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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Ex-combatentes desconsiderados pelas autarquias


Algures na fronteira dos concelhos de Oeiras e Sintra encontramos este belo exemplar da consideração que os autarcas tem pelo antigos combatentes.
Uma rua num descampado, sem saída.
Foi assim como deitar para o caixote do lixo a obrigação de darem o nome a uma rua, qualquer..








sexta-feira, 26 de julho de 2019

21 de Julho de 1969 - chegada a Luanda

21 de Julho de 1969 a chegada a Luanda

Na senda das recordações e, acima de tudo, com a esperança que possamos deixar para o futuro, alguns dados da nossa vivência como militares e combatentes na Guerra de Áfria, vamos , com a nossa modèstia, deixando alguns relatos, opiniões e fotos dessa triste passagem de 2 anos por Angola.
Com Luanda à vista, depois de uma noite em que pelos rádios se ia ouvindo o relato da chegada do primeiro homem ao satélite da nossa Terra, o Vera Cruz, ansiava pelo descanso de uns dias, enquanto não regressava, pelo caminho das mesmas ondas para o Puto. Para lá levava, milhares de militares que iriam cumprir uma parte da sua obrigação de escrever umas tristes páginas da História de Portugal, para cá, o regresso não era tão penoso - uma parte dessas páginas já estava escrita por esses militares que esperavam com ansiedade esses momentos de embarque para casa.
Lentamente o Vera Cruz, como que cansado da longa viagem, foi-se aproximando do cais do Porto de Luanda. A enorme e lindissima baia, aí esta, tambem ela na expectativa de que, muitos dos agora forasteiros a iriam desfrutar em passeios descontraidos à beira mar, lavando o espírito das poeiras das picadas, das emboscadas, das doenças e da infinita tristeza gerada pela distância de familiares e amigos.
Luanda esperou.nos, com aquele calor tropical que desconhecíamos.
Esperou-nos e não foi nada hospitaleira.
Um enorme comboio, velho, mal tratado e nauseabundo, acolheu os militares, um pouco melhor que gado destinado ao matadouro, para nos levar, para o maior aquartelamento de Angola.
Á saída de Luanda, o Grafanil, era assim como uma placa giratória que albergava todos, os que chegavam e os que partiam.

Luanda era uma cidade enorme, com um movimento desusado de militares e civis. Muito civis eram militares,

Em Luanda, não havia guerra, mas havia o seu cheiro por todo o lado.

Circulava-se sem problema, a pé ou de transportes. Na cidade não havia guerra. Cafés , bares, restaurantes e cinemas funcionavam. 
Haviam locais específicos para a troca de Escudos por Angolares.

Havia os bairros e casas do ricos. Havia as casas dos pobres e os bairros, os muceques, com a sua vida e a sua própria filosofia de vida.

Havia uma enorme rede de cafés, bares restaurantes e locais nocturnos. Estes, frequentados na sua maioria por militares que aí, matavam a sede da bebida e da "carne branca" a troco de muitos e muitos angolares.

Luanda, tinha uma população que acarinhava os militares. Pudera. Havia bastas razões para o fazer.

Quem pode fazer uma viagem, durante a noite, pela marginal e pela ilha, tive o previligérios de desfrutar um ambiente fantástico de cor, que muitas fotos atestaram

Por aí, ficamos, 2 ou 3 dias, antes que a guia de marcha no fizesse obrigar a ser carregados em camiões civis, com enormes taipais, onde fomos misturados com a parca bagagem que nos acompanhava.

A partir do momento em que foi pisado o solo angolano, não creio que tivesse sido lembrado que nesse mesmo dia, nesses momentos, o homem andava lá pela Lua. Com um pouco de sorte, algum dos 3 astronautas até no poderia ter fotografado (?).

Não mais foram lembrados. A preocupação de quem chegou era única - saber qual seria o  poiso, que foi guardado, bem guardado em segredo.

Sabíamos que iríamos para o Norte, mas era tão grande esse Norte de Angola que a dúvida ficou sempre até ao final da viagem.

Ambrizete, foi a primeira paragem, não ficamos por aí, era bom demais para uns maçaricos como nós.

Até ao Ambrizete, ainda apanhamos uma picada asfaltada, embora com valas e enormes buracos por todo o caminho.

A partir do Ambrizete, foi só, pó e picada, pó e picada.


