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terça-feira, 12 de julho de 2016

12 de Julho de 1969 - Retalhos



Capa do jornal Diário de Lisboa dia 12 de Julho de 1969


Momentos antes do embarque,
 com a minha mulher grávida da minha filha Candida que nasceu em 16 de Setembro de 1969


Pode perceber-se pela quantidade de viaturas da PM, o "cuidado" que havia quando do embarque de tropas para àfrica


Aqui no DN relata-se com o cuidado de então, face ao perigo do lápis azul da censura, a nossa partida para Angola.
Terá sido um dos dias mais quentes desse anos de 1969


Muitas tristezas, incertezas, angústias e medos, transportou este barco nessa longa viagem até Luanda com paragem na Ilha da Madeira, para embarcar aí, mais umas centenas de militares.

Não pensem os nossos leitores, em especial aqueles que não viveram os dramas da ida à guerra nesses tempos, (que nada tem a ver com as idas à guerra nos dias de hoje), que a publicação destes escritos e destas fotos, tem mais a ver com saudades do que com o deixar o testemunho daqueles 3 anos de serviço militar obrigatórios, com 2 anos de passagem por África.
A grande maioria dos militares de então, eram desde o inicio da sua incorporação na fileiras das forças armadas colocados longe das suas famílias e sem qualquer possibilidade de as visitar nos fins de semana que havia licença para tal.
As primeiras impressões da chegada aos quartéis, deixavam para a grande maioria de nós, uma sensação de desprezo e abandono e acima de tudo de medo.  Nessa altura ainda não era o medo da guerra, era o medo dessa coisa que se chamava de disciplina militar.
A habituação fazia-se, por obrigação.
As recrutas, uma parte delas eram dadas sob a orientação de alguns oficiais que já tinham estado na guerra e traziam com eles, para aplicar na prática das suas acções como instrutores, as experiências vividas pelo próprios.
O Exército pretendia habituar desde os primeiros dias da entrada nas fileiras, todos os militares. a uma vida desprendida da família e dos lugares de onde tinham vindo.  Era a mentalização para a ida. Raros eram os que ficavam perto de casa.
Quando se dava o embarque, uma parte da mentalização já estava feita.  A pior parte, já era feita em África, com o dia a dia.
A incerteza e o medo passou a fazer parte do quotidiano de todos nós.  Até que a rotina se apoderou das nossas mentes e então, o fim último dos nossos pensamentos passava apenas por ir riscando dia a dia, mais uma folha do calendário.
Uma grande parte da literatura que temos lido sobre a Guerra de África, infelizmente não aprofunda a parte do temor psicológico das tropas em guerra.  Na maioria dos casos, limita-se a transcrever passagem da guerra no seu aspecto mais materialista, deixando para trás os dramas individuais e colectivos da tropa.
Nos dias de hoje, passados tantos anos, todos temos que reconhecer que fizemos um feito heróico com a nossa passagem obrigatória por África. Ao tempo, sabíamos o que se passava no Vietnan, uma guerra diferente da nossa.  Mas os soldados que por lá andaram, tinham umas condições que me nada se comparavam às nossas.
Não era o mais importante para as chefias militares de então, mas o moral das tropas e o seu estado sanitário, estava incluído, embora com parcas palavras, em todos os relatórios enviados.
Por aquilo que hoje podemos concluir, o BCAC2877, teve a sorte de não estar envolvido em "muitas batalhas". Nada que se adivinhasse quando do nosso embarque, mas tal aconteceu.  Como em todas as circunstâncias, tivemos colegas que morreram.  Na nossa vida normal, civil, é assim, porque não há-de ser na guerra?
E assim,  nós íamos a caminho de Luanda.  Doze dias de Vera Cruz, para uma chegada no mesmo momento em que  o primeiro Homem chegava à Lua.


