Para quem não tinha fonte de inspiração filosófica uma qualquer religião, mesmo longe dos seus entes mais queridos e da sua santa terrinha como se costuma dizer, a passagem pela guerra e por África, nada acrescentou ou diminuiu aos seus sentimentos.
Nos últimos dias tenho voltado a ler algumas passagens do livro "Zau Évua terra de ninguém sitio de vivências" escrito pelo nosso antigo companheiro da CCAC105 que esteve em Zau Évua um ano depois da nossa saída onde relata a passagem destas datas, adornadas com os conhecimentos da matéria e muito bem bem explicadas
Aí em diversas passagens daquele livro faz referências às datas festivas - Natal e Páscoa.
Recordo que por essas festas, quando o capelão se encontrava em Zau Évua certamente que os ofícios religiosos que a cada uma daquelas datas correspondia, eram oficiados.
Lembro bem as ceias de Natal onde se juntava toda a tropa e o manjar era o nosso conhecido bacalhau cozido, que vinha da Metrópole em embalagens de zinco envolvidas em caixotes de madeira, condimentado com cal para não se estragar.
Pela Páscoa, não tenho memória, talvez porque já passaram tantos anos e a memória já começa a esgotar-se, que tenha havido alguma comemoração especial, para além da missa.
Talvez um rancho um pouco melhorado no Domingo, com carne de burro do mato ou pacaça. Mas, nada disso era novidade, porque essa ementa à base da carne de caça era afinal a do nosso dia a dia.
A Guerra também embrutece a alma e o alimento do espírito, nessas datas e nesse tempo, ficaram muito para trás.
1 comentário:
Reconheço na integra o que foi explicitado,eu comprei o livro,também lá estive,e tive o previlégio de ter recebido em vesperas de Natal uma encomenda,enviada pelo DO de um meu amigo oficial do exercito.
bem hajam pelas recordações.
um abraço
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