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quinta-feira, 17 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Jose Niza

Última carta a José Niza

Meu Caro Zé:

Sei que a minha carta anterior ainda chegou a tempo mas que já não houve tempo para mais nada. Partiste hoje, em paz com mundo que amaste, com os poetas que viveste, com os músicos que tocaste, com os teus poemas e músicas, connosco, afinal, no coração. Hoje, agora, Depois do teu Adeus, deixo-te outra vez um abraço, pois sei que a Morte não existe. Um abraço de lágrimas, é certo, que é com mágoa profunda que sei da tua partida, quando tanta falta fazias a este país e a Santarém. A tua partida é o mais rude golpe que a crise provocou na cidade do teu coração.E sei que conforme sabe da trágica notícia, a tua cidade chora por ti. Mas alegra-te, homem, que é um choro de aplauso, de gratidão, de reconhecimento, de admiração, de afecto por um dos seus melhores filhos. E não te perturbem estas palavras molhadas com que te digo Adeus até Depois do Adeus. São escritas por lágrimas ditadas pela coração. Adeus, meu querido amigo. Até depois Adeus.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Luanda

                                                                                               Recordar . . .

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Luanda

    Foi aqui neste cais, que desembarcamos em Julho de 1969 e neste mesmo local fizemos o regresso em Agosto de 1971

domingo, 29 de abril de 2012

DETALHES ROBERTO CARLOS

Roberto Carlos - 1971

Veja quais músicas estiveram entre as 100 músicas mais tocadas em 1971, ano do nosso regresso

1971

1
Detalhes - Roberto Carlos
2
Tarde em Itapoã - Toquinho, Vinicius & Marília Medalha
3
It's Too Late - Carole King
4
Você Abusou - Antonio Carlos & Jocafi
5
How Can You Mend A Broken Heart - Bee Gees
6
Have You Ever Seen The Rain - Creedence Clearwater Revival
7
Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos - Roberto Carlos
8
Ê Baiana - Clara Nunes
9
Maggie May - Rod Stewart
10
Candida - Dawn
11
Never Can Say Goodbye - Jackson 5
12
Menina da Ladeira - João Só
13
Como Dois e Dois - Gal Costa
14
Cotidiano - Chico Buarque
15
Rose Garden - Lynn Anderson
16
You've Got A Friend - James Taylor
17
A Tonga da Mironga do Kabuletê - Toquinho, Vinicius & Monsueto
18
My Sweet Lord - George Harrison
19
Você - Tim Maia
20
Black Magic Woman - Santana
21
What's Going On - Marvin Gaye
22
If - Bread
23
Joy To The World - Three Dog Night
24
Festa Para Um Rei Negro - Jair Rodrigues
25
Me And Bobby McGee - Janis Joplin
26
Be My Baby - Andy Kim
27
Theme From Shaft - Isaac Hayes
28
Amada Amante - Roberto Carlos
29
O Cafona - Marcos Valle
30
No Matter What - Badfinger
31
Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar) - Tim Maia
32
Lonely Days - Bee Gees
33
Another Day - Paul McCartney
34
I Love You For All Seasons - Fuzz
35
Mother - John Lennon
36
Casa no Campo - Elis Regina
37
She's A Lady - Tom Jones
38
(Where Do I Begin) Theme From Love Story - Francis Lai
39
Com Mais de Trinta - Marcos Valle
40
De Noite na Cama - Doris Monteiro
41
Don't Pull Your Love - Hamilton, Joe Frank & Reynolds
42
Desacato - Antonio Carlos & Jocafi
43
Fire And Rain - James Taylor
44
It Don't Came Easy - Ringo Starr
45
Family Affair - Sly & The Family Stone
46
Capim Gordura - Ivon Curi
47
Knock Three Times - Dawn
48
Quem Mandou Você Errar - Claudia Barroso
49
16 Toneladas - Noriel Vilela
50
A Festa de Santos Reis - Tim Maia
51
Mudei de Idéia - Antonio Carlos & Jocafi
52
One Bad Apple - Osmonds
53
Balada #7 (Mané Garrincha) - Moacyr Franco
54
Mas Que Doidice - Maria Creuza
55
Ovo de Codorna - Luiz Gonzaga
56
Impossível Acreditar Que Perdi Você - Marcio Greyck
57
Oh Me, Oh My - B.J. Thomas
58
Sanctus, Sanctus, Hallelujah - Barry Ryan
59
Gypsy Woman - Brian Hyland
60
Carta de Amor - Waldik Soriano
61
Amanda - Taiguara
62
Look Around (You'll Find Me There) - Al Martino
63
Construção - Chico Buarque
64
Tengo Tengo (Mangueira, Minha Madrinha Querida) - Jair Rodrigues
65
Bloco da Solidão - Altemar Dutra
66
Kokorono Niji - Os Incríveis
67
O Último Romântico - Agnaldo Timóteo
68
José - Nalva Aguiar
69
Boêmio Demodê - Cyro Aguiar
70
Oh Me, Oh My - Lulu
71
Deus Lhe Pague - Chico Buarque
72
It Don't Matter To Me - Bread
73
Superstar - Carpenters
74
Brown Sugar - The Rolling Stones
75
One Less Bell To Answer - The 5th Dimension
76
Eu Não Tenho Onde Morar - Ed Lincoln
77
Toast And Marmalade For Tea - Tin Tin
78
Montego Bay - Bobby Bloom
79
I Think I Love You - The Partridge Family
80
Não Existe Nada Além de Nós - Joelma
81
Como Dois e Dois - Roberto Carlos
82
Procurando Tu - Ivon Curi
83
Domingo de Solidão - Carmen Silva
84
Te Quero... Te Quero - Joelma
85
The Tears Of A Clown - Smokey Robinson & The Miracles
86
Adeus Solidão - Carmen Silva
87
Acapulco Gold - Mazon Dixon
88
O Fim - Carmen Silva
89
Pra Começo de Assunto - Elizeth Cardoso
90
De Tanto Amar - Claudette Soares
91
Ei, Meu Pai - Demétrius
92
Bloco da Solidão - Maysa
93
O Velho e o Novo - Agnaldo Rayol
94
Mr. Big Stuff - Jean Knight
95
Just My Imagination - The Temptations
96
E Lá Se Vão Meus Anéis - Márcia
97
All Right Now - Free
98
Ainda Queima a Esperança - Gilberto & Gilmar
99
We've Only Just Begun - Carpenters
100
Lola - The Kinks

