Aqui vos deixamos umas fotos do pessoal, que vão servir para uma pequena brincadeira, daqui a uns dias.
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sábado, 19 de maio de 2007
terça-feira, 15 de maio de 2007
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Lufico - recordações - "Podia ter acontecido"
Com os nossos agradecimentos, transcrevemos:
PODIA TER ACONTECIDO
... mas não aconteceu. Em determinada altura, chegou à nossa companhia, sediada no Lufico, um civil que haveria de causar alguma confusão na nossa habitualmente pacata vida de quartel isolado de qualquer população e até do próprio comando de batalhão.
Ficou-se a saber que se tratava de um objector de consciência, designação que, na época, seria pouco conhecida da maioria dos militares milicianos. Em concreto, o homem tinha sido convocado para o serviço militar obrigatório, tal como nós, porém, recrutado na população angolana. Por motivos de natureza religiosa, recusava-se liminarmente a tomar contacto com a realidade militar, incluindo o uniforme. E nem é preciso lembrar que naqueles tempos uma tal atitude garantia uma data de sanções. Vinha de Luanda, ao que supúnhamos, já em cumprimento de pena disciplinar.
Causou estranheza precisamente esse facto de terem enviado um “militar” com aquele estatuto cumprir serviço militar para uma zona tão afastada de tudo. Não teria sido mais acertado mantê-lo em prisão militar? O próprio indivíduo não se coibiu de falar da sua situação e adiantava que sabia o que se iria passar com ele. Ninguém abertamente admitia fosse o que fosse sobre o seu futuro, mas que se gerou uma certa perplexidade lá isso é verdade. Também ocorreu a alguém comentar que o homem não era muito coerente porque, recusando-se a vestir o uniforme, não se recusava a comer a comida “militar”.
Havia entre nós pelo menos um militar que também seguia os mesmos princípios religiosos, e, por isso, tinha sido ameaçado, ainda em Lisboa, pela autoridade militar, e, não tendo tido a coragem necessária para enfrentar as respectivas consequências, sucumbiu e ali estava, ainda que revoltado, cumprindo o serviço militar e observando e admirando o exemplo daquele seu corajoso irmão de fé.
Chegou a hora de fazê-lo integrar uma operação no mato. Um percurso em transporte automóvel, o regresso apeadamente. Perante a sua recusa em subir para o “unimog” houve que usar de alguma violência, nada mais que, torcendo-lhes os braços nas costas, colocá-lo na viatura, onde se manteve mais calmo. Notava-se-lhe no semblante um certo ar de agonia. Estava convencido de que seria a sua última viagem. E muitos de nós assim também pensávamos. Mas quê? Que é que iria provocar alguma situação que pudesse concretizar os receios de um e de outros? O comandante da companhia teria encarregado alguém de alguma acção especial? Havia ordens drásticas de Luanda?
Nada aconteceu, porém. No regresso apeado e durante as pausas para comida e bebida, foi-se-lhe notando um ar mais descansado. Uma certa alegria por estar regressando ao quartel.
Fosse como fosse, no MVL seguinte, o nosso “militar” à paisana, foi de vota para a capital da Angola e a situação foi caindo no esquecimento.
Enfim, não houve nenhum “acidente com arma”.
por Joao Rego
que foi residente, temporariamente no LUFICO
PODIA TER ACONTECIDO
... mas não aconteceu. Em determinada altura, chegou à nossa companhia, sediada no Lufico, um civil que haveria de causar alguma confusão na nossa habitualmente pacata vida de quartel isolado de qualquer população e até do próprio comando de batalhão.
Ficou-se a saber que se tratava de um objector de consciência, designação que, na época, seria pouco conhecida da maioria dos militares milicianos. Em concreto, o homem tinha sido convocado para o serviço militar obrigatório, tal como nós, porém, recrutado na população angolana. Por motivos de natureza religiosa, recusava-se liminarmente a tomar contacto com a realidade militar, incluindo o uniforme. E nem é preciso lembrar que naqueles tempos uma tal atitude garantia uma data de sanções. Vinha de Luanda, ao que supúnhamos, já em cumprimento de pena disciplinar.
Causou estranheza precisamente esse facto de terem enviado um “militar” com aquele estatuto cumprir serviço militar para uma zona tão afastada de tudo. Não teria sido mais acertado mantê-lo em prisão militar? O próprio indivíduo não se coibiu de falar da sua situação e adiantava que sabia o que se iria passar com ele. Ninguém abertamente admitia fosse o que fosse sobre o seu futuro, mas que se gerou uma certa perplexidade lá isso é verdade. Também ocorreu a alguém comentar que o homem não era muito coerente porque, recusando-se a vestir o uniforme, não se recusava a comer a comida “militar”.