terça-feira, 10 de julho de 2007

12 de Julho de 1969 - Dia do embarque para Luanda


Moldura feita de cartolina, em Zau Évua
A bébé, esteve presente no dia do embarque, (no ventre da mãe)
na foto abaixo

Foto no dia do embarque


12 de Julho de 1969


Aqui estavamos nós a caminho do desconhecido
(um dos dias mais quentes de 1969)




*


*


*

Nesta data, queremos saudar todos os companheiros que no Vera
Cruz embarcaram connosco rumo a Angola, incluindo os que aproveitando "aboleia", entraram no Funchal.
Uma saudação especial para todos os familiares daqueles que
pelas terras de África ficaram, deixando enegrecidos para todo o sempre, os
corações dos seus entes mais chegados.
Relembramos também, os que após o seu regresso ao Puto, já
não pertencem ao nosso convívio.
Falar do drama e do trauma que todos compartilhávamos a uma
distância de tantos anos, não deixa ainda de criar alguns calafrios.
A grande maioria de nós, partia rumo ao
desconhecido.
Não porque muitos não tivéssemos já estudado algo sobre a
zona geográfica da África onde os próximos 2 anos seriam o nosso poiso. O que se
estudava e sabia, na maioria dos casos, objectivamente, não correspondia à
realidade.
Pior era a falta de conhecimento da realidade da guerra que
se praticava.
A facilidade de adaptação às mais diversas e invulgares
situações, foram o apanágio da NT.
Recordo que o que se estudava a nivel militar, sobre a
estrutura, composição, logistica, técnicas e tácticas de guerra de todo o
aparelho militar, não correspondia minimamente à realidade que em Angola fomos
encontrar.
Na verdade a adaptação foi sendo conseguida.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

12/07/1969 - DIA DO EMBARQUE ANGOLA


Descreve-se a seguir o que consta na Historia da Unidade , no que se refere ao dia do embarque para Angola

” Na manhã de 12JUL69 as subunidades do Bcaç 2877 deslocaram-se para o Cais da Rocha de Conde de Óbidos onde se efectuou a concentração do Batalhão. Após formatura, juntamente com o Bcaç 2878, à qual foi passada revista pelo Exmº Chefe do Estado Maior do Exercito que proferiu uma alocução de exortação às forças em parada, procedeu-se ao embarque no paquete “Vera Cruz” com destino à Região Militar de Angola.
Foi o seguinte, o pessoal embarcado sob o Comando do Comandante – Tem Cor de Infantaria – Arnaldo Carvalho Paula Santos: “

Segue a lista de todo o pessoal

terça-feira, 24 de junho de 2014

S. João a caminho da mata do Pinhal do Rei - Fonte da Telha

Não passou despercebida a data a véspera de S. João. A Vida, por vezes não nos deixa angariar tempo para por em escrita os nossos pensamentos

O S. João -ao tempo, as tradicionais fogueiras junto dos arraiais populares não tinham a proibição do dias de hoje- estávamos em 1969. Não havia rua, bairro o lugar que não tivesse orgulho na sua fogueira. A lenha arrebanhava-se muito tempo antes para ser queimada nos festejos dos santos populares. Assim era.

Mas, sobre a tropa, era então, assim:

O Exército Português mandava  para as colónias de então os seus mancebos com seis meses de incorporação nas fileiras – muito pouco tempo para a aprendiz agem da guerra de guerrilha com que se iriam confrontar.

Antes de chegarem a África, faziam um “tirocínio” de pouco mais de uma semana em “ambiente operacional”, assim lhe chamavam – IAO, o que significava na teoria a Instrução de Ambiente Operacional.  Não passava de pouco mais que uma “semana de campo” como se fazia no final das recrutas ou das especialidades.

Nessa véspera de São João, nesse ano do nosso embarque para Angola – 1969 -  calhou a caminhada do Porto Brandão, onde a maior parte do BCAC2877 esta acantonado, para as matas do Pinhal do Rei, junto da então e da actual Fonte da Telha, praia e local de pesca artesanal, que ainda o é hoje.

