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sexta-feira, 12 de abril de 2019

Ex-hospital militar de Belém para os ex-combatentes

Ex-combatentes com “via verde” no novo Hospital Militar de Belém

Antigo hospital militar será cedido à Câmara de Lisboa e reconvertido numa unidade de cuidados continuados, à qual os ex-combatentes terão acesso privilegiado. Gestão fica a cargo da Santa Casa da Misericórdia.

O Ministério da Defesa está a preparar a cedência do edifício do antigo hospital militar de Belém, descativado em 2013, à Câmara de Lisboa, para aí ser construída uma unidade de cuidados continuados, sendo que os antigos combatentes irão beneficiar de condições especiais de acesso. É a primeira vez que os

A unidade de cuidados continuados seria gerida pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, explicou ao PÚBLICO fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa (CML), liderada por Fernando Medina. "As instalações do antigo hospital militar de Belém estão encerradas há alguns anos. A CML está a trabalhar com o Ministério da Defesa e com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no sentido de poder aí ser criada uma unidade de cuidados continuados que sirva toda a comunidade, e em especial os antigos combatentes", acrescentou. A Santa Casa, por seu lado, esclarece que este será "um dos oito novos equipamentos de cuidados continuados" que irão ser criados no âmbito do programa "Lisboa, Cidade de Todas as Idades", em conjunto com a autarquia de Lisboa. O objetivo é "servir a comunidade e com condições especiais de acesso aos antigos combatentes", confirmou ao PÚBLICO o gabinete do provedor, Edmundo Martinho.

O antigo hospital militar de Belém, que se situa no Largo Boa Hora, na Ajuda, foi cedido em Setembro de 2015, pelo Governo de Passos Coelho à Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), por um prazo de 25 de anos e mediante a contrapartida de um investimento de 8,5 milhões de euros. Em Janeiro de 2006, a Associação dos Militares na Reserva e na Reforma (Asmir) contestou a validade da decisão e a futura cedência de utilização à CVP, suspendendo todo o processo. E, em Maio do ano passado, o actual Governo acabou por revogar a cedência à Cruz Vermelha. As condições de acesso especiais para os ex-combatentes, previstas no futuro protocolo de cedência do antigo hospital militar, deverão servir também para evitar novas acções judiciais. 

Há dois meses, o Parlamento discutiu o futuro das instalações do hospital militar de Belém, fundado em 1890 num antigo convento. Nessa altura, o BE propôs ao Governo que considerasse "a reabertura do hospital com valências de apoio à população envelhecida, camas de cuidados continuados da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, e apoio social e clínico a militares, ex-militares e suas famílias". PS e o ex-ministro da Defesa de Passos Coelho, José Pedro Aguiar-Branco, votaram contra esta proposta. PSD e CDS abstiveram-se. PAN, PEV e PCP votaram a favor.

Esta semana, em audição da comissão parlamentar de Defesa, o deputado do PS, Joaquim Raposo, deu como fechado o acordo entre o Governo e a Câmara de Lisboa. Mas, em resposta, a secretária de Estado da Defesa, Ana Pinto, sublinhou que, depois da revogação da cedência à Cruz Vermelha, o hospital militar de Belém voltou a estar disponível para alienação através da lei de infra-estruturas militares. "Está a ser trabalhado um protocolo de cedência com a Câmara de Lisboa para uma unidade de cuidados continuados, sendo que haverá o uso de uma parte para antigos combatentes", disse, considerando que a área de apoios continuados é uma "área prioritária" para  Lisboa.

A Santa Casa da Misericórdia já tinha comprado, em 2015, ao Ministério da Defesa Nacional o antigo hospital militar da Estrela, cerca de 16 mil metros quadrados, por 14,883 milhões de euros. Agora, o modelo de alienação será outro.

Nos últimos anos, o Estado vendeu vários edifícios das Forças Armadas, como o Hospital da Marinha em Lisboa (17,9 milhões de euros) ou a Bateria de Albarquel em Setúbal (2,2 milhões). À Câmara de Lisboa cedeu a ala sul da Manutenção Militar (por 50 anos e 7,1 milhões de euros) e o Torreão e a ala oeste da Praça do Comércio (por 45 anos e 387,3 mil euros mensais).

In “Jornal Publico”

 

 

terça-feira, 2 de abril de 2019

Combatentes mortos em Angola vão ter direito pela primeira vez a cemitério

GUERRA COLONIAL
Combatentes mortos em Angola vão ter direito pela primeira vez a cemitério

Ainda existem 586 militares do Exército português enterrados em campas espalhadas pelo território angolano.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Combatentes no Ultramar

 

 

 

Combatentes no Ultramar

Atualização diária 1 de abril de 2019

 

Combatentes do Ultramar

Homenageados em Castelo de Paiva  

 

No passado sábado, dia 23 de Março, a ACUP – Associação de Combatentes do Ultramar Português, sediada em Castelo de Paiva, homenageou 15 ...