Havia entre nós pelo menos um militar que também seguia os mesmos princípios religiosos, e, por isso, tinha sido ameaçado, ainda em Lisboa, pela autoridade militar, e, não tendo tido a coragem necessária para enfrentar as respectivas consequências, sucumbiu e ali estava, ainda que revoltado, cumprindo o serviço militar e observando e admirando o exemplo daquele seu corajoso irmão de fé.
Chegou a hora de fazê-lo integrar uma operação no mato. Um percurso em transporte automóvel, o regresso apeadamente. Perante a sua recusa em subir para o “unimog” houve que usar de alguma violência, nada mais que, torcendo-lhes os braços nas costas, colocá-lo na viatura, onde se manteve mais calmo. Notava-se-lhe no semblante um certo ar de agonia. Estava convencido de que seria a sua última viagem. E muitos de nós assim também pensávamos. Mas quê? Que é que iria provocar alguma situação que pudesse concretizar os receios de um e de outros? O comandante da companhia teria encarregado alguém de alguma acção especial? Havia ordens drásticas de Luanda?
Nada aconteceu, porém. No regresso apeado e durante as pausas para comida e bebida, foi-se-lhe notando um ar mais descansado. Uma certa alegria por estar regressando ao quartel.
Fosse como fosse, no MVL seguinte, o nosso “militar” à paisana, foi de vota para a capital da Angola e a situação foi caindo no esquecimento.
Enfim, não houve nenhum “acidente com arma”.
por Joao Rego
que foi residente, temporariamente no LUFICO
domingo, 6 de maio de 2007
BCAC 2877 - Dia da Mãe
Não serão muitos de nós, pela nossa idade, que terão a sua mãe viva e acima de tudo de boa saude.
Mas, haverá ainda alguns, que as terão por "perto".
Este é um dia em que sobretudo os mais novos, têm para homenagear as sua mães, . . . como se o não devessem fazer diáriamente !
Será mais um reflexo de umas campanhas publicitárias que servem para promover e vender um sem numero de objectos, alguns deles de interesse sentimental mais que duvidoso.
Estas questões à parte, aqui fica a nossa homenagem a todas as maes que em tempos que agora já quase que passaram à história, que sofreram com a ida dos seus filhos para as guerras.
Muitas delas, continuaram a sofrer por os não terem visto chegar, vivos e sãos.
Aqui fica, apenas essa recordação do dia da mãe, como uma singela homenagem, às mães de ontem, de hoje e de amanhã.
Bem hajam
sábado, 5 de maio de 2007
Tarde de Domingo em Zau Évua
Para quem não se recorda aqui fica a informação de que a cadeira era feita com as aduelas dos barris do vinho que vinham do "Puto"
quinta-feira, 3 de maio de 2007
EUSEBIO - Uma imagem - meia duzia de palavras
Lembrei-me de a colocar dado o facto de, por motivo da sua operação, se ter falado muito dele.
Agora já está melhor, aqui fica uma pequena homenagem a EUSÉBIO
Temos vindo a reparar que tem aparecido poucos comentários.
Será que já não há criticos neste país ?
Vamos lá ler, comentar, criticar, sugerir e mandar textos e fotos para publicar.
Vamos lá procurar nas arcas velhas que estão por esses sotãos . . .
sexta-feira, 27 de abril de 2007
A D. Cidália do Bairro do Calhau e o Américo
Mesmo muito antes de ter ido visitar o nosso companheiro de armas, o Américo, já tinha conhecido a D. Cidália.
Bem, mas quem é a D. Cidália e o que tem a ver com o Américo.
Não tem nada a ver, pelo menos directamente.
Mas, talvez uma pequena explicação, ajude a justificar a razão porque passo a escreve estas linhas.
Desde há muitos anos, quase que desde que me conheço, tinha por hábito ouvir as noites e as madrugadas da rádio.
Assim fui percebendo, através de diversos programas, alguns emitidos também da vizinha Espanha, sobre temas idênticos – a solidão que acompanha os idosos, os que vivem sós e que, em desespero de causa, procuram companhia, transmitem o que lhe vai na alma, por falta de outros meios, através do contacto directo com esses programas radiofónicos.
São apresentadas situações de autentico desespero, de abandono por familiares e por amigos, que por tal sorte sentem necessidade premente e absoluta, nessas horas difíceis das longas noites e dias de solidão, de falarem com alguém, mesmo que lhes se lhes não ofereça nada, pelo menos, os oiça com respeito e compaixão.
Ora a D. Cidália, senhora dos seus setenta e poucos anos, de cujo nome, só há pouco tive conhecimento, passa parte da minha habitual hora de almoço, sentada, apanhando Sol, junto à paragem do autocarro 70 da Carris, no Bairro do Calhau, em Lisboa, ali nas faldas da serra de Monsanto.
