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quinta-feira, 30 de novembro de 2006
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Recordações do BCAC2877 - Angola
" Encontrei á pouco tempo, esta forma maravilhosa de estar na vossa presença.o
batalhão 2877, tem tambem muitas coisas boas e menos boas para
contar.Ambrizete tambem me tráz muitas recordações até porque passei lá
bastantes vezes quando~?ia-mos fazer a escolta ao M.V.L lembram-se?
tsmperados com aquele gindungue,e como sabia bem depois de tantos km por
aquelas picadas a comer pó e ás vezes cheios de lama.Hoje queria falar
também um pouco de zau-evua daqueles morros enormes que no seu intrior existia
grutas que tantas vezes foram visitas por nós procurando o inimigo. O nosso
guia o Cruz que nos levava sempre para sítios que estáva-mos fartos de
conhecer, quando encontrava-mos algo de interesse era quando ía-mos sem o
guia,lembram-se daquela rajada de metrelhadora que disparei na vespera de
natal,quando estavam todos em festa era o dr.José Niza o alferes Vinagre entre
outros cantava-se muito bem o fado pois é e eu de reforço junto do pavilhão
do comando das 22,00 ás 24,00 horas,estraguei a festa toda e depois o
SR.Capitão Castro paz á sua alma que por que me contaram num dos nossos
convívios já não está entre nós, então ficou-me cara a brincadeira levei
com 30 dias de mato.adeus amigos e tambem irmãos que eu considero era-mos uns
meninos e eu nunca esquecerei a nossa passagem por angola é a recordação
mais viva na minha memória se o ex.alferes vinagre poder que diga qualquer
coisa ao apontador de metrelhadora J.Silva da secção de comando,terei outras
coisas para recordar noutra ocasião.
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segunda-feira, 27 de novembro de 2006
COMPLEMENTO ESPECIAL DE PENSÃO DOS ANTIGOS COMBATENTES -
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Os militares querem tudo - No Diário de Notícias
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
COMPLEMENTO ESPECIAL DE PENSÃO DOS ANTIGOS COMBATENTES -
COMPLEMENTO ESPECIAL DE PENSÃO DOS ANTIGOS COMBATENTES
Este complemento é pago nos termos do artº 4º do Dec. Lei N.º 160/2004, de 2 de Julho – “ Complemento Especial de Pensão (CEP).
Para efeitos da Base do seu cálculo, é utilizado o valor da Pensão Social, que é actualizada anualmente e que para o ano de 2006 é de 171,73 €.
Assim, para que como a maioria de nós, esteve em Área Operacional, ou seja, que tenha esse período de permanência certificado pelo Ministério da Defesa Nacional, pelo serviço militar prestado em condições de dificuldade e perigo ( 100 % de bonificação para a maioria de nós ) a que se refere a Lei nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, o calculo é efectuado como segue:
1 Base do Cálculo – Pensão Social (2006) - Valor 171,73 € X 12 meses = 2.060,76 € - Valor anual
2 Por cada ano (de mato) temos direito a 3,5 % do valor anual da Pensão Social
3 Por cada mês para alem desses anos, 1 duodécimo dessa pensão
4 Assim, como tivemos 2 anos completos e mais um mês acha-se a percentagem somando 3.5 % + 3,5 %, + 0,29 % = 7,29 % dessa Pensão ( Os 0,29 % correspondem ao 25 mês de mato)
5 Assim, para quem esteja reformado desde 2005, em 2006 deverá receber como a seguir se indica:
6 Pensão Social – 2.060.76 € X 7,29 % = 150,23 € que correspondem a 12 meses, com o Subs Férias e Sub Natal, dará um valor de 175,26 menos os 4% de Descontos dá uma Pensão Liquida de 168,25 €
7 Estas Pensões são liquidadas em Outubro, Novembro, de cada ano, por inteiro
Por exemplo, para quem se reformou em Junho de 2006, as contas são assim:
1. 171,72 € X 12 meses = 2.060,76 € X 7,29 % -----dá 150,23 €
2. Valor anual 150,23 € - ( 12 meses )
3. 112,70 € correspondentes a 9 meses ( 7 meses até Dezembro, mais um mês de Sub. Férias outro de Sub Natal ) = 112, 70 € que dá, liquida dos 4% de Impostos a importância de 108,19 €
Admitimos que estes cálculos estão correctos.
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Pensao Complementar aos Antigos Combatentes
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
A guerra em Angola era assim . . .
Como se fosses um director de jornal, fica à tua responsabilidade a publicação deste meu devaneio.
Se achares bem fazer alguma censura, estás autorizado.
Um abraço.
