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sábado, 24 de maio de 2008
sexta-feira, 23 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Feriados na Guerra de África
Ao que se saiba, as guerras dispensam os feriados.
Na Grécia antiga, havia pausas na guerra, nas guerras, para se celebrarem as Olimpíadas.
Os feriados, servem para, em nome de uma comemoração, qualquer que seja, notar uma data, um acontecimento marcante na vida dos povos.
Em Àfrica, ao tempo, o acontecimento relevante era a Guerra.
Essa comemorava-se todos os dias, a toda a hora, em todo o momento.
O hábito da guerra, predispunha em certos momentos ao seu esquecimento.
Mas ela estava lá.
Vivia agarrada ao cheiro do oleo de lubrificar as armas, ao odor acre da pólvora das munições, ao sentir do suor frio ou quente, dos momentos que cada um de nós foi vivendo.
O feriado era esquecido, naturalmente.
Quanto muito serviria, para marcar nas réguas dos calendários, alguma recordação, uma meta a atingir, afinal, uma camuflagem psicológia no sentido de minimizar o sentir do tempo de passagem entre datas com algum significado para cada um de nós.
Nas guerras não há feriados.
Na Grécia antiga, havia pausas na guerra, nas guerras, para se celebrarem as Olimpíadas.
Os feriados, servem para, em nome de uma comemoração, qualquer que seja, notar uma data, um acontecimento marcante na vida dos povos.
Em Àfrica, ao tempo, o acontecimento relevante era a Guerra.
Essa comemorava-se todos os dias, a toda a hora, em todo o momento.
O hábito da guerra, predispunha em certos momentos ao seu esquecimento.
Mas ela estava lá.
Vivia agarrada ao cheiro do oleo de lubrificar as armas, ao odor acre da pólvora das munições, ao sentir do suor frio ou quente, dos momentos que cada um de nós foi vivendo.
O feriado era esquecido, naturalmente.
Quanto muito serviria, para marcar nas réguas dos calendários, alguma recordação, uma meta a atingir, afinal, uma camuflagem psicológia no sentido de minimizar o sentir do tempo de passagem entre datas com algum significado para cada um de nós.
Nas guerras não há feriados.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
Historias da Guerra de Africa
A minha guerra
No Correio da Manhã
Não desertei! Saí da tropa de cabeça erguida
Fui testemunha da incompetência dos altos comandos na condução da guerra em Moçambique. Optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer
O antigo furriel Francisco Raposo recordou nestas páginas a partida do Batalhão de Caçadores 1937 para Moçambique, em finais de 27 Outubro de 1967 : 'O comandante da minha companhia era o capitão Verdasca – mas, nas vésperas do embarque, desapareceu: correu na altura que ele desertou para fugir à guerra' – disse Francisco Raposo. Não é verdade! Em 1965, já tinha requerido a minha demissão do Quadro Permanente. Informaram-me então que a demissão só seria possível ao fim de oito anos de oficial. Não tive outro remédio que não fosse esperar – para sair de cabeça erguida. Perfiz os oito anos necessários e deixaram-me sair. Quando o Batalhão de Caçadores 1937 seguiu para Moçambique, já eu tinha sido demitido do Quadro Permanente.
Entrei para a Escola do Exército em 1955. Fui aspirante a oficial, entre 1958 e 1959, na Escola Prática de Infantaria de Mafra e no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas de Tancos. Cumpri uma comissão em Cabo Verde, entre 1959 e 1961, como alferes. Frequentei cursos de guerra subversiva no Centro de Operações Especiais de Lamego.
Já como capitão, cumpri uma segunda comissão – em Moçambique, de 1964 a 1965. Fui colocado no Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, constituído por tropa nativa, no distrito de Cabo Delgado. Estava na região, em Setembro de 1964, quando ali eclodiu a guerra – com o ataque dos guerrilheiros ao posto administrativo de Chai.
Na madrugada de 25 de Setembro de 1964, fui acordado e chamado ao gabinete do comandante do Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, para – após um breve, incompleto e pouco profissional relato do ataque efectuado por guerrilheiros nessa mesma madrugada – receber a seguinte ordem: 'Reuna metade da sua companhia, junte-lhe os serviços necessários e siga o mais rapidamente para o Posto do Chai'. E acrescentou: 'O nosso general deu ordens para resolver a situação em 15 dias' – o que consistia em aprisionar e eliminar os atacantes, pacificar a região e impedir novos ataques.
