Não passou despercebida a data a véspera de S. João. A Vida, por vezes não nos deixa angariar tempo para por em escrita os nossos pensamentos
O S. João -ao tempo, as tradicionais fogueiras junto dos arraiais populares não tinham a proibição do dias de hoje- estávamos em 1969. Não havia rua, bairro o lugar que não tivesse orgulho na sua fogueira. A lenha arrebanhava-se muito tempo antes para ser queimada nos festejos dos santos populares. Assim era.
Mas, sobre a tropa, era então, assim:
O Exército Português mandava para as colónias de então os seus mancebos com seis meses de incorporação nas fileiras – muito pouco tempo para a aprendiz agem da guerra de guerrilha com que se iriam confrontar.
Antes de chegarem a África, faziam um “tirocínio” de pouco mais de uma semana em “ambiente operacional”, assim lhe chamavam – IAO, o que significava na teoria a Instrução de Ambiente Operacional. Não passava de pouco mais que uma “semana de campo” como se fazia no final das recrutas ou das especialidades.
Nessa véspera de São João, nesse ano do nosso embarque para Angola – 1969 - calhou a caminhada do Porto Brandão, onde a maior parte do BCAC2877 esta acantonado, para as matas do Pinhal do Rei, junto da então e da actual Fonte da Telha, praia e local de pesca artesanal, que ainda o é hoje.
Por aí fora, fomos nós, de noite, com o calor próprio de então, suores quentes do ambiente e suores frios por desconhecermos para e porque íamos.
Foi uma noite, uma caminhada que mais não serviu para nos mentalizar para o embarque que viria a acontecer a 12 de Julho desse anos de 1969.
Não vivemos de recordações. Mas que elas surgem nas nossa mentes, isso surgem
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