encontrei umas quantas folhas dactilografadas do que foi uma das versões do meu «Zau-Évua, terra de ninguém, sítio de vivências», publicado em Maio de 2003... Deixo-vos aqui uma dessas páginas, para memória... O resto vou «arquivar» no Papelão, para reciclagem...
segunda-feira, 31 de março de 2014
BCAC2877- Confraternização de 2014
Ultimas
Actualizado em 02 ABRIL4 - às 15 horas
Estamos a aguardar preços e ementas para o evento
Estamos a tentar na zona da mealhada
Combatentes desprezados por Passos Coelho em Moçambique
José Alberto Morais da Silva, Coronel Piloto Aviador na Reforma, vem, por este meio, protestar contra a vergonha e humilhação por que fez passar os Antigos Combatentes, por altura da primeira visita de V. Exª a Moçambique.
Por certo que sabia, ou se não sabia alguém do luzidio séquito que o acompanhou na visita deveria ter-lhe dito, que havia um cemitério no Maputo onde estão os restos mortais de vários Militares Portugueses que perderam a vida nos combates em Moçambique durante a Guerra do Ultramar. [ver foto em baixo]
Era sua obrigação, como primeiro-ministro de Portugal, ter ido prestar homenagem aos nossos mortos em combate.
Mas V. Exª – do alto dos seus altos conhecimentos da arte de ser político ou por não ter cumprido Serviço Militar e, portanto, não saber bem o que significa a palavra Patriotismo –, decidiu prestar homenagem aos mortos do nosso adversário nessa guerra, deixando no esquecimento aqueles que perderam a vida numa guerra que, justa ou injusta, foi uma guerra em que perderam a vida alguns milhares de Militares Portugueses.
Este acto de V. Exª foi mais uma desconsideração e humilhação para os Militares deste País e poderá V. Exª ficar a saber que 1.300.000 Portugueses, Antigos Combatentes, também não esquecerão a afronta cometida pelo primeiro-ministro de Portugal.
José Alberto Morais da Silva, Coronel da Força Aérea na Reforma ( No Facebook)
quinta-feira, 27 de março de 2014
PENSÕES - cada ano uma
A balada das pensões
Fizemos os nossos descontos com base em calculos actuariais definidos pelo próprio Governo e agora...
Algo está mesmo errado nas mentes desta “gente” que nos desgoverna
“”A solução que o Governo está a tentar encontrar para contornar o carácter temporário da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) passa por fazer depender o valor das pensões de uma série de indicadores que reflitam a sustentabilidade da Segurança Social.
Assim, num ano de crescimento, em que haja mais emprego, melhores salários e menos encargos com pensões, o valor destas pode registar uma subida. Pelo contrário, em anos de recessão, o montante a pagar pelas pensões deverá baixar, segundo garantiu fonte do Ministério das Finanças ao Jornal de Negócio” (noticiasaominuto )
Guerra de África - Memórias da Guerra - livro
http://books.google.pt/books?id=DEgDAwAAQBAJ&pg=PA116#v=onepage&q&f=false
Podem tentar ler, mais um livro sobre a Guerra de África
quarta-feira, 26 de março de 2014
Marco de Canaveses - Homengagem
Em muitos lugares deste Portugal ainda se vão lembrando de quem passou pela guerra de África
“”Homenagem aos ex-Combatentes da Guerra do Ultramar do Marco de Canaveses
A exemplo dos últimos 4 anos a Associação dos Combatentes da Guerra do Ultramar de Marco de Canaveses, com o imprescindível apoio da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, centenas de pessoas concentraram-se junto ao Monumento dos Combatentes da guerra do Ultramar, para prestar homenagem aos quarenta e seis filhos do Marco de Canaveses que faleceram em defesa da Pátria, numa cerimónia que mereceu a presença oficial do Representante do Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar na dupla função de representar o Gabinete de Apoio aos Antigos Combatentes, e o Representante do Chefe do Estado Maior da Armada, entre outras individualidades presentes.
O Presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Dr. Manuel Moreira, depôs uma coroa de flores em nome do município, prestando homenagem a todos o ex-combatentes e respectivos familiares.
Este ano a cerimónia mereceu um momento particularmente importante a que todos os presentes fizeram questão de se associar, logo após ter sido cumprido o protocolo de homenagem, que foi a inauguração da "Praça dos Combatentes da Guerra do Ultramar", assim designada, e que por proposta do próprio Presidente da Câmara Municipal, mereceu a aprovação e parecer favorável da Comissão Municipal de Toponímia e aprovada em reunião de Câmara Municipal. A "Praça dos Combatentes do Ultramar Português" fica situada no preciso local onde se encontra o Monumento, nas imediações do Estádio Municipal do Marco de Canaveses.
