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quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Pensao Complementar aos Antigos Combatentes

Hoje não tinha nada de especial para escrever, mas, como toda a gente neste país refila por tudo e por nada, tambem achei que tinha direito a "refilar", admito com substancial razão dado o que me foi acontecendo na busca de elementos e meios para poder esclarecer os companheiros de armas sobre o tema.
Tudo isto tambem tem a ver, com a tal competencia apregoada as quatro ventos pelos respectivos representantes sindicais dos funcionários publicos que não aceitam nem uma pequena critica aos seus representados.
Na Loja do Cidadão em Lisboa, confrontei as funcionárias da Caixa Geral de Aposentações da razão porque ainda não me tinha sido processada a Pensão relativa ao tempo em que fui funcionário do Estado, nem a contagem do serviço militar normal, a resposta foi a de que as contagem de tempo estavam atrazadas e só lá para Janeiro do ano de 2007 a minha pensão seria actualizada, quanto à Pensaão Complementar aos Antigos Combatentes, teria que me dirigir à Caixa Nacional de Pensões.
Claro, nova bicha, novo tempo de espera e a resposta às duas questões que coloquei - Porque ainda não tinha a minha pensão actualizada com o tempo de serviço militar normal, foi-me dito que não se sabia quem era responsável por esse tempo da pensão, se a Caixa Nacional de Pensões ou a Caixa Geral de Aposentações, e estava em estudo; porque razão não me era indicada a Pensao Complementar aos Antigos Combatentes, e aí foi-me dito que não havia verba para a liquidação dessas verbas. ?????
Acontece que nem passada uma semana, recebi uma carta da Caixa Nacional de Pensões a indicar o valor da tal Pensao Complementar aos Antigos Combatentes. Que optima informação prestada.
Vamos ao que interessa, pois como não conseguia saber, fazendo as minhas contas, como se chegava à verba da tal Pensao Complementar aos Antigos Combatentes, contactei o Serviço Nacional de Pensões em Entre-Campos, em Lisboa, uma primeira funcionária disse-me que tinha estado com baixa médica e que não sabia como calcular, nem tinha por aí o tal Decreto-lei a que se reportava a carta que lhe apresentei, faou com uma colehg do lado que lhe terá dado resposta semelhante. Aí pensei, que estava a perder tempo demais e escolhi outro caminho, a Liga dos Combatentes. Claro que teve que ficar a visita para outro dia.
Assim aconteceu. Passados dois ou tres dias, quando tive oportunidade, fui à Liga e por lá me deram os esclarecimentos, não antes de ter havido alguma dificuldade em intrepertar a maneira como as ditas contas são calculadas.
Sempre valeu a pena circular por 4 (Quatro) departamentos publicos para ser esclarecido.
Vamos voltar a essas contas num dia destes.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

A guerra em Angola era assim . . .

Transcrevemos o Email que recebemos do nosso companheiro João Rego:
Amigo Bras,
Como se fosses um director de jornal, fica à tua responsabilidade a publicação deste meu devaneio.
Se achares bem fazer alguma censura, estás autorizado.
Um abraço.
João Rego


