domingo, 22 de novembro de 2009

Angola - 40 anos depois

Pensamentos
Se estivessemos em 1970 estaríamos a pensar que ainda faltariam mais de ano e meio para voltarmos a casa.
Bem, e quando estavamos em 1971, já íamos riscando nos calendários os dias que faltavam para o regresso.














12 JULHO 1969


40 ANOS


PARTIDA


ANGOLA- Tomboco-Lufico-Quiximba-Zau Evua - Quiende

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tomboco - férias





A iniciativa privada dá mostras de vitalidade.  Aqui lhes deixamos um contacto para quem quizer ir passar umas férias ao Tomboco.
Passados todos estes é interessante para quem por lá andou ou passou, ler este pedaço de prosa que dá uma ideia de como as coisas se estão a passar por aquelas bandas.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Bcac2877








Pelotão do Jose Fernandes
Foto remetida pelo Antonio Fernandes

Antonio Fernandes e Bras Gonçalves


O Antonio Fernandes com o editor do Blog do BCAC2877

Um encontro entre dois antigos companheiros de guerra é sempre agradável. Contaram-se algumas histórias das muitas passadas em Angola  - umas agradáveis, outras nem tanto.  Sempre vem a lume alguma desgraça passada.  Durante a nossa estadia não foram muitas, mas sempre aconteceram algumas e, passadas com companheiros mais próximos, a sua recordação não deixa de aparecer.
Na companhia da esposa do Fernandes e do seu neto, passamos um bom bocado do dia de S. Martinho, recordando com umas castanhas e um vinho, ambos genuinamente portugueses, aquele dia de tanta tradição em Portugal. Ficou combinado para novo encontro quando da sua visita a Portugal, porque isto de ir à Suiça, mesmo para visitar um antigo companheiro de guerra, sai muito mais fácil e barato, fazendo-o em Lisboa, na Suiça ( mas na pastelaria situada no Rossio)

Antonio Vargas - BCAC2877 - Angola

PROCURA-SE

António Vargas

O nosso antigo companheiro António Fernandes pede a que souber do paradeiro e morada do António Vargas o favor de nos contactar

sábado, 14 de novembro de 2009

Zau Évua - Pelotão da "ferrugem"


Com um abraço de agradecimento ao António Fernandes que nos "ofereceu" esta foto e que com muita alegria a colocamos no Blog, para revermos a cara (ao tempo) de muitos dos nossos antigos companheiros.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Agradecimento

Na saida de Geneve onde o editor do Blog passou uns dias, o agradecimento ao Antonio Fernandes e sua esposa pela cordialidade que colocaram na recepcao em sua casa, onde comemos umas castanhas e bebemos um vinho, no dia de S Martinho.
Houve ainda oportunidade para reviver algumas historias passadas em Äfrica o que fez com que esses momentos ainda tivessem sido melhor passados.
A ajuda que nos deu nos transporte de para o Aeroporto, significa a entreajuda que estä presente a todo o momento entre os antigos companheiros.
Uma abraco de agradecimento ao Antono Fernandes, antigo Condutor do "pelot$ao da Ferrugem" em Zau Evua.
Tivemos pena de nao terencontrado aui outro nosso antigo companheiro - O SOBA, como era conhecido e que por aqui em Geneve continua a trabalhar
Voltaremos a falar sobre as historias que nos contou em proximos postes.
Um abraco

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quiende - Norte de Angola - 1971


Outra foto que nos foi oferecida por Fernando Silva da CCAÇ que foi rendida pela CCAÇ2543/Bcaç2877

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Quiende - Angola -1971




Aquartelamento do Quinde - confraternização
(Foto cedida pelo nosso companheiro José da Silva: Envio-lhe estas fotos do quiende, que me foram endereçadas por um companheiro da companhia que fomos substituir quando saímos de Zauevua ,se achar que ajuda nalguma coisa para o bloog utilize, eu só quero colaborar. Um abraço do JSilva "

