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sexta-feira, 6 de outubro de 2023

QUIXIMBA - BCAC2877 - CCAC2541 - página inacabada

 Fotos e textos retirados da Internet

Foi por aqui que nós passamos entre Julho de 1969 e Agosto de 1971

onde esteve sediada a CCAC2541 do nosso batalhão










Depois de um ano no relativo conforto de Santa Isabel, onde os riscos de guerra eram iminentes mas as acomodações e abastecimentos bastante seguros e confortáveis, no segundo ano de comissão fomos transferidos para o Zaire, com características geográficas e demográficas completamente diferentes. De comum, apenas  a hostilidade mais ou menos disfarçada da população local, distribuída de forma diferente. No Uíge, pese embora a dispersão das populações provocada pela guerra, encontrávamos pequenos povoados dispersos, alguns sem qualquer presença militar ou autoridade civil visível, para além das autoridades tribais. No Zaire isso não acontecia, e os pouco povoados que vimos colavam-se a unidades militares estrategicamente distribuídas.

​Ambrizete parecia um paraíso, onde o refrigério do mar beijava uma larga e livre praia, tornando duro o virar de costas e rumar ao mato, mais do que uma centena de quilómetros inóspitos, apenas interrompidos por um "acidente" chamado Tomboco, onde se instalou a segunda companhia. Começava-se com alcatrão mas rapidamente ele cedia lugar à picada, valha a verdade que cuidadosamente mantida pela JAEA, e permitindo durante todo o ano o trânsito de todo o género de viaturas.
Quarenta quilómetros depois do Tomboco, no topo de uma colina, a estrada entalava-se entre um quartel e uma pista de aviação, e estávamos chegados a Quiximba.
A povoação seguia-se ao quartel, alongando-se pelos 600 metros da pista em descida suave, e um pouco mais longe, subindo a pequena encosta seguinte.
Havia uma simples lógica urbana na povoação: encostados ao quartel o posto do administrador local e a cantina do comerciante branco. Depois descendo a ligeira inclinação algumas filas de cubatas paralelas à estrada, voltando a subir ligeiramente na escosta seguinte cujo topo era ocupado por uma capela regularmente fechada.

Numa terra onde o único acontecimento digno de relevo era o milagre da sobrevivência diária, a nossa chegada alvoroçou tudo, e fomos surpreendidos por uma legião de mulheres à porta de armas, que se agitavam em algazarra e corriam gesticulando por fora do arame, enquanto as viaturas entravam no perímetro que lhes estava vedado,  estabelecendo à distância contacto visual com os militares que desciam das viaturas, e se dirigiam aos camaradas instalados, que se preparavam para sair.
Dos primeiros contactos entre militares nasceu a explicação da agitação civil: as mulheres eram as lavadeiras que, na rendição da tropa, procuravam novos patrões.
A organização sócio-económica daquela comunidade era um caso sui-generis resultante da combinação dos poderes arbitrários duma administração autoritária com a adaptabilidade imposta pelo instinto de sobrevivência.


Tal como nos foi contada, a história de Quiximba começou alguns anos antes no Quanza-Sul, quando uma violenta sublevação dos nativos levou as autoridades a tentar cortar o apoio de retaguarda aos revoltosos, limitando-lhes o acesso às famílias,
Mulheres e crianças foram carregadas em vários camiões, e transferidas para mais de 300 km de distância, para uma terra de ninguém, suficientemente isolada para ser fácil o seu controlo.
Assim nasceu Quiximba, que, quando lá chegámos, registava uma população de cerca de mil mulheres, outras tantas crianças, e cinco ou seis dezenas de homens, maioritariamente velhos.​
Estava naturalmente instalada uma economia de sobrevivência, onde as mulheres retiravam das lavras os géneros de que subsistiam.
Dinheiro só entrava de duas maneiras: o pagamento da lavagem de roupa pela tropa, e a venda de farinha de mandioca ao comerciante branco, que em troca lhes fornecia as outras poucas outras coisas de que dependiam. Cada quilo de farinha era vendido a um escudo e, para a maioria, era o resultado do dia de trabalho que restava depois das lavras e dos filhos

Cada militar pagava mensalmente umas dezenas de escudos pela lavagem da pouca roupa que mudava regularmente, e sendo um trabalho leve, principescamente pago pelos padrões locais, a disputa de clientes era feroz.​ Um milhar de mulheres disputava uma centena de homens...
​​Gerou-se e sedimentou-se uma ética do negócio, que obrigava cada lavadeira a trabalhar apenas para um cliente. Para valorizar a qualidade do serviço oferecido (e, talvez, compensar a falta de homens na povoação, cujos contactos com o exterior eram muito limitados), convencionou-se que a lavadeira seria também propriedade sexual do patrão, o que, na gíria local era definido como um serviço abrangente, eufemísticamente designado "lavar a roupa e o quico".
Por isso as mulheres, tão produzidas quanto a sua miséria lhes permitia, se mostravam aos recém-chegados, na esperança de que a perspectiva da lavagem do quico se sobrepuzesse à questão da roupa, e lhes garantisse serem escolhidas.
Claro que, as mais velhas nem tentaram misturar-se nessa competição perdida à nascença, ficando à distância a ver o combate, algumas meditando por detrás do seu cachimbo, talvez pensando nas consequências duma rotineira relação entreas mulheres locais e os passantes militares.

Imagem

Foi um ano sereno, com ambas s partes (militares e nativos) a respeitar as regras do jogo, mas, quando abandonámos o local, já depois do 25 de Abril. e com a descolonização a dar os primeiros passos e a instalar as primeiras confusões entre angolanos, era para nós um dado adquirido que, passado o tempo da ocupação branca, a populaçao dsviada seria devolvida às origens, reconstituindo na medida do possível as famílias desfeitas, e retomando o curso da vida normal.

Quiximba deveria ser hoje uma memória varrida do mapa, um espaço devolvido à natureza pela população realojada.
Não é exactamente assim:
Qualquer pesquisa pelo nome de Quiximba remete-nos para evocações militares, parecendo confirmar o desaparecimento da povoação com o fim da intervenção portuguesa, mas a verdade é que a povoação está lá, embora escondida pela substituição de nomes e grafias levada a efeito pelas autoridades angolanas.
Surgem algumas menções a Kicimba, que parecem referir-se ao mesmo local, e, mais recentemente, a Kinximba, no município do Tomboco, que não pode deixar de ser a "nossa" Quiximba.
Notícias da Angop em 2007 descrevem Kinximba e Kinzau como zonas do Tomboco ainda fortemente minadas, provocando mortes na população, e isso ajuda a perceber porque é que, ao contrário de outros sítios (Santa Isabel, ao que parece) a intervenção dos portugueses na área não foi liminarmente apagada, apenas rebaptizada.

A saída dos portugueses não foi seguida por um período calmo, onde se pudesse pensar e rectificar os desequilíbrios gerados. Pelo contrário, o período subsequente foi convulsivo, descambando numa longa guerra civil que destroçou ainda mais as precárias vias de comunicação e agudizou as divisões internas. Movimentos maciços eram impensáveis, continuando as populações confinadas e ainda mais limitadas.
Tentando adivinhar, a pista aérea é hoje terreiro de cubatas, a pele do comerciante e do administrador mudou de cor, o quartel foi arrasado ou usado para instalar as novas autoridades ou escolas, mas Quiximba continua lá, respondendo hoje pelo nome de Kinximba, e porque foi há pouco festejado o alcatroamento de N'Zeto a Mbanza Kongo, isso significa que os turistas saudosos podem fazer os 217 quilómetros de Ambrizete a São Salvador do Zaire, atravessando Tomboco, Quiximba, Zau Évua e Quiende, sem receio das minas que ainda por lá dormem.
Pelo caminho, podem aproveitar o bónus turístico de saber o que são Quiza, Cana, Finda, Baca, Cumbi, Lemo ou Quindeso, nomes que aparecem no percurso, mas nada dizem à maioria de nós.
Recomendo a leitura do blog da BCaç 2877, que nos antecedeu em Zua Évua, e que, à muita experiência vivida junta um contacto com o actual soba


A chegada a Luanda aconteceu, naturalmente e no meio de grande expectativa.

