Lembranças para convivios

O Fernando Diogo deixou-nos esta nota com o pedido de publicação.

Aqui fica a indicação da sua disponibilidade de fornecer material próprio para os convivios.
Recordamos que no ano passado, fez Calendários, baralhos de cartas etc.

NOTA BREVE

ESTOU A PREPARAR UM ARTIGO PARA RECORDAR O NOSSO PRÓXIMO ENCONTRO SE PUDERES PUBLICAR O MEU CONTACTO NA PÁGINA
FICAVA BASTANTE GRATO NO SENTIDO DE DAR A CONHECER QUE TEMOS ESSA ACTIVIDADE DE LEMRANÇAS PARA CONVÍVIOS DO NOSSO E OUTROS
QUE POR VENTURA VENHAM A ESTAR INTERESSADOS

. A VIDA ESTÁ DIFÍCIL.UM ABRAÇO CONTACTO 961381776 - Fernando Diogo

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Lisboa - Luanda - Actualizada em 21/07/2007(12/07/1969)



Grafanil

(Quartel de passagem para o Norte de Angola)

Os primeiros momentos da Viagem

Após o desfile militar e o regresso ao navio, onde já tinhamos estado para saber do local de alojamento e colocar as bagagens, a amurada do Vera Cruz, nos seus diversos níveis, ficou repleta.

Foram as derradeiras despedidas, com o barco a largar os cabos e a fazer soar a sua potente ronca, sinal que zarpava definitivamente a caminho do desconhecido.

Aqui vamos nós a caminho de Luanda.

Nestes primeiros momentos da viagem, a novidade e a curiosidade pela viagem por mar, num paquete de grandes dimensões, sobrepunha-se, naturalmente, ao receio da guerra.

Uma passagem pelo Funchal para embarcar mais militares que aí se aprontaram para a ida para o teatro de operações da guerra de Angola, dava tambem, mais alguma folga aos principais temas dos nossos pensamentos - Angola, Guerra, etc.

Para alguns de nós, a possibilidade de desembarcar no Funchal, para dar uma olhadela aos principais pontos de interesse da cidade e arredores mais próximos, a compra dos tipicos chapeus de palha e, umas garrafas do afamado vinho Madeira, serviram para amenizar a tensão própria da viagem.

Meia dúzia de horas, não foram muitas, mas o suficiente para conhecer a baixa da cidade do Funchal e alguns locais de interesse na periferia mais chegada do porto onde se encontrava acostado o Vera Cruz.
Regresso a bordo e a viagem a prosseguir, agora sem qualquer outra paragem até Luanda.
Para os Sargentos e Furrieis, assim como para os Oficiais, havia uns tanques a que pomposamente chamavam piscina, onde se podia passar um pouco do nosso tempo, amenizando um pouco a experiência da viagem.

Umas brincadeiras e umas fotos sempre serviram tambem para matar o tempo e fazer esquecer as saudades.

E assim iamos a navegar, muitas horas seguidas, ou quase sempre, com o Vera Cruz adornado para bombardo aproveitando a ajuda dos ventos alíseos que se faziam sentir nos oceano Atlantico Sul. Alguns exercícios de treino para situações de emergência a bordo, tambem foram efectuados.


De resto, o tempo sempre se ia passando.

Aqui deixamos um exemplar, datado de 18/07/1969, da ementa da 2ª Classe

Porque esta viagem se estava a tornar monótona, sempre alguns foram experimentando umas jogadas de cartas: Sueca, King e Lerpa.

Estes eram os jogos mais difundidos.

Acontece que a tripulação do Vera Cruz, habituada que estava ao transporte de "maçaricos" de e para Lisboa, sempre foi aproveitando para fazer as suas negociatas de contrabando.

Os relógios e outros apetrechos "made in Japan" eram a mercadoria que frequentemente era comercializada.

Recordo os relógios marca Seiko e Orient, muito vendidos durante toda a viagem.

E Assim ia decorrendo a viagem, felizmente sem quaisquer contratempos meteorológicos.

O tempo foi-se mantendo sempre de feição, sem nuvens, sem "mareta", tendo ocasionado uma viagem sem balanços e sem os habituais "enjoos" de quem tem "medo" do mar.

De quando em vez, os peixes voadores iam acompanhando o Vera Cruz na sua viagem.

