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sábado, 30 de junho de 2018
Queimada _ Zau Évua
Recordando o momento de tirar esta foto e muitos mais momento de queimadas na nossa zona operacional.
Todos os anos existia uma operação chamada "Fénix Renascida" que consistia no lançamento de granadas incendiárias por meio da aviação militar.
As NT eram alertadas para a operação uns tempos antes e depois era dado o inicio da operação com a informação do dia "D" que era o seu início. Sabia o CMD do Batalhão não só a data do inicio como as coordenadas do lançamento dos focos incendiários, o que obrigava a não ter tropas por aqueles locais.
Essas queimadas, era vistas durante a noite, dias e dias após o seu inicio.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
31/08/2006 - Primeira mensagem neste Blog
Uma curiosidade:
Em 31/06/2006 foi a data em que a primeira mensagem foi publicada neste Blog.
Foi assim como uma experiência, um teste, uma iniciativa para ver o que dava ou se não dava.
O Blog tem-se mantido a "expensas" do seu mentor e continuador, salvo honrosos e muito poucas excepções em contribuições para o seu enriquecimento em prosa, muitas mais em fotos.
Com algumas desilusões, muita paciência e alguma persistência, tem continuado em "operação".
Por aqui não encontramos a presença do "IN" e assim temos continuado e, pensamos continuar.
E assim passaram nada mais, nada menos que 12 anos
quinta-feira, 28 de junho de 2018
quarta-feira, 27 de junho de 2018
segunda-feira, 25 de junho de 2018
Catedral das Pedras
Dedicada ao Altino Cleto
Havia uma picada com o nome "Catedral das Pedras", ficava sul do aquartelamento
domingo, 24 de junho de 2018
Zau Évua I - actual
Por curiosidade temos vindo a procurar documentos actualizados sobre os locais onde o BCAC2877 esteve - no caso actual, mias uma descrição sobre Zau Évua
Documento escrito e fotográfico retirado de : https://vivevence.weebly.com/zau-evua.html
O BCAC2877 esteve sediado aqui entre Julho de 1969 e Julho de m1971
Foto tirada do lado das messes
Foto tirada do lado das messes
A cerca de meio caminho entre Quiximba e Quiende, Zau Évua era um quartel em parte nenhuma. Uma zona nem muito acidentada nem muito florestada, semeada de lagos e charcos, providenciava abundante caça, e essa era, verdadeiramente, a única actividade a que nos dedicávamos nos longos períodos entre as poucas saídas em operação.
Em tempos não muito remotos tinha sido sede de batalhão, conservando uma dimensão que, apesar da ocupação a dois grupos quase permitia quartos individuais para toda a gente.
A pouca distância, os montes Zau-Évua eram uma estranha formação elevando-se abruptamente do solo por algumas centenas de metros, quase como um gigantesco calhau perdido na savana. Mal nós sonhávamos que esse inexplorado macisso viria a tornar-se num dos mais importantes atractivos turísticos de Angola, a fazer fé no interessante site Welcome to Angola
Para nós a descrição de Zau Évua cinge-se à memória do desolado quartel, onde fez história o primeiro sargento da companhia do Quiende que, tal como todos os outros matava o tempo bebendo e lazendo, e que todas as noites, ao ser escoltado em estado já bastante gasoso pelo cabo escriturário que, pacientemente, o acompanhava e apoiava nos longos 200 metros através do quartel até à cama, lhe ia confidenciando, de 5 em 5 passos, os seus receios:
- Isto é um perigo, escritas... se eles atacam...
Nunca atacaram, e o único perigo real que o quartel enfrentou foi uma pacaça que uma noite entrou numa caserna, e que, quando alguém perguntou, no escuro, "Quem está aí?" fugiu a direito, levando com ela a porta e arredores, incluindo uma vasta secção de arame farpado.
Carne de Pacaça e de Burro do Mato não faltava
Encontrámos o bicho dias depois, em mais uma bem sucedida caçada, mas acabámos por enterrar a vítima. Os estragos produzidos pelo arame farpado não deixaram dúvidas de que era o nosso visitante nocturno, mas o estado infectado das feridas não aconselhava o consumo.
Perigo não chegou a ser uma imensa cobra de água, muito mal disposta quando transferimos a água do buraco que dominava para a piscina.