Uma grande parte da cidade era visível do “Vera Cruz”, e já na altura, era uma cidade que se aprese
ntava com grandes edifícios e a sua linda marginal e a ilha (restinga) com praia para o lado da marginal e para o Atlântico, lindíssima e de águas quentes.
Durante a viagem e durante a noite fomos tomando consciência de que o primeiro homem tinha chegado à Lua.
Assim, ficará como marca, para sempre na nossa memória a nossa chegada a Luanda e o primeiro homem à Lua.
Pela manhã do dia 21/07/1969 o “Vera Cruz” encostou o seu casco de aço, já com alguns anos de viagens por esses mares de África, no porto da então Luanda.
Ao colocar o pé em terra de Angola, era dado o sinal de partida para uma longa e penosa maratona de 2 anos consecutivos nas matas do Norte de Angola.


Seguiu-se o desembarque, a ida para o Grafanil, um imenso e complexo campo militar, que servia acima de tudo como local de chegada e partida das diversas unidades militares que passavam por Angola
Foram as vacinas, contra a doença do sono, dadas em quantidade e em função do peso de cada um de nós, e, curiosamente, à sombra de um enorme embondeiro.
O desembarque, a ida para o Grafanil em comboio, tal qual como na 2ª guerra, para um campo militar que servia de “campo de expedição” de todas quanto chegavam a Angola e por aí aguardavam uns dias até à sua saída para os aquartelamentos onde muitos chegavam e também muitos não regressavam.
Recordemos o transporte efectuado em camiões de transporte de mercadorias, com enormes taipais, com os militares dispersos por entre as suas bagagens.
Primeira paragem em Ambrizete, com uma bela praia e o célebre Brinca na Areia, depois Tomboco, onde deixamos parte dos companheiros da CCS e da CCaç 2542 que seguiu a caminho do Norte, para o isolado acampamento do Lufico.
Todos os outros foram seguindo, picada fora, até Quiximba, ai ficou a 2541, outros para Zau Evua, o Comando do Batalhão e parte restante da CCS e a CCaç 2543.
Assim ficou distribuído nesta fase inicial o BCaç 2877: ZAU ÉVUA, TOMBOCO, LUFICO, QUIXIMBA, QUIENDE


quarta-feira, 12 de julho de 2023

12 de Julho de 1969 - recordando e mostrando o que acontecia

Aqui

12 de Julho de 1969

ou aqui

https://bcac2877.blogspot.com/2012/07/12-de-julho-de-1969_11.html

*/*


Muitas tristezas, incertezas, angústias e medos, transportou este barco nessa longa viagem até Luanda com paragem na Ilha da Madeira, para embarcar aí, mais umas centenas de militares.


Não pensem os nossos leitores, em especial aqueles que não viveram os dramas da ida à guerra nesses tempos, (que nada tem a ver com as idas à guerra nos dias de hoje), que a publicação destes escritos e destas fotos, tem mais a ver com saudades do que com o deixar o testemunho daqueles 3 anos de serviço militar obrigatórios, com 2 anos de passagem por África.
A grande maioria dos militares de então, eram desde o inicio da sua incorporação na fileiras das forças armadas colocados longe das suas famílias e sem qualquer possibilidade de as visitar nos fins de semana que havia licença para tal.
As primeiras impressões da chegada aos quartéis, deixavam para a grande maioria de nós, uma sensação de desprezo e abandono e acima de tudo de medo. Nessa altura ainda não era o medo da guerra, era o medo dessa coisa que se chamava de disciplina militar.
A habituação fazia-se, por obrigação.
As recrutas, uma parte delas eram dadas sob a orientação de alguns oficiais que já tinham estado na guerra e traziam com eles, para aplicar na prática das suas acções como instrutores, as experiências vividas pelo próprios.
O Exército pretendia habituar desde os primeiros dias da entrada nas fileiras, todos os militares. a uma vida desprendida da família e dos lugares de onde tinham vindo. Era a mentalização para a ida. Raros eram os que ficavam perto de casa.
Quando se dava o embarque, uma parte da mentalização já estava feita. A pior parte, já era feita em África, com o dia a dia.
A incerteza e o medo passou a fazer parte do quotidiano de todos nós. Até que a rotina se apoderou das nossas mentes e então, o fim último dos nossos pensamentos passava apenas por ir riscando dia a dia, mais uma folha do calendário.
Uma grande parte da literatura que temos lido sobre a Guerra de África, infelizmente não aprofunda a parte do temor psicológico das tropas em guerra. Na maioria dos casos, limita-se a transcrever passagem da guerra no seu aspecto mais materialista, deixando para trás os dramas individuais e colectivos da tropa.
Nos dias de hoje, passados tantos anos, todos temos que reconhecer que fizemos um feito heróico com a nossa passagem obrigatória por África. Ao tempo, sabíamos o que se passava no Vietnan, uma guerra diferente da nossa. Mas os soldados que por lá andaram, tinham umas condições que me nada se comparavam às nossas.
Não era o mais importante para as chefias militares de então, mas o moral das tropas e o seu estado sanitário, estava incluído, embora com parcas palavras, em todos os relatórios enviados.
Por aquilo que hoje podemos concluir, o BCAC2877, teve a sorte de não estar envolvido em "muitas batalhas". Nada que se adivinhasse quando do nosso embarque, mas tal aconteceu. Como em todas as circunstâncias, tivemos colegas que morreram. Na nossa vida normal, civil, é assim, porque não há-de ser na guerra?
E assim, nós íamos a caminho de Luanda. Doze dias de Vera Cruz, para uma chegada no mesmo momento em que o primeiro Homem chegava à Lua.



terça-feira, 19 de julho de 2022

BCAC2832 - rendido pelo BCAC2877 - as mortes pelo IN na zona do Tomboco e Lufico



"Pouco se fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que para preservação do nosso orgulho como Portugueses, elas não se esqueçam"

                                                      Barata da Silva, Vice-Comodoro


HONRA E GLÓRIA

Fontes:

5.º Volume, Tomo I, da RHMCA / CECA / EME

7.º Volume, Tomo I, da RHMCA / CECA / EME

Jornal do Exército, ed. 120, de Dez1969



João Pedro Batista Carrilho

Soldado de Infantaria

Companhia de Caçadores 2306
Batalhão de Caçadores 2832
«EXCELENTE E VALOROSO»
Angola:
13Jan1968 a 03Mar1970
Medalha de Prata de Valor Militar, com palma



Prémio Governador-Geral de Angola






                                             João Pedro Batista Carrilho, Soldado de Infantaria, n.º 06909967.

Mobilizado pelo Regimento de Infantaria 2 (RI2 - Abrantes) para servir Portugal na Província Ultramarina de Angola integrado na Companhia de Caçadores 2306 (nota) do Batalhão de Caçadores 2832 «EXCELENTE E VALOROSO», no período de 13 de Janeiro de 1968 a 3 de Março de 1970.

Medalha de Prata de Valor Militar, com palma


Soldado de Infantaria, n.º 06909967
                                                  JOÃO PEDRO BATISTA CARRILHO


CCac 2306/BCac 2832 - RI 2
ANGOLA

Grau: Prata, com palma


Transcrição da Portaria publicada na OE n.º 17 - 3.ª série, de 1969:
Por Portaria de 29 de Abril de 1969:


Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro do Exército, condecorar com a Medalha de Prata de Valor Miliar, com palma, nos ter-mos do artigo 7.º, com referência ao § 1.º do artigo 51.º, do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, o Soldado n.º 06909967, João Pedro Batista Carrilho, da Companhia de Caçadores n.º 2306/Batalhão de Caçadores n.º 2832 — Regimento de Infantaria n.º 2, pela sua brilhante conduta durante uma forte emboscada inimiga à coluna de reabastecimento onde seguia.