Caros amigos,

As fotos de Ambrizete despertaram em mim sentimentos e recordações a um tempo nostálgicas e pesarosas.
Ambrizete foi a última localidade onde pernoitámos antes de seguir para o Lufico. A viagem até aí não se me havia apresentado carregada de perigos. Eram os benefícios da ignorância, apesar de tudo.
Mas foi na missão de Ambrizete que um dos oficiais, já com a sua farda amarelada indiciadora da sua veterania, melhor dizendo, do fim da sua comissão de serviço, ao saber do meu destino, me deu uma pancadinha nas costas e desejou-me muita sorte. Aí, aqueles meu apêndices esféricos que nos homens são referências de masculinidade e “portanto” de fortaleza, reduziram-se à sua ínfima dimensão. Não sei se inconscientemente levei as mãos ao sítio para comprovar a situação.
Dia seguinte, depois de organizada a coluna na qual se incorporavam alguns elementos da população civil, mormente mulheres e crianças, lá seguimos. A presença daqueles civis proporcionou-me alguma calma. Com os diabos: se eles ali iam, até bem humorados alguns...
Mas em Ambrizete, por muito curta que tenha sido a paragem, tinham ficado os meus olhos e a minha ilusão. Em Luanda já me tinha apercebido da força telúrica de África, porém a pequenez daquela povoação à beira Atlântico e a promessa de uma vida calma ao compasso da natureza, deixou-me completamente subjugado. Até a sonoridade do seu nome; Ambriz já soava bem, mas Ambrizete, nome de mulher, um regaço tranquilo, uma promessa de amor na praia, uma refeição de marisco ou peixe, eu sei lá. Seria o meu espírito a querer esconjurar os medos que trazia comigo?
Durante a comissão passei em Ambrizete não mais do que três vezes. Numa delas instalei-me no hotel. O quarto em que pernoitei tinha uma imprescindível, estética e ecológica rede mosquiteira. Desfrutei de um belo passeio à beira mar e da comida do hotel.
Havia uma peculiar atmosfera social naquele hotel. Creio que todos os quartos se situavam no andar superior e no rés-do-chão o salão do restaurante e bar. Uma senhora já na terceira dezena de anos vividos, que creio era a dona, deambulava pelo salão dando as boas vindas aos comensais, quase todos militares vindos do “puto”, deslocados do seu habitual meio social. Creio que era apelidada de “madrinha”, provavelmente à semelhança das madrinhas de guerra que apoiavam muitos dos militares em comissão de serviço naquelas e outras paragens de África. Entravam e saiam fardas. Além de hotel era também o clube social do sítio. (Choca-me ver a foto actual desse estabelecimento)
Um encontro com dois agentes da Pide que tinham estado no Lufico, sem que eu me tivesse apercebido da razão da sua estada, conduziu-me às instalações daquela polícia. Aí compreendi a razão do convite: apresentaram-me um farrapo humano correspondente ao que tinha sido um assalariado na nossa companhia no Lufico. Tinha a alcunha de Kit Carson. Tinha sido relacionado com uma emboscada, ocorrida, salvo erro, num troço da estrada entre Ambrizete e Ambriz, a uma brigada da Junta de Estradas. Para lhe sacar informações tinham-no deixado de rastos. Eu, naquela situação teria confessado que o sol é quadrado e que o Papa era uma mulher... Agarrou-se a mim como se eu fosse o Cristo e ele o paralítico do episódio bíblico. E eu nada fiz, senão estender-lhe a mão. Paralisei. Nem me lembro se equacionei os benefícios que eu próprio poderia sacar da actividade policial, na medida em que as hipóteses da minha intervenção bélica ficariam bastantes reduzidas.
Aos agentes interessava que eu registasse a eficiência da acção da polícia para segurança das forças armadas portuguesas em luta contra as forças independentistas, na época simplesmente apelidadas de terroristas. Registada ficou. O que não apurei foi se o Kit Carson realmente estava implicado na emboscada ou se os agentes tiveram necessidade de apresentar serviço.
E por que haveria de ser Ambrizete, aquele regaço tranquilo, a proporcionar-me esta visão?
Regressar para descobrir as feridas, as rugas? Não sei se quero. De momento agrada-me poder ver as fotos de antes e de agora.
A minha gratidão para o responsável pelo envio das imagens e para o organizador do blog.
Saudações do Lufico

João Rego “


Nota da redacção do Blog

Não é, nem será nunca nossa intenção censurar o que quer que seja nos escritos dos nossos leitores, em especial, naqueles que foram nossos companheiros de armas.
Vamos ficar na expectativa de mais escritos seus de vez em quando.
Assim o esperamos, pela pela profundeza e subtileza das suas dos seus relatos e “análises”.
Um grande abraço ao João Rego

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Escrever ou não escrever, eis a questão ! !

Não tem sido fácil, essencialmente por falta de tempo, e em algumas vezes, poucas, vontade, não por ausência de temas ou motivos para que com mais frequência, digo assiduidade, não tenhamos editado mais “posts” neste nosso Blog.

Gostaríamos que este servisse, não só como um modo de transmissão de histórias ou de contagem de factos passados em África, no nosso caso, durante a nossa passagem pela Guerra Colonial, mas também e principalmente, como um ponto de encontro privilegiado entre todos os velhos companheiros de armas, com a facilidade do contorno das dificuldades criadas pelas distâncias entre cada um de nós.

A experiência começa a ditar-nos que o Blog começa a ser lido, melhor “apanhado”, na rede das pesquisas pela Internet.

De tal situação já resultou o reencontro de velhos habitantes de Ambrizete, que por via das suas pesquisas, encontraram o nosso Blog e passaram a encontrar-se entre si. Tal situação traz-nos imensa felicidade, como será de calcular.