 

 

 

 

 

quinta-feira, 14 de março de 2019

Ex-combatentes em Angola esquecidos


Os ex-combatentes que foram obrigados a cumprir serviço militar obrigatório nas antigas províncias ultramarinas, foram esquecidos, os de Angola que por lá morreram e muito ainda lá estão enterrados.
Marcelo Rebelo de Sousa, esqueceu-se daqueles, dos que foram obrigados a ir para a guerra, não se tendo esquecidos, destes, que não foram obrigados a cumprir serviço militar, são profissionais.
Nem uma visita, mesmo que privada ao cemitério onde em Angola estão sepultados dezenas de portugueses.

Para-quedistas regressaram da República Centro-Africana após meses de combate de "alta intensidade".


A 4.ª Força Nacional Destacada, composta maioritariamente por militares paraquedistas, regressou esta terça-feira a Portugal. A 5.ª força partiu de manhã do aeródromo militar de Figo Maduro, em Lisboa, representando o regresso dos Comandos àquele teatro de operações. Os 180 militares portugueses foram recebidos pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e dezenas de famílias que esperaram horas para receber estes paraquedistas.
Militares portugueses regressam a Portugal após missão na República Centro-Africana Dezenas de família esperaram horas para receber os paraquedistas que estiveram em combate durante seis meses. 
O Hino Nacional de Portugal foi entoado a plenos pulmões pelos militares no aeródromo militar de Figo Maduro.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Antigos combatentes africanos das Forças Armadas Portuguesas : a guerra colonial como território de (re)conciliação




https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/23328/4/capa%20tese%20final%20original%20Fatima%20Rodrigues.pdf

Cada um de nós, aqui pode ao ler, recordar e entender o muito que se passou durante todos aqueles anos de guerra.

Antigos combatentes africanos das Forças Armadas Portuguesas : a guerra colonial como território de (re)conciliação



Ainda há quem se interesse por estes temas e as leve a conhecimento e análise 

"Nas guerras que marcaram os últimos anos da longa presença colonial portuguesa em África, Portugal recrutou soldados africanos para as suas Forças Armadas, tal como já o fizera em muitos conflitos anteriores. Entre 1961 e 1974, foram mais de 400 mil os africanos que combateram na força colonial contra os movimentos de libertação. Este trabalho procura compreender como estes antigos combatentes das Forças Armadas Portuguesas (FAP) que, entretanto, vieram para Portugal, interpretam os seus percursos de vida. Nesse sentido, a pesquisa recorreu predominantemente às narrativas biográficas oferecidas pelos próprios antigos combatentes africanos das FAP, mas percorreu também outros registos. Arquivos históricos, memórias e testemunhos de muitos antigos combatentes da Guerra Colonial, encontros de rememoração da Guerra, foram outras fontes visitadas ao longo desta pesquisa. Para o seu enquadramento teórico foram convocadas perspectivas que permitem questionar legados coloniais, sem, contudo, restringir-se àquelas que o fazem declaradamente. São sugeridas, então, várias propostas analíticas que denunciam as interpretações eurocêntricas do mundo, e que apresentam alternativas epistemológicas que permitem compreender as relações coloniais e pós-coloniais, bem como os sujeitos que as compõem, e os poderes e as forças que as configuram. Deste modo, seleccionaram-se olhares especialmente atentos ao carácter ambíguo e ambivalente que caracteriza as relações e os sujeitos coloniais e (pós)coloniais e que permitem problematizar os percursos de vida destes homens que, aparentemente, assumiram posições diferenciadas e contraditórias ao longo das diversas temporalidades e geografias políticas, ideológicas e culturais que atravessaram até chegarem ao Portugal pós-colonial. O ponto de partida deste trabalho resume-se a uma interrogação aparentemente simples: Quem são estes antigos combatentes africanos das FAP que residem em Portugal? A resposta que encontrámos foi: estes são homens que procuram um lugar onde possam ser reconhecidos como aquilo que são, que podem ser e que querem ser na Angola, no Moçambique, na Guiné-Bissau e no Portugal pós-coloniais. Para muitos dos antigos combatentes africanos das FAP que colaboraram neste trabalho, esse lugar que procuram é a interpretação que oferecem da guerra. Uma interpretação segundo a qual a guerra é um lugar outro no Portugal pós-colonial. Esse lugar é o da guerra como um território de (re)conciliação. Uma conclusão pouco provável, quando sabemos que a guerra é um território de devastação, e um lugar de transformação ontológica sem retorno. Mas, na verdade, é esta a conclusão a que chegámos neste trabalho, que escolheu olhar a guerra partindo do ponto de vista dos antigos combatentes africanos das FAP."

Tese de doutoramento