Por aí fora,  fomos nós, de noite, com o calor próprio de então, suores quentes do ambiente e suores frios por desconhecermos para e  porque íamos.

Foi uma noite, uma caminhada que mais não serviu para nos mentalizar para o embarque que viria a acontecer a 12 de Julho desse anos de 1969.

Não vivemos de recordações. Mas que elas surgem nas nossa mentes, isso surgem

 

 

sábado, 12 de julho de 2008

Guerra de Africa -12 de Julho de 1969 embarque do BCAC 2877


Aqui deixamos, em mais um ano passado, a recordação amarga do nosso embarque para Luanda a 12 de Julho de 1969.
Muitos dos que foram, não voltaram.
Muitos dos que voltaram, já não estão vivos para nos acompanharem.
De todos e para todos, aqui deixamos um grande abraço de amizade, de companheirismo que se gera, se sedimenta e perdura para sempre, quando nascido de tempos e momentos de grandes dificuldade e incertezas.
Assim foi a vida de todos nós, naqueles 2 anos, perdidos, na nossa vida.
Por mais que não queiramos, as recordações da passagem pela guerra deixa marcas que irão permanecer por todo o resto da nossa vida.
Os sons, os cheiros, as memórias, vão passando muitas vezes, como um filme, aos pedaços, sobre as nossas consciências.
Aparecem em qualquer momento, sem se saber porquê.
Vivem acumuladas, como o pó num velho sotão, que de quando em quando é visitado e limpo.
Rebuscamos e aqui deixamos, parte da apresentação do Blog da CCAC2544 que seguiu connosco no Vera Cruz.
Um grande abraço tambem para todos eles

Lumege
O dia em que desembarcámos em Luanda está registado a letras de ouro na História da Humanidade. Porque foi o dia em que o Homem desembarcou na Lua! Depois do Grafanil, veio o Lumege e mais tarde o Forte República. Éramos a CCaç. 2544 do Batalhão de
Caçadores 2878, jovens apanhados na curva serôdea do colonialismo. Não desejámos a Guerra Colonial, mas participámos nela. Com que proveito? O da amizade que construímos e mantemos.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

12 de Julho de 1969 - recordando e mostrando o que acontecia

Aqui

12 de Julho de 1969

ou aqui

https://bcac2877.blogspot.com/2012/07/12-de-julho-de-1969_11.html

*/*


Muitas tristezas, incertezas, angústias e medos, transportou este barco nessa longa viagem até Luanda com paragem na Ilha da Madeira, para embarcar aí, mais umas centenas de militares.