Tendo o inimigo, em número muito superior, causado inicialmente pesadas baixas às nossas tropas entre as quais o comandante do grupo de combate [Furriel Mil.º de Infantaria Rui Joel Vilhena de Mascarenhas], o soldado Carrilho apercebendo-se da situação, apesar de ferido no tórax por um estilhaço de granada, iniciou imediatamente ajustado tiro de morteiro sobre os vários locais onde estava o inimigo, indiferente ao seu ferimento que sangrava e sem se perturbar com o fogo nutrido que varria toda a zona onde se encontrava. Após ter esgotado as granadas de morteiro, deslocou-se à frente da coluna e vendo que uma metralhadora se encontrava encravada, subiu para a viatura Berliet onde estava acoplada, desmontando-lhe a culatra, tendo ainda feito alguns tiros com ela, até que de novo se encravou. Verificando que o inimigo não abrandava o ímpeto do ataque, pretendendo mesmo passar ao assalto, foi procurar o lança-granadas foguete de que passou a ser apontador.

Sempre debaixo de fogo, demonstrando extraordinária abnegação, capacidade de sofrimento, iniciativa, desprezo pelo perigo, foi em seguida buscar a bolsa de maqueiro, visto o enfermeiro ser uma das nossas baixas, e ele próprio começou a tratar e colocar talas e pensos nos seus camaradas feridos e que urgia socorrer, apenas consentindo o seu tratamento e evacuação após a chegada de reforços.


A serena energia debaixo de fogo, extraordinária valentia, coragem, decisão e sangue-frio deste Soldado, foi absolutamente decisiva numa situação muito crítica para as nossas tropas, permitindo até inverter a situação, repelindo e causando muitas baixas ao inimigo e captura de material, embora o seu grupo de combate logo de início ficasse reduzido a menos de metade dos seus combatentes.


Pela generosidade demonstrada, rara abnegação, coragem e valentia bem patentes em combate e no mais alto grau, merece o Soldado Carrilho ser apontado como nobre exemplo de virtude militares do Soldado Português e de dedicação à Pátria.


Ministério do Exército, 29 de Abril de 1969.
O Ministro do Exército, J. M. de Bethencourt Rodrigues.



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Nota





Batalhão de Caçadores N.º 2832


Identificação:
BCac2832


Unidade Mobilizadora:
Regimento de Infantaria 2 (RI2 — Abrantes)


Comandante:
Tenente-Coronel de Infantaria Pedro Barcelos


2.º Comandante:
Major de Infantaria Élio Pires Afreixo


Oficial de Informações e Operações/ Adjunto:
Major de Infantaria Luís dos Santos Rafael


Comandantes de Companhia:


Companhia de Comando e Serviços (CCS):
Capitão do Serviço Geral do Exército José Mateus Cardoso


Companhia de Caçadores 2306 (CCac2306):
Capitão de Infantaria José Augusto Serra Pinto
Capitão de Infantaria António Augusto Pinto da Cunha Leal
Capitão de Infantaria José Augusto Serra Pinto


Companhia de Caçadores 2307 (CCac2307):
Capitão de Infantaria António Augusto Pinto da Cunha Leal
Capitão de Infantaria Manuel Estevão Maninho da Silva Rolão
Capitão de Infantaria António Augusto Pinto da Cunha Leal


Companhia de Caçadores 2308 (CCac2308):
Capitão Mil.º de Artilharia Fernando Manuel de Lemos Campeão Silveira


Divisa:
"Excelente e Valoroso"


Partida:
Embarque no dia 4 de Janeiro de 1968, no NTT «Vera Cruz»; desembarque em Luanda no dia 13 de Janeiro de 1968.



Regresso:

Embarque no dia 3 de Março de 1970, no NTT «Uíge»; desembarque em Lisboa no dia 14 de Março de 1970


Síntese da Actividade Operacional
O Batalhão de Caçadores foi inicialmente destinado ao subsector de Tomboco, no Sector F, da ZIN (zona de intervenção norte), onde rendeu o Batalhão de Caçadores 1903 (BCac1903), tendo assumido a responsabilidade da Zona de Acção em 28 de Janeiro de 1968.


O dispositivo adoptado foi o seguinte:


Comando, Companhia de Comando e Serviços (CCS) e Companhia de Caçadores 2308 (CCac2308 em Tomboco, a


Companhia de Caçadores 2306 (CCac2306) em Lufico, a


Companhia de Caçadores 2307 (CCac2307) em Zau-Évua.


Como reforços, o Batalhão de Caçadores dispôs da Companhia de Artilharia 1658 (CArt1658) em Quiaia e da Companhia de Artilharia 1700 (CArt1700) em Quiende, esta substituída em Junho de 1969 pela Companhia de Caçadores 2530 (CCac2530).


A partir de 25 de Junho de 1968, em virtude duma remodelação de dispositivo, o Comando e CCS deslocaram-se para Zau-Évua, uma vez que Tomboco deixou de pertencer à zona de acção; por idêntico motivo, a Companhia de Artilharia 1658 (CArt1658) deixou de reforçar o Batalhão de Caçadores e a Companhia de Caçadores 2308 (CCac2308) rodou para Quiximba.


Em 1 de Julho de 1968, passou esta zona de acção a designar-se por subsector de Zau-Évua.


O inimigo utilizava a zona de acção como passagem para a zona fulcral dos Dembos. Todavia, manifestou-se com alguns grupos numerosos e bem armados, montando fortes emboscadas às Nossas Tropas, no terreno ou a colunas auto, como no dia 9 de Agosto de 1968 (nota1), em Buene, onde causou às Nossas Tropas sensíveis baixas.


Em 5 de Setembro de 1968 (nota2), montou nova emboscada na estrada Lufico-Tomboco, na região de Fumanzi, com cerca de 200 elementos inimigos, fortemente armados e municiados, que provocaram às Nossas Tropas muito graves baixas; em qualquer das acções mencionadas, a reacção causou ao inimigo baixas igualmente graves. Refere-se ainda a eficaz e rápida reacção a outro ataque inimigo em 28 de Abril de 1969, que frustou o propósito propagandístico traduzido na presença de jornalistas e cineastas, que acabaram por constatar uma precipitada fuga, com baixas.


Para lá de intensos e permanentes patrulhamentos, emboscadas e escoltas, o Batalhão de Caçadores construiu os aquartelamentos de Quiximba e Zau-Évua, abriu inúmeras picadas construiu pontões e instalou novos povoados, com populações apresentadas em Quiende e Quiximba.
De 21 de Julho a 8 de Agosto de 1969, o Batalhão de Caçadores foi rendido pelo Batalhão de Caçadores 2877 (BCac2877), deslocando-se para o sector de Malanje, onde rendeu o Batalhão de Caçadores 1919 (BCac1919), tendo assumido a responsabilidade da zona de acção em 8 de Agosto de 1969.
Na cidade de Malanje aquartelaram o Comando e Companhia de Comando e Serviços (CCS); as Companhias de Caçadores 2306, 2307 e 2308 ocuparam respectivamente Nova Gaia, Forte República e Marimba; como reforços, o Batalhão de Caçadores recebeu a Compania de Caçadores 2335 (CCac2335) em Malanje, a Companhia de Caçadores 1102 do Regimento de Infantaria 20 (CCac1102/RI20- Guarnição Normal) em Quela e a Companhia de Artilharia 2337 (CArt2337) em Luquembo, além de alguns grupos de GE (Grupos Especiais).
A ameaça de infiltrações levava a constante acção de vigilância e patrulhamentos de contacto com as populações. Todavia nesta zona de acção, onde o inimigo não se manifestava, foi obtido êxito contra uma coluna que atravessava o sector desde a Lunda para os Dembos; com efeito, essa coluna foi totalmente eliminada na operação "Carnaval", tendo sido capturadas 19 armas automáticas, das quais 2 metralhadoras ligeiras, 1 lança-granadas foguete, dezenas de granadas e minas de todos os tipos e milhares de cartuchos para armas ligeiras, para além de volumoso e variado material sanitário e de intendência.


Em 26 de Fevereiro de 1970 o Batalhão de Caçadores foi rendido pelo Batalhão de Caçadores 2859 (BCac2859).

