Ao cuidado dos muitos nque passaram pela Guerra de África
"A Perturbação Pós-Stress Traumático  (PPST) é um problema de ansiedade que surge, como o próprio nome indica, depois  de uma pessoa ter sido exposta a um acontecimento que constituiu um trauma  psicológico.
  Se já foi exposto a um acontecimento  que constitui um trauma psicológico é possível que tenha desenvolvido um  problema de ansiedade relacionado com essa situação. Habitualmente, trata-se de  um acontecimento que foi uma ameaça à sua segurança ou à sua vida, em que terá  sentido medo, desespero, falta de ajuda ou horror intenso.
  Para que se torne mais claro para si damos-lhe alguns  exemplos de acontecimentos traumáticos:
- Provocados por seres humanos: assalto, violação, abuso, tortura, guerra;
- Provocados por acidentes: automóveis e transportes em  	geral, trabalho;
- Provocados por fenómenos da natureza: incêndios, inundações, tempestades, terramotos.
O que os estudos da comunidade científica nos informam é  que o número de pessoas a sofrerem desta perturbação ronda os 8% nos Estados  Unidos da América. Existem, mesmo, alguns autores que começam em falar em  proporções assustadoramente superiores. Embora gostássemos de lhe dar números sobre a realidade  portuguesa, actualmente, ainda não existe informação quanto à prevalência na  população em geral nos outros países.
  Um factor que deverá ter em conta  para a compreensão desta perturbação é que ela muitas vezes manifesta-se sem que  todos os critérios de diagnóstico estejam preenchidos. Dá-se a esta configuração  o nome de PPST sub-clínico e, embora possa passar despercebida, origina igual  sofrimento à vítima do trauma. A PPST pode ocorrer em qualquer idade, porque  podemos sempre estar sujeitos a um acontecimento traumático. Se este é o seu caso, a memória de  um acontecimento traumático poderá ter começado a condicionar, em larga medida,  o seu pensamento e desde então, é como se lhe tivesse sido retirado o  significado da sua vida.
  Falar de PPST significa ter de falar sobre trauma e, portanto, convém  apresentar alguns esclarecimentos importantes:
- Nem todas as pessoas que passam por uma situação traumática desenvolvem  	PPST. As reacções a acontecimentos  potencialmente traumáticos são diferentes de pessoa para pessoa, por isso, entre pessoas expostas a  um mesmo acontecimento uma parte pode senti-lo como traumático e outra parte não  o faz. Isto acontece porque um aspecto determinante do desenvolvimento da  perturbação se relaciona com a avaliação, o significado e o impacto que o  acontecimento traumático tem para passou por ele. No entanto, e apesar da  recente investigação neste sentido, ainda não existem conclusões definitivas  sobre aquilo que pode ser um elemento diferenciador entre essas pessoas.
- A vivência de situações traumáticas pode estar na origem  	de outras disfunções psicológicas, algumas potencialmente mais complexas e  	graves, pelo que, no caso de se rever nalguns sintomas de PPST, convém  	sempre passar por um diagnóstico efectuado por um psicólogo/psiquiatra  	qualificado, que possa determinar o que se passa consigo.
- Acontece, a algumas pessoas, passar pela sintomatologia  	de PPST, e conseguirem resolvê-la sozinhas. No entanto, e como não há forma  	de saber se será esse o seu caso, se está em sofrimento é aconselhável pedir  	ajuda rapidamente, já que existem intervenções eficazes para resolver esta  	disfunção.
- Actualmente, muitos autores defendem a existência de  	traumas de "t" pequeno, para chamar a atenção para um facto que a maior  	parte dos psicólogos conhece da sua prática clínica: não é preciso estar  	envolvido numa situação de catástrofe ou perigo de vida para se vivenciar  	algo como traumático. Basta que, de alguma forma e por qualquer motivo, o  	nosso organismo nos tenha entendido impossibilitados ou incapazes para lidar  	com uma dada situação. Se pensarmos bem, a nossa infância e adolescência é  	pródiga de situações assim: simplesmente não temos os recursos adequados  	para fazer face a algumas coisas que nos acontecem, ainda que, quando  	olhadas com os olhos de um adulto, elas surjam como bastante triviais.  	Dificilmente os traumas de "t" pequeno darão origem a uma patologia da  	ansiedade como a perturbação do pós-stress traumático, mas deixam a sua  	marca, por vezes significativamente desconfortável, e outras, moldando-nos  	de forma indelével em vivências desajustadas ou que nos desagradam. Também  	estas reacções a traumas de "t" pequeno podem e devem ser trabalhadas em  	contexto psicoterapêutico, sendo, frequentemente, resolvidos com recurso às  	mesmas técnicas que se utilizam para resolver as situações de PPST.Se sofre de memórias intrusivas (contra a sua vontade) e  recorrentes do acontecimento, sentindo que este está a ocorrer novamente  (sensação de reviver o trauma), normalmente designados flashbacks, se tem sonhos muito perturbadores que podem  conduzir a insónias graves, se está muito vigilante com o corpo muito agitado,  se evita situações, pessoas ou conversas que lhe façam recordar o trauma, é  muito importante que procure ajuda para diminuir o seu sofrimento.  ( oficinadepsicologia.com  )