Não pensem os nossos leitores, em especial aqueles que não viveram os dramas da ida à guerra nesses tempos, (que nada tem a ver com as idas à guerra nos dias de hoje), que a publicação destes escritos e destas fotos, tem mais a ver com saudades do que com o deixar o testemunho daqueles 3 anos de serviço militar obrigatórios, com 2 anos de passagem por África.
A grande maioria dos militares de então, eram desde o inicio da sua incorporação na fileiras das forças armadas colocados longe das suas famílias e sem qualquer possibilidade de as visitar nos fins de semana que havia licença para tal.
As primeiras impressões da chegada aos quartéis, deixavam para a grande maioria de nós, uma sensação de desprezo e abandono e acima de tudo de medo. Nessa altura ainda não era o medo da guerra, era o medo dessa coisa que se chamava de disciplina militar.
A habituação fazia-se, por obrigação.
As recrutas, uma parte delas eram dadas sob a orientação de alguns oficiais que já tinham estado na guerra e traziam com eles, para aplicar na prática das suas acções como instrutores, as experiências vividas pelo próprios.
O Exército pretendia habituar desde os primeiros dias da entrada nas fileiras, todos os militares. a uma vida desprendida da família e dos lugares de onde tinham vindo. Era a mentalização para a ida. Raros eram os que ficavam perto de casa.
Quando se dava o embarque, uma parte da mentalização já estava feita. A pior parte, já era feita em África, com o dia a dia.
A incerteza e o medo passou a fazer parte do quotidiano de todos nós. Até que a rotina se apoderou das nossas mentes e então, o fim último dos nossos pensamentos passava apenas por ir riscando dia a dia, mais uma folha do calendário.
Uma grande parte da literatura que temos lido sobre a Guerra de África, infelizmente não aprofunda a parte do temor psicológico das tropas em guerra. Na maioria dos casos, limita-se a transcrever passagem da guerra no seu aspecto mais materialista, deixando para trás os dramas individuais e colectivos da tropa.
Nos dias de hoje, passados tantos anos, todos temos que reconhecer que fizemos um feito heróico com a nossa passagem obrigatória por África. Ao tempo, sabíamos o que se passava no Vietnan, uma guerra diferente da nossa. Mas os soldados que por lá andaram, tinham umas condições que me nada se comparavam às nossas.
Não era o mais importante para as chefias militares de então, mas o moral das tropas e o seu estado sanitário, estava incluído, embora com parcas palavras, em todos os relatórios enviados.
Por aquilo que hoje podemos concluir, o BCAC2877, teve a sorte de não estar envolvido em "muitas batalhas". Nada que se adivinhasse quando do nosso embarque, mas tal aconteceu. Como em todas as circunstâncias, tivemos colegas que morreram. Na nossa vida normal, civil, é assim, porque não há-de ser na guerra?
E assim, nós íamos a caminho de Luanda. Doze dias de Vera Cruz, para uma chegada no mesmo momento em que o primeiro Homem chegava à Lua.



sábado, 12 de julho de 2014

Confraternização 2014 - Restaurante Manuel Julio


 Actualizado 
em  12 de Julho 2014 - às 09h00m 


É hoje mesmo o nosso almoço


Antes, pelas 09h30m vamos fazer uma pequena homenagem ao nosso antigo camarada e já falecido Pimenta



A habitual Missa será celebrada pelas 11 horas, numa Capela/Igreja a 100 metros do local do Almoço

 VER LISTA DE INSCRIÇÕES NO FINAL DA MENSAGEM

ULTIMAS NOTICIAS 
Exemplar de troféu (vidro-cristal com impressão a lazer e caixa de cartolina rija) que a Organização vai subsidiar parte do preço de compra, com a verba que restou dos ultimos almoços.
São 60 exemplares que serão cedidos por ordem de inscrição para o almoço
O preço rondará os 7.50 €



 



No final da mensagem estão as listagens

A nossa confraternização este ano, será no dia 12 de Julho em comemoração da data do nosso embarque para Angola no Vera Cruz.

 Vera Cruz
 12 de Julho de 1969
12 de Julho de 1969

Morros de Zau Évua

Escolhemos o Restaurante Manuel Júlio, podem ver aqui a sua página no Fecebook ou no site : www.manuejulio.pt






Escolhemos a ementa e estamos a  “discutir” o preço – logo que tenhamos novidades adicionais faremos a sua publicação no Blog e no Facebook.


Não esquecer de marcar na agenda




As primeiras 40 reservas (só para ex-combatentes) e se estiverem presentes ao almoço tem direito a um trofeo comemorativo dos 45 anos do nossos embarque para Angola, a um preço simbólico
Lista das reservas em anexo

                                     1ª Reserva - Antonio Amaral - 2 pessoas
2ª Reserva - José da Silva - Figeuira da Foz


segunda-feira, 23 de abril de 2018

BCAC2832 em Tomboco e Zau Évua

Divisa: "Excelente e Valoroso"

Partida: Embarque em 04 de Janeiro de 1968 (NTT "Vera Cruz"); desembarque em 13 de Janeiro de 1968
Regresso: Embarque em 03Mar70 (NTT "Uíge")
Síntese da Actividade Operacional
O BCaç foi inicialmente destinado ao subsector de Tomboco, no Sector F, da ZIN, onde rendeu o BCaç 1903, tendo assumido a responsabilidade da ZA em 28Jan68.