Nota1:
9 de Agosto de 1968 - Tombou em combate na estrada Tomboco - Ambrizete:
Rui Joel Vilhena de Mascarenhas
Rui Joel Vilhena de Mascarenhas, Furriel Mil.º de Infantaria, n.º 03678465, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia da Sé Nova, concelho de Coimbra, filho de Joel Esteves de Mascarenhas e de Albertina Antónia Vilhena de Mascarenhas, solteiro.
Está inumado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa.
Agraciado com a Medalha de Prata de Valor Militar, com palma, a título póstumo.

Nota2:

5 de Setembro de 1968 - Tombaram em combate no Lufico, perto do rio Fumazi:

Agostinho Soares Ferreira Dias

Agostinho Soares Ferreira Dias, 1.º Cabo Auxiliar de Enfermeiro, n.º 09333867, da CCac2306/BCac2832, natural da localidade de Outeiro, da freguesia de Arrifana, concelho de Santa Maria da Feira, filho de Manuel Ferreira Dias e de Lucinda Soares Mota, solteiro.
Está inumado no cemitério da freguesia de Arrifana, concelho de Santa Maria da Feira.

António Augusto Proença de Almeida Trindade
António Augusto Proença de Almeida Trindade, Alferes Mil.º Atirador, n.º 08194365, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia e concelho do Entroncamento, filho de António de Almeida Trindade e de Maria da Anunciação de Sousa Proença de Almeida Trindade, Solteiro.
Está inumado no cemitério do Lumiar, concelho de Lisboa


António Luís de Jesus Alves
António Luís de Jesus Alves, Soldado Condutor Auto Rodas, n.º 09906867, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia e concelho de Cascais, filho de Luís Valério Alves e de Maria de Jesus Alves, solteiro.

Está inumado no cemitério da Guia, em Cascais


Carlos Alberto Flores Dias
Carlos Alberto Flores Dias, 1.º Cabo Atirador, n.º 00935867, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia de Águas Belas, concelho de Ferreira do Zêzere, filho de Carlos Flores Dias e de Elvira da Conceição, solteiro.

Está inumado no cemitério da freguesia de Águas Belas, concelho de Ferreira do Zêzere.

Henrique Tavares Fé
Henrique Tavares Fé, Soldado Atirador, n.º 06422567, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia de Alegrete, concelho de Portalegre, filho de Isidoro Jesus Fé e de Maria Rosa Tavares, solteiro.

Está inumado no cemitério municipal de Campo Maior


Joaquim do Rosário Carrilho
Joaquim do Rosário Carrilho, Soldado Atirador, n.º 05424667, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia da Nossa Senhora da Graça, concelho de Nisa, filho de Adelaide da Cruz Carrilho, casado com Maria Carlota Mourato Salgueiro.

Está inumado no cemitério de Nisa.


Manuel António da Conceição
Manuel António da Conceição, Soldado Atirador, n.º 0565767, da CCac2306/BCac2832, natural da freguesia de São João, concelho de Abrantes, filho de António José e de Maria da Conceição, solteiro.

Está inumado no cemitério da freguesia de Alferrarede.

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terça-feira, 21 de julho de 2020

Lisboa - Luanda

Os primeiros momentos da Viagem

Após o desfile militar e o regresso ao navio, onde já tinhamos estado para saber do local de alojamento e colocar as bagagens, a amurada do Vera Cruz, nos seus diversos níveis, ficou repleta.
Foram as derradeiras despedidas, com o barco a largar os cabos e a fazer soar a sua potente ronca, sinal que zarpava definitivamente a caminho do desconhecido.
Aqui vamos nós a caminho de Luanda.
Nestes primeiros momentos da viagem, a novidade e a curiosidade pela viagem por mar, num paquete de grandes dimensões, sobrepunha-se, naturalmente, ao receio da guerra.
Uma passagem pelo Funchal para embarcar mais militares que aí se aprontaram para a ida para o teatro de operações da guerra de Angola, dava tambem, mais alguma folga aos principais temas dos nossos pensamentos - Angola, Guerra, etc.

Para alguns de nós, a possibilidade de desembarcar no Funchal, para dar uma olhadela aos principais pontos de interesse da cidade e arredores mais próximos, a compra dos típicos chapéus de palha e, umas garrafas do afamado vinho Madeira, serviram para amenizar a tensão própria da viagem.
Meia dúzia de horas, não foram muitas, mas o suficiente para conhecer a baixa da cidade do Funchal e alguns locais de interesse na periferia mais chegada do porto onde se encontrava acostado o Vera Cruz.
Regresso a bordo e a viagem a prosseguir, agora sem qualquer outra paragem até Luanda.Para os Sargentos e Furrieis, assim como para os Oficiais, havia uns tanques a que pomposamente chamavam piscina, onde se podia passar um pouco do nosso tempo, amenizando um pouco a experiência da viagem.


Umas brincadeiras e umas fotos sempre serviram também para matar o tempo e fazer esquecer as saudades.

E assim iamos a navegar, muitas horas seguidas, ou quase sempre, com o Vera Cruz adornado para bombardo aproveitando a ajuda dos ventos alíseos que se faziam sentir nos oceano Atlântico Sul. Alguns exercícios de treino para situações de emergência a bordo, também foram efectuados.


De resto, o tempo sempre se ia passando.

Aqui deixamos um exemplar, datado de 18/07/1969, da ementa da 2ª Classe

Porque esta viagem se estava a tornar monótona, sempre alguns foram experimentando umas jogadas de cartas: Sueca, King e Lerpa.

Estes eram os jogos mais difundidos.

Acontece que a tripulação do Vera Cruz, habituada que estava ao transporte de "maçaricos" de e para Lisboa, sempre foi aproveitando para fazer as suas negociatas de contrabando.
Os relógios e outros apetrechos "made in Japan" eram a mercadoria que frequentemente era comercializada.
E  assim ia decorrendo a viagem, felizmente sem quaisquer contratempos meteorológicos.
O tempo foi-se mantendo sempre de feição, sem nuvens, sem "mareta", tendo ocasionado uma viagem sem balanços e sem os habituais "enjoos" de quem tem "medo" do mar.
De quando em vez, os peixes voadores iam acompanhando o Vera Cruz na sua viagem.
Estes peixes, aproveitando a aerodinâmica das suas barbatanas dorsais, faziam longos voos por cima da agua, como se pássaros fossem, ocasionando o espanto da grande maioria de nós.
A chegada a Luanda aconteceu, naturalmente e no meio de grande expectativa.
Uma grande parte da cidade era visível do Vera Cruz, e já na altura, era uma cidade que se apresentava com grandes edifícios e a sua linda marginal e a ilha (restinga) com praia para o lado da marginal e para o Atlântico, lindíssima e de águas quentes.
Durante a viagem e durante a noite fomos tomando consciência de que o primeiro homem tinha chegado à Lua.
Assim, ficará como marca, para sempre na nossa memória a nossa chegada a Luanda e o primeiro homem à Lua.
Pela manha do dia 21/07/1969 o Vera Cruz encostou o seu casco de aço, j+a com alguns anos de viagens por esses mares de Africa, no porto da então Luanda.
Seguiu-se o desembarque, a ida para o Grafanil, um imenso e complexo campo militar, que servia acima de tudo como local de chegada e partida das diversas unidades militares que passavam por Angola.
Foram as vacinas, contra a doença do sono, dadas em quantidade e em função do peso de cada um de nós, e, curiosamente, à sombra de um enorme embondeiro.
Grafanil
Por alí ficamos uns dias, até que iniciamos a viagem para o Norte.


Recordemos o transporte efectuado em camiões de transporte de mercadorias, com enormes taipais, com os militares dispersos por entre as suas bagagens.

Primeira paragem em Ambrizete, c om uma bela praia e o célebre Brinca na Areia, depois Tomboco, onde deixamos parte dos companheiros da CCS e da CCAC 2542 que seguiu a caminho do Norte, para o isolado acampamento do Lufico.