Tal ordem reflectia perfeitamente o nível do chefe e do militar que comandava o Batalhão de Caçadores de Porto Amélia na época em que a Frelimo iniciou as operações no Planalto dos Macondes. General e tenente-coronel, ao imporem limitação de meios, davam provas de incompetência e revelavam incapacidade para o comando.
Quase uma centena de militares – eu, dois alferes milicianos, oito sargentos e oito cabos, todos europeus, e os restantes cabos e soldados militares nativos de várias etnias – iniciaram então uma viagem de cerca de 200 quilómetros através do Planalto dos Macondes.
Em Macomia, numa rápida reunião com o administrador, que convocou a secção da PSP que fora atacada na noite anterior (um subchefe e nove praças armados com G3) e alguns cipaios (polícias indígenas recrutados entre ex-soldados do exército) recolhi as primeiras informações. Recordo a colaboração do competentíssimo, decidido e corajoso cabo de cipaios do posto para o ataque à povoação onde, provavelmente, estariam abrigados os atacantes do posto.
As frágeis portas das palhotas da povoação foram arrombadas, com total surpresa dos seus habitantes e, principalmente, dos guerrilheiros, que ainda tentaram fugir pelos fundos. Mas foram todos feitos prisioneiros sem que um único tiro tivesse sido disparado. Os autores do ataque, que iniciaram as acções de guerrilha contra a administração portuguesa ao mesmo tempo que marcava o segundo aniversário da fundação da Frelimo, estavam entre os 39 prisioneiros: um chefe com dois anos de treino de guerrilha na China, um outro que fora graduado no exército do Tanganica e meia dúzia de guerrilheiros com pouca instrução e nenhum valor. Os restantes eram moradores que tinham ajudado os guerrilheiros e que deviam ser interrogados. Armas nem uma, pois eram enterradas fora das povoações.
Lamentavelmente, o comando nada perguntou aos prisioneiros, não foi ao local fazer a avaliação dos acontecimentos e não aproveitou o ataque para dele tirar as conclusões necessárias. Foi uma lição totalmente desperdiçada, até porque se tratava, indiscutivelmente, da última oportunidade para dialogar com o incipiente movimento guerrilheiro, que podia facilmente ter evitado a catástrofe que se lhe seguiu em perdas humanas, materiais, morais e políticas.
As verdadeiras causas desta incompetência estavam em Lisboa – onde a ditadura mandava e desmandava, nomeava e demitia, promovia e condecorava segundo critérios condenáveis. Os altos comandos não tinham autoridade real para propor e impor soluções adequadas.
Apercebi-me de todas essas circunstâncias, imaginei as consequências que daí advinham, optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer aos comandos.
Fui punido com cinco dias de prisão. Recorri e o processo arrastou-se. Colocaram-me no quartel-general, em Lourenço Marques.
Pedi a demissão do Quadro Permanente. Mas, como ainda não tinha cumprido oito anos de serviço como oficial, não aceitaram o meu pedido.
Nomearam-me, em Outubro de 1965, comandante da Companhia de Caçadores 73 formada por nativos – que mal terminou a recruta em Boane, Lourenço Marques, recebeu a missão de ocupar e defender a área do Posto Administrativo de Olivença, no Norte do Niassa, perto dos rios Messinge e Rovuma, com menos de mil habitantes. A unidade foi reforçada com uma Companhia de Engenharia e foram construídos um quartel e uma pista de aterragem que permitia a utilização dos velhos aviões DC3, o único meio de transporte e de abastecimento durante os seis meses da época das chuvas.
Até Maio de 1966, graças à inteligência de um jovem major do Estado-Maior, que era governador do distrito do Niassa, pude actuar abertamente junto das populações, convocar os seus chefes e o próprio régulo. Dialogava com eles e dava--lhes instruções e ordens. Era importante conquistar a simpatia, o respeito, a amizade e, como consequência, a colaboração das populações. Também era importante manter a segurança na fronteira – cerca de 30 quilómetros em linha recta – com o Rovuma. E melhor ainda seria realizar um golpe de mão na Tanzânia para destruir apoios da guerrilha.
