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quinta-feira, 14 de junho de 2018

Guerra Colonial - Angola


"MARCAS PARA TODA A VIDA"

 NOME: Mário Brito Lopes IDADE: 54 anos 
COMBATE: Bembe, Totó e Caixto, no norte de Angola; 
Membro da Companhia 2693 
"Todas as guerras deixam fortes marcas para o resto da vida e, sem querermos, esses resquícios reflectem-se no nosso dia-a-dia. De 1970 a 1972 permaneci no norte de Angola, 27 meses em zona de mato, integrado na Companhia 2693 que foi alvo de várias emboscadas. Só por mera sorte elas não tiveram consequências mais graves. Porque a guerra colonial, tal como todas as outras guerras, são feitas para matar. Nunca mais esquecerei uma das emboscadas, em que tivemos de saltar do veículo em que seguíamos. Ainda me escondi por detrás de uma das rodas da viatura, e um dos disparos só não me atingiu por menos de um palmo. Nós respondíamos com fogo para dentro do mato, onde estariam os nossos inimigos, e é natural que alguns fossem abatidos. Depois de regressar da guerra de Angola, e durante longos anos, continuei a vivê-la de outra forma. Por exemplo, quando me encontrava a dormir e alguém me acordava, saltava precipitadamente da cama, como se fosse alertado para qualquer acto de combate. Mais: sempre que ouvia um estampido ou um tiro, mesmo de caçador, atirava-me logo ao chão naquele habitual instinto de defesa."

Ler mais em: https://www.cmjornal.pt/mais-cm/domingo/detalhe/memorias-do-inferno

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Eu, combatente , me confesso

Poema  camarada  ANTÓNIO FILIPE retirado da Internet


 Eu, Combatente, me confesso:
Se tu soubesses, Marcelo
O "pó" que comi na picada
A dor que trago no peito
Que me ficou entranhada...
Escusavas de ser Presidente
De discursar na Bancada...
Ignorar tão "Boa Gente"
Que comeu "pó" na picada
Se te entrassem na mente
Dores sofridas nos combates
Olharias bem mais de frente
Tais vitimas dos "disparates" !
Cumpridos...lá tanto atrás...
Transfigurados já dos embates
A Ti, pobre... já nem te apráz
Sequer...fazer os seus resgátes !
Que te sobra Marcelo fazer?
Em vez de passear só em vão...
Ir buscar um distante prazer...
Às campas enterradas do sertão
Ressuscitar..."Nobres Mortos"
A cujos calcanhares nem chegas...
Trazer contigo seus "Despojos"
Sem azedumes e sem invejas...
Poderás olhar bem de frente
Quem não te proclamou "Rei"
E ser "Rei" para toda a gente
Sem mácula alguma, eu sei...!
Faltam-te dar certos passos
Para cortares a nossa "Meta"
Deixar danças e compassos
Seres um verdadeiro "atleta"
Que busca "Medalhas de Ouro"
Para a nobre Pátria realçar
Esses sim...são o tal tesouro
Que a todos cabe resguardar...
Não engeitas a fama honrada Os proveitos são todos "vossos"...
Politicos... lá comem pela calada...
E "outros"... são os "Colossos"!
Acabar com a vergonhosa "Trampa"
Que inunda, desmedida, a Nação...
Deixar as fictícias "Luzes da Ribalta"
Aos palhaços...saber dizer Não e Não!
Poisar teus pés.. ainda a tempo..neste chão!!!
Desejo de, pelo menos... um Combatente!!!

Tentúgal, 11 de Junho de 2018

terça-feira, 12 de junho de 2018

OS Jovens do Prenda: Música de Angola ���������� (1984)

Antonio Lobo Antunes - escrita mentirosa

Aqui vos  deixo ao critério interpretativo   os textos abaixo, sobre o temas em questão.
Quem por lá passou pode certamente opinar sobre partes ou sobre todo o texto.
A liberdade de cada um  anda por aqui.

Email recebido dum ex-combatente  - Sergio O Sá - recebida por mensagem electrónica


"Não deixo para post-scriptum o que também aqui vou anotar. Decido fazê-lo já, sob pena de, lá no fundo, poder passar despercebido. 

Fico cada vez mais com a impressão, para não dizer com a certeza, de que há por aí muito boa gente que continua a tentar apagar da História o período correspondente à chamada Guerra do Ultramar, e sobretudo o que de trágico aconteceu entre as partes em conflito no âmbito dessa guerra. 
Tal intenção, característica das forças do poder e seus partidários da altura, é incompreensível, não faz sentido. A quem aproveitará a negação do que, nos diversos contextos operacionais, se passou de facto? 

Vem isto a propósito de mais um texto que me chegou, desta vez de autoria de Barroso da Fonte, criticando Lobo Antunes e a sua «escrita mentirosa». 

Não sou apreciador da obra de Lobo Antunes, não conheço o livro a que se refere Barroso da Fonte e não pretendo fazer de advogado do médico escritor. Mas entendo que Barroso da Fonte se excedeu nas suas apreciações. 