O dispositivo adoptado foi o seguinte: Comando, CCS e CCaç 2308 em Tomboco, a CCaç 2306 em Lufico, a CCaç 2307 em Zau-Évua.

Como reforços, o BCaç dispôs da CArt 1658 em Quiaia e da CArt 1700 em Quiende, esta substituída em Jun69 pela CCaç 2530.

A partir de 25Jun68, em virtude duma remodelação de dispositivo, o Comando e CCS deslocaram-se para Zau-Évua, uma vez que Tomboco deixou de pertencer à ZA; por idêntico motivo, a CArt 1658 deixou de reforçar o BCaç e a CCaç 2308 rodou para Quiximba. Em 01Jul68, passou esta ZA a designar-se por subsector de Zau-Évua.

O In utilizava a ZA como passagem para a zona fulcral dos Dembos. Todavia, manifestou-se com alguns grupos numerosos e bem armados, montando fortes emboscadas às NT, no terreno ou a colunas auto, como no dia 09Ago68, em Buene, onde causou às NT sensíveis baixas. Em 05Set68, montou nova emboscada na estrada Lufico-Tomboco, na região de Fumanzi, com cerca de 200 elementos In, fortemente armados e municiados, que provocaram às NT muito graves baixas; em qualquer das acções mencionadas, a reacção causou ao In baixas igualmente graves. Refere-se ainda a eficaz e rápida reacção a outro ataque In em 28Abr69, que frustou o propósito propagandístico traduzido na presença de jornalistas e cineastas, que acabaram por constatar uma precipitada fuga, com baixas.
Para lá de intensos e permanentes patrulhamentos, emboscadas e escoltas, o BCaç construiu os aquartelamentos de Quiximba e Zau-Évua, abriu inúmeras picadas construiu pontões e instalou novos povoados, com populações apresentadas em Quiende e Quiximba.
De 21Jul a 08Ago69, o BCaç foi rendido pelo BCaç 2877, deslocando-se para o sector de Malanje, onde rendeu o BCaç 1919, tendo assumido a responsabilidade da ZA em 08Ago69. Na cidade de Malanje aquartelaram o Comando e CCS; asCCaç 2306, 2307 e 2308 ocuparam respectivamente Nova Gaia, Forte República e Marimba; como reforços, o BCaç recebeu a CCaç 2335 em Malanje, a CCaç 1102/RI 20 (GN) em Quela e a CArt 2337 em Luquembo, além de alguns grupos de GE.
A ameaça de infiltrações levava a constante acção de vigilância e patrulhamentos de contacto com as populações. Todavia nesta ZA, onde o In não se manifestava, foi obtido êxito contra uma coluna que atravessava o sector desde a Lunda para os Dembos; com efeito, essa coluna foi totalmente eliminada na operação "Carnaval", tendo sido capturadas 19 armas automáticas, das quais 2 ML, 1 LGFog, dezenas de granadas e minas de todos os tipos e milhares de cartuchos para armas ligeiras, para além de volumoso e variado material sanitário e de intendência.

