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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Zau Evua - Angola - Histórias de encantar

Uma história das muitas que todos nós temos para contar.




António Fernandes conta assim:


Um pequeno epísódio de tantos que se passaram nas nossas vidas em Angola aquando da nossa estadia ou passagem por aquelas lindas terras, as quais para muitos deixam saudade, não pela razão que nos obrigava defender um território que para os nossos governantes da época era apenas uma parte de Portugal. Para os jovens que tinham de partir, era apenas  ou melhor, obrigados a ir para lá.


“Foi num Fim de Ano que mais uma vez se repete a dor do apêncice, a qual é muito desagradável e nas terras de Zau Evua, longe de tudo e de todos, quando de momento sinto uma dor forte e não fui jantar nessa noite. E assim no dia seguinte o nosso médico, Dr José Niza Mendes, como sempre muito atencioso a todos os problemas dos seus homenspede para eu ser enviado de

Numa dessas noites a seguir tive vontade de ir fazer um xixizinho por volta das 2 ou 3 da madrugada. Como a casa de banha era fora da caserna  e a porta ficava aberta toda a noite (tambem de dia), qual não foi o meu espanto quando tentava entrar, vi dentro um grande vulto tentado beber água. Fechei a porta rápidamente com medo de levar uma cornada, pois tratava-se  de uma enorma  cabra do mato.

 Fui dentro da caserna e gritei rindo: quem que comer carne de cabra hoje?!?!?

Fui vaiado por estar a acordar todo o pelotão, repousando de mais um dia de trabalho e do calor que se fazia sentir nesse fim de  mês de Janeiro. Eu repeti, venham ver. Mas não fou preciso repetir mais vezes porque as marradas que a cabra dava contra a porta acordou todo o Mundo e correram todos para ver o que se passava.

O nosso Comandante dormia mesmo em frente da dossa caserna veio pedir para todos irem dormir porque não eram horas para estar a fazer algazarra, quando alguem lhe disse que o Fernandes tinha fechado uma cabra na casa de banho.  Ele rindo disse: Ide ver o que podem fazer.  Mas para entrar pela porta era dificil, pois podiam levar uma cornada o que não seria muito agradável. Foram então pela casa de banho do comandante de pelotão e tiveram a sorte de que ela com tanta marrada que deu na parede e na porta, desmaiou e assim foi só tirala de lá e após a sua morte definitiva e a sangria, nesse mesmo dia fazer dela um bom petisco, o qual nos deliciou a todos”




Jose Niza escreve

Pandemia do fato azul
Como a gripe, tudo isto começou com um caso isolado, aos domingos à noite, na Sic Notícias. Ou, mais concretamente, num monólogo de mais de uma hora sobre a fenomenologia do futebol, “a verdade desportiva”, o “bas-fond” das arbitragens, as histórias escabrosas dos vários apitos, os amores e desamores do senhor Pinto da Costa com a menina Carolina, sei lá que mais. O protagonista do “Tempo-Extra”- assim se intitula o dito programa – chama-se Rui Santos. Mas também já ouvi tratá-lo por “palhacinho”.
Fixei-me neste programa, não porque aprecie as palestras do prolífero jornalista, mas por causa do seu espampanante casaco azul às riscas brancas. Aquele esplendoroso terno assertoado tornou-se para mim numa obcessão, numa fixação azuliforme, numa dependência visual cromática. E, também, num suspense hitchcockiano de domingo em domingo, por causa da angustiante possibilidade de o palestrante poder surgir perante as câmaras com um vulgar e reles fato cinzento. Deixando – por isso – de ser ele próprio.
Durante um prolongado tempo, as virusais moléculas azuis dos casacos às riscas não contaminaram viv’alma. Mas, de repente, eis que tudo mudou.
E foi tudo tão rápido que nem sequer houve ensejo de fabricar vacinas.
Hoje, um cidadão liga para o telejornal da RTP e José Rodrigues dos Santos – o nosso próximo Nobel da literatura – lá está piscando o olho e perorando desgraças dentro do seu fato azul às riscas. Mas, se mudarmos para a Sic, surge-nos Rodrigo Guedes de Carvalho – o nosso próximo Nobel da escrita – engalanado com o seu azulado fato às riscas brancas a desvendar os escândalos do dia. Se fizermos “zapping” para a TVI, lá temos o escritor Júlio Magalhães – provavelmente o nosso segundo Nobel literário – envergando briosamente o seu fato azul às riscas, a perorar contra o Sócrates sob a protecção divina da liberdade de imprensa. O último reduto – julgava eu – seria o refúgio na RTP2. Mas, qual quê? Mal carreguei no comando – e explodindo no pequeno ecrã – surgiu, reluzente, João Adelino Faria, o único que ainda não ameaçou escrever qualquer livro e que tem um terno de listas brancas largas que até parecem pranchas de wind-surf a sulcar o mar azul da praia do Meco. Esperançado em melhores dias, voltei à Sic Notícias. Mas aconteceu o que eu receava: um Mário Crespo fardado de azul às riscas, ali no seu posto, e, para variar, dizendo cobras e lagartos do governo.
Milagrosamente – saiba-se lá porquê – esta pandemia ainda não chegou, nem aos ministros, nem aos deputados. E, se chegou a Belém – ou não chegou – é coisa que só saberemos através de escutas.
Uma preocupante notícia de última hora refere que a Organização Mundial de Saúde entrou em alerta máximo por causa da previsível propagação da pandemia a toda a Europa. É que, numa rua de Bruxelas – e vestindo um fato azul às riscas brancas – foi identificado um cidadão baixinho e anafado, de nacionalidade portuguesa, que declarou chamar-se Paulo Rangel.
Bem dizia a minha avó que, contra fatos, não há argumentos…
O Ribatejo

