Aqui vos deixo ao critério interpretativo os textos abaixo, sobre o temas em questão.
Quem por lá passou pode certamente opinar sobre partes ou sobre todo o texto.
A liberdade de cada um anda por aqui.
Email recebido dum ex-combatente - Sergio O Sá - recebida por mensagem electrónica
"Não deixo para post-scriptum o que também aqui vou anotar. Decido fazê-lo já, sob pena de, lá no fundo, poder passar despercebido.
Fico cada vez mais com a impressão, para não dizer com a certeza, de que há por aí muito boa gente que continua a tentar apagar da História o período correspondente à chamada Guerra do Ultramar, e sobretudo o que de trágico aconteceu entre as partes em conflito no âmbito dessa guerra.
Tal intenção, característica das forças do poder e seus partidários da altura, é incompreensível, não faz sentido. A quem aproveitará a negação do que, nos diversos contextos operacionais, se passou de facto?
Vem isto a propósito de mais um texto que me chegou, desta vez de autoria de Barroso da Fonte, criticando Lobo Antunes e a sua «escrita mentirosa».
Não sou apreciador da obra de Lobo Antunes, não conheço o livro a que se refere Barroso da Fonte e não pretendo fazer de advogado do médico escritor. Mas entendo que Barroso da Fonte se excedeu nas suas apreciações.
Se Lobo Antunes fala em «150 baixas» no seu batalhão, poderá não querer dizer 150 mortos, mas sim 150 elementos que, por força das circunstâncias da guerra, ficaram, por mais ou menos tempo e eventualmente para o resto da comissão, operacionalmente incapacitados. Aliás, já li noutro livro, “CARTAS DE GUERRA”, da Dom Quixote, uma frase sua a dizer: «126 baixas no batalhão que rendemos, embora apenas com 2 mortos».
Mas Barroso da Fonte força a barra para contestar o escritor, atrevendo-se a afirmar que «não há memória de um único batalhão ter um décimo das baixas…».
Será que Barroso da Fonte pensou no que escreveu? Um décimo são 15. Mas, já agora, 15 mortos ou 15 incapacitados? Mesmo que se refira a mortos, houve companhias que só elas tiveram quase esse número, quanto mais batalhões.
Depois, atrever-se a dizer, para desacreditar o escritor, que «nunca um militar (…) atirou a matar», das duas uma: ou Barroso da Fonte andou por lá a passear, apesar de ter sido ranger, ou pretende minimizar as dificuldades por que passaram os milhares de combatentes e negar o terror que tantos tiveram de enfrentar, parte deles lá perdendo a vida.
Só se, quando caíam numa emboscada, perante o inferno das balas e dos roquetes, se limitavam a desviar-se desses projecteis, ou estavam protegidos por algum escudo divino que os dispensava de disparar, ou disparavam para o ar, para não matar.
Quanto ao acúmulo de pontos com vista à mudança de zona, que Lobo Antunes refere, nunca ouvi falar disso até ao início de 1968, ano em que regressei de Angola. De resto essa estratégia não fazia sentido, se tivermos em conta o que justificava a mudança. Mas muita desumanidade havia, e matar guerrilheiros indefesos e até mulheres e crianças, embora não fosse habitual, acontecia. Felizmente que isso nunca se deu com a companhia a que pertenci.
Dizer que as afirmações de Lobo Antunes são um ataque à Instituição Militar e uma ofensa «à alma da Portugalidade» é uma forma sub-reptícia de descredibilizar Lobo Antunes, o que não me parece de todo aceitável, porquanto as afirmações do médico escritor não deixam de conter pelo menos parte da verdade do que se passou naquele período negro da História de Portugal. E a verdade não deve ser escamoteada. Os nossos descendentes têm direito a conhecê-la.
De que terá receio Barroso da Fonte?
Sérgio O. Sá "
Sent: 10 de junho de 2018 15:32
Subject: Escrita mentirosa de António Lobo Antunes
"E quer o sujeito candidatar-se ao nobel.
António Lobo Antunes e a escrita mentirosa
Custa-me encontrar um título apropriado à escrita de António Lobo Antunes que, podendo ganhar dinheiro com a profissão de médico, prefere a escrita para envergonhar os portugueses. Talvez este início de crónica escandalize quem costume venerá-lo. Eu, por maior benevolência que para com ele queira usar não posso, nem devo. Por várias razões, algumas das quais vou enunciar. Porque não gosto de atirar a pedra e esconder a mão.
Este senhor foi mobilizado como médico, para a guerra do Ultramar. Nunca terá sabido manobrar uma G-3 ou mesmo uma Mauser. Certamente nem sequer chegou a conhecer a estrutura de um pelotão, de uma companhia, de um batalhão. Não era operacional mas bota-se a falar como quem pragueja. Refiro-me ao seu mais recente livro: Uma longa viagem com António Lobo Antunes.
João Céu e Silva pode reclamar alguns méritos deste tipo de escrita. Foi o entrevistador e a forma como transpõe as conversas confere-lhe alguma energia e vontade de saber até onde o entrevistado é capaz de levar o leitor. Mas as ideias, as frases, os palavrões, os impropérios, as aldrabices - sim as aldrabices - são de Lobo Antunes. Vejamos o que ele se lembrou de vomitar na página 391:
«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».
