Visualizações

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Zau Évua - uma das equipas de futebol


Uma das poucas fotos onde se vê o Cmdt do Batalhão quando da chegada a Angola.
 Em pé: Alfama, Manteigas, Coelho, CMDT, Pires, ?, Lopes.
Outros: ?, ?, ?, Jose Almeida e Ribeiro

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Golden Gate - Jose Niza

"A obra "Golden Gate – Um quase diário de guerra", de José Niza, é "um livro de memórias" de uma guerra colonial que "aconteceu durante 13 anos", escreve no prefácio o compositor residente em Santarém falecido em 23 de Setembro de 2011.O livro agora editado resulta da correspondência diária que manteve com a mulher durante o período em que esteve "naquele mato de Angola, húmido e quente", no aquartelamento de Zau Évua, entre 1969 e 1971. 
 José Niza fora destacado para o contexto da guerra no Norte de Angola como médico. "Uma guerra onde o médico e o capelão eram os terapeutas do espírito mais ou menos primário e sempre psicologicamente descompensado, daqueles mancebos que, por exclusivas razões de idade, foram incumbidos de defender a Pátria contra o fluir da História". Segundo afirma, "na consulta havia sempre mais gente que na missa", a única excepção era a missa de Natal.
  Das cartas enviadas à mulher, foram retirados extractos que são apresentados nesta obra como páginas de um suposto diário. A 17 de Julho de 1969 Niza escreveu: "Chegou cá a notícia de que o Salazar está muito mal, que está mesmo a morrer. Aliás, ele já morreu há dois anos. A certidão de óbito é que está atrasada".
 Noutro passo, com data de 10 de Dezembro de 1970, dá conta dos presentes de Natal que os militares ali destacados receberam, enviados pelo Movimento Nacional Feminino (MNF): "Um pacote de amêndoas, o que dará uma por cada soldado; meia dúzia de lâminas de barbear; o que dará uma lâmina por cada caserna; e ainda meia dúzia de pastas de dentes, o que só dará para os desdentados".
  "Apeteceu-me escrever à Cilinha [Cecília Supico Pinto, líder do MNF] a agradecer a amêndoa que me coube. E, como deixei crescer a barba, vou oferecer a minha parte da lâmina a quem necessitar".
  Há também excertos mais íntimos, e até confessionais, como a que escreveu a 6 Julho de 1970, dirigindo-se à mulher: "Gostar de ti é uma vocação, um modo de vida, uma ocupação permanente, uma invenção de sonhos, uma antecipação do tempo que há-de vir. Estás presente. Amo-te em full time".
José Niza, autor de temas como "E depois do adeus", foi médico psiquiatra, compositor e deputado e autarca do Partido Socialista em Santarém, onde durante dois mandatos presidiu à assembleia municipal. Residia em Perofilho, nos arredores de Santarém.
  Como músico trabalhou com Janita Salomé, Tonicha, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira e Carlos do Carmo, entre muitos outros, tendo, como autor, vencido quatro festivais RTP da Canção."
In "O Mirante" - http://www.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao&id=53865&idSeccao=422&Action=noticia
 
Brás Gonçalves escreveu
  • "Tenho o livro de José Niza lido, como o faço com os livros de poesia, abrindo-o numa qualquer página e a partir daí, para a frente ou para trás.
Para além da curiosidade de saber o que se passou por aquelas terras do fim do mundo, sob o ponto de vista e da experiência do médico, ficou-me também o interesse de saber o muito que José Niza analisou sob a sua experiência em terras de Angola ao sabor da...
sua profissão - médico.
Mias para diante, voltarei para tecer algumas considerações sobre algumas das passagens do livro e do seu estilo de escrita.
Um livro para ler e pensar sobre o que se passava naquela "guerra", as frustações, os traumas, as doenças físicas e mentais. Voltarei ao assunto num dia destes."
 