Ora abrigando-se na própria paragem, ora sentada junto ao edifício do Centro Desportivo e Cultural daquele Bairro.
Aí existe o bar do Centro Cultural, o Bar do Bibas, alcunha de quem explora aquele bar, que serve almoços, grelhados no carvão, já muito difíceis de encontrar aqui pela Capital, e é aí onde tomo a minha refeição do almoço.
Acontece que por hábito, vou cumprimentando muitos daqueles que embora não conhecendo, mas com quem me vou encontrando amiudadas vezes.
O bom dia e boa tarde quase diário, foi-se transformando numa pequena amizade contemplativa, quase platónica.
De tal forma que, sempre que possível íamos trocando umas palavras, de circunstância, de animo, em especial nos dias frios de inverno em que a D Cidália aproveitava a revessa da parede ou da paragem do autocarro para apanhar um pouco do gratuito aquecimento oferecido pelo astro Sol.
A pequena amizade foi-se estreitando até que um dia, a provecta senhora, viuva desde há muito, me disse: Dê-me cá um beijo.
Assim foi. E assim tem sido, muitas vezes desde então.
Ora, esta pequena amizade resultou dum facto muito simples e arredado da grande maioria da população portuguesa – a falta de comunicação entre as pessoas, o egoísmo balofo e barato da presunção individualista de muitos de nós, o olhar para o lado fingindo não ver o que se passa à volta..
Afinal um cumprimento simples e banal, uma troca de palavras, pode servir de conforto, amenizar a solidão de uma qualquer D Cidália que nós possamos conhecer.
Não sei muito mais da vida da senhora. Adivinho que tem poucos recursos pela maneira de ser e de vestir. Nunca me pediu nada, para alem do beijo.
Sei isso sim que é uma pessoa carente de afecto e de simpatia.
Com uns segundos e meia dúzia de palavras que nada custam e que muito valem para um nosso interlocutor , poderemos praticar, á moda do bom escuteiro, a nossa boa acção diária.
Por isso me voltei a lembrar mais uma vez do Américo.
Bem, mas quem é a D. Cidália e o que tem a ver com o Américo.
Não tem nada a ver, pelo menos directamente.
Mas, talvez uma pequena explicação, ajude a justificar a razão porque passo a escreve estas linhas.
Desde há muitos anos, quase que desde que me conheço, tinha por hábito ouvir as noites e as madrugadas da rádio.
Assim fui percebendo, através de diversos programas, alguns emitidos também da vizinha Espanha, sobre temas idênticos – a solidão que acompanha os idosos, os que vivem sós e que, em desespero de causa, procuram companhia, transmitem o que lhe vai na alma, por falta de outros meios, através do contacto directo com esses programas radiofónicos.
São apresentadas situações de autentico desespero, de abandono por familiares e por amigos, que por tal sorte sentem necessidade premente e absoluta, nessas horas difíceis das longas noites e dias de solidão, de falarem com alguém, mesmo que lhes se lhes não ofereça nada, pelo menos, os oiça com respeito e compaixão.
Ora a D. Cidália, senhora dos seus setenta e poucos anos, de cujo nome, só há pouco tive conhecimento, passa parte da minha habitual hora de almoço, sentada, apanhando Sol, junto à paragem do autocarro 70 da Carris, no Bairro do Calhau, em Lisboa, ali nas faldas da serra de Monsanto.
Ora abrigando-se na própria paragem, ora sentada junto ao edifício do Centro Desportivo e Cultural daquele Bairro.
Aí existe o bar do Centro Cultural, o Bar do Bibas, alcunha de quem explora aquele bar, que serve almoços, grelhados no carvão, já muito difíceis de encontrar aqui pela Capital, e é aí onde tomo a minha refeição do almoço.
Acontece que por hábito, vou cumprimentando muitos daqueles que embora não conhecendo, mas com quem me vou encontrando amiudadas vezes.
O bom dia e boa tarde quase diário, foi-se transformando numa pequena amizade contemplativa, quase platónica.
De tal forma que, sempre que possível íamos trocando umas palavras, de circunstância, de animo, em especial nos dias frios de inverno em que a D Cidália aproveitava a revessa da parede ou da paragem do autocarro para apanhar um pouco do gratuito aquecimento oferecido pelo astro Sol.
A pequena amizade foi-se estreitando até que um dia, a provecta senhora, viuva desde há muito, me disse: Dê-me cá um beijo.
Assim foi. E assim tem sido, muitas vezes desde então.
