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segunda-feira, 30 de julho de 2007

Angola - Postais Ilustrados

Lembranças para convivios

O Fernando Diogo deixou-nos esta nota com o pedido de publicação.

Aqui fica a indicação da sua disponibilidade de fornecer material próprio para os convivios.
Recordamos que no ano passado, fez Calendários, baralhos de cartas etc.

NOTA BREVE

ESTOU A PREPARAR UM ARTIGO PARA RECORDAR O NOSSO PRÓXIMO ENCONTRO SE PUDERES PUBLICAR O MEU CONTACTO NA PÁGINA
FICAVA BASTANTE GRATO NO SENTIDO DE DAR A CONHECER QUE TEMOS ESSA ACTIVIDADE DE LEMRANÇAS PARA CONVÍVIOS DO NOSSO E OUTROS
QUE POR VENTURA VENHAM A ESTAR INTERESSADOS

. A VIDA ESTÁ DIFÍCIL.UM ABRAÇO CONTACTO 961381776 - Fernando Diogo

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Lisboa - Luanda - Actualizada em 21/07/2007(12/07/1969)



Grafanil

(Quartel de passagem para o Norte de Angola)

Os primeiros momentos da Viagem

Após o desfile militar e o regresso ao navio, onde já tinhamos estado para saber do local de alojamento e colocar as bagagens, a amurada do Vera Cruz, nos seus diversos níveis, ficou repleta.

Foram as derradeiras despedidas, com o barco a largar os cabos e a fazer soar a sua potente ronca, sinal que zarpava definitivamente a caminho do desconhecido.

Aqui vamos nós a caminho de Luanda.

Nestes primeiros momentos da viagem, a novidade e a curiosidade pela viagem por mar, num paquete de grandes dimensões, sobrepunha-se, naturalmente, ao receio da guerra.

Uma passagem pelo Funchal para embarcar mais militares que aí se aprontaram para a ida para o teatro de operações da guerra de Angola, dava tambem, mais alguma folga aos principais temas dos nossos pensamentos - Angola, Guerra, etc.

Para alguns de nós, a possibilidade de desembarcar no Funchal, para dar uma olhadela aos principais pontos de interesse da cidade e arredores mais próximos, a compra dos tipicos chapeus de palha e, umas garrafas do afamado vinho Madeira, serviram para amenizar a tensão própria da viagem.

Meia dúzia de horas, não foram muitas, mas o suficiente para conhecer a baixa da cidade do Funchal e alguns locais de interesse na periferia mais chegada do porto onde se encontrava acostado o Vera Cruz.
Regresso a bordo e a viagem a prosseguir, agora sem qualquer outra paragem até Luanda.
Para os Sargentos e Furrieis, assim como para os Oficiais, havia uns tanques a que pomposamente chamavam piscina, onde se podia passar um pouco do nosso tempo, amenizando um pouco a experiência da viagem.

Umas brincadeiras e umas fotos sempre serviram tambem para matar o tempo e fazer esquecer as saudades.

E assim iamos a navegar, muitas horas seguidas, ou quase sempre, com o Vera Cruz adornado para bombardo aproveitando a ajuda dos ventos alíseos que se faziam sentir nos oceano Atlantico Sul. Alguns exercícios de treino para situações de emergência a bordo, tambem foram efectuados.


De resto, o tempo sempre se ia passando.

Aqui deixamos um exemplar, datado de 18/07/1969, da ementa da 2ª Classe

Porque esta viagem se estava a tornar monótona, sempre alguns foram experimentando umas jogadas de cartas: Sueca, King e Lerpa.

Estes eram os jogos mais difundidos.

Acontece que a tripulação do Vera Cruz, habituada que estava ao transporte de "maçaricos" de e para Lisboa, sempre foi aproveitando para fazer as suas negociatas de contrabando.

Os relógios e outros apetrechos "made in Japan" eram a mercadoria que frequentemente era comercializada.

