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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Regimento de Infantaria 6 - Porto

Para alem de outras lembranças trazidas à memória pelo dia de Santo António que hoje se comemora, recordamos aqui a nossa passagem pelo RI 6 - Porto.
O exercito sempre teve a faculdade de nos começar a mentalizar para a ida à guerra, mesmo muito antes do nosso ingresso nos serviço militar.  Depois da inspecção, sempre se ficava uns tempos à espera da incorporação. Depois finalmente tal acontecia.
Para que vivia na periferia de Lisboa, foi normal ter sido colocado em Tavira a  trezentos e tantos quilómetros de casa. Por seis meses, pois foi a recruta e a especialidade.
Nada melhor que continuar nas Caldas da Rainha, mais cento e tantos quilómetros de distância.
Como se isso não bastasse, em Março de 1969 passamos a fazer parte da equipa do RI 6 que preparava mais uma fornada de militares para a Guerra de África, por aí ficamos até ao inicio de Junho, onde finalmente chegamos ao Porto Brandão, ali na margem sul do Tejo, num antigo quartel que serviu de poiso a uma bateria de artilharia anti-aérea que servia de protecção a Lisboa.
Voltando ao RI 6, que tem como base esta nossa mensagem, pois foi aí que tivemos contacto com muitos dos companheiros   com quem fizemos a viagem para África.
No RI 6 era dada a instrução aos soldados, muitos deles que chegaram a pertencer ao PELREC, alguns cabos milicianos que seguiram connosco no BCAC2877 e até um aspirante miliciano sapador que desertou antes do embarque.
Foi um companheiro que perdemos a partir dai o seu rasto.
Numa noitada pelas ruas do Porto em que ele nos acompanhou, todos bebidos de alguma forma, algures num jardim do Porto, a caminho do quartel e em horas tardias, sacou dum pedaço de papel que tinha sido uma das toalhas que cobriram uma das mesas duma tasca por onde passámos, e sentado sobre o encosto dum banco de jardim recitou um enorme e bem urdido poema.
Foi o último contacto com aquele camarada.
Foi chamado para Lamego, como era hábito na altura, para uma especialização em minas e armadilhas e de lá não voltou mais à tropa. Desertou

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Passos Coelho esqueceu-se dos antigos combatentes

Os combatentes, enquanto tal, vivos ou mortos, tem que merecer o respeito e a consideração do Estado ou da Nação que honraram  com o seu labor, com as cores do seu uniforme e com a força da sua arma.  Vencidos ou derrotados, merecem o mesmo respeito. Aliados ou inimigos igualmente tem que merecer o respeito de cada uma das partes que se defrontaram.  Mesmo no terreno do inimigo e passados tantos anos depois da guerra ter acabado, uns e outros merecem igual consideração. Não se percebe o esquecimento de Passos Coelho e de Paulo Portas que  sendo muito mais "nacionalista" que o Primeiro Ministro, nem sequer se manifestou em actos e muito menos em palavras.  https://www.facebook.com/zauevua.angola

Passos Coelho em Moçambique

Esqueceu-se dos combatentes  portugueses que morreram e estão sepultados em Moçambique
Email recebido e que a ser verdade, este menino não mereceu outra coisa que ser denunciado pela actitude.
"
Passos Coelho em Moçambique
UMA VERGONHA…
Vejam a carta (e-mail) de Luís Bento, ex-combatente, depois da foto.
Uma vergonha o que estes fulanos do Governo fizeram e fazem...
Mais uma vez os nossos ex-combatentes foram humilhados e IGNORADOS !!!
Recado para o Sr. Coelho de Massamá e restante séquito governamental.
Fui um dos Portugueses que votou em si para Primeiro-Ministro de Portugal.
Estou desiludido com V.Exa.
Não se pense porque me tirou na reforma ou porque está dificultando brutalmente a vida dos Portugueses.
Nada disso!
Isso são "situações" que terá de resolver, para tanto candidatou-se, voluntariamente, a essa tarefa.
Sabia para o que ia!
Cumpra!
Acabo de ler algures que V.Exa. depositou, em Maputo, um ramo (coroa) de flores em homenagem aos guerrilheiros da independência de Moçambique, especialmente a Josina Machel.
É verdade?
Muito bem!!
Como sabe em Maputo há dois cemitérios com militares Portugueses mortos em combate, que dignificaram as suas vidas morrendo em defesa da Pátria Portuguesa.
Pensou, durante um brevíssimo segundo, neles?
Referiu essa efeméride?
Esqueceu-se?
Ou teve respeitos humanos?
Colocou uma simbólica rosa em memória desses seus compatriotas?
Preocupou-se em saber a indignidade que revelam as suas campas? (CEMITÉRIO COMPLETAMENTE ABANDONADO)
Claro, que não!
Estou envergonhado perante a memória desses meus ex-camaradas militares, com a sua atitude (ou falta dela), Senhor Primeiro-Ministro!
Estou certo que Portugal lamenta !
Não esqueceremos V.Exa(?) na hora da próxima votação.
Luís Bento
ESTES MENINOS QUE NEM À TROPA FORAM NÃO SABEM O QUE SIGNIFICA A PALAVRA PATRIOTISMO."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Natal e Páscoa na Guerra