João Rego
“
Caros amigos,
As fotos de Ambrizete despertaram em mim sentimentos e recordações a um tempo nostálgicas e pesarosas.
Ambrizete foi a última localidade onde pernoitámos antes de seguir para o Lufico. A viagem até aí não se me havia apresentado carregada de perigos. Eram os benefícios da ignorância, apesar de tudo.
Mas foi na missão de Ambrizete que um dos oficiais, já com a sua farda amarelada indiciadora da sua veterania, melhor dizendo, do fim da sua comissão de serviço, ao saber do meu destino, me deu uma pancadinha nas costas e desejou-me muita sorte. Aí, aqueles meu apêndices esféricos que nos homens são referências de masculinidade e “portanto” de fortaleza, reduziram-se à sua ínfima dimensão. Não sei se inconscientemente levei as mãos ao sítio para comprovar a situação.
Dia seguinte, depois de organizada a coluna na qual se incorporavam alguns elementos da população civil, mormente mulheres e crianças, lá seguimos. A presença daqueles civis proporcionou-me alguma calma. Com os diabos: se eles ali iam, até bem humorados alguns...
Mas em Ambrizete, por muito curta que tenha sido a paragem, tinham ficado os meus olhos e a minha ilusão. Em Luanda já me tinha apercebido da força telúrica de África, porém a pequenez daquela povoação à beira Atlântico e a promessa de uma vida calma ao compasso da natureza, deixou-me completamente subjugado. Até a sonoridade do seu nome; Ambriz já soava bem, mas Ambrizete, nome de mulher, um regaço tranquilo, uma promessa de amor na praia, uma refeição de marisco ou peixe, eu sei lá. Seria o meu espírito a querer esconjurar os medos que trazia comigo?
Durante a comissão passei em Ambrizete não mais do que três vezes. Numa delas instalei-me no hotel. O quarto em que pernoitei tinha uma imprescindível, estética e ecológica rede mosquiteira. Desfrutei de um belo passeio à beira mar e da comida do hotel.
Havia uma peculiar atmosfera social naquele hotel. Creio que todos os quartos se situavam no andar superior e no rés-do-chão o salão do restaurante e bar. Uma senhora já na terceira dezena de anos vividos, que creio era a dona, deambulava pelo salão dando as boas vindas aos comensais, quase todos militares vindos do “puto”, deslocados do seu habitual meio social. Creio que era apelidada de “madrinha”, provavelmente à semelhança das madrinhas de guerra que apoiavam muitos dos militares em comissão de serviço naquelas e outras paragens de África. Entravam e saiam fardas. Além de hotel era também o clube social do sítio. (Choca-me ver a foto actual desse estabelecimento)
Um encontro com dois agentes da Pide que tinham estado no Lufico, sem que eu me tivesse apercebido da razão da sua estada, conduziu-me às instalações daquela polícia. Aí compreendi a razão do convite: apresentaram-me um farrapo humano correspondente ao que tinha sido um assalariado na nossa companhia no Lufico. Tinha a alcunha de Kit Carson. Tinha sido relacionado com uma emboscada, ocorrida, salvo erro, num troço da estrada entre Ambrizete e Ambriz, a uma brigada da Junta de Estradas. Para lhe sacar informações tinham-no deixado de rastos. Eu, naquela situação teria confessado que o sol é quadrado e que o Papa era uma mulher... Agarrou-se a mim como se eu fosse o Cristo e ele o paralítico do episódio bíblico. E eu nada fiz, senão estender-lhe a mão. Paralisei. Nem me lembro se equacionei os benefícios que eu próprio poderia sacar da actividade policial, na medida em que as hipóteses da minha intervenção bélica ficariam bastantes reduzidas.
Aos agentes interessava que eu registasse a eficiência da acção da polícia para segurança das forças armadas portuguesas em luta contra as forças independentistas, na época simplesmente apelidadas de terroristas. Registada ficou. O que não apurei foi se o Kit Carson realmente estava implicado na emboscada ou se os agentes tiveram necessidade de apresentar serviço.
E por que haveria de ser Ambrizete, aquele regaço tranquilo, a proporcionar-me esta visão?
Regressar para descobrir as feridas, as rugas? Não sei se quero. De momento agrada-me poder ver as fotos de antes e de agora.
A minha gratidão para o responsável pelo envio das imagens e para o organizador do blog.
Saudações do Lufico
João Rego “
Nota da redacção do Blog
Não é, nem será nunca nossa intenção censurar o que quer que seja nos escritos dos nossos leitores, em especial, naqueles que foram nossos companheiros de armas.
Vamos ficar na expectativa de mais escritos seus de vez em quando.