Recordo os relógios marca Seiko e Orient, muito vendidos durante toda a viagem.

E Assim ia decorrendo a viagem, felizmente sem quaisquer contratempos meteorológicos.

O tempo foi-se mantendo sempre de feição, sem nuvens, sem "mareta", tendo ocasionado uma viagem sem balanços e sem os habituais "enjoos" de quem tem "medo" do mar.

De quando em vez, os peixes voadores iam acompanhando o Vera Cruz na sua viagem.

Estes peixes, aproveitando a aerodinamica das suas barbatanas dorsais, faziam longos voos por cima da agua, como se pássaros fossem, ocasionando o espanto da grande maioria de nós.
A chegada a Luanda aconteceu, naturalmente e no meio de grande expectativa.
Uma grande parte da cidade era visivel do Vera Cruz, e já na altura, era uma cidade que se apresentava com grandes edificios e a sua linda marginal e a ilha (restinga) com praia para o lado da marginal e para o Atlantico, lindissima e de águas quentes.
Durante a viagem e durante a noite fomos tomando consciência de que o primeiro homem tinha chegado à Lua.
Assim, ficará como marca, para sempre na nossa memória a nossa chegada a Luanda e o primeiro homem à Lua.
Pela manha do dia 21/07/1969 o Vera Cruz encostou o seu casco de aço, j+a com alguns anos de viagens por esses mares de Africa, no porto da entao Luanda.
Seguiu-se o desembarque, a ida para o Grafanil, um imenso e complexo campo militar, que servia acima de tudo como local de chegada e partida das diversas unidades militares que passavam por Angola.
Foram as vacinas, contra a doença do sono, dadas em quantidade e em função do peso de cada um de nós, e, curiosamente, à sombra de um enorme embondeiro.
Grafanil
Por alí ficamos uns dias, até que iniciamos a viagem para o Norte.

Recordemos o transporte efectuado em camioes de transporte de mercadorias, com enormes taipais, com os miliatres dispersos por entre as suas bagagens.

Primeira paragem em Ambrizete, c om uma bela praia e o célebre Brinca na Areia, depois Tomboco, onde deixamos parte dos companheiros da CCS e da CCAC 2542 que seguiu a caminho do Norte, para o isolado acampamento do Lufico.

Todos os outros foram seguindo, picada fora, atè Quiximba, ai ficou a 2541, outros pra Zau Evua, o Comando do Batalhao e parte restante da CCS e a CCAC2543.

Assim ficou distribuido nesta fase inicial o BCAC2877

ZAU ÉVUA TOMBOCO LUFICO QUIXIMBA QUIENDE


terça-feira, 10 de julho de 2007

12 de Julho de 1969 - Dia do embarque para Luanda


Moldura feita de cartolina, em Zau Évua
A bébé, esteve presente no dia do embarque, (no ventre da mãe)
na foto abaixo

Foto no dia do embarque


12 de Julho de 1969


Aqui estavamos nós a caminho do desconhecido
(um dos dias mais quentes de 1969)




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*


*

Nesta data, queremos saudar todos os companheiros que no Vera
Cruz embarcaram connosco rumo a Angola, incluindo os que aproveitando "aboleia", entraram no Funchal.
Uma saudação especial para todos os familiares daqueles que
pelas terras de África ficaram, deixando enegrecidos para todo o sempre, os
corações dos seus entes mais chegados.
Relembramos também, os que após o seu regresso ao Puto, já
não pertencem ao nosso convívio.
Falar do drama e do trauma que todos compartilhávamos a uma
distância de tantos anos, não deixa ainda de criar alguns calafrios.
A grande maioria de nós, partia rumo ao
desconhecido.
Não porque muitos não tivéssemos já estudado algo sobre a
zona geográfica da África onde os próximos 2 anos seriam o nosso poiso. O que se
estudava e sabia, na maioria dos casos, objectivamente, não correspondia à
realidade.
Pior era a falta de conhecimento da realidade da guerra que
se praticava.
A facilidade de adaptação às mais diversas e invulgares
situações, foram o apanágio da NT.
Recordo que o que se estudava a nivel militar, sobre a
estrutura, composição, logistica, técnicas e tácticas de guerra de todo o
aparelho militar, não correspondia minimamente à realidade que em Angola fomos
encontrar.
Na verdade a adaptação foi sendo conseguida.

sábado, 7 de julho de 2007

Procura-se

Será que alguém os consegue encontrar.