Para quem não tinha fonte de inspiração filosófica uma qualquer religião, mesmo longe dos seus entes mais queridos e  da sua santa terrinha como se costuma dizer, a passagem pela guerra e por África, nada acrescentou ou diminuiu aos seus sentimentos.
Nos últimos dias tenho voltado a ler algumas passagens do livro "Zau Évua terra de ninguém sitio de vivências" escrito pelo nosso antigo companheiro da CCAC105  que esteve em Zau Évua um ano depois da nossa saída onde relata a passagem destas datas, adornadas com os conhecimentos da matéria e muito bem bem explicadas
Aí em diversas passagens daquele livro faz referências às datas festivas - Natal e Páscoa.
Recordo que por essas festas, quando o capelão se encontrava em Zau Évua certamente que os ofícios religiosos que a cada uma daquelas datas correspondia, eram oficiados.
Lembro bem as ceias de Natal onde se juntava toda a tropa e o manjar era o nosso conhecido  bacalhau cozido, que vinha da Metrópole em embalagens de zinco envolvidas em caixotes de madeira, condimentado com cal para não se estragar.
Pela Páscoa, não tenho memória, talvez porque já passaram tantos anos e a memória já começa a esgotar-se, que tenha havido alguma comemoração especial, para além da missa.
Talvez um rancho um pouco melhorado no Domingo, com carne de burro do mato ou pacaça.  Mas, nada disso era novidade, porque essa ementa à base da carne de caça era afinal a do nosso dia a dia.
A Guerra também embrutece a alma e o alimento do espírito, nessas datas e nesse tempo, ficaram muito para trás.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

segunda-feira, 28 de maio de 2012

RETALHOS da nossa vida em Zau Évua

Com as novas tecnologias que introduziram na maquinaria um sem número de novas funções, quase que hoje não se é obrigado a carregar no botão para colocar um engenho doméstico em funcionamento.
Isto a propósito das máquinas de lavar roupa - cada vez mais modernas e sofisticadas.
Mas que tem a ver esta conversa com Zau Évua ou com o Bcac2877?
Tem a ver e muito.
Então passemos a contar o que se passava com a lavagem da minha roupa durante os dois anos de campanha.
Fui sempre eu que tratei da minha roupa meu companheiro de quarto, o Adelino,  rádio montador de profissão na Guerra, arranjámos uma máquina de lavar que  era composta pelos seguintes elementos: uma celha de madeira, feita dum antigo barril de vinho cortado a mais ou menos 3/4, um sistema de colocação de detergente manual ( colocava-se o detergente à mão dentro da celha e mexia-se durante algum tempo para dissolver o detergente),  a roupa metida de seguida na celha e mexia-se bem com um centrifugador composto pelas nossas mãos e deixa-se em repouso  até ao dia seguinte, normalmente pela hora do almoço.
Nessa altura, colocava-se a celha no centrifugador,  debaixo do chuveiro, passava-se a roupa por água limpa  e punha-se a secar, junto ao arame farpado.
Havia dias em que o calor era tanto que ao fim da segunda ou terceira ida ao arame farpado, já trazíamos a primeira peça de roupa por se encontrar seca.
E assim era  a nossa máquina de lavar roupa no Zau Évua

terça-feira, 22 de maio de 2012

Caixa de música

Naquele tempo já havia a loja do chinês em Luanda e era aí que se
compravam algumas "prendas" quando do regresso ao "puto". Aqui lhes
deixamos foto de um exemplar de "caixa de música" que se usava na
altura para a guarda de jóis e outros pequenos utensílios

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Hospital Militar

Acabaram os diversos Hospitais Militares, pois já não era sem tempo.
Os milhões de Euros que se foram por ali gastando em tempos de paz.

para quem passou pela Guerra de África, como ex-combatente e com maselas fisicas ou psicológicas será que a partir de agora pode ser consultado num dos 2 hospitais?
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