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quarta-feira, 23 de junho de 2010

S. João a caminho de Angola(?)

BCAC2877 - Recordar as datas


Recordamos aqui, pela data do dia, vespera do Dia de S João, a caminhada feita a pé, em marcha, desde o Porto Brandão, junto ao rio Tejo, até à mata da Fonte da Telha.
Recordemos que também foi nessa altura que levamos as primeiras vacinas antes de embarcar, nas instalações duma Bateria de Artilharia de Costa, que ainda hoje existe, no morro sobrançeiro à praia da Fonte da Telha. ( à data, uma praia de pescadores)

Transcrevemos da Historia do BCAC2877 o seguinte:

" f. Em 09Jun69 deveria ter inicio a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional ( IAO), cujo calendario foi antecipado em relação ao planeamento inicial do EME.
Em 11JUN69 o Bat caç. foi transfrerido para a margem Sul do Tejo para efeito do IAO tendo ficado o Comando e a CCSW, CCAÇ2542 e 2543 aquarteladas em isntalaçõpes do 3º Grupo Mixto da RAAF e a CCAÇ 2541 nas do RAAC em Brancanes (Setubal)."
"g. A 1ºparte do IAO que teve a duração de 3 semanas terminou em 28JUN69. Os exercicios de campo realizados na 2ª e 3ª semanas decortreram na região da Fonte da Telha e na Quinta do Lagar nas imediações de Setúbal (CCAC2541)"

domingo, 20 de junho de 2010

Ex Combatentes da Guerra de África

Um Dia de Portugal diferente

1. Vou ser politicamente incorrecto: não costumo perder tempo com as comemorações oficiais do Dia de Portugal. As cerimónias são aborrecidas, apenas privilegiam o institucional e não me lembro de lhes ver qualquer dimensão popular. Cá fora, nas ruas, as pessoas divorciaram-se da liturgia. O negócio das bandeiras faz-se à conta dos jogos da selecção de futebol. Os discursos costumam ser enfadonhos, inexpugnáveis, dirigidos a uma pequena elite. Assisti uma vez ao vivo e sei do que falo. Assim, habituei-me a ver curtíssimos resumos desse tédio e nunca me dei por mal informado ou mau português.
Era isto mesmo que ia voltar a fazer este ano, mas por mero acaso liguei o aparelho de televisão na quinta-feira de manhã. Começava a falar António Barreto. Decidi, pelo respeito intelectual devido ao novo presidente das Comemorações, ouvir as primeiras palavras. Surpreso, fiquei até ao fim, relembrando, inclusive, a minha já distante infância com duas etapas em África (Angola e Moçambique), filho de uma família de militar. Testemunhei em directo um notável acto de cidadania e de justiça: o tributo aos ex-combatentes, que pela primeira vez desfilaram na cerimónia militar oficial.

2. O discurso de António Barreto teve, e tem, vários méritos. É justo, é corajoso, é oportuno. E é o discurso de um verdadeiro intelectual, aquele que sabe olhar para a comunidade estudando fenómenos e identificando necessidades.
Barreto verbalizou um facto: durante 36 anos, os antigos combatentes de Portugal têm sido vítimas de discriminações. Sobretudo depois do 25 de Abril, corporizaram a culpa com que a maioria da sociedade portuguesa, de repente, decidiu olhar para a Guerra Colonial. E teria sido pior se o golpe que depôs o regime do Estado Novo e devolveu a liberdade de expressão e política ao País não tivesse nascido a propósito de reivindicações militares.
Já era tempo, pois, de alguém ter o desassombro intelectual de dizer, em nome do Estado [e o presidente das Comemorações representa-o], aquilo que António Barreto disse, a todos e a cada um de nós - porque o esquecimento de que fala o discurso é a soma de todos os esquecimentos e vergonhas individuais, remete-nos até para o oportunismo de uma sociedade que, reciclada à pressa depois do dia 25 de Abril de 1974, plantou democratas da mais pura estirpe onde antes havia apenas colaboracionistas tementes.