Estes peixes, aproveitando a aerodinamica das suas barbatanas dorsais, faziam longos voos por cima da agua, como se pássaros fossem, ocasionando o espanto da grande maioria de nós.
A chegada a Luanda aconteceu, naturalmente e no meio de grande expectativa.
Uma grande parte da cidade era visivel do Vera Cruz, e já na altura, era uma cidade que se apresentava com grandes edificios e a sua linda marginal e a ilha (restinga) com praia para o lado da marginal e para o Atlantico, lindissima e de águas quentes.
Durante a viagem e durante a noite fomos tomando consciência de que o primeiro homem tinha chegado à Lua.
Assim, ficará como marca, para sempre na nossa memória a nossa chegada a Luanda e o primeiro homem à Lua.
Pela manha do dia 21/07/1969 o Vera Cruz encostou o seu casco de aço, j+a com alguns anos de viagens por esses mares de Africa, no porto da entao Luanda.
Seguiu-se o desembarque, a ida para o Grafanil, um imenso e complexo campo militar, que servia acima de tudo como local de chegada e partida das diversas unidades militares que passavam por Angola.
Foram as vacinas, contra a doença do sono, dadas em quantidade e em função do peso de cada um de nós, e, curiosamente, à sombra de um enorme embondeiro.
Grafanil
Por alí ficamos uns dias, até que iniciamos a viagem para o Norte.

Recordemos o transporte efectuado em camioes de transporte de mercadorias, com enormes taipais, com os miliatres dispersos por entre as suas bagagens.

Primeira paragem em Ambrizete, c om uma bela praia e o célebre Brinca na Areia, depois Tomboco, onde deixamos parte dos companheiros da CCS e da CCAC 2542 que seguiu a caminho do Norte, para o isolado acampamento do Lufico.

Todos os outros foram seguindo, picada fora, atè Quiximba, ai ficou a 2541, outros pra Zau Evua, o Comando do Batalhao e parte restante da CCS e a CCAC2543.

Assim ficou distribuido nesta fase inicial o BCAC2877

ZAU ÉVUA TOMBOCO LUFICO QUIXIMBA QUIENDE


terça-feira, 10 de julho de 2007

12 de Julho de 1969 - Dia do embarque para Luanda


Moldura feita de cartolina, em Zau Évua
A bébé, esteve presente no dia do embarque, (no ventre da mãe)
na foto abaixo

Foto no dia do embarque


12 de Julho de 1969


Aqui estavamos nós a caminho do desconhecido
(um dos dias mais quentes de 1969)




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Nesta data, queremos saudar todos os companheiros que no Vera
Cruz embarcaram connosco rumo a Angola, incluindo os que aproveitando "aboleia", entraram no Funchal.
Uma saudação especial para todos os familiares daqueles que
pelas terras de África ficaram, deixando enegrecidos para todo o sempre, os
corações dos seus entes mais chegados.
Relembramos também, os que após o seu regresso ao Puto, já
não pertencem ao nosso convívio.
Falar do drama e do trauma que todos compartilhávamos a uma
distância de tantos anos, não deixa ainda de criar alguns calafrios.
A grande maioria de nós, partia rumo ao
desconhecido.
Não porque muitos não tivéssemos já estudado algo sobre a
zona geográfica da África onde os próximos 2 anos seriam o nosso poiso. O que se
estudava e sabia, na maioria dos casos, objectivamente, não correspondia à
realidade.
Pior era a falta de conhecimento da realidade da guerra que
se praticava.
A facilidade de adaptação às mais diversas e invulgares
situações, foram o apanágio da NT.
Recordo que o que se estudava a nivel militar, sobre a
estrutura, composição, logistica, técnicas e tácticas de guerra de todo o
aparelho militar, não correspondia minimamente à realidade que em Angola fomos
encontrar.
Na verdade a adaptação foi sendo conseguida.

sábado, 7 de julho de 2007

Procura-se

Será que alguém os consegue encontrar.

Digam-lhes que nós ainda existimos




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Por brincadeira, e com o respeito devido pela maneira como a as fotos são apresentadas, pois são retiradas de outras com maior dimensão, "inventamos" a secção "PROCURAM-SE".

Se soubermos as zonas de residência, serão colocados esses indicadores po baixo de cada foto.