Se Lobo Antunes fala em «150 baixas» no seu batalhão, poderá não querer dizer 150 mortos, mas sim 150 elementos que, por força das circunstâncias da guerra, ficaram, por mais ou menos tempo e eventualmente para o resto da comissão, operacionalmente incapacitados. Aliás, já li noutro livro, “CARTAS DE GUERRA”, da Dom Quixote, uma frase sua a dizer: «126 baixas no batalhão que rendemos, embora apenas com 2 mortos». 
Mas Barroso da Fonte força a barra para contestar o escritor, atrevendo-se a afirmar que «não há memória de um único batalhão ter um décimo das baixas…». 
Será que Barroso da Fonte pensou no que escreveu? Um décimo são 15. Mas, já agora, 15 mortos ou 15 incapacitados? Mesmo que se refira a mortos, houve companhias que só elas tiveram quase esse número, quanto mais batalhões. 

Depois, atrever-se a dizer, para desacreditar o escritor, que «nunca um militar (…) atirou a matar», das duas uma: ou Barroso da Fonte andou por lá a passear, apesar de ter sido ranger, ou pretende minimizar as dificuldades por que passaram os milhares de combatentes e negar o terror que tantos tiveram de enfrentar, parte deles lá perdendo a vida. 

Só se, quando caíam numa emboscada, perante o inferno das balas e dos roquetes, se limitavam a desviar-se desses projecteis, ou estavam protegidos por algum escudo divino que os dispensava de disparar, ou disparavam para o ar, para não matar.

Quanto ao acúmulo de pontos com vista à mudança de zona, que Lobo Antunes refere, nunca ouvi falar disso até ao início de 1968, ano em que regressei de Angola. De resto essa estratégia não fazia sentido, se tivermos em conta o que justificava a mudança. Mas muita desumanidade havia, e matar guerrilheiros indefesos e até mulheres e crianças, embora não fosse habitual, acontecia. Felizmente que isso nunca se deu com a companhia a que pertenci. 

Dizer que as afirmações de Lobo Antunes são um ataque à Instituição Militar e uma ofensa «à alma da Portugalidade» é uma forma sub-reptícia de descredibilizar Lobo Antunes, o que não me parece de todo aceitável, porquanto as afirmações do médico escritor não deixam de conter pelo menos parte da verdade do que se passou naquele período negro da História de Portugal. E a verdade não deve ser escamoteada. Os nossos descendentes têm direito a conhecê-la.
De que terá receio Barroso da Fonte? 

Sérgio O. Sá "

Sent: 10 de junho de 2018 15:32
Subject: Escrita mentirosa de António Lobo Antunes 

"E quer o sujeito candidatar-se ao nobel. 