Em 26Fev70 o BCaç foi rendido pelo BCaç 2859.
atalhão de Caçadores 2832

Identificação: BCaç 2832

Unidade Mobilizadora: RI 2 - Abrantes

Comandante: Tenente-Coronel de Infantaria Pedro Barcelos

2.º Comandante: Major de Infantaria Élio Pires Afreixo

Oficial de Informações e Operações Adjunto: Major de Infantaria Luís dos Santos Rafael

Comandantes de Companhia:

Companhia de Comando e Serviços (CCS):

Capitão do Serviço Geral do Exército José Mateus Cardoso

Companhia de Caçadores 2306 (CCac2306):

Capitão de Infantaria José Augusto Serra Pinto

Capitão de Infantaria António Augusto Pinto da Cunha Leal

Capitão de Infantaria José Augusto Serra Pínto

Companhia de Caçadores 2307 (CCac2307):

Capitão de Infantaria António Augusto Pinto da Cunha Leal

Capitão de Infantaria Manuel Estevão Martinho da Silva Rolão

Capitão de Infantaria António Augusto Pinto da Cunha Leal

Companhia de Caçadores 2308 (CCac2308):

Capitão Mil.º de Artilharia Fernando Manuel de Lemos Campeão Silveira

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Regimento de Infantaria 1 - Mobilização antecentes

Este era o brasão do Regimento de Intantaria 1 nos tempos do BCAC2877
Quem passou pela Guerra de África, não deve temer o recordar algumas das passagens e experiências da sua passagem pelas forças armadas. No caso dos componentes do BCAC2877, a sua passagem pelo ramo  Exército.
Foram muitas as unidades por onde muitos passaram. Mas perto ou mais longe das suas terras, numa "oportunidade" pensada e posta em prática pelos mentores da estratégia militar de então, que convinha que  a habituação das suas tropas em combate a ficarem a uma  enorme distancia que iriam ficar das suas terras e famílias.
As unidades mobilizadoras ou centros de instrução, foram dispersas praticamente por todo o país: desde Viana do Castelo a Chaves e Vila Real, passando por Elvas, Amadora,  Tavira ou Abrantes, bem no centro de Portugal.
Houve quem, morando nos arredores de Lisboa, tenha feito um roteiro do tipo: Tavira, Caldas da Rainha, Porto e Porto Brandão nos preparativos para o embarque. Militares houve que fizeram igualmente uma passagem por Lamego, num dos centros de treino e adestramento militar mais rigoroso de então e onde eram postas à prova a sua resistência, capacidade de sofrimento e destreza física e mental para a guerra.
 Um bom treino de habituação para a estadia e de 24 meses em Zau Évua, Quiximba ou Lufico. Acrescentamos a curiosidade de a CCAC2542 ter ficado em Setúbal, isolada de todos os restantes componentes do BCAC da mesma forma que no Lufico, no Norte de Angola lhe aconteceu o mesmo - a companhia ficou completamente isolada no meio das matas, numa picada de ida e regresso pelo mesmo caminho. Isto é, num "beco sem saída".
A recordação deste tempos, embora passados tantos anos, décadas, em que a obrigação da prestação do serviço militar era obrigatório, em comparação com os dias de hoje, em que a ida para as forças armadas passou a ser um "emprego" e não uma obrigação, deixa que se formulem as mais diversas considerações e opiniões sobre o tema.
Assim é e assim será: recordar é viver

domingo, 22 de julho de 2018

21 de Julho de 1969

Guerra de África - o trauma

Custa pensar assim.
Na vida há bons e maus momentos.
Há recordações passageiras e persistentes.
Cada ser humano tem o seu ego, a sua matriz, o seu ADN.
Podemos comparar um com outros. Todos serão diferentes, mas alguns com pontos comuns.
Mas, dar comigo a cada momento a relacionar situações, fotos, cheiros, barulhos e notícias com a Guerra de África, começa a ser doentio.
Sinto que estou um pouco assim conforme vou envelhecendo.
Não quero esquecer o que passei por lá. Eu e as centenas de milhares que por lá passaram, obrigados.
Mas...
Mas , serei eu, só o único?