Como também já alguém aqui deixou escrito neste Blog, os nossos filhos e os nossos netos, serão algum dia, os futuros leitores e interventores neste tipo de comunicação. Certamente muitos deles vão gostar de saber, algo sobre o que os seus familiares mais próximos privaram de perto, o seu sofrimento, as angustias, as dúvidas, os medos, as alegrias, da participação a tantos milhares de quilómetros do seu torrão Natal, numa guerra que mais tarde ou mais cedo, se sabia que seria inútil.

Sabemos das dificuldades de acesso a este meio espectacular de comunicação, quer pelo seu custo, quer pela falta de conhecimentos que a grande maioria dos da nossa idade tem para poder ligar-se e explorar esta forma de comunicação.

Vamos mantendo a esperança de que com o desenrolar do tempo, tudo se vá modificando e, nesse sentido, em cada dia que passa, possamos ter muitos mais visitantes no nosso Blog.

Por nós vamos continuar, continuar.

Sempre temos, umas histórias para, pelo menos de vez em quando, ir contando.

Ambrizete em fotos acruais

A igreja
Uma artéria, pelos vistos, em muito mau estado de conservação
Apresentamos mais umas fotos de Ambrizete que nos foram gentimente cedidas

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Novo Visual do nosso Blog

Boa tarde

Apresentamos um novo visual no nosso Blog, resultante duma actualização e de algumas alterações processadas.

Um abraço a todos

Notícias de quem passou pelo Ambrizete

Transcrevemos Email que recebemos dum antigo companheiro de armas que tambem passou pelo Ambrizete.

" Comissão Organizadora de Convívios

Ao C/ Brás Gonçalves

Antes de mais parabéns pelo v/ trabalho.
Nem a propósito, ando a pensar matar saudades, visitando Ambrizete (N`ZET).
Tenho muitas saudades e recordações daquela TERRA, por isso gostaria de
recordar tempos passados, mas bem presentes.
Passei lá todo o tempo de comissão no Pelotão de Apoio Directo 921 e que foi
de Outubro de 1963 a Novembro de 1965, como Furriel Miliciano (ROCHA).
Navegando na Internet, por sorte fui ao site do BCAC2877 e verifiquei a
divulgação do tal tesouro que está a ser fornecido por Adriano Carvalho
(Dinito).
Efectivamente é comovente ao recordar estas imagens actuais, bem como as
informações e as referidas descrições.
Gostava de possuir o contacto do Adriano Carvalho e também do filho que lá foi
passar férias.
Muito grato por estas notícias, um abraço para todos, subscrevo-me


Belmiro Mendes da Rocha "

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

BCAC 2877 - ANGOLA - LOGO ACTUAL


Atraves duma carta de jogar que um nosso companheiro o Diogo, comercializou no Almoço de 16 de Setembro, conseguimos adaptar este Logo, com muita mais qualidade

Pensão dos Antigos Combatentes


Publicamos uma carta acabada de receber sobre o tema, "Complemento Especial de Pensão dos Antigos Combatentes ", com o intuito de chamar a atenção a todos os que nos visitarem e, no sentido de procurarem saber se já têm direito a esta pensão, como e porquê.
Vamos solicitar alguns esclarecimentos, depois, voltaremos ao assunto

BCAC2877-Angola - Dia de Todos os Santos - Dia dos Fieis Defuntos

Uma recordação de todos aqueles que connosco foram para Africa e que não regressaram, deixando o nosso convivio, ainda com idade para, afinal, iniciarem a sua vida futura, e, tambem para todos aqueles que pouco a pouco, com as contigencias das doenças ou da própria idade, tambem nos vão deixando.

A homenagem e recordação sentida por todos da Comiss Org das Confraternizações do BCAC2877

" O DIA DE TODOS OS SANTOS

No dia 1 de Novembro comemora-se o dia de " Todos os Santos".
Neste dia a pessoas vão ao cemitério arranjar as sepulturas dos seus entes queridos que já faleceram, com flores, que por tradição nesta altura do ano são crisântemos.
È também neste dia que logo pela manhã se juntam grupos de crianças que vão batendo de porta em porta pedindo às pessoas que lhes dêem os "santinhos" pela alma das pessoas que já morreram. As crianças levam nas mãos uma bolsa de pano e quando fazem o pedido às pessoas, elas dão o que querem ou podem, como por exemplo: dinheiro, maçãs, castanhas, rebuçados, nozes, bolos, chocolates etc.
Antigamente todas as pessoas iam pedir os "santinhos" porque havia muita miséria e estas pediam por necessidade. Normalmente as pessoas punham as mesas com o que tinham em casa (comida e bebida) e quando chegavam os pedintes , eles entravam e comiam à vontade e de saída ainda lhes davam alguma coisa.
Hoje já só se pedem os "santinhos" para não se perder a tradição.
É costume neste dia as pessoas confeccionarem broas de milho para comerem e darem.
No dia 1 de Novembro as pessoas arranjam as sepulturas e no dia seguinte vão à missa de Finados, que é uma missa em memória de todos os que já morreram.