António Lobo Antunes e a escrita mentirosa
Custa-me encontrar um título apropriado à escrita de António Lobo Antunes que, podendo ganhar dinheiro com a profissão de médico, prefere a escrita para envergonhar os portugueses. Talvez este início de crónica escandalize quem costume venerá-lo. Eu, por maior benevolência que para com ele queira usar não posso, nem devo. Por várias razões, algumas das quais vou enunciar. Porque não gosto de atirar a pedra e esconder a mão.
Este senhor foi mobilizado como médico, para a guerra do Ultramar. Nunca terá sabido manobrar uma G-3 ou mesmo uma Mauser. Certamente nem sequer chegou a conhecer a estrutura de um pelotão, de uma companhia, de um batalhão. Não era operacional mas bota-se a falar como quem pragueja. Refiro-me ao seu mais recente livro: Uma longa viagem com António Lobo Antunes.
João Céu e Silva pode reclamar alguns méritos deste tipo de escrita. Foi o entrevistador e a forma como transpõe as conversas confere-lhe alguma energia e vontade de saber até onde o entrevistado é capaz de levar o leitor. Mas as ideias, as frases, os palavrões, os impropérios, as aldrabices - sim as aldrabices - são de Lobo Antunes. Vejamos o que ele se lembrou de vomitar na página 391:
«Eu tinha talento para matar e para morrer. No meu batalhão éramos seiscentos militares e tivemos cento e cinquenta baixas. Era uma violência indescritível para meninos de vinte e um, vinte e dois ou vinte e três anos que matavam e depois choravam pela gente que morrera. Eu estava numa zona onde havia muitos combates e para poder mudar para uma região mais calma tinha de acumular pontos. Uma arma apreendida ao inimigo valia uns pontos, um prisioneiro ou um inimigo morto outros tantos pontos. E para podermos mudar, fazíamos de tudo, matar crianças, mulheres, homens. Tudo contava, e como quando estavam mortos valiam mais pontos, então não fazíamos prisioneiros».
Penso que isto que deixo transcrito da página 391 do seu referido livro, se vivêssemos num país civilizado e culto, com valores básicos a uma sociedade de mente sã e de justiça firme, bastaria para internar este «escriba», porque todo o livro é uma humilhação sistemática e nauseabunda, aos Combatentes Portugueses que prestaram serviço em qualquer palco de operações, além fronteiras.
É um severo ataque à Instituição Militar e uma infâmia aos comandantes de qualquer ramo das Forças Armadas, de qualquer estrutura hierárquica e de qualquer frente de combate. Isto que Lobo Antunes escreve e lhe permite arrecadar «350 contos por mês da editora» (p. 330), deveria ser motivo de uma averiguação pelo Ministério Público. Porque em democracia, não deve poder dizer-se tudo, só porque há liberdade para isso. Essa liberdade que Lobo Antunes usou para enriquecer à custa o marketing que os mass media repercutem, sem remoques, porque se trata de um médico com irmãos influentes na política, ofendeu um milhão de Combatentes, o Ministério da Defesa, uma juventude desprevenida, porque vai ler estes arrotos literários, na convicção de que foi assim que fez a Guerra, entre 1961 e 1974. E ofende, sobretudo, a alma da Portugalidade porque a «aldeia global» a que pertencemos vai pensar que isto se passou na vida real nos finais do século XX.
Fui combatente, em Angola, uns anos antes de Lobo Antunes. Também, como ele fui alferes miliciano (ranger). Estive numa zona muito mais perigosa do que ele: nos Dembos, com operações no Zemba, na Maria Fernanda, em Nuambuangongo, na Mata Sanga, na Pedra Verde, enfim, no coração da guerra. Nunca um militar, qualquer que fosse a sua graduação ou especialidade, atirou a matar. Essa linguagem dos pontos é pura ficção. E essa de fazer cordões com orelhas de preto, nem ao diabo lembraria. E pior do que tudo é a maldade com que escarrou no seu próprio batalhão que tinha seiscentos militares e registou centena e meia de baixas...Como se isto fosse crível!
Se o seu comandante que na altura deveria ser tenente-coronel, mais o segundo comandante, os capitães, os alferes, os sargentos e os soldados em geral, lerem estas aldrabices e não exigirem uma explicação pública, ficarão na história da guerra do Ultramar como protagonistas de um filme que de realidade não teve ponta por onde se lhe pegue.
Em primeiro lugar esta mentira pública atinge esses heróicos combatentes, tão sérios como todos os outros. Porque não há memória de um único Batalhão ter um décimo das baixas que Lobo Antunes atribui àquele de que ele próprio fez parte. É preciso ter lata para fazer afirmações tão graves sobre profissionais que para serem diferentes deste relatório patológico, basta terem a seu lado a Bandeira Portuguesa e terem jurado servi-la e servir a Pátria com honra, dignidade e humanismo.
Não conheço nenhum desses seiscentos militares que acolheram António Lobo Antunes no seu seio e até trataram bem a sua mulher que lhes fez companhia, em pleno mato, segundo escreve nas páginas 249 e 250. Mereciam eles outro respeito e outros elogios. Porque insultos destes ouvimos e lemos muitos, no tempo do PREC. Mas falsidades tão obscenas, nem sequer foram ditas por Otelo Saraiva de Carvalho, quando mandou prender inocentes, com mandados de captura, em branco e até quando ameaçou meter-me e a tantos, no Campo Pequeno para a matança da Páscoa. Estas enormidades não matam o corpo, mas ferem de morte a alma da nossa Epopeia Nacional. 

Barroso da Fonte "

PS de Cor. Manuel Bernardo
Não li o livro em causa. No entanto, dada a consideração que me merece este Combatente, fundador da Associação dos Combatentes do Ultramar, ousei realçar algumas frases e difundir para maior audiência na net, afim de tentar recolher opiniões de alguns dos 600 militares que este escritor refere… Assim, os “negritos” foram por mim aplicados e são da minha responsabilidade.
Do Portugal Club:
Não li, nem vou perder tempo em ler nenhum livro de autoria desse "cobardolas\traidor" de nome "António Lobo Antunes"; a entrevista dele á RTP por ocasião do lançamento do 1º livro dele, me deu ansias de vómito. Eu Lutei por... , e doei meu suor a minha Pátria Portugal com muita satisfação e orgulho, . Escutar ou ler algo que venha de anti-portugueses, a mim me dá nojo. Casimiro
AO QUE CHEGOU A LIBERDADE DE EXPRESSÃO !!!!!
Recebi novamente este aviso sobre a escrita mentirosa - para que não esqueça
Outro "artista encartado" que, graças às sortidas protecções e apadrinhamentos de que goza (ao mais alto nível!!!), se permite manchar a honra do País, dos Antigos Combatentes - de quem muito bem lhe dá na real gana
Não haver um coração bondoso e pio que lhe possa dar umas merecidas galhetas - que tal um dos manos, dos bem aconchegados ao poder?!... 