domingo, 22 de novembro de 2009

Angola - 40 anos depois

Pensamentos
Se estivessemos em 1970 estaríamos a pensar que ainda faltariam mais de ano e meio para voltarmos a casa.
Bem, e quando estavamos em 1971, já íamos riscando nos calendários os dias que faltavam para o regresso.














12 JULHO 1969


40 ANOS


PARTIDA


ANGOLA- Tomboco-Lufico-Quiximba-Zau Evua - Quiende

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tomboco - férias





A iniciativa privada dá mostras de vitalidade.  Aqui lhes deixamos um contacto para quem quizer ir passar umas férias ao Tomboco.
Passados todos estes é interessante para quem por lá andou ou passou, ler este pedaço de prosa que dá uma ideia de como as coisas se estão a passar por aquelas bandas.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Confraternização de 2008 - Slideshow

Antonio Fernandes e Bras Gonçalves


O Antonio Fernandes com o editor do Blog do BCAC2877

Um encontro entre dois antigos companheiros de guerra é sempre agradável. Contaram-se algumas histórias das muitas passadas em Angola  - umas agradáveis, outras nem tanto.  Sempre vem a lume alguma desgraça passada.  Durante a nossa estadia não foram muitas, mas sempre aconteceram algumas e, passadas com companheiros mais próximos, a sua recordação não deixa de aparecer.
Na companhia da esposa do Fernandes e do seu neto, passamos um bom bocado do dia de S. Martinho, recordando com umas castanhas e um vinho, ambos genuinamente portugueses, aquele dia de tanta tradição em Portugal. Ficou combinado para novo encontro quando da sua visita a Portugal, porque isto de ir à Suiça, mesmo para visitar um antigo companheiro de guerra, sai muito mais fácil e barato, fazendo-o em Lisboa, na Suiça ( mas na pastelaria situada no Rossio)

Antonio Vargas - BCAC2877 - Angola

PROCURA-SE

António Vargas

O nosso antigo companheiro António Fernandes pede a que souber do paradeiro e morada do António Vargas o favor de nos contactar

sábado, 14 de novembro de 2009

Zau Évua - Pelotão da "ferrugem"


Com um abraço de agradecimento ao António Fernandes que nos "ofereceu" esta foto e que com muita alegria a colocamos no Blog, para revermos a cara (ao tempo) de muitos dos nossos antigos companheiros.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Agradecimento