Domingos e Feriados na Guerra?

Não havia Domingos ou Feriados.

A Guerra não tinha interregnos, não parava nunca.
Quem viveu na guerra", entre o arame farpado e as saídas para o mato em patrulhamentos,  nomadizações ou apoio a colunas civis de abastecimento (MVL), pouca ou nenhuma diferença existia entre ser dia de semana, ferido ou Domingo.
A diferença existia apenas na perigosidade e no esforço que as saídas dos aquartelamentos suscitavam e as folgas para ganhar forças para a próxima saída.
As quarta-feiras e aos Domingos, havia uma sessão de descontracção para quem estava no aquartelamento - a chegada do MVL que ora vinha de Luanda ou ia para Luanda no seu regresso de entrega das mercadorias para abastecer civis e militares no trajecto que seguia até um pouco ao Norte de S Salvador do Congo. Havia sempre a hipótese de chegar algum correio ou vir algum companheiro ou amigo de infância, da recruta ou de qualquer outro local.  Era sempre um momento de alegria e descontracção.  A sua paragem dava para refrescar o corpo com umas cervejas nas cantinas, os passantes e um bom motivo para saber de novidades de Luanda ou de qualquer outro local.
Os aquartelamentos do Lufico e Zau Évua,estavam isolados, não estavam inseridas  num núcleo populacional,  o próprio aquartelamento era a "própria povoação".
O Tomboco, já tinha alguma vida própria, com algum movimento de civis, uma missão cristã e um posto do Governo.
Quiximba e Quiende, eram vizinhos duma sanzala com elementos oriundos de zonas do Sul de Angola numa tentativa de colonização daquelas áreas que ficaram desoladas e sem população desde o inicio da guerra.  As idas à sanzala, em "passeio" também não serviam muito como "passeio dos tristes", como por aqui se chamam os passeios que começam e acabam sempre nos mesmos sítios e da mesma forma.

 Aos Domingos havia sempre uma outra expectativa quando havia futebol.
Os relatos do campeonato de futebol do "puto" eram ouvidos nos pequenos transístores e davam para as habituais discussões e disputas clubisticas, tal qual as de hoje.
Um motivo para mais umas cervejolas e umas apostas.

Aproveitava-se também para acertar o calendários dos campeonatos de futebol entre os diversos pelotões e serviços, nos estádios improvisados de cada aquartelamento.  O rigor das arbitragens à data, não diferem muito das do momento nos nossos campeonatos oficiais.  Não nos recorda de por lá ter existido algum "apito dourado", mas más arbitragens e, isso houve.  Verdade se diga, que muitos dos erros tiveram como causa o estado dos "relvados" que não ajudava aos praticantes e criando enormes dificuldades aos árbitros.
Da mesma forma que a guerra não tinha pausas, as refeições, as transmissões e outros serviços não podiam parar e as escalas funcionavam sempre nas 24 horas do dia sem interrupção.

(estas fotos foram retiradas da Internet e não tem mesmo nada a ver com os Domingos e Feriados, mas são bonitas)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Zau Évua - desporto federado (?)

Sabem que eles são?