Após a cerimónia os antigos combatentes e respectivos familiares, acompanhados pelas entidades oficiais presentes deslocaram-se para o Santuário da Irmandade da Nossa Senhora da Natividade do Castelinho, onde foi rezada uma missa de sufrágio em honra de todos os ex-combatentes, seguida de um almoço convívio primeiro e depois de um lanche, que se prolongou por toda a tarde no Parque de Lazer do mesmo Santuário.”” www.cm-marco-canaveses.pt
terça-feira, 25 de março de 2014
Reformados, velhos, doentes, maltratados e roubados nas suas pensões actuais e futuras
Nos dias de hoje, a grande maioria dos combatentes da guerra de àfrica, por outras razões, mas aenas pela idade, são “velhos” e reformados ou a cominho de o serem.
Fica aqui este artigo para uqem se interessa por estes assuntos
“”Eu gostaria muito de escrever artigos racionais, ponderados, que merecessem uma aura académica e sensata, que unissem em vez de dividir, que me permitissem ter a minha quota de lugares, prémios e prebendas, mas estou condenado, nestes tempos, a escrever cada vez mais panfletos. Acontece. Isto do imperativo categórico, como Kant sabia, é uma maçada.
Isso deve-se ao facto de não querer ter nenhuma falinha mansa, daquelas que enchem o balofo da nossa política de mútuos cumprimentos e salamaleques, com gente que se mostra impiedosa por indiferença, hostil com os fracos que estão do lado errado da “economia”, subserviente com os fortes, capaz de usar todos os argumentos para dividir, se daí vier alguma pequena folga para as suas costas.
Tenho dito e vou repetir: a herança que estes dois anos de “Governo” Passos Coelho-Portas-troika vai deixar ultrapassará muito o seu tempo de vida como governantes. Se não for antes, em 2015, passarão à história como um epifenómeno dos tempos da crise e sobreviverão incrustados nos partidos de onde lhes vem o poder, como um fungo que não se consegue limpar. Vão continuar a estragar muita coisa, mas a própria lógica de onde vieram os substituirá por outros mais ou menos maus. A maldição portuguesa é esta. Aquilo que mais precisamos, não temos.
Mas, mesmo que desapareçam como as figuras menores que realmente são, vão deixar estragos muito profundos no tecido já de si muito frágil da nossa vida colectiva, cavando fundo divisões e conflitos, destruindo o pouco de humanidade social que algum bem-estar tinha permitido. Eles estão, como as tropas romanas, a fazer no seu Cartago, infelizmente no nosso Portugal, o terreno salgado e estéril. Pode-se-lhes perdoar tudo, os erros de política, a incompetência, o amiguismo, uma parte da corrupção dos grandes e dos médios, menos isto, este salgar da terra que pisamos, apenas para obter uns ganhos pequeninos no presente e com o custo de enormes estragos no futuro.
Um exemplo avulta nos últimos dias, que já vem de trás, mas que ganha uma nova dimensão: o ataque aos velhos por serem velhos, uma irritação com o facto de haver tanta gente que permanece como um ónus para o erário público apesar de já não ser “produtiva”, de não ter saída no “mercado do trabalho”, de estar “gasta”. De ministros que não leram Camões e nem sequer sabem quem são os “velhos do Restelo”, a gente que pulula nesse novo contínuo dos partidos e do Estado que são os blogues, a umas agências de comunicação que são as Tecnoforma dos dias de hoje, boys e empregados de todos os poderes para fazerem na Internet e nos jornais o sale boulot, todos, de uma maneira ou de outra, atacam os velhos, por serem velhos. Numa sociedade envelhecida, isso significa atacar a maioria dos portugueses, em nome de uma ideia de juventude “empreendedora”, capaz de fazer uma empresa do nada só com “ideias”, “inovação” e design, sem os vícios do “passado”, capaz de singrar na vida sem “direitos adquiridos”, nem solidariedade social, imagem que tem o pequeno problema de ser tão mitológica como a Fada dos Dentinhos.
Grande parte do ataque a Mário Soares e a muitos que estiveram na Aula Magna foi feito em nome de eles serem “velhos”, logo senis. Nem sequer é por implicação, é dito com clareza, com o mesmo tipo de “argumentos” com que os soviéticos enviavam os dissidentes para os asilos psiquiátricos porque quem estivesse no uso normal das suas faculdades não podia deixar de ser comunista. Aqui é o mesmo: só pode ser senil quem duvidar da bondade das medidas do Governo, apresentadas como sendo a realidade pura, inescapável, inevitável. Como pode estar bom da cabeça quem coloca em causa a versão em “economês” da lei da gravidade? Só um louco. E se for velho, é-se senil, ultrapassado, antiquado, mesquinho, por definição. Não há outra maneira de explicar que haja velhos com tantas ideias “erradas” sobre a bondade do nosso “ajustamento” e que sejam empecilhos para os “jovens” brilhantes que o aplicam com vigor e sem vergonha.
