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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Aos criticos

Esta mensagem não deveria ter título nem conteúdo.
Seria assim como um muro branco, dos das histórias dos malucos. Então cada um através no seu imaginário, seri tentado a descobrir o que poderia encontrar por detrás da sua parede branca.
Não sei se vái ser assim, nõ será certamente, pois até ao fim deste lapso de tempo que por aqui, aproveitando as teclas do computador e a energia fisica que faço transportar às pontas dos dedos, em acomulação com o consumo que causo na massa cinzenta que se encontra bem resguardado na minha caixa craneana, algo há-de surgir.As recordações e as cerejas , são assim como as conversas. Ou será o contrário ? Por agora, pouco importa.
Importa sim aquilo que no dia a dia vou fazendo com o Blog do BCAC 2877 e que é tão simplesmente o seguinte: optar por uma visita, verificar se há comentários e, sempre que possível, arranjar tempo, dedicação e motivo para escrever uma linhas.
Linhas assim, escritas todas de seguida, ao bom estilo do português Nobel Saramago, com a devida vênia, pela grotesca comparação e com as desculpas que naturalmente se aplicam ao caso.
As contas bem feitas, este fraseado todo, não serve, nem para mais, nem para menos de que para dizer, que continuamos por aqui, sempre atentos e "criticos" aos criticos que nos vão visitando mas que pouco ou nada contribuem para manter esta pequenina chama acesa.
Não fico magoado com tal situação.
Seria melhor que fossemos preenchendo o blog com alguns relatos, muitos deles, certamente interesantes, que muito de nós, mas especialmente de vós, nos podessem fazer chegar.

(Hoje não rectifico nada do que escrevi, para que me façam criticas)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Um dia . . .

Um dia...

Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.


Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.


Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
'Quem são aquelas pessoas?'

Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
-'Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!'

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!'


Fernando Pessoa

domingo, 24 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Domingo à tarde

Os cantores, as cantigas românticas acabaram.
Melhor pensando, algumas cantigas estão a voltar com temas que reflectem algum romantismo.
Isto porque, sei que alguns jovens de 13, 14 e 15 anos, já põem nos seus MP3 músicas e canções românticas.
Hoje, domingo à tarde.
Pensei em colocar no Blog do BCAÇ2877, uma cantiga que muitos dos da nossa idade ouviram vezes sem conto.
Acontece, que procurando o CD, um dos mais de seis centenas que tenho vindo a coleccionar com músicas e cantigas “antigas”, não o consegui localizar.
Pouco importa.
Um deste dias, em que o refluxo dos meus sentimentos regurgite a nostalgia das musicas românticas dos anos em que ficámos por essas matas de Angola e que os relatos do futebol de então sempre aos domingos à tarde e a “Maria Turra”, eram ouvidas pelo som que ia saindo dos altifalantes dos “cantantes” de então, lembrar-me-ei e com os pedaços de tempo que disponibilizarei, colocarei através do Blog, no éter do nosso contentamento de antanho a cantiga - Domingo à tarde – cantada por Nelson Ned.
Vamos lá.
Digam que isto não é memória.
Voltarei a este tema, um deste dias.
Muitas cantigas. Muitas mais.
Não quero falar das que o estado novo de então proibido, falarei das que, então, se podiam ouvir.
Hoje, porque é Domingo à tarde, aqui fica uma abraço de recordação para os que, com a solenidade, a expectativa de novidades ou notícias, a ideia ou o pressentimento que algo de novo, para alem dos bens de suprimento para as cantinas e bares, esperavam pelo MVL

sábado, 23 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Colaboração do João Rego - Lufico

TRÊS FURRIÉIS, UM ALFERES E UM CAPITÃO

Os três furriéis eram conhecidos por Pinto, Agripino e Malaquias e comandavam as três secções do pelotão a cargo do alferes Rego. No topo desta hierarquia militar estava o capitão Vaz, homem já com três comissões de serviço naquela guerra colonial, como havia de ficar conhecida.
No Lufico a tropa vivia sem contacto com qualquer população civil, pelo que a deslocação quinzenal a Tomboco para escoltar o MVL representava a única possibilidade de ver outros seres vestidos à civil. O isolamento, todavia, não produziu efeitos muito nefastos no pessoal, à parte uma certa e individualmente variável dose do que se chamava “cacimbo”, provocada sobretudo quando não se recebia aquela carta da família. Para o estado “normal” do moral da tropa muito contribuíu a postura do capitão cuja experiência lhe terá ditado que havia que ser um pouco menos rigoroso do que os cânones militares indicavam. Dentro do mal que era estar em comissão de serviço não voluntária, não se vivia mal, salvo algum drama pessoal que foi sendo habilidosamente contido dentro dos limites do conveniente. Uma que outra situação terá sido vivida com algum mal-estar bem disfarçado, como a que veio a ser conhecida já nos últimos dias da comissão em terras do Lufico.
Nas relações de cadeia de comando, o alferes Rego sempre contactou o pelotão a seu cargo através do furriel Agripino, sem que alguma vez se tivesse verificado o mínimo desentendimento, como, de resto, seria de esperar. Assim, foi com enorme e desagradável surpresa que o alferes foi interpelado pelo furriel Pinto que lhe transmitíu, de modo contundente, porém, respeitoso e manifestamente triste, o seu desagrado pelo facto de nunca ter sido reconhecido como o furriel mais antigo do pelotão e, consequentemente, aquele que devia ter sido sempre o seu elo de ligação.
O alferes, não conseguindo sair da sua estupefacção, nada adiantou e procurava encontrar uma razão pela qual pudesse explicar a sua ignorância sobre o estatuto de antiguidade do seu interlocutor, tendo-se gerado um silêncio desconfortável para os dois. Deu-se a circunstância, providencial para o alferes, que a conversa estava sendo ouvida pelo capitão que se encontrava no seu gabinete a poucos passos do local onde furiel e alferes se encontravam. Saíu prontamente em defesa do alferes confessando que também estava convencido que o sargento mais antigo do pelotão era o Agripino e não o Pinto.
A comissão de serviço chegou ao seu termo e o furriel ofendido terá ficado convencido da não intencionalidade do alferes ao desconsiderá-lo na sua antiguidade durante vinte e cinco meses de convivência militar. Mas não deixa de ser espantoso que uma pessoa, em circunstâncias já de si adversas, tenha conseguido suportar uma situação que lhe causava mágoa e desconforto entre os seus pares.
Tudo isto se passou há mais de trinta e cinco anos e os implicados na situação descrita não terão voltado a estar em condições análogas. Que fique para meditação dos que presentemente ainda mantém relações hierárquicas na sua vida social: a cada posto corresponde uma responsabilidade, em todos os sentidos: para cima e para baixo, e para os lados também.

