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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Desabafo aos Deuses

Desabafo aos Deuses deste e dos outros Universos, se existirem deuses



A vida está presa por um sopro, . . .

Vai, como se um sopro de apagar uma vela, inundasse a matéria.

Tudo se esvai.

A partir desse momento, a vida deixou de o ser, e a matéria inerte, passou a tomar conta dela.

Num espaço de tempo, tão curto, tão infinitésimo que só cientificamente poderá ser quantificável, a vida começa e acaba

Essa vida tão terrena, vái deixar atrás de si, recordações mais ou menos fortes, que se irão dissipando nos arquivos da nossa memória.

Sobre a morte, os deuses não têm “palavra”

Senão, quem iria acreditar que a morte ceifou, desta ou daquela maneira, um ente bom e não utiliza a sua omnipotência discricionária, para “matar” aqueles que aos olhos e na consciência de outros tantos, e são sempre muitos, são maus.

Se os deuses tivessem palavra, não fariam certamente uma injustiça dessas.

Mas será que não têm palavra, para também não terem ouvidos ?

Pois assim, teriam que, em muitos momentos, ouvir da recriminação das suas escolhas.

A crueldade, a injustiça, a maldade passariam a fazer parte do código das grandes penas a aplicar pelos deuses aos terrenos malfeitores

A morte, em todas as circunstâncias, é trágica. Dolorosa.

Muitas vezes os nossos sentimentos andam distraídos das dores dos nossos semelhantes. Egoísmo ?

Quando nos bate à porta, repentinamente, sem ser esperada, então, acordamos para a triste realidade do dia a dia.

Perder um familiar, perder um amigo, arrebatado à ceara da vida, pela foice de um deus discricionário, é muito doloroso.

É uma pequena homenagem, aquele que será o pai de mais um neto meu, ao Ramiro.

Já não verá o rebento, filho da sua árvore, nascer e crescer.

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