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Zau Évua

Zau Évua - quem passou por lá, (1972) conta assim algumas das suas vivências

""Pois bem mano, irei seguindo as pisadas que neste teu blog vais deixando. E ao verificar mais este caminho, não poderei de nele deixar de caminhar. Como bem o sabes o meu percurso geográfico militar foi bastante diferente do teu. Não estive em Cabinda e na frondosa e quase inexpugnável floresta do Maiombe, como bem o relatas, mas sim em Zau-Évua, que na linguagem indígena local queria dizer 9 ELEFANTES, nº esse de elefantes que numa grande caçada em tempos bem remotos tinham sido abatidos pelos habitantes que outrora tinham habitado aquela zona e o local foi, devido a essa grande façanha, baptizado com o nome de Zau-Évua. Pois Zau-Évua ficava na linha Ambrizete/S.Salvador do Congo e ERA uma TERRA de ninguém. Um autentico deserto de vivalma, completamente isolada e com bastantes montanhas e capim. Um aquartelamento feito para acolher um batalhão ( 4 companhias mais o restante pessoal auxiliar) e apenas a CCAÇ 105/72 lá estava. Um autentico degredo. Contarei tb um episódio que agora considero "pitoresco", mas que na altura não foi. » Na primeira saída voluntária que fiz para uma patrulha de quatro dias, levei comigo, entre outras coisas, um cambalhotas ( aquele desdobrável em três e de espuma que por vezes se levava para a praia), dois alvos lençois e um pequeno travesseiro. Ainda não tinha perfeita consciência da razão da vida militar, da razão de para ali ter sido mandado, o que é que lá estava a fazer, etc.,etc.. Então logo que a noite "desceu" e tivemos ordem para acampar, aqui o rapaz, todo lampeiro, "escolhe" o melhor sitio possivel, abre e estende o cambalhotas, lençol por baixo, lençol de branco imaculado por cima, e toca a pensar em deitar-me (todo vestido e calçado). Ainda estava eu a pensar no deleite de uma noite deitado no mato com as estrelas por cima quando reparei que o pessoal estava com os "olhos esbugalhados" (embora fosse noite "via-se" o espanto nos seus olhares), a chamar o alferes que comandava o grupo e foi o bom e o bonito. Lançaram-se em cima dos lençois, rasgando-os em tiras, o cambalhotas andou aos trambolhões e eu feito "parvo" a ver aquela "fúria" toda. Conclusão, fiquei de castigo com dois turnos seguidos de guarda, embora mais tarde soubesse que aquilo havia sido apenas diversão, pois tinha um outro de guarda no segundo turno para o caso de eu adormecer. Ou seja, eu tinha estado a preparar-me para ser um perfeito alvo nocturno, sem que o "IN" precisasse de binóculos infravermelhos para localização. Foi um pagode nos dias que se seguiram e quando chegamos ao aquartelamento «. Mas Zau-Évua também foi um sitio de vivências. Um abração.   " Posted by: Leão.Verde at maio 16, 2005 11:20 PM

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Zau Évua


Conhece-se bem a Capela ao fundo
Do nosso companheiro Leão Verde que esteve em Zau Evua em 1972

domingo, 1 de novembro de 2009

O Ribatejo - Jornal onde o Dr José Niza tem uma coluna de opinião

Aqui deixamos a quem possa interessar um t4exto de opinião que pessoa amigo e ribatejana nos fez chegar, sabendo que Jose Niza tinha sido nosso médico em Angola



