Estamos a coleccionar, em cada Domingo, com a compra do DN e do JN uma série de livros que referenciam muitas situações e acontecimentos da Guerra Colonial.
Vamos dando a conhecer neste blog, as passagens desses livros que referenciam situações passadas na area onde esteve o nosso Batalhão.
Visualizações
quarta-feira, 30 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Guerra de África
Notas para compreender o seu significado e a maneira e o modo de cada um "ver" a Guerra de África.
Cavaco Silva: "Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.'
In Bichos do Mato: "Na minha aldeia, a vida e o tempo eram medievos. Ainda antes de os galos acordarem o sol, já os moleiros tocavam as bestas a caminho do Côa, que às vezes corria medonho, aos trambolhões de fraga em fraga. Guiados pelos caseiros, soavam nas calçadas os rodados dos carros de machos e os rebanhos, procissões de campainhas e chocalhos, passavam rua fora, alegrando as madrugadas.
Nas noites longas de inverno, à lareira ou à roda das braseiras, as mulheres mais velhas fiavam a lã áspera de ovelha churra, girando os fusos como peões suspensos entre os dedos mágicos. Outras faziam camisolas e meias de lã grossa, que os homens usavam com as botas cardadas de brochas, chispando nos seixos da calçada.
Em nossa casa, chorava-se pelos cantos, às escondidas. Que podia eu fazer, para além de aparentar boa disposição, não parecendo afectado pela próxima partida para a guerra. Olhando em silêncio para a fogueira que crepitava na lareira, pensava na forma de lhes minorar o sofrimento. As cavacas de pinheiro atiravam-me bocados da casca soltos pelo calor. Cismava: Como é que a gente se despede da mãe para ir para a guerra?"
(In Bichos do Mato)
Nas noites longas de inverno, à lareira ou à roda das braseiras, as mulheres mais velhas fiavam a lã áspera de ovelha churra, girando os fusos como peões suspensos entre os dedos mágicos. Outras faziam camisolas e meias de lã grossa, que os homens usavam com as botas cardadas de brochas, chispando nos seixos da calçada.
Em nossa casa, chorava-se pelos cantos, às escondidas. Que podia eu fazer, para além de aparentar boa disposição, não parecendo afectado pela próxima partida para a guerra. Olhando em silêncio para a fogueira que crepitava na lareira, pensava na forma de lhes minorar o sofrimento. As cavacas de pinheiro atiravam-me bocados da casca soltos pelo calor. Cismava: Como é que a gente se despede da mãe para ir para a guerra?"
(In Bichos do Mato)
Nota: Em Bichos do Mato a ficção confunde-se com a realidade numa união perfeita, cerzida com um estilo sóbrio e elegante que nos cativa desde a primeira frase.
É uma história de homens comuns, jovens acabados de sair da adolescência, brutalmente lançados na fogueira da guerra colonial onde os seus destinos se cruzam e decidem em cenários extremos. Com eles embarcamos em paquetes de fachada, sufocamos na poeira das picadas e perdemo-nos sem esperança na escuridão das matas.
Heróis à força, arrancados aos nossos campos e cidades, lutam pela sobrevivência, prolongando sem querer a agonia de um sistema que os esquece sem remorso mal despem o camuflado.
É quase um relato que nos dá a espaços uma visão humanizada do jogo armadilhado da guerrilha, onde todos fazem de gatos e de ratos conforme a violência da surpresa e o terror do imprevisto.
Sem maniqueísmos nem excessos de violência literária, Bichos do Matos transporta-nos com naturalidade para a época e cenários da guerra colonial, reconstruídos com realismo e invulgar beleza literária.
É uma história de homens comuns, jovens acabados de sair da adolescência, brutalmente lançados na fogueira da guerra colonial onde os seus destinos se cruzam e decidem em cenários extremos. Com eles embarcamos em paquetes de fachada, sufocamos na poeira das picadas e perdemo-nos sem esperança na escuridão das matas.
Heróis à força, arrancados aos nossos campos e cidades, lutam pela sobrevivência, prolongando sem querer a agonia de um sistema que os esquece sem remorso mal despem o camuflado.
É quase um relato que nos dá a espaços uma visão humanizada do jogo armadilhado da guerrilha, onde todos fazem de gatos e de ratos conforme a violência da surpresa e o terror do imprevisto.
Sem maniqueísmos nem excessos de violência literária, Bichos do Matos transporta-nos com naturalidade para a época e cenários da guerra colonial, reconstruídos com realismo e invulgar beleza literária.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Stress de Guerra
"O reconhecimento de deficiência incapacitante para os antigos soldados é um calvário. Passm por requerimento de queixa, por juntas de inspecção, por comissões de pareceres, por despachos sucessivos até chegarem ao veredito do Ministro da Defesa.
O tempo médio de espera para cumprir todos estes passos é de cinco anos e meio, com mais de metade do tempo passado na inquirição e de definição da classificação e o restante entre instâncias de verificação e homologação de procedimentos. " in Publica 30-01-2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Stress Pós-traumático – Guerra nunca mais sai do corpo
"Foi o contacto directo e repetido com situações de violência que marcaram estes homens, que não faziam uma guerra ofensiva e eram mais sujeitos a emboscadas e patrulhamentos. O stress de guerra não é fácil de diagnosticar e os estudos dizem que pode manifestar-se entre uma semana e 30 anos após o evento traumático. A lei portuguesa só em 1999 o reconheceu como doença, a geração que passou por ela está a entrar na reforma e a sociedade deixou de discriminar quem se queixava, sendo considerados factores favoráveis ao aumento de casos com esta doença".
quinta-feira, 3 de março de 2011
Angola – 1975 –Unidades Mobilizadas
Uma leitura do livro "Os Anos da Guerra Colonial" diz-nos que em 1975, das 21 unidades mobilizadas, Companhias de Cacadores, Cavalaria e Artilharia, 16 eram comandadas por Capitais Milicianos.
Ser´á que já não haviam capitães do Quadro Permanente?
É estranho tal ter acontecido num ano e pouco depois do 25 de Abril.
As idas foram entre os meses de Janeiro e Junho de 1975, sendo o regresso ao "puto" em Novembro do mesmo ano.
Curiosidades
Subscrever:
Mensagens (Atom)