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sexta-feira, 10 de abril de 2020
1971 - 12 de Abril - Golden Gate - Páscoa
"" Há quinze minutos que deixou de ser Domingo de Páscoa.
Agora é só dia 12 (12 de Abril de 1971)
Faltam exatacta,mente 2 meses, 29 dias, 23 horas e 47 minutos para isto acabar ""
1971 - 08 Abril - Golden Gate
Páscoa de 1971
Semana Santa
"" Uma das vantagens da Semana Santa é a musica que dão na rádio: desde a morte de Salazar que não ouvia Bach.
Hoje, mais que nunca, é dificil ser-se padre: parece-me muito penoso ou mesmo impossível, contrariar todas as contradições em que a Igreja Católica está a cair. Isto é, conciliá-las com a prática, com o dia a dia, com as pessoas.
Há uma pergunta a que o Gomes (o capelão) nunca me conseguiu responder: - è necessário ser-se culto para se ser religioso?
Penso que as respostas podem ser duas. Mas nenhuma satisfaz: ou se aceita a religião dos incultos, e então é mais paganismo do que religião; ou se aceita a influência da cultura e da inteligência, e de imediato se está a criar um fenómeno de elites. Para mim, qualquer destas respostas anula a religião na sua natureza, isto é, naquilo que a Igreja Católica pretende que ela seja.
Perguntas-me porque é que eu matei a águia? (morte anunciada em dias anteriores). A sério que não sei. Mas, se calhar, porque estava viva...
Daqui a dias é Domingo de Páscoa. Se houvesse cá uma pastelaria, mandava-te um folar com um beijo dentro, no sitio do ovo.
Gosto muito de ti, por muitas razões que não digo, para não ferir a tua modéstia ""
segunda-feira, 6 de abril de 2020
domingo, 5 de abril de 2020
Confinação no Lufico - 1969-1971 no Norte de Angola
Por favor, nada de inventar razões para sair porque há o stress dos dias em casa.
Confinnação eram situaões como esta - acampar no mato, comer ração de combate e lá estava o velho garrafão.
Quando do regresso ao aquartelamento, que ficava isolado de tudo e de todos no Norte de Angola cortava-se mais um dia no calendário.
Um abraço para os ex-camaradas da CCAc 2542 que como os da CCS estavam completamente isolados do mundo exterios
sábado, 4 de abril de 2020
sábado, 28 de março de 2020
Emboscada ao MVIL no itinerario Tomboco - São Salvador em 24 de Fevereiro de 1974
O BCAC2877 teve a felicidade de nada de semelhante lhe ter acontecido
Humberto Fernandes conta
MVL - Tomboco Sao Salvador
Humberto Fernandes
Dezembro 8, 2013 às 10:01 pm
Dezembro 8, 2013 às 10:01 pm
Complementarmente ao que acima disse, transcrevo o que na “História do B.CAÇ. 4912” (Arq.Hist.Mil – 2ªdiv/2ªsecção/nº1/sala A/caixa 105-A) a páginas 41 consta:
“Em 24FEV74, um Gr. IN avaliado em 35 elementos emboscou as NT em protecção à coluna de MVL no IPR TOMBOCO-S.SALVADOR na região (133030.064530) causando 6 mortos, dois feridos graves, 6 feridos ligeiros e 2 prisioneiros um dos quais foi recuperado em 271000FEV pelas NT/CECI na região (132110.063840). Capturou e danificou diverso material”.
Ainda a páginas 41 e na 42 estão descritivos diversos, que aqui não será curial transcrever.
“Em 24FEV74, um Gr. IN avaliado em 35 elementos emboscou as NT em protecção à coluna de MVL no IPR TOMBOCO-S.SALVADOR na região (133030.064530) causando 6 mortos, dois feridos graves, 6 feridos ligeiros e 2 prisioneiros um dos quais foi recuperado em 271000FEV pelas NT/CECI na região (132110.063840). Capturou e danificou diverso material”.
Ainda a páginas 41 e na 42 estão descritivos diversos, que aqui não será curial transcrever.
sexta-feira, 27 de março de 2020
Sobre o post anterior, publicamos o seguinte, com a devida vénia para os autores e pode ser que aconteça que algum dos deputados que tem na gaveta o estato dos ex-combatentes lhe avive a memória e procure abreviar a sua aprovação.
-Será que o ex-alferes Humberto Fernandes teve conhecimento da emboscada, que eu relato no meu blog? Esta emboscada ao MVL, teve lugar no dia 24 de Fevereiro de 1974, perto de Quiximba e causou às nossas tropas 6 mortos, vários feridos graves e 2 prisioneiros, como relato no blog. Passado tantos anos seria interessante outros testemunhos de camaradas, que tenham tido conhecimento desta trajedia.
Capítulo V- Mais um capitulo da minha odisseia
Agora já nos encontrávamos mais perto do final desta etapa e os turras ainda não se tinham metido connosco, não estava a correr mal esta viagem pelo sertão Angolano.