----- Fim de mensagem reenviada -----

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Ex-Combatentes - Homenagem


10 Junho de 2018



A Liga dos Combatentes e a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) pediram hoje ao Governo mais apoios sociais e na área da saúde, alertando para o muito que há por fazer pela sua "dignidade e inclusão".

"É uma pena que Portugal, e quem nos representa, não sinta que ainda há tanto a fazer pela dignidade, pela inclusão de todos os cidadãos que lutaram de uma forma abnegada, com espírito de sacrifício e no cumprimento do serviço militar obrigatório. Os nossos representantes continuam sem responder a muitas das necessidades que são sentidas por todos os quantos lutaram", afirmou aos jornalistas Carlos Fanado, da ADFA.

Este responsável associativo, que falava após a cerimónia do 25.º Encontro Nacional dos Combatentes, que decorreu junto ao monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, Lisboa, reivindicou mais ajudas na área da saúde para quem lutou em nome do país.

"A nossa média de idade está nos 70 anos, cada vez estamos mais doentes, com mais problemas, com mais necessidades de apoios em termos de ajudas técnicas. O Hospital das Forças Armadas não responde às nossas necessidades. Para marcarmos uma consulta estamos às vezes meses à espera. Há muita falta de cuidados de saúde ainda", denunciou.

Carlos Fanado criticou também o Decreto-Lei 503 que, segundo o próprio, equipara os ex-militares feridos em teatros de guerra a funcionários públicos.

"Têm reformas de funcionalismo público, reformas de 20, 30, 40, 50 euros. Pessoas com grandes deficiências. Desculpem a minha revolta, mas isto é uma vergonha de todos os portugueses e de Portugal", acusou o responsável da ADFA.

Carlos Fanado lembrou ainda que há ex-militares, conhecidos como "milícias", que lutaram ao lado dos portugueses no Ultramar que "não tem nenhum apoio", recordando também que há processos relacionados com o stress pós-traumático a aguardar resposta "há 15 anos".

Questionado se o Governo tem dado respostas a estas questões, o dirigente associativo lamentou as promessas não cumpridas ou adiadas.

"Eles [Governo] prometem, mas a verdade é que as coisas não avançam. E o próprio senhor Presidente da República esteve há muito pouco tempo na nossa associação, no lançamento do livro sobre os nossos 40 anos, e ele próprio reconheceu que merecíamos maior respeito por parte da nação portuguesa", vincou Carlos Fanado da Associação dos Deficientes das Forças Armadas.

O Presidente da República, que assinalou o 10 de Junho nos Açores, enviou uma mensagem escrita que foi lida pelo presidente da Comissão Executiva das comemorações do 25.º Encontro Nacional dos Combatentes, tenente-general Carlos Carvalho dos Reis.

"Saibamos saudar e homenagear, através da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, aqueles que mais sofreram na guerra de África, os nossos deficientes das Forças Armadas, a quem é da maior justiça que a pátria saiba respeitar concedendo-lhes as ajudas mais do que merecidas", apelou Marcelo Rebelo de Sousa, na sua mensagem.

O presidente da Liga dos Combatentes (LC) também pediu mais apoios sociais e na área da saúde, lembrando que essas "são necessidades dos combatentes" que têm apenas um estatuto: "morrer se necessário pela pátria".

Em declarações aos jornalistas, o tenente-general Chito Rodrigues, apelou à Assembleia da República que altere "muito rapidamente" a lei 03/2009, relativa ao complemento de pensão dado a quem "esteve na guerra", que equivale a 76 euros por ano.

"Era uma lei em que os combatentes recebiam algo de acordo com o sacrifício, aplicando uma determinada fórmula e, passados sete anos, alteraram para a lei 03/2009 e transformaram o complemento de pensão em algo que envergonha quem o estabeleceu ou calculou e envergonha quem o recebe", sublinhou o presidente da LC.

Outra das reivindicações prende-se com as "reformas de pobreza" recebidas por ex-combatentes.

"Um dos objetivos da Liga dos Combatentes é que realmente aos combatentes, que sacrificaram parte da sua vida ao serviço do país, que essa Assembleia da República reconheça e lhes dê, pelo menos, o vencimento mínimo", pediu o tenente-general Chito Rodrigues

Quiximba

Os políticos de hoje e a maioria dos nossos Coronéis e Generais também já não sabem o que foi a Guerra do Ultramar


Zau Évua

Deviam passar uns meses em locais como estes, sempre na expectativa de serem atacados

sábado, 9 de junho de 2018

10 de Junho de 2018 - Açores



Estes tempos já passaram



Hoje nos Açores

Após cerca de 15 minutos de banho, o chefe de Estado tirou dezenas de fotografias com outros banhistas e elogiou a temperatura da água, “nos 21, 22 graus”, acima dos 14 com que tomou “nas últimas vezes” no continente.
As comemorações do 10 de Junho, que se prolongam até segunda-feira entre os Açores e os Estados Unidos da América, começaram hoje em Ponta Delgada, com o Presidente da República e o primeiro-ministro juntos desde o final da tarde.
O Presidente da República está desde cerca das 17:30 locais no Palácio de Sant’Ana para a apresentação de cumprimentos pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, seguindo-se uma receção comemorativa do 10 de Junho, oferecida pelo presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, e onde já estará presente o primeiro-ministro, António Costa.