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971 - Aos criticos

Hoje pela manhã falei com o Ganganeli.
Era o Furriel Enfermeiro da CCS. Quem pintou o quadro de Zau Évua.
De vez em quando falamos pelo telefone. Não pode ser de outra forma, pois ele mora em Vila Nova de Gaia e eu, aqui próximo de Lisboa. Acontece que nestes últimos tempos, não tenho parado no Porto, embora acontecendo que não parando, algumas vezes por lá vou passando.
Toda esta lenga lenga vem a propósito do facto do Ganganeli em tempo ter criticado o nosso Blog por apresentarmos muitas fotos dos almoços de confraternização.
Dizia-me ele, por essa altura que não devíamos alimentar tanto os temas que tem a ver com o corpo e dar mais alguma enfase a temas relacionados com o espírito, ou seja, algo que de tema menos material.
Concordei com a ideia, lançei o repto ao critico, no sentido de ele próprio, nos mandar uns escritos ou até, fazer uns comentários às mensagens que entretanto sempre vamos colocando no Blog.
Pois então, até agora, nada . . . a preguiça do corpo, não deu ainda para arranjar um pouco de tempo para passar à figura de texto, algo que o espírito em dia de reflexão mais profunda, tivesse arrebatado das profundezas das memórias e elevasse ao come da sua montanha espiritual.
Hoje no meio da nossa conversa, avivei-lhe a memória sobre este tema. Vou continuar, esperando. Críticas e mensagem com algo para publicar.
Tal vái acontecendo de vez em quando. Alguns nossos antigos companheiros são leitores, visitantes assiduos do Blog.
Não será só para esses que vamos mantendo esta pequena chama acesa, o Blog é para todos. Mas, se houver mais colaboração, muito melhor.

Amanhjã é Domingo.
Uma vezes havia missa
Havia sempre o MVL

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Quiende - Angola


Aqui fica mais uma pequena recordação, em imagem, dedicada em especial a todos os companheiros que passaram pelo Quiende.
Dizia-se então que era o local onde era mais frequente o paludismo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

BCAC2877 - Angola 1969 a 1971

Ao correr da pena . . .

Não porque não tenha nada para escrever. Mas apetecia-me deixar ficar esta mensagem em branco.
Seria assim como um protesto pela falta de participação de alguns dos nossos visitantes. Nem um comentário, nem uma linha escrevem a dizer algo sobre este tema. Em contrapartida, alguns sempre nos vão remetendo, repassando muitos emails, sem qualquer "interesse", isto, no nosso ponto de vista.
para quem nada queria escrever, não está nada mal.
A propósito de escrever, de relembrar os tempos que por lá passámos, quero aqui e agora mesmo, fazer uma pequena confissão. Digo confissão como poderia ter dito ou dizer algo diferente, face à minha religiosidade.
Afinal, aqui sentado no meu pequeno escritório, que tem uma vista, apenas por uma nesga, para o Rio Tejo, ao fim do dia, sempre um tempo de alguma nostalgia, face ao tempo escuro e nublado, recordo os fins do dia em Zau Évua. Aqueles dias escuros, onde as nuvens escuras, não raras vezes eram prenúncio duma forte chuvada e dum violento temporal que se aproximava.
Admito que passe ainda hoje pelas zonas menos populosas de Portugal, ao fim do dia ou de noite, onde não se vislumbre no horizonte uma qualquer luz, se recorde da estadia nas matas de África. Aí, nas noites chuvosas e de céu encoberto, era o conhecimento do terreno, essencialmente pelas "picadas" que se encontrava o caminho, a volta para o quartel.
Hoje é um dia escuro, melhor, um fim de tarde bucólico, sempre vem ao pensamento, não direi com nostalgia ou saudade, m as recordações desses dias, mas, no conforto da não existência da guerra e dos seus perigos, sabe bem pensar que ao fim de tantos anos, esses momentos, ficaram como reserva nos nossos pensamentos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

JOSÉ NIZA - Zau Evua - Angola - Bcac 2877




"Caro amigo Brás.
E porque o Dr José Niza tambem fazia uns "giros" á ccaç 2530 no Quiende,(Maio/69 e Julho/70)e de guitarra em punho, tambem ali ia trauteando poemas de Gedeão "muitos poemas deste poeta foram musicados em Zau-Evua" e para que conste , aí vai uma foto da época.
Um abraço

Fernando Silva "
Digam lá, como se uma nota de música fosse, que não é uma pequena maravilha, receber uma mensagem destas ?

Zau Evua - Angola - Bcac 2877

Construção de parte do aquartelamento