Praxes académicas: Quando, em 1949 – já lá vão uns anitos! – entrei como caloiro para o liceu de Santarém, fui recebido pelos veteranos com a terna autoridade dos brandos costumes: inocentes brincadeiras, pequenas malandrices e nada de humilhações ou violências.
Mas quando em 1956 fui estudar medicina para Coimbra, as praxes académicas humilhavam, ofendiam e violentavam. Entre outras sevícias havia as trupes, o rapar dos cabelos, o levar com uma colher de pau nas unhas e nos dedos. Sempre achei estas praxes uma estupidez, um abuso e uma violência dos mais velhos sobre os mais novos.
Do pôr do sol até ao nascer do dia os caloiros não podiam andar na rua. E, se a isso se aventurassem, arriscavam-se a ficar carecas. Lembro-me de uma vez em que fui ao cinema à noite e, lá fora, uma trupe aguardava os caloiros desprevenidos. Para não ficar sem cabelo abriguei-me no cinema até ao raiar do sol.
Na minha República, a Baco, quando ascendi a Baco-Mor (o mais antigo da casa) acabei com as praxes. Uma das “brincadeiras” que antes lá se faziam aos caloiros era esta meiguice: o Higino Faria – que depois foi médico por estes ribatejos – era caçador. E, com a sua espingarda de calibre 12, apontava à caloirada e disparava. Só depois do gigantesco susto é que eles percebiam que os cartuchos eram de pólvora seca!
Há tempos, na Escola Superior Agrária de Santarém, uma caloira foi humilhada e conspurcada com fezes de animais. Tudo acabou em tribunal. E, ao que julgo, com uma justa condenação. O que, mesmo assim, não impediu que alguns docentes da instituição achassem naturais e pedagógicas as violências a que a rapariga tinha sido submetida.
Mais recentemente foi conhecido o que em matéria de praxes, tradições e maus costumes, se passava no Colégio Militar. Alunos agredidos pelos mais velhos. Castigos corporais. Públicas humilhações. Um aluno com um tímpano furado por um murro. O director do Colégio confessou que, só no ano lectivo de 2008, tinham sido aplicadas 600 punições!
Como é que tudo isto é possível no século XXI?!
Como é que “isto” ainda é aceite por uma significativa percentagem de pais que acham ser esta a melhor maneira de educar os seus filhos para a vida?
Como é que directores de escolas e professores pactuam com estas práticas e até em alguns casos as defendem e estimulam?
Praxes políticas: Mas há também as praxes partidárias. Muito em voga, sobretudo no PSD.
Como é sabido – e neste partido é tradição – os seus presidentes mudam com maior frequência do que os treinadores do Benfica. Uma vez eleitos, a todos acontece o mesmo: são transformados em “presidentes- caloiros”. E, sobre eles, começam a abater-se as praxes mais estapafúrdias e verrinosas: ainda não aqueceram o lugar e já lhes estão a fazer a cama.
Chega um qualquer Pacheco, barbudo e desgrenhado, e logo prediz que “aquilo” não tem ponta por onde se lhe pegue, e que ele é que sabe.
Chega o Marcelo e proclama que ele é que sabe, e que “aquilo” não tem ponta por onde se lhe pegue.
Chega o Santana – que ainda não percebeu que já não é Primeiro Ministro – e ameaça que vai andar à espreita.
Chega o Coelho, com pequenos passos, e avisa que ele é que vai ser, só não sabe é quando.
E chega, de Gaia, o Menezes aos gritos. E o Marques Mendes aos sussurros. E o João Jardim aos urros!
À caloira Manuela não deram descanso nem sossego: desde o momento inicial até ao dia dos exames, foi “praxada”. Não com bosta de boi, ou carecadas, mas com palavras, gritos, intrigas, traições, peixeiradas e protestos. Obrigaram-na a fazer comícios que ela não queria. Obrigaram-na a ir ao cabeleireiro todos os dias. E a aprender a sorrir para as televisões. Forçaram-na a aparecer nos cartazes a dizer “chegou a hora da verdade”. Mas a verdade que chegou não era a dela.
Agora querem pô-la de castigo. No quarto escuro onde já estão Nogueira, Mendes, Marcelo, Santana, Menezes, Relvas e Passos Coelho. Mas a cela está a ficar demasiado exígua para tanta gente. E o ar escasseia.

É a asfixia democrática.