Aqui, por 2 cliques podem ver mais algumas mendsagens que foram publicadas sobre o mesmo tema


http://bcac2877.blogspot.com/search?q=chegada+a+Luanda

http://bcac2877.blogspot.com/2007/07/lisboa-luanda_13.html


http://bcac2877.blogspot.com/2014/07/bcac2877-chegada-luanda.html


http://bcac2877.blogspot.com/2017/07/21-de-julho-de-1969.html


http://bcac2877.blogspot.com/2013/07/21-de-julho-de-1969-chegada-luanda.html


domingo, 14 de julho de 2019

12 de Julho de 1969

12 de Julho de 1969 - 12 de Julho de 2015

Pouco importa o tempo que medeia entre estas duas datas para muitos portugueses.
Muitos dos actuais governantes nem passaram pela Guerra de África, pelo que nem podem e nem querem imaginar o que foi a ida  para o "incerto", deixando por cá os familiares mais queridos e os amigos, interrompendo uma vida que estava no seu percurso normal.
Hoje, os antigos combatentes, são esquecidos e não vêem reconhecidas pelo Estado que os mandou para a Guerra, as doenças resultantes de sua passagem por esse período da sua vida.
Com dezenas de livros, artigos de jornais, programas de televisão, fotos, blogs e muitos outros meios  de publicitar as passagem da Guerra de África, mais não servem que deixar um testemunho para os seus filhos, netos e todos  os outros vindouros daquilo que foi uma fase negra das suas vidas.

Assim foi naquele dia 12 de Julho de 1969, com o Vera Cruz, repleto de militares a caminho de Angola.
Nós fomos um daqueles que regressaram são e salvo. Outros o fizeram doentes ou estropiados para toda a vida
Muitos outros por lá ficaram,  mortos ou desaparecidos.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Joaquim Raposeiro Azevedo - faleceu

Luto


Joaquim Raposeiro Azevedo faleceu vitima de doença prolongada


 Aqui o vemos entre a esposa, que faleceu igualmente com doença prolongada e o seu  camarada da CCAC2543 - Fernandes.
Para quem o conheceu e com ele lidou,  na CCAC2543 e posteriormente, sabe da amizade que granjeou entre todos os que com ele comparticiparam momentos de vida em conjunto.
Um ex-camarada e um fiel e inveterado amigo nos deixou, com ele a saudade de muitos de nós

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Antigo Combatente - estatuto

Deputados pedem avaliação orçamental a estatuto do antigo combatente

A comissão de Defesa Nacional pediu hoje uma avaliação ao impacto orçamental das propostas de alteração do PSD, CDS, PS e BE ao estatuto do antigo combatente, que o deputados pretendem votar até dia 19 de julho.
O pedido de informação foi feito ao Governo e à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que funciona junto da Assembleia da República.
O vice-presidente da comissão Miranda Calha (PS) informou que o Governo está disponível para dar a informação aos deputados numa reunião que ficou agendada para sexta-feira de manhã, na Assembleia da República.
PSD e CDS fizeram uma proposta conjunta e PS e BE também apresentaram mudanças à lei que os partidos estão a tentar concluir antes das férias de Verão e do último plenário agendado para 19 de julho.
Não sendo votada até essa data, o diploma caduca e teria de ser reapresentado na próxima legislatura.
A proposta de lei faz uma compilação de todos os direitos de que podem usufruir os antigos combatentes, da guerra colonial e os que estiveram em Forças Nacionais Destacadas, mas não confere novos benefícios.
O diploma cria o cartão do antigo combatente "que se constitui como elemento facilitador" e de "simplificação do acesso aos direitos sociais e económicos consagrados na legislação", segundo a exposição de motivos da proposta.
É também criada uma unidade técnica para os antigos combatentes com a missão de aplicar a lei, na dependência do ministro da Defesa, e outras medidas organizacionais que visam assegurar a ligação entre ministérios e serviços.
Fica consagrado na lei o Plano de Ação para Apoio aos Deficientes Militares criado em 2015 e o plano de apoio aos antigos combatentes em situação de sem abrigo que "permitirá sinalizar as situações existentes" e promover a "possibilidade de uma habitação digna para todos".
Em 07 de junho, a proposta de lei para consagrar o estatuto do antigo combatente baixou sem votação na generalidade à comissão, depois do debate na generalidade.
Na apresentação do diploma, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, defendeu que o diploma "não tem apenas um caráter simbólico" e manifestou expetativa numa "votação ampla" visando o "reconhecimento formal" que é devido aos antigos combatentes.
Nesse debate, pelo CDS-PP, João Rebelo afirmou que o documento "é positivo" mas representa "muito poucochinho" já que "não cria novos direitos", e adiantou que no âmbito do grupo de trabalho apresentará propostas para "melhorar a lei".
Para o PSD, disse o deputado Luís Pedro Pimentel, o reconhecimento do estatuto do antigo combatente "é um dever" mas, advertiu, "caso não venha a ser melhorada em sede de especialidade, [o diploma] corre o risco de nada acrescentar ao que já existe".
O deputado comunista Jorge Machado defendeu que "importa ir mais longe" porque "espremido, espremido", o diploma não trouxe nada de novo que "signifique um acrescento às condições de visa e socioeconómicas dos antigos combatentes".
Uma vez na especialidade, disse, deve ser revista a lei que regula o suplemento de pensão, considerando que "é uma justa reivindicação dos combatentes".
Pelo BE, o deputado João Vasconcelos defendeu que as propostas "são muito limitadas e acabam por merecer a reprovação de diversas associações de ex-militares", não agradando "nem a gregos nem a troianos".