Digam-lhes que nós ainda existimos




*

Por brincadeira, e com o respeito devido pela maneira como a as fotos são apresentadas, pois são retiradas de outras com maior dimensão, "inventamos" a secção "PROCURAM-SE".

Se soubermos as zonas de residência, serão colocados esses indicadores po baixo de cada foto.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

São Salvador do Congo

Acidente de aviação em M'Banza Congo, antigo S Salvador do Congo, que nós bem conheciamos.
Quando digo nós, digo quem esteve em Quiximba, Zau Évua e Quiende, pois quem esteve em Tomboco e Lufico, conhecia muito melhor o Ambrizete.
Todos nos recordamos como era a Pista de Aviação de então, em terra batida, com imensos calhaus por todo o lado e atravessada a pé, de bicicleta ou de automóvel.
Ali aterravam então os "Barriga de Ginguba", assim nós chamavamos aos Nord Atlas, utilizados para o transporte de pessoas, viveres e equipamentos militares, os DO's e os T 6, tambem militares, os Cessnar (táxi aéreo) e os aviões de transporte de passageiros da DTA.
Recordo que a pista atravessava toda a ponta do planalto de ponta a ponta, onde está situada a cidade de S Salvador do Congo, de tal forma que quando de aterrava, via-se a floresta densa por debaixo do avião que logo desaparecia e as rodas do aparelho tocavam de imediato o solo.
Para deslcolar, ao fim do planalto, o avião ficava logo que descolava a uma altura muito razoável do solo, pela razão inversa da situação de aterrar.
No acidente morreram pelo menos seis pessoas. Entre os sobreviventes está um cidadão português, Ricardo Silva, engenheiro a trabalhar há sete anos em Angola. O aparelho, um Boeing 737, com 78 passageiros e sete tripulantes a bordo, partira do aeroporto de Luanda com destino ao Huíje, tendo-se despenhado na cidade de M’Banza Congo, província do Zaire, no Norte do país, onde fez escala.
De acordo com a agência noticiosa angolana, ANGOP, os pilotos perderam o controlo da aeronave quando tentavam fazer uma aterragem de emergência, iniciada a meio da pista, embatendo em duas casas e três veículos.
Desconhecia-se ontem quais as causas do acidente.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Quiximba - CCAC2541




A Francesinha, fica na Pontinha, às portas de Lisboa.
Fotos de hoje, no estabelecimento comercial do nosso companheiro que passou a comissão no Quiximba, na CCAÇ2541.