Redacção feita por Alunos do 3º e 4º anos "
" Dia dos fiéis defuntos, dia dos mortos ou dia de finados é celebrado pela Igreja Católica no dia 2 de Novembro, logo a seguir ao dia de Todos-os-Santos.Desde o século I, os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1º de novembro é a Festa de Todos os Santos.
Retirado da Wikipédia "

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Fotos de Ambrizete actual

Antiga Avda 28 de maio

Antiga Avenida 28 de Maio

Hotel Sol-Praia
Pormenor duma rua de Ambrizete
Aqui ficam mais umas fotos de Ambrizete, para matar saudades





quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Contacto e notícias do Ambrizete

Aqui deixamos, na parte que interessa, uma mensagem, mais, vinda do " nosso correspondente permanente " em Ambrizete

" Amigo Brás bom-dia.
Já tive oportunidade de ver algumas das fotos que mandei publicadas no site, no entanto algumas legendas não estão correctas, o jovem que aparece na foto junto ao rio M'bridge não sou eu, mas sim um dos meus filhos que reside em Portugal e esteve cá recentemente a gozar férias, .....
Ambas as fotos são do Rio M'bridge, mas não são da zona onde existiu a jangada, são da zona do "Cabude" que fica junto ao mangal no final da pista de aviação do aeródromo local junto à vila (o outro aeródromo fica junto ao farol / radar) recorda-se?
E já agora a titulo de curiosidade, a distância entreo Ambrizete e Luanda são 272km, mas a estrada apresenta num estado de destruição tal, que demoramos entre 10 a 12 horas a fazer este trajecto de jeep 4x4 e em tempo seco, porque no tempo das chuvas chegamos a demorar 1 dia e os camiões 1 semana. Para os amantes do todo-o-terreno este trajecto é fascinante, mas para quem tem que se deslocar por esta via e não tem outras alternativas, é um verdadeiro calvário. Mas há pior, do Ambrizete à Casa da Telha são 40km que demora em média 3 horas a percorrer, mas já cheguei a demorar 8 horas, no entanto e mesmo com todos estes obstáculos e dificuldades, tanto eu como outros teimosos que persistem em continuar por cá, não trocamos esta terra por nada deste mundo.
Estou a pensar sériamente em propor-vos (ao grupo BCAÇ 2877) organizar uma visita ao Ambrizete e a outros locais (transitáveis) da Provincia do Zaire, por onde passaram e permaneceram muitos de vocês, durante o tempo de serviço militar obrigatório. Esta ideia não é inédita, há já outros grupos de amigos de outros batalhões que estiveram noutras regiões de Angola, que já realizarem esta experiência e o resultado foi maravilhoso. As pessoas regressaram a Portugal maravilhadas, felizes e com o sentido de missão cumprida porque nesta visita conseguiram satisfazer a inquietante curiosidade que não os deixava sossegar e experimentar sentimentos e sensações indiscritíveis. Continuaremos em contacto e podemos amadurecer esta ideia se tiverem interesse e curiosidade em visitar o Ambrizete e reviver a vossa passagem por esta terra abençoada por Deus.
Os meus cumprimentos para todo o pessoal do BCAÇ 2877e para o amigo Brás, aquele sempre forte abraço amigo.
Adriano Carvalho "

Outra mensagem recebida, via comentário, junto das ultimas fotos:

" Anonymous has left a new comment on your post "Ambrizete - Fotos actuais":
eu chamo-me Pedro Carvalho, sou filho do dDnito e neto do adriano carvalho! fiquei bastante contente e admirado, por ver as fotos do ambrizete e claro de saber que a minha foto tambem ai está. Adorei conhecer o Ambrizete, estive varios anos a espera desses dias,foram 3 dias enesqueciveis que passei com o meu pai a conhecer a terra dele!espero voltar muito em breve!!! um grande abraço para todos os angolanos, e um beijo muito grande para o meu pai que eu tanto adoro!!!! miguel "
Estamos muito agradados por este contactos.