Todos os outros foram seguindo, picada fora, atè Quiximba, ai ficou a 2541, outros pra Zau Evua, o Comando do Batalhao e parte restante da CCS e a CCAC2543.

Assim ficou distribuido nesta fase inicial o BCAC2877


ZAU ÉVUA TOMBOCO LUFICO QUIXIMBA QUIENDE

Lisboa - Luanda - Actualizada em 21/07/2007(12/07/1969)



Grafanil
(Quartel de passagem para o Norte de Angola)

21 de Julho de 1969 - chegada a Luanda


21 de Julho de 1969 a chegada a Luand



Na senda das recordações e, acima de tudo, com a esperança que possamos deixar para o futuro, alguns dados da nossa vivência como militares e combatentes na Guerra de Áfria, vamos , com a nossa modèstia, deixando alguns relatos, opiniões e fotos dessa triste passagem de 2 anos por Angola.
Com Luanda à vista, depois de uma noite em que pelos rádios se ia ouvindo o relato da chegada do primeiro homem ao satélite da nossa Terra, o Vera Cruz, ansiava pelo descanso de uns dias, enquanto não regressava, pelo caminho das mesmas ondas para o Puto. Para lá levava, milhares de militares que iriam cumprir uma parte da sua obrigação de escrever umas tristes páginas da História de Portugal, para cá, o regresso não era tão penoso - uma parte dessas páginas já estava escrita por esses militares que esperavam com ansiedade esses momentos de embarque para casa.
Lentamente o Vera Cruz, como que cansado da longa viagem, foi-se aproximando do cais do Porto de Luanda. A enorme e lindissima baia, aí esta, tambem ela na expectativa de que, muitos dos agora forasteiros a iriam desfrutar em passeios descontraidos à beira mar, lavando o espírito das poeiras das picadas, das emboscadas, das doenças e da infinita tristeza gerada pela distância de familiares e amigos.
Luanda esperou.nos, com aquele calor tropical que desconhecíamos.
Esperou-nos e não foi nada hospitaleira.
Um enorme comboio, velho, mal tratado e nauseabundo, acolheu os militares, um pouco melhor que gado destinado ao matadouro, para nos levar, para o maior aquartelamento de Angola.
Á saída de Luanda, o Grafanil, era assim como uma placa giratória que albergava todos, os que chegavam e os que partiam.

Luanda era uma cidade enorme, com um movimento desusado de militares e civis. Muito civis eram militares, 

Em Luanda, não havia guerra, mas havia o seu cheiro por todo o lado. 

Circulava-se sem problema, a pé ou de transportes. Na cidade não havia guerra. Cafés , bares, restaurantes e cinemas funcionavam. 

Haviam locais específicos para a troca de Escudos por Angolares. 
Havia os bairros e casas do ricos. Havia as casas dos pobres e os bairros, os muceques, com a sua vida e a sua própria filosofia de vida. 
Havia uma enorme rede de cafés, bares restaurantes e locais nocturnos. Estes, frequentados na sua maioria por militares que aí, matavam a sede da bebida e da "carne branca" a troco de muitos e muitos angolares. 
Luanda, tinha uma população que acarinhava os militares. Pudera. Havia bastas razões para o fazer. 
Quem pode fazer uma viagem, durante a noite, pela marginal e pela ilha, teve o previligérios de desfrutar um ambiente fantástico de cor, que muitas fotos atestaram 
Por aí, ficamos, 2 ou 3 dias, antes que a guia de marcha no fizesse obrigar a ser carregados em camiões civis, com enormes taipais, onde fomos misturados com a parca bagagem que nos acompanhava. 
A partir do momento em que foi pisado o solo angolano, não creio que tivesse sido lembrado que nesse mesmo dia, nesses momentos, o homem andava lá pela Lua. Com um pouco de sorte, algum dos 3 astronautas até no poderia ter fotografado (?). 
Não mais foram lembrados. A preocupação de quem chegou era única - saber qual seria o poiso, que foi guardado, bem guardado em segredo. 
Sabíamos que iríamos para o Norte, mas era tão grande esse Norte de Angola que a dúvida ficou sempre até ao final da viagem. 
Ambrizete, foi a primeira paragem, não ficamos por aí, era bom demais para uns maçaricos como nós. 
Até ao Ambrizete, ainda apanhamos uma picada asfaltada, embora com valas e enormes buracos por todo o caminho. 
A partir do Ambrizete, foi só, pó e picada, pó e picada. 
Aqui, por 2 cliques podem ver mais algumas mendsagens que foram publicadas sobre o mesmo tema






Mensagem escrita no ano que passou - voltar a recordar

terça-feira, 9 de junho de 2020

10 de Junho do antigamente

09/06/2018


10 de Junho de 2018 - Açores



Estes tempos já passaram



Hoje nos Açores

Após cerca de 15 minutos de banho, o chefe de Estado tirou dezenas de fotografias com outros banhistas e elogiou a temperatura da água, “nos 21, 22 graus”, acima dos 14 com que tomou “nas últimas vezes” no continente.
As comemorações do 10 de Junho, que se prolongam até segunda-feira entre os Açores e os Estados Unidos da América, começaram hoje em Ponta Delgada, com o Presidente da República e o primeiro-ministro juntos desde o final da tarde.
O Presidente da República está desde cerca das 17:30 locais no Palácio de Sant’Ana para a apresentação de cumprimentos pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, seguindo-se uma receção comemorativa do 10 de Junho, oferecida pelo presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, e onde já estará presente o primeiro-ministro, António Costa.

Juntos, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa assistirão, já à noite, a um concerto na igreja paroquial de São José e a um espetáculo de fogo de artifício, os dois últimos pontos da agenda de hoje das comemorações oficiais do 10 de Junho, que só vão terminar na segunda-feira, nos Estados Unidos, com passagens por Boston e Providence.
Em 2016, ano em que tomou posse como chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa lançou um modelo inédito de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, acertado com o primeiro-ministro, em que as celebrações começam em território nacional e se estendem a um país estrangeiro com comunidades emigrantes portuguesas.
Nesse ano, o Dia de Portugal foi celebrado em Lisboa e Paris e, em 2017, no Porto e nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo.
Este ano, cabe aos Açores, mais concretamente a Ponta Delgada, receber a primeira parte das comemorações, viajando depois o Presidente da República e o chefe do executivo para os Estados Unidos, país onde vivem cerca de 1,4 milhões de portugueses e luso descendentes, estimando-se que 70% sejam de origem açoriana.
Contudo, será ainda em Ponta Delgada, no domingo, que se fará a tradicional Cerimónia Militar Comemorativa do Dia de Portugal, que contará com a participação de mais de mil militares dos três ramos das Forças Armadas.




Imagens da Internet do 10 de Junho de 1969

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta sexta-feira que as comemorações de 2018 do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesa vão ser nos Estados Unidos da América.
"Para o ano vamos ter uma grande festa, porque o 10 de Junho vai ser nos Estados Unidos da América", afirmou o chefe de Estado, adiantando que "vai "passar por vários sítios onde há comunidades açorianas que nunca mais acabam".
Marcelo Rebelo de Sousa deu conta das comemorações do 10 de Junho do próximo ano nos Estados Unidos depois de ter tirado uma fotografia com um casal de emigrantes açorianos radicados em Boston, naquele país, no decorrer do almoço que reuniu mais de mil idosos na Praia da Vitória, na Terceira, ilha onde hoje cumpre o segundo dia de deslocação aos Açores.
Questionado pela Lusa sobre quando visitará a diáspora açoriana, o chefe de Estado adiantou que será já no próximo ano, no Dia de Portugal, que, num modelo inédito, comemorou com as comunidades portuguesas em Paris, em 2016, e este ano comemorará no Brasil.
Segundo a Direção Regional das Comunidades, que cita dados dos últimos censos norte-americanos, a comunidade portuguesa nos Estados Unidos é de cerca de 1,4 milhões de pessoas, estimando-se que 70% seja de origem açoriana.
Não obstante estar representada em todos os estados daquele país, a comunidade açoriana é mais expressiva na Califórnia, Massachusetts e Rhode Island.
Entre 1960 e 2014, saíram da região com destino aos Estados Unidos 96.292 emigrantes, informou a Direção Regional das Comunidades.