Juntos, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa assistirão, já à noite, a um concerto na igreja paroquial de São José e a um espetáculo de fogo de artifício, os dois últimos pontos da agenda de hoje das comemorações oficiais do 10 de Junho, que só vão terminar na segunda-feira, nos Estados Unidos, com passagens por Boston e Providence.
Em 2016, ano em que tomou posse como chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa lançou um modelo inédito de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, acertado com o primeiro-ministro, em que as celebrações começam em território nacional e se estendem a um país estrangeiro com comunidades emigrantes portuguesas.
Nesse ano, o Dia de Portugal foi celebrado em Lisboa e Paris e, em 2017, no Porto e nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo.
Este ano, cabe aos Açores, mais concretamente a Ponta Delgada, receber a primeira parte das comemorações, viajando depois o Presidente da República e o chefe do executivo para os Estados Unidos, país onde vivem cerca de 1,4 milhões de portugueses e luso descendentes, estimando-se que 70% sejam de origem açoriana.
Contudo, será ainda em Ponta Delgada, no domingo, que se fará a tradicional Cerimónia Militar Comemorativa do Dia de Portugal, que contará com a participação de mais de mil militares dos três ramos das Forças Armadas.




Imagens da Internet do 10 de Junho de 1969

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta sexta-feira que as comemorações de 2018 do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesa vão ser nos Estados Unidos da América.
"Para o ano vamos ter uma grande festa, porque o 10 de Junho vai ser nos Estados Unidos da América", afirmou o chefe de Estado, adiantando que "vai "passar por vários sítios onde há comunidades açorianas que nunca mais acabam".
Marcelo Rebelo de Sousa deu conta das comemorações do 10 de Junho do próximo ano nos Estados Unidos depois de ter tirado uma fotografia com um casal de emigrantes açorianos radicados em Boston, naquele país, no decorrer do almoço que reuniu mais de mil idosos na Praia da Vitória, na Terceira, ilha onde hoje cumpre o segundo dia de deslocação aos Açores.
Questionado pela Lusa sobre quando visitará a diáspora açoriana, o chefe de Estado adiantou que será já no próximo ano, no Dia de Portugal, que, num modelo inédito, comemorou com as comunidades portuguesas em Paris, em 2016, e este ano comemorará no Brasil.
Segundo a Direção Regional das Comunidades, que cita dados dos últimos censos norte-americanos, a comunidade portuguesa nos Estados Unidos é de cerca de 1,4 milhões de pessoas, estimando-se que 70% seja de origem açoriana.
Não obstante estar representada em todos os estados daquele país, a comunidade açoriana é mais expressiva na Califórnia, Massachusetts e Rhode Island.
Entre 1960 e 2014, saíram da região com destino aos Estados Unidos 96.292 emigrantes, informou a Direção Regional das Comunidades.

10 de Junho - ex-combatentes

Centenas de ex-combatentes do Ultramar juntam-se em Lisboa, na tradicional cerimónia do 10 de Junho


Todos os anos será assim no 10 de Junho

sexta-feira, 8 de junho de 2018

10 de Junho de 2017

2017

O Presidente não tem dúvidas: "Devemos-lhes muito. São uns heróis. São um exemplo" ( Em 10 de Junho de 2017)

O Presidente da República considerou hoje que o país deve muito aos ex-combatentes, elogiando-os como heróis, após quebrar o protocolo, cumprimentando antigos militares da guerra do Ultramar e populares que assistiram às celebrações do 10 de Junho no Porto.

"Devemos-lhes muito. São uns heróis. São um exemplo [para os jovens]. É uma homenagem às Forças Armadas portuguesas", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no meio da multidão que o envolveu no fim da cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, justificando por que motivo cumprimentava toda a gente que o abordava.

"Mande-me isso lá para Belém", atirou, entretanto, o chefe de Estado, em resposta ao pedido de um antigo combatente que o abordou junto da viatura onde Marcelo entrou em direção ao aeroporto, para apanhar um avião para o Brasil, onde ainda hoje, e no domingo, prosseguem as celebrações Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

"Grande Presidente!", "Presidente, dê-me um beijo" e "Presidente, tire uma fotografia comigo" foram algumas das interpelações feitas pelas centenas de pessoas que assistiram às celebrações de hoje, junto ao Molhe, na Foz do Porto.

No fim da cerimónia militar comemorativa desta manhã, Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou os ex-combatentes da guerra do Ultramar, que tinham participado no desfile das várias Forças em Parada, e rapidamente foi rodeado por antigos militares e civis, caminhando "abraçado" por populares até à viatura que o aguardava na Avenida Montevideu.