A coluna continuava a rodar normalmente na picada muito esburacada e, devido aos constantes saltos da viatura nós saltávamos juntamente com ela, mas sempre com a arma bem segura nas mãos e as cartucheiras na cinta, não podíamos descurar a segurança.
Repentinamente rebenta estrondoso e diabólico tiroteio de armas automáticas e metralhadoras pesadas, toda a coluna se imobiliza e nós saltamos rapidamente para debaixo da viatura protegendo-nos debaixo das suas rodas.
Sob este tiroteio terrível e infernal o Farsola grita-me.
- Os cabrões estão a atacar a cauda da coluna! Estão a dar porrada nos nossos amigos do Meposo.
E eu confirmo angustiado.
- Pois, é. Entre eles estão o transmissões Valinhas e o enfermeiro Marialva.
O Batalhão de Caçadores 4912 com sede em Noqui, tinha a 3º companhia destacada em Mepala e a 2º em Meposo- que estava agora a ser fortemente atacada e na qual estavam integrados o Valinhas e o Marialva- Esta companhia do Meposo, assim como o restante Batalhão 4912 eram constituidos por soldados atiradores Açoreanos. Apenas os graduados e os especialistas eram provenientes da Metrópole.
Efectivamente o inimigo tinha uma tremenda e bem montada emboscada á nossa espera. Deixara passar a quase totalidade das viaturas e atacava forte e feio as duas últimas, dois veículos hunimogues com seis soldados cada, que como já referi faziam parte da escolta protegendo-nos a retaguarda.
O inimigo tinha criteriosamente escolhido o local da emboscada, a picada muito estreita e sinuosa, o terreno bastante ravinado e a contornar um alto morro, não permitia que as viaturas da frente invertessem a marcha para virem em socorro dos que estavam a ser massacrados.
Parecia que os nossos estavam a reagir, mas muito timidamente, pois distinguiam-se alguns tiros de G3, mas muito poucos.
Entretanto passados minutos do começo deste inferno, passam por nós a correr alguns soldados das viaturas da frente, vinham curvados com as armas em riste, a gritarem, injuriando e chamando nomes e impropérios aos turras, ao mesmo tempo que se tentavam incentivar e encorajar mutuamente.
Algumas balas perdidas e estilhaços passam alto sobre nós e algumas assobiam batendo nos taipais metálicos das viaturas. Que será feito do nosso ancião que ficara sozinho em cima da camioneta?
Junto a nós a menina chorava desconsolada agarrada ao pescoço da mãe, enquanto o rapaz gritando descontroladamente se aninhara junto do Farsola.
Mais soldados correm e praguejam, subindo o morro tentando o envolvimento, o tiroteio de G3 e bazucas torna-se mais intenso, mas passado pouco tempo quase se faz silencio, apenas alguns rebentamentos de morteiros se fazem ouvir cada vês a rebentarem mais distante, sinal de que os turras retiram e os nossos os perseguem á morteirada.
Todo este inferno demoníaco se desenrola muito perto de nós, as viaturas emboscadas devem estar a uns 100 metros ou menos, mas nada conseguimos vislumbrar devido á curva que contorna o morro e á mata cerrada.
A coluna fica imobilizada durante longas horas e assistimos á chegada de um héli – canhão que nos sobrevoa fazendo um ruído ensurdecedor, de seguida aparecem dois helicópteros mais pequenos equipados com duas macas cada. Receamos que o pior possa ter acontecido aos nossos amigos e camaradas.
Entretanto ordenam-nos que subamos para os nossos postos em cima da camioneta,
o Farsola fica deitado com a arma apontada á mata cerrada, enquanto eu fico no lado oposto a controlar o alto capim que me bate na cara. O velhote que entretanto eu ajudara a descer, aninhara-se junto da mulher e das crianças debaixo da viatura e todos entoavam um enorme pranto
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MANUEL ALDEIAS
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quinta-feira, 26 de março de 2020
1973 - MVL - Ambrizete - Sao Salvador
Os nossos ex-camaradas que fizerem muitas e muitas vezes estas escoltas, no calor, na chuva e no pó das picadas, aqui vos deixo fotos e textos muitos pormenorizados.
Os tempos que se levavam a fazer os percursos eram tremenbdos como se podem comprova.
Entre várias curiosidades, referimos as datas e um pormenor sobre uns testes feitos às metrelhadoras Breda (claro que faltava lá o Madruga para por a funcionar aquelas velhotas da Segunda Guerra Mundial
Entre Ambrizete e Sao Salvador, bem conheciamos o percurso
quarta-feira, 25 de março de 2020
Estatuto dos Antigos Combatentes
Parlamento negoceia texto comum para estatuto dos antigos combatentes
Os partidos estiveram de acordo no Parlamento sobre um Estatuto do Antigo Combatente "o mais consensual possível".
Os três projectos em debate baixaram sem votação à comissão, onde será negociado um texto comum.
O número de antigos combatentes abrangidos não foi oficialmente divulgado mas, segundo fontes militares , deverá ultrapassar os 200 mil.
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