10/06/2019


10 de Junho


Porque razão o dia de Portugal se celebra a 10 de Junho? No dia 10 de Junho celebra-se em Portugal o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O feriado nacional assinala ainda o dia da morte do poeta Luís Vaz de Camões, em 1580, autor d´Os Lusíadas. Do programa do Dia de Portugal fazem parte muitas actividades, como desfiles e demonstrações militares, por exemplo. Este é o dia da Língua Portuguesa e do cidadão nacional.
História do Dia de Portugal
Durante o regime ditatorial do Estado Novo de 1933 até à Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, o dia 10 de Junho era celebrado como o “Dia da Raça: a raça portuguesa ou os portugueses”. Foi aproveitado para exacerbar as características nacionais. Como Camões foi uma figura emblemática, associada aos Descobrimentos, foi usado como forma de o regime celebrar os territórios coloniais e o sentimento de pertença a uma grande nação espalhada pelo mundo, com uma raça e língua comum.O 10 de Junho é estipulado como feriado, na sequência dos trabalhos legislativos após a implantação da República a 5 de Outubro de 1910. No decorrer desses trabalhos legislativos, foi publicado um decreto a 12 de Outubro, que definia os feriados nacionais. Alguns feriados foram eliminados, particularmente os religiosos, de modo a diminuir a influência da Igreja Católica e com o objectivo de consolidar a laicização da sociedade.




Os portugueses mais velhos recordam o que se passava no Terreiro do Paço

Os portugueses mais velhos recordam o que se passava no Terreiro do Paço



Escolha da Internet

11/06/2010


10 de Junho e a Guerra de África

Vamos abordar este temas na perspectiva do 10 de Junho e as suas comemorações com o envolvimento dos ex-combatentes.


Visitámos pela primeira vez este ano as comemorações, junto ao monumento dos Combatentes que fica situado junto das antigas instalações onde funcionava o SPM- Serviço Postal Militar no tempo da Guerra de África.

Já por lá tínhamos passado, tendo os nomes dos mortos em combate inscritos na momumental lápide que contorma em meia lua toda a parte posterior do monumento. Recordamos os nomes de nossos antigos companheiros que deixaram a vida em África numa luta inglória que a todo o momento a história no ensinava que não haveria victória possível contra aqueles povos por meios militares. Os livros e a história de lutas de outras nações, demonstraram isso mesmo.

Neste dia 10, fomos lá, com o intuto de observa o que por lá se passava.

A guerra deixa sempre consigo muitos saudosistas. Nacionalistas, defensores da pátria ou apenas e só dos ideais da guerra.

Pensamos que por lá, andaram ex-combatentes.

Misturaram-se todos. Encontraram-se amigos e companheiros desses tempos. Nota-se que alguns não passam um ano sem por ali passarem, usando o simbolo mais distinto e coerente de qualquer ex-militar obrigado a ir para a guerra mesmo contra os seus ideais e as suas vontades, as boinas.

Havias das várias cores que então se usavam nas nossas forças armadas. Ostentavam os simbolos das suas antigas unidades e das armas que representaram.

Alguns, já bem consumidos pela idade e pelas dienças.

Muitos, ostentavam garbosos as condecorações que ainda merecem ter ao peito pelos feitos que fizeram, pelos actos que praticaram

As cerimónias estavam ainda longe de começar.

Ao ver uma cidadã com pouco mais de 30 anos com uma camisa verde e o simbola da Mocidade Portuguesa, (“bufa” era assim que chamavam na escola onde andei ao tempo), achei que era tempo de passear para outras bandas.

Ao fim do dia, fiquei naturalmente satisfeito por saber que este ano, os antigos combatentes tiveram o “direito” a estarem representados e em primeira linha, na parada militar que habitualmente abre as cerimónias oficias do 10 de Junho em cada ano.

Merecem por dever.

Representaram as cores da sua bandeira em guerra, com a importância suberba de hoje poderem recordar ao militares “profissionais” que para foram atirados por obrigação e não por profissão.

A minha vida nunca mais foi igual a partir do dia que embarquei até hoje mesmo – já lá vão quase 40 anos.

Um grande abraço a todos esses, porque infelizmente tambem fui um deles.  ( Parquedospoetas)

08/06/2018


10 de Junho de 2017

2017

O Presidente não tem dúvidas: "Devemos-lhes muito. São uns heróis. São um exemplo" ( Em 10 de Junho de 2017)

O Presidente da República considerou hoje que o país deve muito aos ex-combatentes, elogiando-os como heróis, após quebrar o protocolo, cumprimentando antigos militares da guerra do Ultramar e populares que assistiram às celebrações do 10 de Junho no Porto.

"Devemos-lhes muito. São uns heróis. São um exemplo [para os jovens]. É uma homenagem às Forças Armadas portuguesas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no meio da multidão que o envolveu no fim da cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, justificando por que motivo cumprimentava toda a gente que o abordava.

"Mande-me isso lá para Belém", atirou, entretanto, o chefe de Estado, em resposta ao pedido de um antigo combatente que o abordou junto da viatura onde Marcelo entrou em direção ao aeroporto, para apanhar um avião para o Brasil, onde ainda hoje, e no domingo, prosseguem as celebrações Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

"Grande Presidente!", "Presidente, dê-me um beijo" e "Presidente, tire uma fotografia comigo" foram algumas das interpelações feitas pelas centenas de pessoas que assistiram às celebrações de hoje, junto ao Molhe, na Foz do Porto.

No fim da cerimónia militar comemorativa desta manhã, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou os ex-combatentes da guerra do Ultramar, que tinham participado no desfile das várias Forças em Parada, e rapidamente foi rodeado por antigos militares e civis, caminhando "abraçado" por populares até à viatura que o aguardava na Avenida Montevideu.

O chefe de Estado presidiu hoje à cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, que se realizou-se a partir das 09:00 na zona do Molhe, junto ao mar, no Porto, que há 11 anos já tinha sido palco destas celebrações oficiais e onde as celebrações arrancaram na sexta-feira.

    09/06/2018


    10 de Junho - ex-combatentes

    Centenas de ex-combatentes do Ultramar juntam-se em Lisboa, na tradicional cerimónia do 10 de Junho


    Todos os anos será assim no 10 de Junho

    10/06/2010


    10 de Junho


    O dia 10 de Junho de 2010 fica marcado por ser a primeira vez que os antigos combatentes desfilaram na cerimónia militar oficial do Dia de Portugal. “Está aberta a via para a eliminação de uma divisão absurda entre portugueses. Com efeito é a primeira vez que, sem distinções políticas, se realiza esta homenagem de Portugal aos seus veteranos”, (Publico)


    10 de Junho - Guerra de África

    Foi assim para muitos portugueses o 10 de Junho até ao 25 de Abril

    21/03/2014


    Guerra no Ultramar - ano de 1963


                                                                                                                                                         CRONOLOGIA DA GUERRA NO ULTRAMAR - DE 1961 A 1974
                                                                                                                                                                       A Guerra em Angola, Moçambique e Guiné.
                                                                                                                                                                      1963




    Amílcar Cabral com guerrilheiras do PAIGC






    Janeiro

    18
    Debate pelo Governo português de um projecto de Lei Orgânica do Ultramar.

    23
    Início da luta armada na Guiné, com um ataque ao quartel de Tite pelo PAIGC.

    Fevereiro
    Expulsão dos portugueses residentes na Serra Leoa e proibição de importação de mercadorias portuguesas, por causa da política colonial de Portugal
    Organização, pelo Comité Político da FLN da Argélia, do Dia de Angola, como apoio à independência

    4
    Início da 3.ª Conferência de Solidariedade Afro‑Asiática na Tanganica, presidida por Julius Nyerere, em que foi pedido o boicote económico e diplomático contra Portugal

    21
    Encontro de Salazar com dois enviados do presidente Youlou, do Congo-Brazzaville, que se propõe mediar uma solução para o problema angolano