Contei com a colaboração do filho do régulo que, após uma ‘visita particular’, regressara com um levantamento total do acampamento de guerrilheiros do lado de lá da fronteira, o que nos permitiu preparar a operação. Segui com 80 militares. Ao fim de mais de dez horas de marcha, metade das quais sob violentíssima tempestade, voltámos para trás.
A chuva diluviana, que tudo e todos encharcou, e a confusão que se apossara dos guias, cada vez mais desorientados e amedrontados, iam certamente prejudicar a acção de combate e dificultar a retirada com feridos e mortos. Foi com grande sentimento de frustração que ordenei a retirada.
De todo o sacrifício feito só se aproveitou a propaganda, pois nessa mesma noite a BBC de Londres, na sua emissão em inglês, informou que 'as tropas portuguesas de Moçambique tinham invadido a Tanzânia, a Norte de Olivença'. O curioso de tudo isto reside no facto de os comandos militares jamais me terem interrogado sobre a invasão do território tanzaniano.
De regresso à Metrópole, fui colocado no Quartel-General da Região Militar de Lisboa. Entretanto, foi anulada a informação negativa que tinha originado a pena de prisão. Segui para o Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, integrado no Batalhão de Caçadores 1937. Completei oito anos de oficial. Aceitaram, então, o pedido de demissão. Quando o batalhão embarcou para Moçambique, já eu tinha sido abatido do Quadro Permanente. Abandonei a vida militar a meu pedido.
ABANDONOU A CARREIRA MILITAR E TORNOU-SE EMPRESÁRIO NO BRASIL
José Verdasca nasceu a 16 de Junho de 1936, em Gondemaria, nos arredores de Vila Nova de Ourém. Quis seguir a carreira militar. Entrou para a Escola do Exército (futura Academia Militar) em 1955. Quando, finalmente, foi aceite o pedido de demissão do Quadro Permanente das Forças Armadas, José Verdasca partiu para o Brasil – e instalou-se em São Paulo, onde vive ainda hoje. “Trabalhei nos ramos da pecuária, indústria, comércio de madeiras e construção civil” – recorda. Tornou-se empresário. É piloto-aviador desde 1968. Terminou a licenciatura e fez a pós-graduação em administração de empresas na Universidade Mackenzie. Do casamento nasceram-lhe um filho e uma filha que lhe deram três netas. Nos últimos 20 anos, José Verdasca dedicou-se à literatura: publicando vários livros e deu conferências. É presidente, desde 2005, da Ordem Nacional de Escritores
No Correio da Manhã
Não desertei! Saí da tropa de cabeça erguida
Fui testemunha da incompetência dos altos comandos na condução da guerra em Moçambique. Optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer
O antigo furriel Francisco Raposo recordou nestas páginas a partida do Batalhão de Caçadores 1937 para Moçambique, em finais de 27 Outubro de 1967 : 'O comandante da minha companhia era o capitão Verdasca – mas, nas vésperas do embarque, desapareceu: correu na altura que ele desertou para fugir à guerra' – disse Francisco Raposo. Não é verdade! Em 1965, já tinha requerido a minha demissão do Quadro Permanente. Informaram-me então que a demissão só seria possível ao fim de oito anos de oficial. Não tive outro remédio que não fosse esperar – para sair de cabeça erguida. Perfiz os oito anos necessários e deixaram-me sair. Quando o Batalhão de Caçadores 1937 seguiu para Moçambique, já eu tinha sido demitido do Quadro Permanente.
Entrei para a Escola do Exército em 1955. Fui aspirante a oficial, entre 1958 e 1959, na Escola Prática de Infantaria de Mafra e no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas de Tancos. Cumpri uma comissão em Cabo Verde, entre 1959 e 1961, como alferes. Frequentei cursos de guerra subversiva no Centro de Operações Especiais de Lamego.