3. Os combatentes, todos os combatentes, foram, e serão, no feliz dizer de Barreto, "soldados de Portugal" e não podem ser tratados como "colonialistas", "fascistas" ou "revolucionários". São homens que um dia partiram para uma guerra, ou continuam a partir para missões internacionais, simplesmente porque o seu País assim o determina. E eles foram, e eles vão, e eles irão, arriscando a vida, sacrificando famílias, porque o País, representado por homens como eles, e independentemente dos regimes do momento, lhes pede essa generosidade.
Os nossos soldados não têm de ter vergonha por serem leais à Pátria (mesmo quando ela tenha sido representada por homens menores e tenha perseguido propósitos injustos) mas o Estado faz bem em assumir a vergonha de ter tido vergonha.
Um país é pobre quando apenas possui decisores, gestores, gente muito rica, e até políticos determinados ou obstinados. Mas pode ser rico, mesmo em tempo de crise, quando no meio de tanta miséria intelectual sobressaem homens que, como António Barreto, sabem pensar e derramar o bálsamo da palavra sobre feridas sociais que urgem ser cicatrizadas. E é para isto que também serve o Dia de Portugal.

JOÃO MARCELINO

publicado a 2010-06-12 às 01:30

sexta-feira, 11 de junho de 2010

10 de Junho e a Guerra de África

Vamos abordar este temas na perspectiva do 10 de Junho e as suas comemorações com o envolvimento dos ex-combatentes.


Visitámos pela primeira vez este ano as comemorações, junto ao monumento dos Combatentes que fica situado junto das antigas instalações onde funcionava o SPM- Serviço Postal Militar no tempo da Guerra de África.

Já por lá tínhamos passado, tendo os nomes dos mortos em combate inscritos na momumental lápide que contorma em meia lua toda a parte posterior do monumento. Recordamos os nomes de nossos antigos companheiros que deixaram a vida em África numa luta inglória que a todo o momento a história no ensinava que não haveria victória possível contra aqueles povos por meios militares. Os livros e a história de lutas de outras nações, demonstraram isso mesmo.

Neste dia 10, fomos lá, com o intuto de observa o que por lá se passava.

A guerra deixa sempre consigo muitos saudosistas. Nacionalistas, defensores da pátria ou apenas e só dos ideais da guerra.

Pensamos que por lá, andaram ex-combatentes.

Misturaram-se todos. Encontraram-se amigos e companheiros desses tempos. Nota-se que alguns não passam um ano sem por ali passarem, usando o simbolo mais distinto e coerente de qualquer ex-militar obrigado a ir para a guerra mesmo contra os seus ideais e as suas vontades, as boinas.

Havias das várias cores que então se usavam nas nossas forças armadas. Ostentavam os simbolos das suas antigas unidades e das armas que representaram.

Alguns, já bem consumidos pela idade e pelas dienças.

Muitos, ostentavam garbosos as condecorações que ainda merecem ter ao peito pelos feitos que fizeram, pelos actos que praticaram

As cerimónias estavam ainda longe de começar.

Ao ver uma cidadã com pouco mais de 30 anos com uma camisa verde e o simbola da Mocidade Portuguesa, (“bufa” era assim que chamavam na escola onde andei ao tempo), achei que era tempo de passear para outras bandas.

Ao fim do dia, fiquei naturalmente satisfeito por saber que este ano, os antigos combatentes tiveram o “direito” a estarem representados e em primeira linha, na parada militar que habitualmente abre as cerimónias oficias do 10 de Junho em cada ano.

Merecem por dever.

Representaram as cores da sua bandeira em guerra, com a importância suberba de hoje poderem recordar ao militares “profissionais” que para foram atirados por obrigação e não por profissão.

A minha vida nunca mais foi igual a partir do dia que embarquei até hoje mesmo – já lá vão quase 40 anos.

Um grande abraço a todos esses, porque infelizmente tambem fui um deles.  ( Parquedospoetas)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de Junho


O dia 10 de Junho de 2010 fica marcado por ser a primeira vez que os antigos combatentes desfilaram na cerimónia militar oficial do Dia de Portugal. “Está aberta a via para a eliminação de uma divisão absurda entre portugueses. Com efeito é a primeira vez que, sem distinções políticas, se realiza esta homenagem de Portugal aos seus veteranos”, (Publico)

10 de Junho - Guerra de África

Foi assim para muitos portugueses o 10 de Junho até ao 25 de Abril

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Zaui Évua - hoje ?

Cremos que Zau Évua já  não existe.

"Zau Evua fica a 80 quilómetros da sede do município de M´Banza Congo, cidade capital da província do Zaire, em Angola. Tem cerca de 25 mil habitantes. Foi a capital do antigo reino do Congo e até 1975 foi São Salvador do Congo. " (jornaldeangola)