    Março



    Captura, por guerrilheiros do PAIGC, dos navios Mirandela eArouca perto de Cacine, que mais tarde utilizou para transporte de pessoal e material na Guiné-Conacri

    Reuniões da Comissão de Descolonização da ONU, atribuindo prioridade aos territórios sob administração portuguesa

    Deserção do piloto militar português Jacinto Veloso, que aterrou com o seu avião na Tanzânia
    1
    Publicação de um conjunto de decretos com vista à formação de um mercado único português

    10
    Declaração de Amílcar Cabral em Paris sobre a disponibilidade de o PAIGC suspender a luta, se Portugal quisesse solucionar pacificamente o problema colonial


    13

    Contestação do Governo português à competência da Comissão de Descolonização da ONU para decidir sobre os territórios ultramarinos de Portugal

    15
    Comemoração, pela UPA, em Leopoldville, do segundo aniversário do início das hostilidades em Angola, com a presença do primeiro‑ministro congolês

    Aníbal São José Lopes assume a direcção da PIDE em Angola

    21
    Demissão de dez oficiais, em consequência dos acontecimentos da Índia

    Abril
    Atribuição, a vários militares, do Prémio Governador‑Geral, instituído pela TAP, pelas acções valorosas em defesa de Angola

    Tentativa, por parte do MPLA, de reactivar a acção da ATCAR, Associação dos Quiocos do Congo, Angola e Rodésia

    3
    Anúncio, por Franco Nogueira, da intenção de negociar um pacto de não‑agressão com os países limítrofes de Angola e outros países africanos

    9
    Comunicado oficial do Governo do Senegal sobre o bombardeamento efectuado por quatro aviões portugueses a uma aldeia fronteiriça, sendo o assunto comunicado ao Conselho de Segurança da ONU

    11
    Publicação da Encíclica Pacem in Terris do Papa João XXIII com referência explícita à independência de todos os povos


    20
    Reunião Internacional da Juventude em Argel, com a presença de representantes de Angola

    Maio

    Entrevista de Mário de Andrade, do MPLA, ao jornal Le Monde, em que afirma ser indispensável e decisivo o isolamento total de Portugal

    François Mendy, presidente da Frente de Luta pela Independência da Guiné (FLING), preconiza uma conferência para o reagrupamento de todos os movimentos nacionalistas das colónias portuguesas 1963.05 Comandante Vasco Rodrigues, governador?geral da Guiné

    Conferência entre Peterson, representante da UPA, e o presidente Kaunda em Elisabeteville sobre a possibilidade de a UFA utilizar o território da Rodésia do Norte (actual Zâmbia) como base

    Nomeação de João Eduardo como representante permanente do MPLA em Argel

    Tentativa de desmantelamento por parte das autoridades portuguesas de uma organização da Frelimo no Norte de Moçambique

    Reunião do Comité Executivo da União Internacional dos Estudantes (UIE) em Argel, em que é apresentado um relatório sobre a situação em Angola

    25
    Fundação da Organização de Unidade Africana (OUA) pelos chefes de 30 Estados independentes de África reunidos em Adis Abeba


    28
    Anúncio, pela NATO, da instalação em Portugal da base de comando da Zona Ibero­Atlântica


    29
    Recepção de Franco Nogueira por Kennedy e Dean Rusk

    Junho

    Corte de relações diplomáticas da República Árabe Unida com Portugal devido à política colonial portuguesa
    Assalto à sede do MPLA, em Leopoldville, pela polícia congolesa, que prende Agostinho Neto e Lúcio Lara

    7
    Declaração do secretário de Estado para os Assuntos Africanos dos Estados Unidos, segundo a qual os interesses estratégicos dos EUA exigem a continuação da cooperação com Portugal

    10
    Fundação, pelo MPLA, da Frente Democrática de Libertação de Angola (FDLA)

    Primeira cerimónia do Dia da Raça realizada no Terreiro do Paço, em Lisboa, de homenagem às Forças Armadas

    30
    Passagem das acções do PAIGC para norte do rio Geba

    Julho
    Declarações do abade Youlou, presidente do Congo­Brazaville, em Paris, sobre conversações acerca da efectivação de eleições em Angola, solução contestada pela FNLA

    Criação em Leopoldville da Frente Democrática para a Libertação de Angola, sob a presidência de Agostinho Neto, constituída pelo MPLA e outros pequenos partidos 1963.07 Reconhecimento exclusivo do GRAE e da FNLA, chefiados por Holden Roberto, pelo Governo do Congo‑Leopoldville (República Democrática do Congo) com reacções negativas de alguns países africanos

    Decisão da Libéria de expulsar portugueses residentes no seu território, com excepção dos que solicitarem estatuto de refugiados

    Corte de relações diplomáticas do Senegal com Portugal, com proibição de circulação de pessoas e mercadorias na fronteira com a Guiné

    Notícia do Le Monde sobre um contacto de Benjamim Pinto Buli, secretário­geral da União dos Naturais da Guiné (UNGP) com as autoridades portuguesas para a criação de um regime de autonomia interna

    Utilização, pelo PAIGC, da primeira mina anticarro, na estrada Fulacunda-São João

    1
    Debate, em Brazzaville, entre os movimentos nacionalistas angolanos no sentido da formação de um Comité de Coordenação
    Início da Conferência Internacional de Instrução Pública, em Genebra, em que é aprovada uma moção que pede a exclusão de Portugal por causa da sua política colonial

    10
    Início dos trabalhos de uma comissão de boa vontade nomeada pelo Comité de Libertação Africano no sentido de tentar unir os esforços dos movimentos de libertação angolanos

    13
    Reconhecimento do GRAE pelo Comité de Libertação da OUA (Organização de Unidade Africana)


    Início da visita a Leopoldville de uma missão da OUA, que recomenda aos países africanos o reconhecimento do GRAE e o apoio à FNLA

    16
    Encontro de Salazar com Benjamim Pinto Buli, dirigente de uma das facções da FLING

    22
    Crítica de Mário de Andrade à formação da Frente Democrática de Libertação de Angola pelo MPLA

    24
    Encontro entre o presidente do Congo-Brazzaville, Youlou, e o embaixador português em Paris sobre um programa para a realização de eleições em Angola

    27
    Exclusão de Portugal da Comissão Económica para África (CEA), organismo da ONU

    31
    Oposição dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, no Conselho de Segurança da ONU, à aplicação de sanções contra Portugal
    Resolução do Conselho de Segurança da ONU que rejeita o conceito português de «províncias ultramarinas», decidindo que a situação perturbava seriamente a paz e a segurança em África, apelando a Portugal para reconhecer o direito de autodeterminação e independência

    Agosto

    Congresso dos partidos nacionalistas de Cabinda em Ponta Negra, com a presença do presidente Youlou, do Congo-Brazza, onde se formou a Frente de Libertação de Cabinda
    Carta de Salazar ao primeiro-ministro sul-africano pedindo cooperação e lembrando que «estamos quase sós em África», explicando que ou o bastião português resistia ou a guerra atingiria a África do Sul
    Reconhecimento do GRAE de Holden Roberto pela Tunísia, Argélia e Marrocos
    Convite de Portugal ao secretário-geral da ONU para visitar Lisboa, a fim de tratar das questões da política portuguesa em África
    Concessão, pelo Governo português, à Pan American International Oil Corporation, da prospecção de petróleo em Moçambique

    10
    Crítica do marechal Craveiro Lopes a alguns aspectos da política ultramarina

    12
    Discurso de Salazar sobre o problema do ultramar, que teve grandes repercussões internacionais e levou os nacionalistas a reafirmarem a continuação da luta

    23
    Interdição do espaço aéreo do Senegal a aviões procedentes ou destinados a Portugal e à África do Sul
    Cerimónia de apoio dos generais e oficiais superiores a Salazar e à política ultramarina

    27
    Manifestação nacional no Terreiro do Paço, em Lisboa, de apoio à política ultramarina do Governo, que serviu de base à legitimidade da política de defesa ultramarina do Governo português