Para quebrar a monotonia apenas o estranho caso dos dois soldados angolanos que, ao toque de ordem iam para o mato a uma centena de metros e voltavam minutos depois perdidos de bêbados. Uma investigação discreta detectou o local onde tinham colocado um garrafão por baixo de uma palmeira cortada, e todos os dias bebiam a colheita e renovavam o corte sangradouro
Foi por descargo de consciência que parti em busca de vestígios actuais de Zau Évua. Era pouco crível que no lugar de um quartel português ermo e abandonado alguma coisa restasse ao fim de 40 anos e uma longa guerra civil, que a fazer fé na interessante foto de José Castilho, obrigou a refazer tudo de novo.
Foi uma surpresa!
O local mudou de grafia, cedendo à tradicional nasalação da consoante inicial, e hoje escreve-se Nzau Évua. A algumas centenas de metros do antigo quartel, essa nova povoação aproxima-se dos 2000 habitantes, mas, mais interessante ainda, notícias locais colocam em Zau Évua o Centro de Instrução da Polícia.
Seria interessante averiguar se eles terão aproveitado o imenso quartel que abandonámos em 1974.
Aqui se jogava futebol e andebol a torre de vigia que se vê à direita ainda se mantém com os estragas causados por um raio, numa noite de enorme tempestade de trovões, raios, ventania e chuvadas fortes, que eram normais em Zau Évua. A cobertura em chapa de zinco ficou naquela posição em virtude do raio ter danificado e destruído o pilar de suporte.
sábado, 23 de junho de 2018
IAO - antes do embarque
Vespera de S. João
a caminho de Angola(?)
BCAC2877 - Recordar as datas
Recordamos aqui, pela data do dia, véspera do Dia de S João, a caminhada feita a pé, em marcha, desde o Porto Brandão, junto ao rio Tejo, até à mata da Fonte da Telha.
Estava parte do BCAC2877 nas instalações da antiga bateria de Artilharia Anti.Aérea situada naquela povoação
Recordemos que também foi nessa altura que levamos as primeiras vacinas antes de embarcar, nas instalações duma Bateria de Artilharia de Costa, que ainda hoje existe, no morro sobranceiro à praia da Fonte da Telha. ( à data, uma praia de pescadores)
Transcrevemos da Historia do BCAC2877 o seguinte:
" f. Em 09Jun69 deveria ter inicio a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional ( IAO), cujo calendario foi antecipado em relação ao planeamento inicial do EME.
Em 11JUN69 o Bat caç. foi transfrerido para a margem Sul do Tejo para efeito do IAO tendo ficado o Comando e a CCS, CCAÇ2542 e 2543 aquarteladas em isntalações do 3º Grupo Mixto da RAAF e a CCAÇ 2541 nas do RAAC em Brancanes (Setubal)."
"g. A 1ºparte do IAO que teve a duração de 3 semanas terminou em 28JUN69. Os exercicios de campo realizados na 2ª e 3ª semanas decortreram na região da Fonte da Telha e na Quinta do Lagar nas imediações de Setúbal (CCAC2541)"
Zau Évua III - e arredores
Ao fim de um ano rumámos ao Zaire.
Com armas e (poucas) bagagens fizemos o caminho inverso até ao Caxito, e sem cheirarmos sequer os arredores de Luanda, tomámos a outra estrada asfaltada que rumava a norte.
Ambriz e Musserra foram apenas terras de passagem, até à paragem em Ambrizete, que passou a ser a nova sede do batalhão. Os desterrados de Zalala tiveram a sorte grande da instalação também na cidade, a companhia de Aldeia Viçosa teve a terminação do Tomboco, e a nossa, para compensar o privilégio das lagostas que o comandante ia comer a Santa Isabel, foi desterrada para Quiximba.
Mas nem tudo era mau: para contrabalançar o desterro penal da Vamba, o nosso universo de um ano era completado pela colónia de férias rurais em Zau Évua.
Alguns se libertavam a espaço desse confinamento, quando eram chamados a cooperar na segurança do MVL. Aí, o mundo crescia, estendendo-se de Ambrizete a São Salvador do Congo, com passagem pelo Quiende, e contactos com pessoal doutros remotos paradeiros nunca visitados, que davam pelo nome de Lussenga, Lufico, Soyo, Quinzau, Xamindele e pouco mais.
Qual a história destas paragens, até ao perigoso isolamento que vivemos nos anos 70? Qual o seu futuro passado, neste quase meio século que já levamos de recuperada normalidade? O que é hoje este cantinho de África que partilhámos, e a que inapelavelmente ficámos ligados?
É com curiosidade que vamos vascular registos históricos e geográficos, que, na inviabilidade duma visita, nos poderão dar uma ideia do que foi, porque foi e como foi a Angola da nossa guerra, e o seu percurso, depois da nossa libertação.
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