Muito do discurso contra os velhos, que começa, em bom rigor, cada vez mais cedo, quando se perde o emprego e se fica “gasto” para o mercado de trabalho, é um discurso que pretende ser utilitário no plano político, e é isso que o torna moralmente desprezível. Destina-se a justificar o violento ataque a reformas e pensões, a gente que trabalhou a vida toda, e que ainda tem memória do que custou obter esses malfadados “direitos”, resultado de “contratos” de “confiança” com o estado, tudo coisas de velhos que estão a “roubar” aos mais novos do seu futuro. Estão a mais. E se eles não percebem que estão a mais a gente vai mostrar-lhes pelo vilipêndio e pelo saque que já há muito deveriam ter desaparecido.
Muita coisa tem hoje a ver com esta demonização da idade. Um caso entre muitos, é o que se está a passar com o despedimento colectivo dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo. Nem sequer discuto se a empresa tinha que encerrar ou não, porque a partir de um certo nível de dolo e degradação da linguagem esse não é o primeiro problema. Podia ser, mas com esta gente não é, porque, ao fazerem as coisas como fazem, sempre obcecados em enganar-nos, merecem que contra eles se volte tudo, o discurso empolgado dos “navegadores” e a retórica do “mar”, ao mesmo tempo que se fecha o único estaleiro que sobrava, a disparidade de não querer pagar 180 milhões de euros, enquanto se aumenta a taxa para a RTP, que recebe todos os anos muito mais do que isso, a displicência com que se apresenta como grande vitória, mais de 600 despedimentos.
Acresce a soma de mentiras habituais: que 400 trabalhadores vão ser reintegrados (afinal não há nenhuma garantia), que vão ser pagas as devidas indemnizações (afinal parece que só a parte deles), que vai continuar a construção naval (quando não custa perceber que o que a Martifer vai fazer não são navios). O que vai acontecer é um enorme despedimento colectivo feito pelo Estado, o encerramento dos estaleiros à construção naval, o preço de saldo para a Martifer após o Estado, como no BPN, pagar todos os custos. E, na vaguíssima hipótese de alguns trabalhadores serem empregados na nova empresa, serão sempre poucos, com salários mais baixos, com uma folha de antiguidade a zero, e ficarão de fora os mais velhos e os mais reivindicativos. Alguém vai contratar um membro da comissão de trabalhadores, mesmo que seja um excelente soldador? Como muita da mão-de-obra dos estaleiros já tem uma certa idade – os velhos começam a ser velhos aos quarenta –, está-se mesmo a ver a sua “empregabilidade”.
Não custa fazer o discurso politicamente correcto de que a “esquerda não tem o monopólio da sensibilidade social” (e não tem), nem dizer aqueles rodriguinhos do costume do género “que bem sabemos como os portugueses estão a sofrer”, ou que “nenhum Governo gosta de tomar estas medidas”, ou elogiar os portugueses pelo seu papel “decisivo” no sucesso da aplicação do “ajustamento”, etc., etc. Na verdade, estou farto de exibições de confrangimento público e exercícios de “preocupação social”, já não posso ver a hipocrisia de Passos Coelho e de Aguiar Branco, ao lado do exibicionismo pavoneado dos soundbites de Portas.
Swift escreveu em 1729 uma sátira sobre a pobreza na Irlanda chamada Uma modesta proposta para evitar que as crianças dos pobres irlandeses sejam um fardo para os seus pais e o seu país e para as tornar um benefício público. Aconselhava os pobres a comerem os filhos, como meio de combater a fome, “grelhados, fritos, cozidos, guisados ou fervidos”. Na verdade, quando se assiste a este ataque à condição de se ser mais velho – um aborrecimento porque exige pagar reformas e pensões, faz uma pressão indevida sobre o sistema nacional de saúde, e, ainda por cima, protestam e são irreverentes –, podia avançar-se para uma solução mais simples. Para além de os insultar, de lhes retirar rendimentos, de lhes dificultar tudo, desde a obrigação de andar de repartição em repartição em filas para obter papéis que lhes permitam evitar pagar rendas de casa exorbitantes, até ao preço dos medicamentos, para além de lhes estarem a dizer todos os dias que ocupam um espaço indevido nesta sociedade, impedindo os mais jovens de singrarem na maravilhosa economia dos “empreendedores” e da “inovação”, será que não seria possível ir um pouco mais longe e “ajustá-los”, ou seja, exterminá-los?””
Aqui, leia mais de onde foi retirado este artigo
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