    29
    Início das conversações de George Ball, representante americano, com Franco Nogueira e Salazar, em Lisboa, em que se evidenciam as divergências relativamente aos conceitos de autodeterminação e do factor tempo no problema africano

    30
    Encontro de George Bali, subsecretário de Estado americano, com Salazar, sendo debatida a atitude americana face à política colonial e a presença dos EUA nos Açores

    Setembro

    Reconhecimento do GRAE de Holden Roberto pelo Senegal
    Conferência de imprensa, no Rio de Janeiro, de Jorge Goinola, representante do GRAE, acompanhado de Humberto Delgado
    Utilização pela FNLA, na região de Noqui, Norte de Angola, de minas AC MK7 e granadas de mão Societa Romana
    Conflito entre a FNLA e a FNLEC por causa de declarações sobre o enclave de Cabinda
    Condenação, pelo VIII Congresso Internacional Socialista, dos países que persistem em oprimir os povos coloniais, como Portugal 1963.09.16 Início de uma visita de Américo Tomás a Angola

    23
    Chegada do ministro da Defesa, general Gomes de Araújo, a Moçambique para uma visita ao território

    Outubro
    Utilização pelos nacionalistas de Angola do seguinte armamento: granadas de morteiro 60, LG anticarro AC-P27(checo), LG RPG2 (russo), canhão sem recuo 57 (chinês) e canhão sem recuo 75 (chinês)
    Realização da XVIII Assembleia Geral da ONU, em que os países afro-asiáticos atacam a política colonial portuguesa
    Realização de conversações entre representantes portugueses e africanos, promovidas por U'Thant, secretário-geral da ONU, que virá a apresentar um relatório ao Conselho de Segurança sobre estas conversações
    Anúncio, em Leopoldville, do recomeço da ofensiva no interior de Angola por parte do Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA), da FNLA

    3
    Posse, em Bissau, do novo secretário-geral da província da Guiné, James Pinto Buli

    4
    Conferência de imprensa do Quartel-General de Luanda para comunicação da situação militar em Angola

    16
    Início de conversações entre Portugal e alguns países africanos, sob a égide da ONU, que incidiram, sem acordo, no sentido e no alcance do conceito de autodeterminação

    17
    Decisão do Governo português de considerar os crimes previstos na legislação militar, como cometidos em tempo de guerra

    Novembro
    Reorganização do MPLA, com ligação ao Corpo Voluntário Angolano de Auxílio aos Refugiados (CVAAR) e da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA)

    2
    Encerramento da sede do MPLA em Leopoldville e proibição da actividade do movimento no Congo

    7
    Recepção de Franco Nogueira por Kennedy

    8
    Debate na Comissão de Curadorias da ONU, sendo pedido ao Conselho de Segurança que se ocupe com urgência da situação nos territórios portugueses

    22
    Assassínio do presidente Kennedy, nos Estados Unidos da América

    Dezembro
    Primeiras actividades operacionais na Zona Militar Leste, em Angola
    Intervenção de Henrique Galvão na ONU sobre a «questão ultramarina portuguesa»

    3
    Resolução da Assembleia Geral da ONU, a solicitar ao Conselho de Segurança a adopção das medidas necessárias à execução das suas resoluções relativas aos territórios sob administração portuguesa

    6
    Declaração pública dos Estados africanos participantes nas conversações com Portugal, em que se lamenta o facto de não ter modificado minimamente os princípios fundamentais da sua política, tornando impossível qualquer conversação séria

    9
    Convite do Governo português ao secretário-geral da ONU, U'Thant, para visitar Angola e Moçambique

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    Resolução do Conselho de Segurança da ONU, a confirmar o conceito de autodeterminação da Declaração Anticolonialista e a deplorar a inobservância da resolução de 31 de Julho de 1963

    11/06/2018


    Ex-Combatentes - Homenagem


    10 Junho de 2018



    A Liga dos Combatentes e a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) pediram hoje ao Governo mais apoios sociais e na área da saúde, alertando para o muito que há por fazer pela sua "dignidade e inclusão".

    "É uma pena que Portugal, e quem nos representa, não sinta que ainda há tanto a fazer pela dignidade, pela inclusão de todos os cidadãos que lutaram de uma forma abnegada, com espírito de sacrifício e no cumprimento do serviço militar obrigatório. Os nossos representantes continuam sem responder a muitas das necessidades que são sentidas por todos os quantos lutaram", afirmou aos jornalistas Carlos Fanado, da ADFA.

    Este responsável associativo, que falava após a cerimónia do 25.º Encontro Nacional dos Combatentes, que decorreu junto ao monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, Lisboa, reivindicou mais ajudas na área da saúde para quem lutou em nome do país.

    "A nossa média de idade está nos 70 anos, cada vez estamos mais doentes, com mais problemas, com mais necessidades de apoios em termos de ajudas técnicas. O Hospital das Forças Armadas não responde às nossas necessidades. Para marcarmos uma consulta estamos às vezes meses à espera. Há muita falta de cuidados de saúde ainda", denunciou.

    Carlos Fanado criticou também o Decreto-Lei 503 que, segundo o próprio, equipara os ex-militares feridos em teatros de guerra a funcionários públicos.

    "Têm reformas de funcionalismo público, reformas de 20, 30, 40, 50 euros. Pessoas com grandes deficiências. Desculpem a minha revolta, mas isto é uma vergonha de todos os portugueses e de Portugal", acusou o responsável da ADFA.

    Carlos Fanado lembrou ainda que há ex-militares, conhecidos como "milícias", que lutaram ao lado dos portugueses no Ultramar que "não tem nenhum apoio", recordando também que há processos relacionados com o stress pós-traumático a aguardar resposta "há 15 anos".

    Questionado se o Governo tem dado respostas a estas questões, o dirigente associativo lamentou as promessas não cumpridas ou adiadas.

    "Eles [Governo] prometem, mas a verdade é que as coisas não avançam. E o próprio senhor Presidente da República esteve há muito pouco tempo na nossa associação, no lançamento do livro sobre os nossos 40 anos, e ele próprio reconheceu que merecíamos maior respeito por parte da nação portuguesa", vincou Carlos Fanado da Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

    O Presidente da República, que assinalou o 10 de Junho nos Açores, enviou uma mensagem escrita que foi lida pelo presidente da Comissão Executiva das comemorações do 25.º Encontro Nacional dos Combatentes, tenente-general Carlos Carvalho dos Reis.

    "Saibamos saudar e homenagear, através da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, aqueles que mais sofreram na guerra de África, os nossos deficientes das Forças Armadas, a quem é da maior justiça que a pátria saiba respeitar concedendo-lhes as ajudas mais do que merecidas", apelou Marcelo Rebelo de Sousa, na sua mensagem.

    O presidente da Liga dos Combatentes (LC) também pediu mais apoios sociais e na área da saúde, lembrando que essas "são necessidades dos combatentes" que têm apenas um estatuto: "morrer se necessário pela pátria".

    Em declarações aos jornalistas, o tenente-general Chito Rodrigues, apelou à Assembleia da República que altere "muito rapidamente" a lei 03/2009, relativa ao complemento de pensão dado a quem "esteve na guerra", que equivale a 76 euros por ano.

    "Era uma lei em que os combatentes recebiam algo de acordo com o sacrifício, aplicando uma determinada fórmula e, passados sete anos, alteraram para a lei 03/2009 e transformaram o complemento de pensão em algo que envergonha quem o estabeleceu ou calculou e envergonha quem o recebe", sublinhou o presidente da LC.

    Outra das reivindicações prende-se com as "reformas de pobreza" recebidas por ex-combatentes.

    "Um dos objetivos da Liga dos Combatentes é que realmente aos combatentes, que sacrificaram parte da sua vida ao serviço do país, que essa Assembleia da República reconheça e lhes dê, pelo menos, o vencimento mínimo", pediu o tenente-general Chito Rodrigues

    Quiximba

    Os políticos de hoje e a maioria dos nossos Coronéis e Generais também já não sabem o que foi a Guerra do Ultramar


    Zau Évua

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