domingo, 30 de junho de 2019

MVL - ao Domingo

O MVL e a guerra

A guerra nunca tem  Sábados, feriados ou Domingos de descanso.
Ao Domingo, passava por Zau Évua o MVL e com ele vinham mantimentos, materiais e equipamentos, pois era por esta forma que as unidades militares e os civis eram abastecidos, com excepção de alguns fornecimentos e correio que chegavam por avião.
Era uma pequena festa, ver a entrada de algumas camionetas no aquartelamento carregadas de grades de cerveja e de outras bebidas e viveres.
Para alem disso, sempre se procurava se  algum conhecido ou amigo ia de viagem mais para o norte, Quiende e São Salvador.
As escoltas eram feitas pelo pessoal do batalhão, mas de outras companhias que faziam a entrega do MVL no aquartelamento seguinte de que depois voltavam para trás, para o seu e também se aproveitavam estes momentos para a confraternização com os elementos da escolta, pois só nestas alturas se podiam encontrar.
A escolta e o MVL tinha a sua "guerra" própria, com a sua passagem em dias da semana sempre iguais e sempre de igual modo.
A guerra propriamente sendo também igual, tinha a variante ser sempre diferente em cada dia da semana, não importante se era ou não Domingo ou feriado.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

João Oliveira - acidente

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Actualizado em 02/06/2019 - 14:40 horas



Uma das visitas ao João Oliveira, esta, momentos antes de regressar a sua casa para acabar o restabelecimento dos traumas resultantes do acidente que sofre.
~Combinamos o alm oço deste ano para o mês de Setembro

Sabemos que João Oliveira continua a recuperar da situação em que o seu acidente o deixou

Assim, tendo em vista, os diversos pedidos de informação sobre o seu estado de saúde que nos tem chegado, e após contacto pessoal com a esposa, vamos, através de email, informar o numero de telemóvel da esposa - Dina - para que possam para que em cada momento  saber do estado de saude do nosso ex-camarada







Confraternização de 2017

Aquele que foi o grande percursor dos almoços de confraternização anuais do BCAC 2877,  e que com enorme esforço conseguiu por em marcha e dar continuidade ao que ainda hoje continua, para a alegria e felicidade de quem participou e continua, ano após ano a neles participar, teve um acidente, um grave acidente que o levou à cama do Hospital de S. José, ao Hospital de Vila Franca de Xira e, presentemente a estar em convalescença em Oeiras no Hospital da Misericórdia de Oeiras.

Temo-lo visitado e havido melhoras no seu estado de saúde

Para ele, e para a sua família, que o tem visitado assiduamente, em nome de todos, os nossos votos de uma rápida recuperação, para que possa voltar aos nossos almoços rapidamente.

Um abraço

terça-feira, 25 de junho de 2019

CCAC2543 - ex em almoço


 Uns telefonemas e resultou o avivar das velhas amizades produzidas em tempos de guerra no Zau Évua e no Quiende
Almoço de "capado" uma sugestão  do Mário em Amiais de Baixo no Amiense - Retido do Capado que resultou em grande.
Pela amostra abaixo, Costa, Mário, Guerreiro e César da CCAC2543, pode conclui-se como decorreu o repasto.
Estiveram presentes igualmente o Carriço, também ex-combatente e amigo do Costa e do Guerreiro e um outro amigo do Mário e residente em Amiais de Baixo.
No final, uma visita ao nascente do Rio Viela, que recomenda uma visita

Fotos do Francisco Guerreiro e do Braz Gonçalves












































Cartas da Guerra - filme


Abaixo um excerto duma entrevista do realizador do filme

"Ele explica, em entrevista à Renascença. Incomodava-o saber que a guerra tinha sido "atirada para o mesmo canto do fascismo". Nem os ex-combatentes, que agora fazem excursões para ver "Cartas da Guerra", falavam dela. "Sinto que este filme tem funcionado para fazer um desfolhar da cebola.""

In ( Radio Renascença) em 01 de Setembro de 2016

A leitura dos comentários é de interesse

domingo, 23 de junho de 2019

Do Porto Brandão à mata dos Medos na Fonte da Telha

A noite de 23 de Junho, Véspera de São João é a celebração que ocorre antes do dia de Nascimento de João Batista. O Evangelho de Lucas (Lucas 1:36, 56-57) afirma que João nasceu cerca de seis meses antes de Jesus; portanto, a festa de São João Batista foi fixada em 24 de junho, seis meses antes da Véspera de Natal. Este dia de festa é um dos poucos dias dedicados a santos que celebra o nascimento do homenageado, ao invés de sua morte.[1]

A Festa de São João coincide estreitamente com a comemoração do solstício de verão, referido como midsummer no hemisfério norte. Apesar do dia santo cristão ter sido fixado em 24 de Junho, na maioria dos países as festividades são realizadas na noite anterior. In "Wikipédia"

Foi nesta noite, em 1969 que parte do BCAC 2877 se deslocou pela noite, em marcha, até à Fonte da Telha  onde ficou, para fazer a tal IAO Instrução de Adaptação Operacional.
  Ali foram dadas no quartel da antiga Guarda Fiscal as habituais vacinas e a alimentação era confeccionada na antiga bateria de Artilharia ali existente