22/07/2017

21 de Julho de 1969


21 de Julho de 1969 a chegada a Luanda

Na senda das recordações e, acima de tudo, com a esperança que possamos deixar para o futuro, alguns dados da nossa vivência como militares e combatentes na Guerra de África, vamos , com a nossa modèstia, deixando alguns relatos, opiniões e fotos dessa triste passagem de 2 anos por Angola.
Com Luanda à vista, depois de uma noite em que pelos rádios se ia ouvindo o relato da chegada do primeiro homem ao satélite da nossa Terra, o Vera Cruz, ansiava pelo descanso de uns dias, enquanto não regressava, pelo caminho das mesmas ondas para o Puto. Para lá levava, milhares de militares que iriam cumprir uma parte da sua obrigação de escrever umas tristes páginas da História de Portugal, para cá, o regresso não era tão penoso - uma parte dessas páginas já estava escrita por esses militares que esperavam com ansiedade esses momentos de embarque para casa.
Lentamente o Vera Cruz, como que cansado da longa viagem, foi-se aproximando do cais do Porto de Luanda. 

A enorme e lindissima baia, aí esta, tambem ela na expectativa de que, muitos dos agora forasteiros a iriam desfrutar em passeios descontraidos à beira mar, lavando o espírito das poeiras das picadas, das emboscadas, das doenças e da infinita tristeza gerada pela distância de familiares e amigos.
Luanda esperou.nos, com aquele calor tropical que desconhecíamos.
Esperou-nos e não foi nada hospitaleira.
Um enorme comboio, velho, mal tratado e nauseabundo, acolheu os militares, um pouco melhor que gado destinado ao matadouro, para nos levar, para o maior aquartelamento de Angola.




Á saída de Luanda, o Grafanil, era assim como uma placa giratória que albergava todos, os que chegavam e os que partiam.
Luanda era uma cidade enorme, com um movimento desusado de militares e civis. Muito civis eram militares,
Em Luanda, não havia guerra, mas havia o seu cheiro por todo o lado.
Circulava-se sem problema, a pé ou de transportes. Na cidade não havia guerra. 
Cafés , bares, restaurantes e cinemas funcionavam.
Haviam locais específicos para a troca de Escudos por Angolares.



Havia os bairros e casas do ricos. 
Havia as casas dos pobres e os bairros, os musseques, com a sua vida e a sua própria filosofia de vida.

Havia uma enorme rede de cafés, bares restaurantes e locais nocturnos. Estes, frequentados na sua maioria por militares que aí, matavam a sede da bebida e da "carne branca" a troco de muitos e muitos angolares.
Luanda, tinha uma população que acarinhava os militares. 
Pudera. Havia bastas razões para o fazer.
Quem pode fazer uma viagem, durante a noite, pela marginal e pela ilha, tive o previligérios de desfrutar um ambiente fantástico de cor, que muitas fotos atestaram
Por aí, ficamos, 2 ou 3 dias, antes que a guia de marcha no fizesse obrigar a ser carregados em camiões civis, com enormes taipais, onde fomos misturados com a parca bagagem que nos acompanhava.
A partir do momento em que foi pisado o solo angolano, não creio que tivesse sido lembrado que nesse mesmo dia, nesses momentos, o homem andava lá pela Lua. Com um pouco de sorte, algum dos 3 astronautas até no poderia ter fotografado (?).
Não mais foram lembrados. A preocupação de quem chegou era única - saber qual seria o poiso, que foi guardado, bem guardado em segredo.
Sabíamos que iríamos para o Norte, mas era tão grande esse Norte de Angola que a dúvida ficou sempre até ao final da viagem.
Ambrizete, foi a primeira paragem, não ficamos por aí, era bom demais para uns maçaricos como nós.


Até ao Ambrizete, ainda apanhamos uma picada asfaltada, embora com valas e enormes buracos por todo o caminho.




A partir do Ambrizete, Tomboco, Quiximba, Zau Évua e Lufico, foi só, pó e picada, pó e picada.


Tomboco - quartel da Missão

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CCAC2542 – LUFICO - Angola

Continuamos a procurar informações de antigos companheiros nossos que estiveram no Lufico.