4) - Poemas da Guerra - José Niza - (coninuação)

4) - Poemas da Guerra - José Niza - (continuação)

No que me dizia respeito, sobretudo como médico, fiquei preocupado.  Numa situação semelhante, o que é que poderia fazer com os meios e experi~encia ao meu dispor?  O facto é que, como tinha investido tudo na psiquiatria, pouco ficara para as outras especialidades masi próprias de uma guerra, como as cirurgias e ortopedias. Receava que de um momento para o outro me pudessem cair em cima minas, explosões, tiros, emboscadas, fraturas, hemorregias... Não dispunha de quaisquer meios auxiliares de diagonóstico. Nem análises, nem Raiso X. Nada. Apenas o "olho clinico" e a dedicação de enfdermeiros simpáticos, formadosn à pressa, que mal sabima dar injecções. Tal como os condutores dos carros de combate, que mal sabiam guiar.  Uns e outros, foi na guerra que aprenderam. (Continua)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Trovoadas, relampagos e outras "larachas"

Não tem havido paciência e tempo, mais daquela do que desta, para escrever ou coligir algo sobre aquilo que muitas vezes nos vem à mente, em especial, em dias de tormenta como o dia de hoje.
Especialmente nas tardes de chuva e vento, trovoada e raios com fartura que iam inundando o horizonte, chegavam mais rapidamente  do que iam.
Trovoadas com enormes bátegas de água que acompanhas de grande ventania, inundavam as pequenas valas que existiam em frente de algumas das instalações e todos os arredores do aquartelamento formando enormes lagoas, onde alguns brincalhões fabricaram jangadas para nelas se distraírem
Vento tormentoso e forte que algumas vezes levantou a cobertura em chapa zincada, importada do Japão, muito fina, tal folha de Flandres,  que servia de telhado das casernas e outras instalações.
Á secretaria do batalhão e às instalações do pessoal das transmissões  uma enorme trovoada fez com que o telhado  se dobrasse e voasse aos pedaços.
A prontidão e a eficiência dos "interessados " nas reparações obviou a que os estragos produzidos não tivessem sido significativos.
Vem à recordação o momento em que o Furriel Armando Fernandes das Operações, saía messe para ir para o seu quarto, que ficava junto da CCS, quando um relâmpago iluminando os céus deixou cair sobre Záu Évua um trovão tal como uma "bomba atómica". Armando Fernandes, não suportava os relâmpagos e muito menos os trovões. Ficou "arrelampado", desequilibrou- se e deu um enorme trambolhão tendo resultado daí, um enorme golpe num dos joelhos que obrigou a uma ida à enfermaria para ser suturado.
Nada de especial se já não tivesse a Guia de marcha para regressar ao "puto".  Assim veio ele para Luanda, perneta e de perna "entrapada"
Ao "puto" chegou bem, pois ainda foi a muitas das nossas confraternizações.  Agora, deve estar em recolhimento, ali para os lados de Leiria onde mora, pois sendo sempre convidado para os almoços, não aparece.
 
 Para o próximo convite, vamos mandar-lhe em anexo um boletim meteorológico para o dia do almoço, pois assim, não havendo nesse dia hipóteses de trovoada, sempre pode aparecer.
 
Aqui fica um grande abraço para ele

sexta-feira, 20 de abril de 2012

3) - Poemas da Guerra - José Niza


"3) - Poemas da Guerra - José Niza - (coninuação)

A nossa chegada ao aquartelemento de Zau Évua, no norte de Angola, a uma centenas de quilómetros
 de Luanda, não nos deu grande alento.  Dias antes, uma emboscada a um grupo de combate de uma das companhias que íamos render, tinha feito mais de vinte mortos. Seria tambem um aviso para nós?"

CARNAVAL EM ZAU ÉVUA

Aqui o carnaval é todo o ano
desde o içar da bandeira
ao cair do pano

trezentos soldados
mascarados
suam bem suados
baga de suor de um confetti
amarelo verde e encarnado
que não é daqui

um clarim toca
várias vezes ao dia
(Pavlov descobriu
que reflexos condicionados
tambem serviam para os soldados)

eu vou estando

e não esqueço

adeus
até ao meu regresso

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Zau Evua - recordações

ex-furriel Amanuense Aires junto aos brasões do Batalhão, do PelRec e do Pelotão de Sapadores.
No Brasão do Batalhão está inscrita a data da nossa chegada - 4-8-69 - a Zau Évua

quarta-feira, 18 de abril de 2012

2) - Poemas da Guerra - José Niza

2) - Poemas da Guerra - Jose Niza

"Aí se perdeu a oportunidade única de construir uma solução política negociada que respeitasse e garantisse os interesses dos portugueses e dos angolanos.  Teria sido possível chegar lá.  Mas não com Salazar, que optou pelo isolamento (portugal orgulhosamente só) e pelo de lírio ( Portugal não é só um país europeu e tende cada vez mais a sê-lo cada vez menos).
Foi preciso vir a libertação do 25 de Abril para que todod este pesadelo acabasse."