O chefe de Estado presidiu hoje à cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, que se realizou-se a partir das 09:00 na zona do Molhe, junto ao mar, no Porto, que há 11 anos já tinha sido palco destas celebrações oficiais e onde as celebrações arrancaram na sexta-feira.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Confraternização anual - 2018 dia 9 de Setembro

A maioria dos nossos ex-camaradas tem manifestado um enorme desinteresse em responder aos nossos emails, onde se pretende receber opinião sobre o local e data para o convívio anual.
Numa actitude despótica dos elementos que organizam o convívio, sem outro qualquer interesse que não seja aquele que sempre nos norteou - o nosso reencontro, foi marcada a data de 09 de Setembro para a                                                                                                               confraternização e almoço.
Quanto ao local, continuamos a recolher elementos para se concretizar a escolha.
Procuramos relacionar sempre os vários factores em causa: Local, preço e qualidade da ementa, o que nem sempre é fácil.
Embora o trabalho do contacto com os nossos ex-camaradas tenha ficado facilitado com os actuais meios através de mensagens electrónicas e Facebook, tal não é suficiente e o envio de correspondência através de carta tem que ser feita. 
Todos sabemos que temos que indicar ao restaurante um numero mais ou menos exacto do número de participantes.
Acontece porém que nos últimos anos, muitos marcaram e não apareceram e outros que não marcaram, apareceram, o que causa transtorno e grande confusão a quem a quem organiza e pretende que tudo corra da melhor forma possível.
Continuamos na tarefa de encontrar um local para o almoço deste ano.
Quanto à data, já a podem reservar.

Abaixo, deixo o "convite" para a realização do almoço convívio do próximo ano


quarta-feira, 6 de junho de 2018

Guerra do Ultramar XI - Batalhas de Angola

Batalhas no Ultramar - Angola

Angola Em 1970, para defender o Leste de Angola, um vasto território com cerca de 700.000 km2, correspondente e 7,5 vezes a superfície de Portugal Continental, as Forças Armadas Portuguesas dispunham de 12 batalhões de infantaria, além de tropas auxiliares, e escassos meios aéreos e navais, num total de 21.500 homens. 

Nas chanas imensas do Leste, uma população de 1.300.000 pessoas, entre os quais 24.000 europeus, estava sujeita às penetrações dos cerca de 4.000 guerrilheiros do MPLA, UNITA e FNLA, infiltrados a partir da Zâmbia. Mas alcançando uma unidade de comando e aplicando a doutrina portuguesa da contra-subversão de forma sistemática e integrada, o General Bettencourt Rodrigues, com a cooperação de todos os sectores militares e civis da frente Leste, travou e venceu uma batalha de guerrilhas, um feito raro na história militar contemporânea.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Guerra do Ultramar X - Operação Mar Verde


A Operação Mar Verde foi o nome dado para uma operação militar planeada pelas Forças Armadas Portuguesas e realizada em 22 de Novembro de 1970, no curso da Guerra Colonial Portuguesa, pelo destacamento de fuzileiros especiais nº 21 destacado na Guiné-Bissau de 1969 a 1971, chefiada pelo Comandante Alpoim Calvão.





Desembarque de fuzileiros









O plano consistia no ataque anfíbio a Conacri, Capital da República da Guinécom os objectivos de libertar prisioneiros de guerra portugueses, destruição das lanchas do PAIGC e eliminação física do Presidente Sékou Touré.

Todos os objectivos foram alcançados com excepção da eliminação de Sékou Touré, que não se encontrava no país.

O palácio presidencial foi tomado e a maior parte da Força Aérea da Guiné-Conacri foi destruída.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Guerra do Ultramar IV - Batalhas - Nó Gordio



Tudo ou nada! Em 1 de Julho de 1970, oito mil homens do Exército, Força Aérea e Marinha, além de Grupos Especiais, iniciavam a Operação Nó Górdio contra as bases do planalto dos Macondes onde se encontravam disseminados 2500 guerrilheiros sob o mando de Samora Machel.

Na que foi a maior operação levada a cabo na Guerra em África, o general Kaúlza de Arriaga visava eliminar as bases inimigas e as “áreas libertadas” e restabelecer a liberdade de acção das forças portuguesas em Moçambique. Caso obtivesse a vitória, poderia concentrar-se na evolução política da região e de Portugal


A Nó Górdio foi lançada sob ordens de Kaúlza de Arriaga, entretanto promovido a comandante-chefe após oito meses de comando de forças terrestres no teatro de operações moçambicano, e executada pelo Comando Operacional das Forças de Intervenção (COFI). O início da Operação Nó Górdio foi marcado para 1 de Julho de 1970, com a presença do general Comandante-Chefe e do seu Estado-Maior em Mueda, prolongando-se até 6 de Agosto, tendo participado mais de oito mil homens, onde se incluía a totalidade das forças especiais (Comandos, pára-quedistas e Fuzileiros) e dos Grupos Especiais e a quase totalidade da artilharia de campanha, unidades de reconhecimento e de engenharia.
Esta operação incluía acção psicológica, com uma secção instalada em Mueda, e equipas de acção psicossocial em Mueda e no Sagal.
Segundo os relatórios em Portugal, terão sido mortos 651 guerrilheiros e 1840 capturados contra 132 militares portugueses mortos. Kaúlza de Arriaga reivindicou também que as suas tropas teriam destruído 61 bases e 165 campos, e capturadas 40 toneladas de munição, apenas nos primeiros dois meses.