Já como capitão, cumpri uma segunda comissão – em Moçambique, de 1964 a 1965. Fui colocado no Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, constituído por tropa nativa, no distrito de Cabo Delgado. Estava na região, em Setembro de 1964, quando ali eclodiu a guerra – com o ataque dos guerrilheiros ao posto administrativo de Chai.
Na madrugada de 25 de Setembro de 1964, fui acordado e chamado ao gabinete do comandante do Batalhão de Caçadores de Porto Amélia, para – após um breve, incompleto e pouco profissional relato do ataque efectuado por guerrilheiros nessa mesma madrugada – receber a seguinte ordem: 'Reuna metade da sua companhia, junte-lhe os serviços necessários e siga o mais rapidamente para o Posto do Chai'. E acrescentou: 'O nosso general deu ordens para resolver a situação em 15 dias' – o que consistia em aprisionar e eliminar os atacantes, pacificar a região e impedir novos ataques.
Tal ordem reflectia perfeitamente o nível do chefe e do militar que comandava o Batalhão de Caçadores de Porto Amélia na época em que a Frelimo iniciou as operações no Planalto dos Macondes. General e tenente-coronel, ao imporem limitação de meios, davam provas de incompetência e revelavam incapacidade para o comando.
Quase uma centena de militares – eu, dois alferes milicianos, oito sargentos e oito cabos, todos europeus, e os restantes cabos e soldados militares nativos de várias etnias – iniciaram então uma viagem de cerca de 200 quilómetros através do Planalto dos Macondes.
Em Macomia, numa rápida reunião com o administrador, que convocou a secção da PSP que fora atacada na noite anterior (um subchefe e nove praças armados com G3) e alguns cipaios (polícias indígenas recrutados entre ex-soldados do exército) recolhi as primeiras informações. Recordo a colaboração do competentíssimo, decidido e corajoso cabo de cipaios do posto para o ataque à povoação onde, provavelmente, estariam abrigados os atacantes do posto.
As frágeis portas das palhotas da povoação foram arrombadas, com total surpresa dos seus habitantes e, principalmente, dos guerrilheiros, que ainda tentaram fugir pelos fundos. Mas foram todos feitos prisioneiros sem que um único tiro tivesse sido disparado. Os autores do ataque, que iniciaram as acções de guerrilha contra a administração portuguesa ao mesmo tempo que marcava o segundo aniversário da fundação da Frelimo, estavam entre os 39 prisioneiros: um chefe com dois anos de treino de guerrilha na China, um outro que fora graduado no exército do Tanganica e meia dúzia de guerrilheiros com pouca instrução e nenhum valor. Os restantes eram moradores que tinham ajudado os guerrilheiros e que deviam ser interrogados. Armas nem uma, pois eram enterradas fora das povoações.
Lamentavelmente, o comando nada perguntou aos prisioneiros, não foi ao local fazer a avaliação dos acontecimentos e não aproveitou o ataque para dele tirar as conclusões necessárias. Foi uma lição totalmente desperdiçada, até porque se tratava, indiscutivelmente, da última oportunidade para dialogar com o incipiente movimento guerrilheiro, que podia facilmente ter evitado a catástrofe que se lhe seguiu em perdas humanas, materiais, morais e políticas.
As verdadeiras causas desta incompetência estavam em Lisboa – onde a ditadura mandava e desmandava, nomeava e demitia, promovia e condecorava segundo critérios condenáveis. Os altos comandos não tinham autoridade real para propor e impor soluções adequadas.
Apercebi-me de todas essas circunstâncias, imaginei as consequências que daí advinham, optei por uma actuação independente e acabei por desobedecer aos comandos.
Fui punido com cinco dias de prisão. Recorri e o processo arrastou-se. Colocaram-me no quartel-general, em Lourenço Marques.
Pedi a demissão do Quadro Permanente. Mas, como ainda não tinha cumprido oito anos de serviço como oficial, não aceitaram o meu pedido.
Nomearam-me, em Outubro de 1965, comandante da Companhia de Caçadores 73 formada por nativos – que mal terminou a recruta em Boane, Lourenço Marques, recebeu a missão de ocupar e defender a área do Posto Administrativo de Olivença, no Norte do Niassa, perto dos rios Messinge e Rovuma, com menos de mil habitantes. A unidade foi reforçada com uma Companhia de Engenharia e foram construídos um quartel e uma pista de aterragem que permitia a utilização dos velhos aviões DC3, o único meio de transporte e de abastecimento durante os seis meses da época das chuvas.