Desde a concentração do BCAC2877 no Porto Brandão para os preparativos do embarque que a Companhia 2542 ficou sempre afastada do resto do Batalhão.

Rumou a Setubal e ficou lá para os lados de Albarquel onde fez o seu IAO ( Intrução de Adapatação Operacional) sem o contacto com as outras companhias do Batalhão. Lá nos encontramos no Vera Cruz e pouco mais.

O Lufico ficava fora da movimento habitual do MVL que fazia o percurso de Luanda a SSalvador, passando pelo Tomboco. Era aí que uma parte era desviado para o Norte a caminho do Lufico e então voltava para trás, pois à data não havia saída do Lufico mais para Norte a caminho do Congo.

Assim foi acontecendo e ainda houve algum contacto até ao dia que parte dos elementos da CCS sairamm definitivamente do Tomboco e rumaram a Zau Évua. Mais uma razão para que a CCAC2540 ficasse ainda mais isolada dos resto do nosso Batalhão.

À data, o Exercito já preparava psicológicamente bem os seus militares para algumas situações que iriam acontecer em futuro muito próximo o isolamento emm especial.

Todos sabemos que a única coisa que se sabia quando saímos de Lisboa, era que íamos directos a Angola. O Norte ou o Sul de Angola, seriam desconhecidos de todos ou da sua grande maioria.

Terá sido natural que o Comando do Batalhão soubesse do nosso destino e, pouco mais.

É esta uma das razões porque noso nossos almoços aparecem poucos elementos daquela companhia. Sabe-se que habitualmnete fazem um almoço anual e pouco mais.

Aqui fica mais um apelo para que alguem da CCAC 2542 contacte connosco e nos remeta algumas fotos do aquartelamento.

segunda-feira, 23 de março de 2020

BCAC2877 - antes do regresso

Para os ex-camaradas que tem algumas vezes questionado sobre o dispositivo  do BCAC2877 antes do regresso a Luanda para o embarque.
O BCAC2877 durante um período de tempo curto como se pode constatar no documento abaixo, teve sobre o seu comando todas as unidades nele descritas.
Podem ver que entre a chegada do BART2900 que nos veio substituir à área de Ambrizete  e a nossa retirada para Luanda foram poucos dias ou seja entre 27 de Julho e 02 de Agosto de 1971




sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

2019 - que seja um BOM ANO


Uma parte das Festas já terminaram e quando um Novo Ano se aproxima  aqui deixamos, enquanto a data do embarque que já ficou à distância de uns 50 anos, os votos de que 2019 ofereça a todos nós, família e amigos, saúde e bem estar.
Lembramos aqueles que já nos deixaram, aqueles outros que enfrentado a doença vão mantendo uma forte e desproporcionada "guerra" com a firme vontade de a vencer.
 Para todos afinal. os votos de um bom e feliz 2019

De repente,
num instante fugaz,
os fogos de artifício anunciam que
o ano novo está presente e o ano velho ficou para trás.
De repente, num instante fugaz,
as taças de espumante se cruzam e vinho borbulhante anuncia que o ano velho se foi e ano novo chegou.

De repente, os olhos se cruzam,
as mãos se entrelaçam e os seres humanos,
num abraço caloroso,
num só pensamento,
exprimem um só desejo e uma só aspiração: PAZ SAÚDE E AMOR.

De repente,
não importa a nação,
não importa a língua,
não importa a cor,
não importa a origem,
porque todos, humanos, descendentes de um só Pai,
os homens lembram-se apenas de um só verbo: AMAR.

De repente,
sem mágoa,
sem rancor,
sem ódio,
os homens cantam uma só canção,
um só hino,
o hino da liberdade.

De repente,
os homens esquecem o passado,
lembram-se do futuro venturoso,
de como é bom viver.

Feliz Ano Novo!


Retirado da NET e adaptado