domingo, 3 de junho de 2018

Guerra do Ultramar VIII - Os Veteranos


Os Veteranos da Guerra do Ultramar


Foram também vítimas da guerra os soldados que nela participaram, tornando-se uma das faces mais visíveis das consequências do conflito. Não obstante, os hospitais militares tornaram-se simultaneamente, para estes, um refúgio e um depósito onde a sociedade mantinha longe da vista os corpos amputados. Nem o Código de Inválidos de 1929, que visava dar um estatuto de reconhecimento e assistência aos feridos na I Guerra Mundial, evitou que ficassem na miséria, sem direito a assistência médica ou quaisquer regalias sociais.

Monumento aos combatentes em Belém

É também neste contexto que o 25 de Abril de 1974 mostra uma luz de esperança, ao ser instituída a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) que teve como primeiro acto a apresentação à Junta de Salvação Nacional de um conjunto de princípios reivindicativos, que possibilitavam a prestação de serviços de apoio aos associados, desde os processos burocráticos e administrativos, aos cuidados de saúde, reabilitação física e integração social.

Esta associação conta com mais de 13 500 associados, ilustrando perfeitamente as necessidades sentidas pelos feridos de guerra. No entanto, alguns levantamentos estatísticos efectuados pela ADFA apontam a marca para os 25 milhares, durante todos os 13 anos de guerra. Em relação ao stress de guerra, a ADFA estima números bastante superiores aos apontados pelas fontes oficiais (560).

Na ex-Guiné Portuguesa, uma parte dos que combateram pelo lado do governo de Portugal contra o PAIGC, eram soldados ou milícias naturais do próprio território. Após a independência, a grande maioria desses combatentes foram abandonados à sua sorte em consequência de várias circunstâncias entre as quais a falta de definição do seu estatuto nos acordos assinados entre as forças beligerantes e à falta de capacidade de resolução de tantos problemas em simultâneo pelos novos governantes de Portugal durante a Revolução dos Cravos.

A principal consequência desses factos foi a sua perseguição e assassinato pelos seus antigos inimigos. Estima-se que tenham sido assassinados sumariamente milhares de ex-combatentes, havendo quem avance com números na ordem dos onze mil.


NOTA - Este sofrimento e este abandono a que os cerca de duzentos capitães do Abril e maioria dos oficiais superiores votaram aos ex-combatentes, é simples de explicar. Eles os oficiais do quadro, que pouco arriscaram a vida no combate com o inimigo, foram os HERÓIS DO ABRIL que libertaram os Povos das Colónias. Teoria muito do gosto do esquerdismo político da época e do actual !

Os outros, soldados, sargentos e oficiais milicianos, foram os CRIMINOSOS que andaram a dizimar esses Povos !

Totalmente absurdo e cobarde, mas REAL !


sábado, 2 de junho de 2018

Guerra do Ultramar VII - Custos financeiros


O Orçamento e as contas do Estado Português, ao longo das décadas de 1960 e seguinte reflectiram claramente o esforço financeiro exigido ao país durante a guerra. Obviamente, as despesas com a Defesa Nacional sofreram crescentes aumentos a partir de 1961, com o despoletar dos sucessivos conflitos em África. 
Estas despesas com as Forças Armadas classificavam-se, para efeito orçamental, como ordinárias(DO), de carácter normal e permanente, e extraordinárias (DE), respeitantes à defesa da ordem pública em circunstâncias excepcionais. 
A parcela mais importante das DE, os gastos com as províncias ultramarinas, inscrevia-se no Orçamento, na rubricaForças Militares Extraordinárias no Ultramar (OFMEU). É interessante verificar que as despesas totais do Estado sofrem incremento acentuado a partir de 1967/68, coincidindo com a subida ao poder de Marcelo Caetano.
As dificuldades orçamentais encontradas pelas Forças Armadas Portuguesas levaram o Exército a estudar o custo mínimo para as forças em campanha (OFMEU), concluindo que o custo diário médio de um combatente era, em 1965, de 165 ESC para a Guiné, 115 ESC para Angola e 125 ESC para Moçambique. Por ano, equivalia, portanto, a cerca de 42000 ESC, de onde se derivou a fórmula V=42n (sendo n o número de homens).