Penso que isto que deixo transcrito da página 391 do seu referido livro, se vivêssemos num país civilizado e culto, com valores básicos a uma sociedade de mente sã e de justiça firme, bastaria para internar este «escriba», porque todo o livro é uma humilhação sistemática e nauseabunda, aos Combatentes Portugueses que prestaram serviço em qualquer palco de operações, além fronteiras.
É um severo ataque à Instituição Militar e uma infâmia aos comandantes de qualquer ramo das Forças Armadas, de qualquer estrutura hierárquica e de qualquer frente de combate. Isto que Lobo Antunes escreve e lhe permite arrecadar «350 contos por mês da editora» (p. 330), deveria ser motivo de uma averiguação pelo Ministério Público. Porque em democracia, não deve poder dizer-se tudo, só porque há liberdade para isso. Essa liberdade que Lobo Antunes usou para enriquecer à custa o marketing que os mass media repercutem, sem remoques, porque se trata de um médico com irmãos influentes na política, ofendeu um milhão de Combatentes, o Ministério da Defesa, uma juventude desprevenida, porque vai ler estes arrotos literários, na convicção de que foi assim que fez a Guerra, entre 1961 e 1974. E ofende, sobretudo, a alma da Portugalidade porque a «aldeia global» a que pertencemos vai pensar que isto se passou na vida real nos finais do século XX.
Fui combatente, em Angola, uns anos antes de Lobo Antunes. Também, como ele fui alferes miliciano (ranger). Estive numa zona muito mais perigosa do que ele: nos Dembos, com operações no Zemba, na Maria Fernanda, em Nuambuangongo, na Mata Sanga, na Pedra Verde, enfim, no coração da guerra. Nunca um militar, qualquer que fosse a sua graduação ou especialidade, atirou a matar. Essa linguagem dos pontos é pura ficção. E essa de fazer cordões com orelhas de preto, nem ao diabo lembraria. E pior do que tudo é a maldade com que escarrou no seu próprio batalhão que tinha seiscentos militares e registou centena e meia de baixas...Como se isto fosse crível!
Se o seu comandante que na altura deveria ser tenente-coronel, mais o segundo comandante, os capitães, os alferes, os sargentos e os soldados em geral, lerem estas aldrabices e não exigirem uma explicação pública, ficarão na história da guerra do Ultramar como protagonistas de um filme que de realidade não teve ponta por onde se lhe pegue.
Em primeiro lugar esta mentira pública atinge esses heróicos combatentes, tão sérios como todos os outros. Porque não há memória de um único Batalhão ter um décimo das baixas que Lobo Antunes atribui àquele de que ele próprio fez parte. É preciso ter lata para fazer afirmações tão graves sobre profissionais que para serem diferentes deste relatório patológico, basta terem a seu lado a Bandeira Portuguesa e terem jurado servi-la e servir a Pátria com honra, dignidade e humanismo.
Não conheço nenhum desses seiscentos militares que acolheram António Lobo Antunes no seu seio e até trataram bem a sua mulher que lhes fez companhia, em pleno mato, segundo escreve nas páginas 249 e 250. Mereciam eles outro respeito e outros elogios. Porque insultos destes ouvimos e lemos muitos, no tempo do PREC. Mas falsidades tão obscenas, nem sequer foram ditas por Otelo Saraiva de Carvalho, quando mandou prender inocentes, com mandados de captura, em branco e até quando ameaçou meter-me e a tantos, no Campo Pequeno para a matança da Páscoa. Estas enormidades não matam o corpo, mas ferem de morte a alma da nossa Epopeia Nacional.
Barroso da Fonte "
PS de Cor. Manuel Bernardo
Não li o livro em causa. No entanto, dada a consideração que me merece este Combatente, fundador da Associação dos Combatentes do Ultramar, ousei realçar algumas frases e difundir para maior audiência na net, afim de tentar recolher opiniões de alguns dos 600 militares que este escritor refere… Assim, os “negritos” foram por mim aplicados e são da minha responsabilidade.
Do Portugal Club:
Não li, nem vou perder tempo em ler nenhum livro de autoria desse "cobardolas\traidor" de nome "António Lobo Antunes"; a entrevista dele á RTP por ocasião do lançamento do 1º livro dele, me deu ansias de vómito. Eu Lutei por... , e doei meu suor a minha Pátria Portugal com muita satisfação e orgulho, . Escutar ou ler algo que venha de anti-portugueses, a mim me dá nojo. Casimiro
AO QUE CHEGOU A LIBERDADE DE EXPRESSÃO !!!!!
Recebi novamente este aviso sobre a escrita mentirosa - para que não esqueça
Outro "artista encartado" que, graças às sortidas protecções e apadrinhamentos de que goza (ao mais alto nível!!!), se permite manchar a honra do País, dos Antigos Combatentes - de quem muito bem lhe dá na real gana
Não haver um coração bondoso e pio que lhe possa dar umas merecidas galhetas - que tal um dos manos, dos bem aconchegados ao poder?!...
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