Na saida de Geneve onde o editor do Blog passou uns dias, o agradecimento ao Antonio Fernandes e sua esposa pela cordialidade que colocaram na recepcao em sua casa, onde comemos umas castanhas e bebemos um vinho, no dia de S Martinho.
Houve ainda oportunidade para reviver algumas historias passadas em Äfrica o que fez com que esses momentos ainda tivessem sido melhor passados.
A ajuda que nos deu nos transporte de para o Aeroporto, significa a entreajuda que estä presente a todo o momento entre os antigos companheiros.
Uma abraco de agradecimento ao Antono Fernandes, antigo Condutor do "pelot$ao da Ferrugem" em Zau Evua.
Tivemos pena de nao terencontrado aui outro nosso antigo companheiro - O SOBA, como era conhecido e que por aqui em Geneve continua a trabalhar
Voltaremos a falar sobre as historias que nos contou em proximos postes.
Um abraco

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quiende - Angola -1971




Aquartelamento do Quinde - confraternização
(Foto cedida pelo nosso companheiro José da Silva: Envio-lhe estas fotos do quiende, que me foram endereçadas por um companheiro da companhia que fomos substituir quando saímos de Zauevua ,se achar que ajuda nalguma coisa para o bloog utilize, eu só quero colaborar. Um abraço do JSilva "

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Zau Évua

Zau Évua - quem passou por lá, (1972) conta assim algumas das suas vivências

""Pois bem mano, irei seguindo as pisadas que neste teu blog vais deixando. E ao verificar mais este caminho, não poderei de nele deixar de caminhar. Como bem o sabes o meu percurso geográfico militar foi bastante diferente do teu. Não estive em Cabinda e na frondosa e quase inexpugnável floresta do Maiombe, como bem o relatas, mas sim em Zau-Évua, que na linguagem indígena local queria dizer 9 ELEFANTES, nº esse de elefantes que numa grande caçada em tempos bem remotos tinham sido abatidos pelos habitantes que outrora tinham habitado aquela zona e o local foi, devido a essa grande façanha, baptizado com o nome de Zau-Évua. Pois Zau-Évua ficava na linha Ambrizete/S.Salvador do Congo e ERA uma TERRA de ninguém. Um autentico deserto de vivalma, completamente isolada e com bastantes montanhas e capim. Um aquartelamento feito para acolher um batalhão ( 4 companhias mais o restante pessoal auxiliar) e apenas a CCAÇ 105/72 lá estava. Um autentico degredo. Contarei tb um episódio que agora considero "pitoresco", mas que na altura não foi. » Na primeira saída voluntária que fiz para uma patrulha de quatro dias, levei comigo, entre outras coisas, um cambalhotas ( aquele desdobrável em três e de espuma que por vezes se levava para a praia), dois alvos lençois e um pequeno travesseiro. Ainda não tinha perfeita consciência da razão da vida militar, da razão de para ali ter sido mandado, o que é que lá estava a fazer, etc.,etc.. Então logo que a noite "desceu" e tivemos ordem para acampar, aqui o rapaz, todo lampeiro, "escolhe" o melhor sitio possivel, abre e estende o cambalhotas, lençol por baixo, lençol de branco imaculado por cima, e toca a pensar em deitar-me (todo vestido e calçado). Ainda estava eu a pensar no deleite de uma noite deitado no mato com as estrelas por cima quando reparei que o pessoal estava com os "olhos esbugalhados" (embora fosse noite "via-se" o espanto nos seus olhares), a chamar o alferes que comandava o grupo e foi o bom e o bonito. Lançaram-se em cima dos lençois, rasgando-os em tiras, o cambalhotas andou aos trambolhões e eu feito "parvo" a ver aquela "fúria" toda. Conclusão, fiquei de castigo com dois turnos seguidos de guarda, embora mais tarde soubesse que aquilo havia sido apenas diversão, pois tinha um outro de guarda no segundo turno para o caso de eu adormecer. Ou seja, eu tinha estado a preparar-me para ser um perfeito alvo nocturno, sem que o "IN" precisasse de binóculos infravermelhos para localização. Foi um pagode nos dias que se seguiram e quando chegamos ao aquartelamento «. Mas Zau-Évua também foi um sitio de vivências. Um abração.   " Posted by: Leão.Verde at maio 16, 2005 11:20 PM