NOTA - No entanto esta não é a opinião do "Economist", o famoso jornal Inglês de Economia, que na edição que publicou a seguir ao acidente de Salazar em 1967, escreveu num artigo muito bem documentado, que as colónias não só pagaram totalmente os custos da Guerra, como contribuíram para a manutenção do chamado "escudo forte", que eles denominaram de "escudo colonial".

sexta-feira, 1 de junho de 2018

A Guerra no Ultramar VI - 25 de Abril


O 25 de Abril de 1974, planeado e executado por militares dos três ramos das Forças Armadas Portuguesas, uma nova geração de oficiais de baixa e média patente, formada e criada na guerra, que aprendera a agir com autonomia, levantaria, sob a direcção do Movimento das Forças Armadas (MFA), um período revolucionário que transformaria radicalmente o Estado e a sociedade. Embora inúmeros factores tenham contribuído para a revolução, a Guerra Colonial foi, desde sempre, apontada como a principal justificação para a queda irrevogável do Estado Novo em Portugal.

O Programa do MFA, da responsabilidade da sua Comissão Coordenadora apresentava, de forma inequívoca, a vontade de possibilitar a independência das colónias. Porém, a remoção desta alínea, negociada durante a noite de 25 para 26 de Abril, levantaria ainda alguns equívocos a respeito, que só seriam esclarecidos pela Lei 7/74 de 27 de Julho. Esta medida levantaria grande parte da cortina que separava o Estado Português de conseguir negociações com os movimentos de libertação. Dava-se assim início ao processo de descolonização.

Salgueiro Maia - O melhor dos Capiães

Porém, a ambiguidade das primeiras posições relativas à nova política colonial gerou situações duvidosas que não puderam ser ultrapassadas sem graves desentendimentos. Cada redefinição do processo representava uma dura luta entre António de Spínola e a Comissão Coordenadora do Programa do MFA. Os dois projectos apresentados para essa nova política diferiam, sobretudo, nas questões ligadas com as futuras relações de Portugal com as colónias; mesmo os pontos concordantes seriam rapidamente submetidos perante a prova prática da realidade, o que exigiu, na maioria das vezes, a sua revisão. Assim, com o esclarecimento pela Lei 7/74, e posterior comunicado conjunto Portugal-ONU, publicado a 4 de Agosto, eram levantadas as últimas dúvidas, dando início à fase definitiva da descolonização.

Iniciaram-se as negociações com o PAIGC e com a Frelimo, que levaram à assinatura de protocolos de acordo. Em Argel, a 26 de Agosto ficava concluído o processo entre Portugal e o PAIGC, em que a ex-colónia era reconhecida como estado soberano, sob o nome de «República da Guiné-Bissau». O último contingente militar regressou da Guiné em 15 de Outubro.

Relativamente a Moçambique, seria assinado a 7 de Setembro, em Lusaka, um acordo conducente à independência moçambicana. Contudo, grupos organizados, num movimento contrário ao acordo, assaltaram as instalações da Rádio Clube de Moçambique, em Lourenço Marques e outras cidades, e seus emissores regionais, sugerindo a intervenção da África do Sul. Esta tentativa desestabilizadora do processo de paz viria a fracassar, sob a acção das Forças Armadas Portuguesas.

Relativamente a São Tomé e Príncipe e Guiné Portuguesa, foi assinado o Acordo de Argel em 25 de agosto de 1974 .

Quanto a Cabo Verde, o acordo entre Portugal e o PAIGC já estabelecia o princípio do acesso deste arquipélago à autodeterminação e independência. Em 17 de Dezembro seria publicado o Estatuto Constitucional de Cabo Verde, prevendo eleições por sufrágio directo e universal, a 30 de Junho de 1975. A assembleia instituída a partir daí proclamou a independência do território a 5 de Julho de 1975.

Quanto a Angola, a aproximação dos três movimentos de libertação constituía uma dificuldade para o governo português. Com efeito, pairava a possibilidade do alargamento de um confronto entre os países ocidentais, a África do Sul e a União Soviética. Spínola reunir-se-ia ainda com Mobutu, com alguma continuidade, mas viria a demitir-se do cargo a 30 de Setembro. Com Costa Gomes na Presidência da República Portuguesa, desenvolveram-se conversações dirigidas especificamente a cada um dos movimentos. Inicialmente, com a FNLA, posteriormente com o MPLA. 

Porém, as várias tentativas de restabelecer a paz em Angola e minimizar o impacto da descolonização seriam deitadas por terra rapidamente. A guerra civil arruinou a serenidade deste processo, agravando a situação interna, com milhares de vítimas e a fuga dos portugueses.

Também em Timor-Leste se verificou um período dramático, já que as autoridades portuguesas não tinham como dispor de capacidade para normalizar os conflitos, acabando a Indonésia por invadir a ilha.

Em suma, as condições oferecidas pelo novo regime para a descolonização, reconfigurou a situação no continente africano, com a criação de novos países independentes em busca dos seus próprios rumos e afirmação nacional, o que viria contribuir para o desmantelamento do governo branco na Rodésia e do apartheid na África do Sul.