segunda-feira, 28 de abril de 2014

Muito Secreto

De entre a diversa documentação recebida no BCAC2877 e que passava pelas Operações e Informações do Batalhão. O Relato dos acontecimentos que abaixo se transcrevem, e remetidos ao BCAC, i a única mensagem recebida e catalogada como “ MUITO SECRETO

 

“1971

Ação Revolucionária Armada

 

Em março, a Ação Revolucionária Armada (ARA), braço militar do Partido Comunista Português (PCP), liderado por Álvaro Cunhal, destruiu 16 helicópteros e 11 aviões na Base Aérea de Tancos.

Em outubro do mesmo ano cometeu um atentado contra o Comando Ibero-Atlântico da NATO (COMIBERLANT) em Oeiras nos arredores de Lisboa.

A repressão política continua a aumentar em Portugal. É reforçada a censura à imprensa e realizado um grande número de detenções.  ((  ))

 

 

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Paulo de Carvalho - E depois do adeus

Uma homenagem ao 25 de Abril e ao Dr Jose Niza, médico do nosso Batalhão

25 de Abril dos ex-combatentes

Gostaríamos de deixar aqui uma mensagem de lembrança, de recordação afinal, não para nós que andamos pelas terras de África, como combatentes numa guerra, que como todas, mais destruiu que construiu, mas

para aqueles que voltaram de África. A nossa passagem pelas forças armadas foi acima de tudo, um atrazo nas nossas vidas. Para o justificar, nem serão precisas muitas frases, nem tampouco muitas palavras. A experiência de cada um fala por sí.

Muitos, doentes ou  evacuados das zonas de combate com mazelas fisicas que os atrofiaram para o resto das suas vidas, obtiveram como medalha esses maltratos fisiscos e psicológicos

Para os que por lá ficaram, MORTOS EM COMBATE OU EM DESASTRE, a vida acabou, sem honra nem glória.  O esforço de todos nós, sem excepção gorou-se, porque como era mais que sabido, e a História, deveria ter ensinado os governantes de então, guerras daquelas nunca se ganham. A guerrilha pode não matar logo, mas vai moendo as forças e as mentes dos seus inimigos.  Esse seria o inevitável fim daquelas guerras, como aliás o foram em outras partes do mundo em situações semelhantes. Inteligentes foram aqueles estados que sabendo que os ventos da História os iria levar à derrota, acabaram por negociar o fim das guerras antes de as perderem ou até de as  terem começado.

Não fora por outraS razões, serviu o 25 de Abril para acabar com o envio de mais umas dezenas de militares para África, ao sabor dum destino que não seria bom e  cujo fim não era mais que uma incerteza em cada minuto de vida por lá passado.

Lamentamos todos, certamente que o seu fim não deveria ter sido assim. Mas, como numa qualquer doença, quando o seu tratamento, por ineficaz ou tardio  gera o perigo de vida, aconteceu que foram amputados alguns orgãos para que a restante parte do corpo pudesse sobreviver.

Acabou a Guerra – bem hajam os que  promoveram o seu fim definitivo

 

 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Zau Évua - terra de ninguem...

Meus amigos, distintos camaradas de armas, companheiros de aventura, o tempo passa e nós nem damos por isso! Tenho andado atarefado a arrumar papéis (centenas e centenas de folhas de papel vão parar ao «Papelão», para reciclar...) e encontrei umas quantas folhas dactilografadas do que foi uma das versões do meu «Zau-Évua, terra de ninguém, sítio de vivências», publicado em Maio de 2003... Deixo-vos aqui uma dessas páginas, para memória... O resto vou «arquivar» no Papelão, para reciclagem...