Barbosa Antonio  escreveu
  • ESTIVE HOJE, PELA SEGUNDA VÊS A LER UM POUCO DO LIVRO NA FNAC NORTE CHOPING. PENSO TRATAR-SE MAIS DE UM LIVRO QUE NARRA HISTORIAS PESSOAIS E CONTANDO APENAS O QUE COM ELE SE PASSOU. NA 2543 ACONTECERAM DRAMAS QUE PELOS VISTOS ELE NEM TÃO POUCO TEVE CONHECIMENTO, ENTRE OS QUAIS MORREU UM NOSSO COLEGA NO DIA 25/07/ 1971, QUASE NA NOSSA PARTIDA PARA LUANDA. COMO ELE ESTAVA EM ZAU ÉVUA PROVAVELMENTE NÃO SOUBE.No livro, José Niza escreve as dificuldades que teve em Zau Evua salientando tambem os mosquitos como nosso grande inimigo. É evidente que tambem eram grandes inimigos, mas recordo que o ano em que lá estivemos em conjunto com a C C S, o numero de colegas com doenças, em relação ao quiende era muito reduzido. O maior problema era o isolamento total da população, mas era um local com muito menos trabalho que o Quiende que para lá de termos tambem uma area do tamanho do Algarve a defender, tinhamos de o fazer apenas com 3 plutões porque o 4º plutão estava destacado num outro local sob o comando do Alferes Albernaz. O Quiende era um local com mosquitos portadores do paludismo em grande escala que quase toda a companhia foi vítima e muitos camaradas, assim como eu, estivemos doentes mais que uma vez. Por via disso tive de estar internado no Hospital de Ambrizete.Ainda falando sobre o livro, Jose Niza escreve a ida do capitão castro para exercer trabalhos naquela cidade que ele muito bem sabia fazer "ou não fosse ele arquiteto" Mas o que eu queria dizer é que aquele lindo jeep que ele pra lá levou, estava obsoleto em Zau Evua. e eu e o amigo Alvaro Baião, restauramo-lo e após ameaças de colegas de que podiamos ser castigados por o alterar ligeiramente. Mas nada disso aconteceu. O capitão de certeza que tinha muito gosto no carro, porque quando eu ia a S. Salvador era um regalo v^lo passar a conduzir o jeep.

Antonio Fernandes j escreveu:

  • Já li o livro quase todo e gosto,

 

 
 
 
 

Golden Gate

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Zau Évua

Vista da parte nova do aquartelamento - ao fundo à direita ainda se vê uma pontas dos imensos morros de Zau Évua
 
 
 
Vista da "Porta de Armas"
 
Para quem por aqui (pelo blog,  porque Zau +Evua já não existe)  passar, ficar apenas com uma ideia, uma pequena ideia do que era viver neste local durante 2 anos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

José Niza oferece direitos de autor

A família de José Niza ofereceu os direitos de autor do seu livro Golden Gate,  à Associação de Deficientes das Forças Armadas, uma atitude que se louva

Jose Niza e o livro Golden Gate -um quase diário de guerra

O representante do editor
O Presidente da Ass Def Forças Armadas

 Estivemos presentes na apresentação do livro "Golden Gate" - um quase um diário de Guerra, de José Niza.
Estiveram presentes, para alem da viúva, os três filhos, familiares, amigos de vários quadrantes políticos e o presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas com quem trocamos impressões e nos convidou a visitar a associação, a quem a família dou os direitos de autor do livro.
Tomaram a palavra um representante da editora, a viúva de José Niza que comovida agradeceu, a presença de todos o que encham a plateia da Livraria e ajuda dada por Manuel Alegre e de José Freire para  a publicação da obra.  Manuel Freire, o da Pedra Filosofal, que  bem ao seu estilo, apresentou  o livro, teceu considerações sobre o estilo irónico da escrita de José Niza e no final leu alguns poemas do autor.
Destacamos :
Dedico este livro aos que morreram na guerra e aos que sofreram por causa dela.
Pelos que morreram nada há a fazer. A não ser a recordação, a medalha póstuma e a magra pensão parta as viúvas.
Para os que sobreviveram há o apelo de que não permitam outras guerras como esta.
Sendo o Homem o único animal que fala, a sua espingarda deve ser a palavra e a sua estratégia militar o diálogo.
Tudo o resto é responder aos apelos da irracionalidade.
Só quem viveu uma guerra pode saber, verdadeiramente, o que é a PAZ.
                                                                                             José Niza

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Jose Niza - novo livro a título póstomo



José Niza fazia anos as 16 de Setembro, faleceu no ano passado a 23 de Setembro e é lançado este anos, no dia de hoje um novo livro com as memórias da sua (nossa) passagem pela Guerra de África em 1969 e 1971.
Tínhamos estado em Santarém em 21 de Abril de 2008 no lançamento do seu livro Poemas da Guerra, que tem prefácio de Pinto Balsemão.
José Niza foi o médico do nosso Batalhão - BCAC2877 deixou um enorme lastro de amizade com todos os que com ele partilharam os dois anos de passagem por Zau Evua Angola, era um conviva assíduo aos almoços de confraternização, onde à viola acompanhou um outro nosso companheiro em muitos fados e baladas de Coimbra, no convívio do ano passado, poucos dias antes da sua morte, esteve connosco e era dia de aniversário da sua esposa que o acompanhou e que foi convidada a partir o bolo de aniversário que por tradição serve de ponto final na confraternização.
Hoje, vou estar na apresentação do livro que no ano passado nos tinha confidenciado que estava a ultimar.
Estarei lá, com uma enorme encomenda de livros para muitos dos seus antigos companheiros de armas que não podem estar presentes.
Um amigo, merece sempre estar acompanhado, mesmo quando já não está
junto de nós, sabem porquê?  Porque "aquela inútil guerra fez com que nos tornássemos amigos para sempre", na dedicatória ao BCAC2877 no seu anterior livro.

Há quem mereça ser sempre recordado, José Niza bem o merece.