Ora, esta pequena amizade resultou dum facto muito simples e arredado da grande maioria da população portuguesa – a falta de comunicação entre as pessoas, o egoísmo balofo e barato da presunção individualista de muitos de nós, o olhar para o lado fingindo não ver o que se passa à volta..
Afinal um cumprimento simples e banal, uma troca de palavras, pode servir de conforto, amenizar a solidão de uma qualquer D Cidália que nós possamos conhecer.
Não sei muito mais da vida da senhora. Adivinho que tem poucos recursos pela maneira de ser e de vestir. Nunca me pediu nada, para alem do beijo.
Sei isso sim que é uma pessoa carente de afecto e de simpatia.
Com uns segundos e meia dúzia de palavras que nada custam e que muito valem para um nosso interlocutor , poderemos praticar, á moda do bom escuteiro, a nossa boa acção diária.
Por isso me voltei a lembrar mais uma vez do Américo.
Adivinhem a razão do porquê...
terça-feira, 24 de abril de 2007
o 25 de Abril
Revolução dos Cravos
Porque amanhã é feriado e merecido, aqui fica uma pequena evocação ao 25 de Abril
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O levantamento militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo, que cederam perante o movimento popular que rapidamente apoiou os militares. Este levantamento é conhecido por 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução devolveu a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).
Precedentes
A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução
Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi implementado em Portugal um regime autoritário de inspiração fascista. Em 1933 o regime é remodelado, auto-denominado-se Estado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.
Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusaram o governo de fraude eleitoral e de desrepeito pelo dever de imparcialidade.
O Estado Novo possuía uma polícia política, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança) e, no início, PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que perseguia os opositores do regime. De acordo com a visão da história dos ideólogos do regime, o país manteve uma política baseada na manutenção das colónias do "Ultramar", ao contrário da maior parte dos países europeus que então desfaziam os seus impérios coloniais. Apesar da contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve uma política de força, tendo sido obrigado, a partir do início dos anos 60, a defender militarmente as colónias contra os grupos independentistas em Angola, Guiné e Moçambique.
Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que resultava no monopólio do mercado português por parte de alguns grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, o que estimulou a emigração. Nota-se, contudo, um certo desenvolvimento económico a partir desta década.
Preparação
Monumento em Grândola
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.
Ver também: Oposição à ditadura portuguesa: ditadura militar (1926-1933) e Estado Novo (1933-1974)
Movimentações militares durante a Revolução
Ver cronologia completa de eventos em Cronologia da Revolução dos Cravos.
No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção ”E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que espoletava a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção ”Grândola Vila Morena“, de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. E forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução, apesar de ser frequentemente qualificada como "pacífica", resultou, contudo, na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.
Cravo
O cravo tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; Com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, apoiando os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos pelos soldados que depressa os colocaram nos canos das espingardas.
Consequências
Mural na Chamusca, com uma dedicatória ao 25 de Abril
No dia seguinte, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta entre a esquerda e a direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.
O 25 de Abril de 1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, embora as divisões estejam limitadas aos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, às facções políticas dos extremos do espectro político e às pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais. Em geral, os jovens não se dividem sobre o 25 de Abril.
Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril.
Quase todos, com muito poucas excepções, consideram que o 25 de Abril valeu a pena. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. O PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo. As pessoas mais à direita lamentam a forma como a descolonização foi feita e lamentam as nacionalizações.
Almoço de Coimbra - Fotos
O Adelino a calcular o Azimute . . .
O Aires que serviu de cicerone
Melancia e Bras
Familiares em conversa
O Aires que serviu de cicerone
Melancia e Bras
Familiares em conversa
O Adelino a caminho de Carregal do Sal - Visita ao Américo
Atenção do Adelino e do Moreira para quem ?
Aires - a camin ho do Carregal do Sal
As habituais explicações sobre o Totoloto
Almoço quase a começar
Aqui deixamos algumas fotos do Almoço do dia 01/04/2007 na Curia, em que participaram o Adelino, o Moreira, o Aires, o Melancia e o Brás e alguns familiares.
Aprovitamos a visita ao Américo (cujas fotos voltamos a publicar abaixo) e juntamo-nos na Curia onde estivemos a almoçar e a conversar durante grande parte da tarde, após o almoço, que decorreu em óptimo ambiente, o que nada espanta.
O proprietário do restaurante, amigo do Melancia, deixou-nos ficar durante quase toda a tarde à "mesa" e assim, aproveitámos para colocar a "conversa" em dia.
No final, a convite do Melancia, que mora alí perto, fomos a sua casa, onde tomámos uma bebida "para o caminho",
Se se recordam, o Adelino era Radiomontador, o Aires Amanuense, o Melancia Mecanico, o Moreira de Transmissões e o Brás de Operações e Informações. Todos furriéis.
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