Sabem quem é ?
ALVARO BENTO

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Confraternização de 2007

ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO

2007

36º aniversário do regresso de Angola

29 de Setembro de 2007

Local a indicar brevemente

A NORTE DE COIMBRA



quinta-feira, 21 de junho de 2007

Efeméride - IAO - Instrução de Adapatação Operacional

Para que conste em memória, em especial para os que sendo mais novos, têm hoje a felicidade de irem "para a guerra", só se forem profissionais e voluntários.
Não foi o nosso caso. Eramos "amadores" e "obrigados" a ir para a guerra.
Assim, muitos do que como eu, foram obrigados, não só a ir para a guerra, mas mais ainda.
Por uma questão de "adaptação", eramos colocados próximo de casa.
Por exemplo para quem morava em Paço de Arcos, foi para Tavira, 6 meses. De Tavira a Lisboa, pela Serra do Caldeirão ( alguêm já experimentou ir para o Algarve por aí, nos dias de hoje ?) era uma saída por volta da uma da tarde e chegada a Lisboa ao Campo das Cebolas pela 7 horas ou ainda mais tarde. O regresso era da meia noite de Domingo às 7 horas da manhã, de Segunda-feira.
Depois da passagem por Tavira, Caldas da Rainha. Das Caldas da Raínha ao Porto, ao RI 6 - Senhora da Hora, mais uns 300 klms de distãncia. Finalmente, guia de marcha para Angola, destino desconhecido. Passagem pelo RI 1 - Amadora, que como não tinha instalações, houve necessidade de utilizar as instalações duma antiga Bateria de Artilharia Anti-Aérea, no Porto Brandão.
É aí que chega a vespera de São João, com a nossa estadia no Porto Brandão, o padroeiro da cidade do Porto, tambem o é da Cidade de Almada.
Festas e romarias, ao tempo, com as tradicionais fogueiras junto dos arraiais populares. Bom e acalorado tempo.
Assim, fizemos todos nós a viagem a pé, em marcha, até ao Pinhal do Rei na Fonte da Telha, para aí passarmos uma semana de campo na IAO, a tal Instrução de Adaptação Operacional para a guerra em Angola.
Recordamos hoje essa data, que se celebra já no próximo Sábado, 23 de Junho

domingo, 17 de junho de 2007

Baralho de Cartas - Confraternização de 2006

Aqui fica uma lembrança alusiva à confraternização do ano passado.
Os baralhos de cartas que o Diogo promoveu a venda na confraternização do ano passado.
A maioria de nós, em Africa, sempre utuilizou como distração para amenizar o passar do tempo, uns jogos de cartas

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Angola-Zau Evua-BCAC2877-Caça

Quem por lá andou, certamente se recordará dos momentos em que a caça, para alem de servir para aumentar a qualidade e a disponibilidade da dieta no dia a dia, servia tambem, como uma optima distração.
A foto mostra uma das mais pequenas peças de caça grossa que pela bandas de Zau Evua eram caçadas - uma pequena gazela.
Todavia, não era só a gazela que pela mata se encontrava.
Recordamos, acima de tudo a pacaça, o burro do mato e esporádicamente a palanca.
Na caça grossa tem que se utilizar uma técnica muito diferente da habitual que na Europa se utilizava e ainda se utiliza.
A extensão do campo, a mata, obrigava a percorrer distâncias enormes na procura de locais, onde pela sua natureza, localização, etc, eram susceptíveis de ser encontrada.
Assim, locais perto e com acesso previligiado a lagoas ou rios, locais humidos onde a vegetação era mais tenra e fresca e tambem, naquelas zonas onde as queimadas, feitas há pouco tempo, já deixavam que o capim crescesse de tal forma que parecia que a olho nu o viamos medrar, eram locais de previlégio para o amantes das caçadas.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Noticias de Zau Évua

A nossa pergunta:
Pedia-lhe que me desse uma imagem como era Zau Évua nesse data, pois temos a indicação de que passado pouco tempo após a nossa saída, para alem de só lá ficar uma Companhia de Luanda, o quartel terá sido mesmo desactivado.

“ Se foi desactivado, foi depois de vir embora, porque mesmo assim, quando fomos rendidos, a companhia deixou lá homens para a substituição, sei tambem que ainda estava em Luanda a espera do 2º grupo da 3513, vinham ainda em caminho e os que nos renderam tiveram 6 ou 7 mortos...veja como o destino é, nós estivemos no Quiende 27 meses e nem um homem perdemos e aqueles pobres que já vinham do leste com 14 mortos, logo á chegada ficaram reduzidos, isto para dizer que naturalmente devem ter desactivado Zau Evua depois destes acontecimentos. “

A nossa pergunta e a resposta de João Lessa, que como nós esteve em Zau Évua