Até Maio de 1966, graças à inteligência de um jovem major do Estado-Maior, que era governador do distrito do Niassa, pude actuar abertamente junto das populações, convocar os seus chefes e o próprio régulo. Dialogava com eles e dava--lhes instruções e ordens. Era importante conquistar a simpatia, o respeito, a amizade e, como consequência, a colaboração das populações. Também era importante manter a segurança na fronteira – cerca de 30 quilómetros em linha recta – com o Rovuma. E melhor ainda seria realizar um golpe de mão na Tanzânia para destruir apoios da guerrilha.
Contei com a colaboração do filho do régulo que, após uma ‘visita particular’, regressara com um levantamento total do acampamento de guerrilheiros do lado de lá da fronteira, o que nos permitiu preparar a operação. Segui com 80 militares. Ao fim de mais de dez horas de marcha, metade das quais sob violentíssima tempestade, voltámos para trás.
A chuva diluviana, que tudo e todos encharcou, e a confusão que se apossara dos guias, cada vez mais desorientados e amedrontados, iam certamente prejudicar a acção de combate e dificultar a retirada com feridos e mortos. Foi com grande sentimento de frustração que ordenei a retirada.
De todo o sacrifício feito só se aproveitou a propaganda, pois nessa mesma noite a BBC de Londres, na sua emissão em inglês, informou que 'as tropas portuguesas de Moçambique tinham invadido a Tanzânia, a Norte de Olivença'. O curioso de tudo isto reside no facto de os comandos militares jamais me terem interrogado sobre a invasão do território tanzaniano.
De regresso à Metrópole, fui colocado no Quartel-General da Região Militar de Lisboa. Entretanto, foi anulada a informação negativa que tinha originado a pena de prisão. Segui para o Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, integrado no Batalhão de Caçadores 1937. Completei oito anos de oficial. Aceitaram, então, o pedido de demissão. Quando o batalhão embarcou para Moçambique, já eu tinha sido abatido do Quadro Permanente. Abandonei a vida militar a meu pedido.
ABANDONOU A CARREIRA MILITAR E TORNOU-SE EMPRESÁRIO NO BRASIL
José Verdasca nasceu a 16 de Junho de 1936, em Gondemaria, nos arredores de Vila Nova de Ourém. Quis seguir a carreira militar. Entrou para a Escola do Exército (futura Academia Militar) em 1955. Quando, finalmente, foi aceite o pedido de demissão do Quadro Permanente das Forças Armadas, José Verdasca partiu para o Brasil – e instalou-se em São Paulo, onde vive ainda hoje. “Trabalhei nos ramos da pecuária, indústria, comércio de madeiras e construção civil” – recorda. Tornou-se empresário. É piloto-aviador desde 1968. Terminou a licenciatura e fez a pós-graduação em administração de empresas na Universidade Mackenzie. Do casamento nasceram-lhe um filho e uma filha que lhe deram três netas. Nos últimos 20 anos, José Verdasca dedicou-se à literatura: publicando vários livros e deu conferências. É presidente, desde 2005, da Ordem Nacional de Escritores
domingo, 18 de maio de 2008
Zau Évua - O mato
sexta-feira, 16 de maio de 2008
quinta-feira, 15 de maio de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Poemas da Guerra e as realidades
A Guerra de África
"... Tantos anos depois, pareceu-me que seria útil e esclarecedor enquadrar os textos deste livro no tempo e no lugar onde foram sendo escritos. Hoje, ao relê-los, fica-me a sensação de que poderia estar a voar da realidade para a ficção. A verdade é que não estava. Aquela guerra existiu. Eu estive lá. Morreram pessoas, Outras tresloucaram. Outras vieram sem pés ou sem pernas.
Tudo isto para quê?
Como escrevi atrás, a minha confrontação com a guerra foi - no fundo -
não a levar a sério. ... "
Jose Niza no seu livro "Poemas da Guerra"
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